A B C D E
F G H I JK
L M N O P
Q R S T U
VXY Mogiana em MG
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Peixoto Gomide
Itapetininga
Engenheiro Mendonça
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ramal de Itararé-1935

IBGE-1960
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 1998
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Cia. União Sorocabana e Ytuana (1895-1907)
Sorocabana Railway (1907-1919)
E. F. Sorocabana (1919-1971)
FEPASA (1971-1998)
ITAPETININGA
Município de Itapetininga, SP
Ramal de Itararé - km 201,240 (1934)   SP-2126
Altitude: 636 m   Inauguração: 11.05.1895
Uso atual: sede do Fundo Social de Solidariedade municipal (2023)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: 1939
 
 
HISTORICO DA LINHA: O ramal de Itararé começou a ser construído em 1888, partindo da estação de Boituva, mas somente em 1895 chegou a Itapetininga, com extensão de 65 km. Somente em 1905 as obras foram retomadas, e em abril de 1909, a estrada chegou finalmente a Itararé. Sempre crescendo em importância por causa de sua ligação com o sul, o ramal passou a sair da estação nova de Santo Antonio - hoje Iperó - em 1928, aproveitando as obras de retificação e duplicação da linha-tronco, diminuindo o trecho em 23 km. Em 1951, a linha foi eletrificada até Morro do Alto. Em 1960, até Itapetininga e não passou daí. Em 1978, o tráfego de passageiros no ramal foi extinto. Em 1973 foi construído, de Itapeva, um ramal para Apiaí, e desse, outro para Pinhalzinho, que encontrava a nova linha que vinha da região de Curitiba. O trecho a partir de Itapeva acabou desativado depois que o trecho paranaense até Jaguariaíva foi suprimido, nos anos 1990. Entretanto, em 22/12/1997, o trem de passageiros, voltou a funcionar, desta vez entre Sorocaba e Apiaí. O trem, com algumas interrupções, funcionou até fevereiro de 2001. O trecho entre Itapeva e Itararé teve os trilhos arrancados em 2001. Hoje, apenas poucas estações ainda funcionam como escritório sob a administração da ALL.
 
A ESTAÇÃO: Aberta em 1895, a estação de Itapetininga foi ponta de linha pelos vários anos em que o ramal esteve com a construção interrompida e somente em 1907 foi aberta a estação seguinte, Cesário, na época.

O prédio original foi substituído por outro, inaugurado e aberto em 12 de setembro de 1926 e concluído totalmente em 1930. Em 1939, este prédio foi reformado, ganhando o aspecto atual, com linhas mais modernas, mas destoando das outras estações do ramal. Segundo Rafael T. Simabuko, a estação foi projetada pelo arquiteto João Cacciola e executada pelo construtor Romeu S. Mindlin. O livro Genealogia de Uma Cidade, volume I, de José Luiz Nogueira (2005), afirma na página 198 que a segunda estação foi aberta em 1917 - bem diferente do que o jornal O Estado de S. Paulo anunciou e depois descreveu durante quatro dias em 1926 (ver caixa abaixo) e demolida em 1937, vindo a seguir a construção da terceira e atual estação.

Em 1960, a eletrificação do ramal chegou até Itapetininga, e aí estagnou.

Desativada em 1978, com o fim do trem de passageiros para Itararé, a estação sobreviveu até que em dezembro de 1997, o transporte de passageiros de Sorocaba a Apiaí foi implantado, voltando a estação a ter algumas de suas funções originais. Ali o trem de Apiaí fazia a troca de locomotivas, de elétrica para diesel, e vice-versa.

"Recapitulei todo o trajeto, com os nomes das estações, do ramal de Itararé, percorrido por mim várias vezes na infância para visitar parentes residentes em Itapeva e Piraí do Sul, esta no Paraná. Nasci e residi em Itapetininga até 1945, mudando depois para Piracicaba. Na cidade natal a estação da EFS me diz muito, pois costumava ir até lá com meu avô para ver os trens passarem, inclusive o trem internacional, de vagões de aço, que ia até ao Uruguai. Lembro-me de que, certa feita, por volta de 1943/44, o "internacional" estava muito atrasado e foi servida uma refeição aos passageiros, em mesas arrumadas na plataforma. Quanta saudade! Tenho ido frequentemente a Itapetininga. Semana passada lá estive e fui ver a antiga estação da EFS. Uma faixa estendida dizia que o prédio está sendo negociado com a Prefeitura. Embora a linha esteja funcionando, pois vi uma composição de carga da ALL saindo no sentido de Itararé, o local passa a sensação de abandono, com mato por todo lado. Uma desolação, uma pena!

Revi as casas onde residiam os ferroviários, alguns deles amigos do meu avô. Elas ainda existem e estão habitadas. Lembrei-me então de mais coisas: era interessante quando, viajando durante a noite, os trens parados nas estações tinham as rodas examinadas por funcionários com
martelos, que usavam lanternas especiais, as quais me chamavam muito a atenção; alguém me disse que isso era para verificar se as rodas não estavam trincadas. Quando os trens chegavam nas estações, sempre sentia um cheiro estranho, que era proveniente das lonas dos freios. Certa feita, em uma viagem noturna, houve um descarrilamento. Meus pais, irmãs e eu, todos crianças, viemos caminhando pelo leito da ferrovia até a estação mais próxima, guiados pelos ferroviários e suas inesquecíveis lanternas. E me recordo também de que quando os trens chegavam nas estações, o maquinista entregava algo para o chefe da estação. Era um objeto circular, com uma barra de metal, o "staff", que era uma barra de metal que indicava linha livre, e somente saia do equipamento quando a estação seguinte desse a ordem" (Julio Augusto Toledo Veiga, Piracicaba, SP, 17/08/2002).

Em fevereiro de 2001, a estação deixou de atender passageiros e hoje é uma das estações da ALL para movimentação de mercadorias.

Em agosto de 2010, estava já restaurada pela Prefeitura e com excelente aspecto. O escritório da ALL foi transferido para um dos armazéns do pátio. Em 2018 era a sede da guarda municipal. Em 2023, servia como "Estação Solidariedade", do Fundo Social de Solidariedade da cidade.

1894
AO LADO:
A inauguração ainda estava prevista para o final de dezembro de 1894, mas por algum acaso foi adiada. Só o trem de lastro chegou em dezembro (O Estado de S. Paulo, 16/12/1894).

1895
AO LADO:
Finalmente a
inauguração do ramal Boituva-Itapetininga, primeiro trecho do futuro Ramal de Itararé (O Estado de S. Paulo, 10/5/1895).

1895
AO LADO:
Detalhes em maio de 1895 da inauguração do ramal Boituva-Itapetininga, primeiro trecho do futuro Ramal de Itararé - CLIQUE SOBRE O TEXTO PARA VÊ-LO TODO - (O Estado de S. Paulo, 12/5/1895).


ACIMA: As estações de Itapetininga e de Morro do Alto, um bairro rural do município, foram inauguradas no mesmo dia, em 11 de maio de 1895, junto com a inauguração do ramal que ligava Boituva a Itapetininga, mais tarde chamado de ramal de Itararé. Este trem misto do primeiro dia de operação não chegou a Boituva, não se sabe porque (O Estado de S. Paulo, 12/5/1895).

1895
AO LADO:
Detalhes sobre a viagem do trem inaugural do ramal - CLIQUE SOBRE O TEXTO PARA VÊ-LO TODO - (O Estado de S. Paulo, 13/5/1895).

1895
AO LADO:
Acidente obriga a baldeação no ramal em Itapetininga (O Estado de S. Paulo, 22/8/1895).

1895
AO LADO:
Roubo na estação de Itapetininga (O Estado de S. Paulo, 25/11/1895).

1899
AO LADO:
Tráfego suspenso na estação de Itapetininga devido a interrupção na linha (O Estado de S. Paulo, 30/01/1899).

1900
AO LADO:
O correio e a agencia ferroviaria não se entendem (O Estado de S. Paulo, 05/03/1900).

1900
AO LADO:
Trens lentos em Itapetininga (O Estado de S. Paulo, 02/04/1900).

1917
AO LADO:
"Lamentavel desastre" ne estação (O Estado de S. Paulo, 02/02/1917).

1917
AO LADO:
Denúncia: Falta tuso na estação de Itapetininga (O Estado de S. Paulo, 12/02/1917).


ACIMA: A estação, provavelmente nos anos 1920 (Autor desconhecido).

OBRAS OCORRIDAS NA ESTAÇÃO E SEU PÁTIO DE ACORDO COM RELATÓRIOS DA EFS: 1926 - Remodelação e extensão dos desvios para 8.500 m; 1934 - Instalação a gas no depósito; instação de gasômetro e motor no depósito; Abastecimento de água para carros; Melhoramentos no pátio; abrigo para tanques de óleos lubrificantes; construção de garage para o auto de linha

1925
AO LADO:
Enfermaria na estação (O Estado de S. Paulo, 22/3/1925).

1925
AO LADO:
Deposito de locomotivas (O Estado de S. Paulo, 28/3/1925).

1926
AO LADO:
Anuncio da inauguração da nova estação e do depósito de locomotivas (O Estado de S. Paulo, 11/9/1926).

1926
AO LADO:
Anuncio da inauguração da nova estação e do depósito de locomotivas - CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VER TODA O TEXTO (O Estado de S. Paulo, 12/9/1926).

1926
AO LADO:
A inauguração da nova estação e do depósito de locomotivas - CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VER TODA O TEXTO (O Estado de S. Paulo, 13/9/1926).

1926
AO LADO:
Ainda sobre a inauguração da nova estação e do depósito de locomotivas - CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VER TODA O TEXTO (O Estado de S. Paulo, 14/9/1926).


ACIMA: Ainda a velha estação de Itapetininga, já demolida. Teria sido durante a revolução de 1932? Se acreditarmos no fato de a nova estação ter sido inaugurada em 1930 (ver textos mais acima), não pode ser (Acervo Nilson Rodrigues).

ACIMA: Mapa da região de Itapetininga mostrando boa parte do ramal de Itararé em 1934. Trata-se da linha preta que desce de Itapetininga até Itararé (Acervo Sud Mennucci/Ralph M. Giesbrecht).

1934
AO LADO:
Desastre com mortes em Itapetininga (O Estado de S. Paulo, 31/1/1934).

1939
AO LADO:
Restaurante e botequim na estação de Itapetininga (O Estado de S. Paulo, 29/8/1939).


ACIMA: Velha placa de localização típica da Sorocabana (Sem data. Autor desconhecido. Cessão Daniel Gentili).

ACIMA: Anúncio do bar existente na estação de Itapetininga em 1953 (Guia oficial da E. F. Sorocabana, 1953/54).
1959
AO LADO:
Não entendi i fato de existirem torres metálicas na estação de Florida Paulista numa estação tão longínqua e de outra ferrovia (O Estado de S. Paulo, 28/08/1953).

ACIMA: Estação de Itapetininga em 1970 - Autor descionhecido.
ACIMA: Estação e parte do pátio de Itapetininga em 16/3/2000 (Foto Carlos R. Almeida).


ACIMA: No topo à esquerda, "quando chegávamos a Itapetininga, como normalmente íamos num dos carros de primeira (os dois últimos do trem), saíamos da Estação pelo portão lateral, ao lado do prédio da estação. O prédio menor à direita, era o sanitário. Claro que naquela época não existia o monte de entulho que vemos agora" (Carlos R. Almeida). No topo à direita, as oficinas desativadas e abandonadas no pátio de Itapetininga. Arqutetura bem Sorocabana. Embaixo à esquerda, acesso ferroviário - já sem trilhos - para o CEAGESP. Embaixo à direita, casa da vila ferroviária, bem conservada (Fotos Carlos R. Almeida, em 2/12/2007).

ACIMA: A estação ferroviária e a cidade (Foto Fabio Barros, 19/6/2010).

ACIMA: Caminho para o sul, após a estação (Foto Carlos R. Almeida, 6/6/2015).

ACIMA: A antiga estaação em julho de 2023 (Foto Vitor Hugo Langaro).

(Fontes: Ralph M. Giesbrecht , pesquisa local, 1998; Vitor Hugo Langaro, 2023; Fabio Barros; Diego Bini; Carlos R. Almeida; Daniel Gentili; Rafael T. Simabuko; André Luiz de Lima; Yuri Bittar; Elias Vieira; Adriano Martins; Julio Augusto Toledo Veiga; Nilson Rodrigues; Museu da Cia. Paulista, Jundiaí; O Estado de S. Paulo, 1925 e 1939; José Luíz Nogueira: Genealogia de Uma Cidade, volume I, 2005; E. F. Sorocabana: Relatórios anuais, 1910-69; E. F. Sorocabana: Guia Oficial, 1953-54; IBGE, 1960; Mapas - acervo R. M. Giesbrecht)
     

A estação, no início do século 20, na "chegada do bispo". Foto cedida por Elias Vieira

A estação antiga, foto sem data. Autor desconhecido

A estação de 1930. Acervo Museu da Cia. Paulista - Jundiaí

A estação na noite de 12/05/1998. Foto Ralph M. Giesbrecht

A estação em 13/05/1998. Foto Ralph M. Giesbrecht

A estação na noite de 12/05/1998. Foto Ralph M. Giesbrecht

Armazém da estação de Itapetininga, em 08/2001. Foto Adriano Martins

Plataforma da estação de Itapetininga, em 08/2001. Foto Adriano Martins

A estação em 1/2010. Foto Yuri Bittar

A estação reformada em 19/8/2010. Foto Diego Bini

A estação em 25/2/2011. Foto André Luiz de Lima

A estação em 6/6/2015. Foto Carlos R. Almeida
     
Atualização: 25.09.2023
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.