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VXY Mogiana em MG
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Guaranésia
Catitó
Itiguassu
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ramal de Passos - 1950

Guia Levi - 1941
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: S/D
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Cia. Mogiana de Estradas de Ferro (1912-1971)
FEPASA (1971- c.1990)
CATITÓ
Município de Guaranésia, MG
Ramal de Passos - km 26,456 (1937)   MG-2514
Altitude: 789 m   Inauguração: 01.09.1912
Uso atual: sede da fazenda (2016)   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: 1912
 
 
HISTORICO DA LINHA: O ramal de Passos foi inaugurado em seu primeiro trecho de 15 quilômetros ligando Guaxupé a Guaranésia, em 1912. Foi sendo prolongado aos poucos, chegando a Passos, onde terminava, somente em 1921. Em fevereiro de 1977, o tráfego de passageiros foi eliminado, sobrando os cargueiros, que, com o tempo, passaram a atender somente ao carregamento de cimento da fábrica de Itaú de Minas, e vindo não por Guaxupé, mas por São Sebastião do Paraíso, ali chegando pela antiga linha da São Paulo-Minas. Com isso, o trecho entre Guaxupé e S. S. Paraíso foi abandonado, e teve os trilhos retirados por volta de 1990. O trecho entre Paraíso e Itaú de Minas ainda tem seus trilhos, mas as cargas de cimento deixaram de circular já há anos e o abandono da linha é total. O trecho final até Passos teve também os trilhos retirados.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Catitó foi inaugurada em 1912 e recebeu o nome da fazenda dentro da qual se situa até hoje.

A estação foi desativada em 1977, quando por ali passou o último trem de passageiros do ramal, porém sempre esteve bem conservada.

Em 2016, no prédio da ex-estação fica hoje o escritório da fazenda, um depósito e também serve de moradia para uma família. Embora a estação ainda tenha trilhos à sua frente, eles são apenas decoração; todo o restante foi retirado. "Um senhor, provavelmente o administrador, muito ressabiado nos atendeu, pensei até que não fosse deixar tirar as fotos; ele disse que normalmente não deixa, porque existem muitos aproveitadores, mas que percebeu que éramos boa gente, que estávamos em família (eu, meu pai e meu irmão). Ele se mostrou simpático, e aí nos apresentou o prédio" (Rossana Romualdo, 07/2001).



ACIMA: Construções da ferrovia no pátio de Catitó em 1986 (FEPASA: Relatório de Instalações Fixas, 1986).
ACIMA: Esquema do patio de Catitó com as construções existentes em 1986 (E-estação, C-casa e CD-caixa d'água) (FEPASA: Relatório de Instalações Fixas, 1986).
"Nem sempre as transações envolvendo a Fazenda Catitó foram registradas ou, talvez, os registros se perdessem pela criação das novas comarcas. É preciso, pois, além de pesquisar em Monte Santo, Guaranésia e Jacui - comarca única dois séculos atrás - aceitar a tradição oral da família dentro da qual a fazenda se manteve desde a abertura das terras no século XIX. Em mil oitocentos e cinqüenta e quatro, Geraldo Ribeiro do Valle recebendo herança do pai - Vicente Ribeiro do Valle - teria comprado terras e aberto as fazendas que denominou Ipiranga, Itororó e Humaitá, em homenagem à Independência e às batalhas da Guerra do Paraguai que o Brasil acabara de vencer. Só a primeira teria mantido o nome, as outras mudaram para Catitó e Onça. Em vigas do porão da sede da última, encontrou-se gravada a data de mil oitocentos e sessenta e três, ano provável de construção das três, uma vez que a arquitetura inicial é basicamente a mesma, podendo-se concluir que têm cerca de cento e quarenta anos de existência. O quadro panorâmico exposto na sala de estar da sede, pintado em mil novecentos e vinte e quatro por A. Guntert - teria sido um padre viajante - mostra que o Catitó pouco mudou nesse longo tempo. Basicamente desapareceram as olarias que forneceram material para as construções e algumas casas das colônias do Sapo e do Boi Bravo. Depois de mil novecentos e setenta e nove foram anexadas a Fazenda Boi Bravo e parte das São Francisco e São Geraldo. No ano de 1885, com a morte da filha Anna Cesarina Ribeiro, casada com Antonio Norberto Ribeiro do Valle, Geraldo Ribeiro do Valle teria transferido, por herança ou doação, ao seu neto Vital Ribeiro do Valle a Fazenda Catitó que, por sua vez, em 1925, vendeu-a ao primo Major Custódio Ribeiro Ferreira Leite, da Fazenda da Barra. A compra foi feita com a herança de sua mulher - Ozilia Soares de Morais - filha única do Coronel Isaac Soares de Morais, da Fazenda Gordura, em Monte Santo e recebida pela morte da mãe - Hermantina Soares de Morais. Com o falecimento dos pais, por partilha feita em 1979, a Fazenda Catitó passou à propriedade de Joana d'Arc que a mantém incluída na Sociedade Agrícola J. C. Ltda, gerenciada pela sua filha Maria Lucia. A Estação (de) Catitó foi inaugurada em setembro de 1912, e por muitos anos recebeu viajantes para um café com bolinhos fornecidos pela senhora do chefe, que os vendia da janela de sua sala, transformando as demoradas paradas em um programa especial. Grandes riquezas em vagões de café chegavam e saiam mais cheios ainda, levando para outras paragens o delicioso produto de nossa região. Ainda há poucos anos viam-se e ouviam-se os trens de carga nas suas ultimas viagens por trilhos, hoje, totalmente destruídos. Para nós, a estação significa história, é como voltar no tempo e imaginar como era ouvir o apito do trem, convidando as pessoas a um passeio até a cidade, para compras ou visitar algum amigo, usando seus trajes de "ir a missa", as mulheres com seus vestidos longos e suas sombrinhas e os homens de terno chapéu e bengala. Hoje, conservada exatamente como era, usamos a Sala do Telegrafo e a Sala de Espera onde eram comprados os "bilhetes", como escritório, a Casa do Chefe é habitada por uma família da comunidade e no Depósito guardamos matéria prima para ração dos animais. A Caixa D'água, abastecida por mina localizada na propriedade é responsável pela distribuição de boa água para toda a colônia da fazenda".
AO LADO: texto de Guilherme Capobianco Porto, em www.fazendacatito.agr.br

ACIMA: Sede da fazenda Catitó. Clique sobre ela para vê-la em formato maior
(do site www.fazendacatito.agr.br)
(Fontes: Adriano Martins; Guilherme Capobianco Porto; Rossana Romualdo, 2001; Kelso Medici; Relatórios oficiais da Cia. Mogiana, 1900-1976; Relação oficial de estações da Cia. Mogiana, 1937; Guias Levi, 1932-79; www.fazendacatito.agr.br/fazenda/ historico.cfm; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

A estação, sem data. Foto Kelso Medici

A estação de Catitó, em 2001. Foto Rossana Romualdo

A estação de Catitó, em 2001. Foto Rossana Romualdo

A estação em 9/2016. Foto Adriano Martins
   
     
Atualização: 20.05.2019
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.