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Q R S T U
VXY Mogiana em MG
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Arabela
Panorama
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Tronco oeste CP - 1970
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 1977
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Cia. Paulista de Estradas de Ferro (1961-1971)
FEPASA (1971-1998)
PANORAMA
Município de Panorama, SP
Linha-tronco oeste - km 709,173   SP-2643
Altitude: 269,088 m   Inauguração: 20.01.1962
Uso atual: abandonada (2018)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: 1984
 
 
HISTORICO DA LINHA: O chamado tronco oeste da Paulista, um enorme ramal que parte de Itirapina até o rio Paraná, foi constituído em 1941 a partir da retificação das linhas de três ramais já existentes: os ramais de Jaú (originalmente construído pela Cia. Rio-clarense e depois por pouco tempo de propriedade da Rio Claro Railway, comprada pela Paulista em 1892), de Agudos e de Bauru. A partir desse ano, a linha, que chegava somente até Tupã, foi prolongada progressivamente até Panorama, na beira do rio Paraná, onde chegou em 1962. A substituição da bitola métrica pela larga também foi feita progressivamente, bem como a eletrificação da linha, que alcançou seu ponto máximo em 1952, em Cabrália Paulista. Em 1976, já com a linha sob administração da FEPASA, o trecho entre Bauru e Garça que passava pelo sul da serra das Esmeraldas, foi retificado, suprimindo-se uma série de estações e deixando-se a eletrificação até Bauru somente. Trens de passageiros, a partir de novembro de 1998 operados pela Ferroban, seguiram trafegando pela linha precariamente até 15 de março de 2001, quando foram suprimidos.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Panorama foi inaugurada em 1962.

A cidadezinha já existia e era município desde 1953. A estação foi construída de forma provisória, de madeira, e acabou ficando assim até 1983, quando uma nova estação foi construída, com o mesmo estilo das outras do ramal, que eram dos anos 1940, numa atitude surpreendente da Fepasa. Esta estação foi inaugurada em 1984 e está lá até hoje. É o ponto terminal do tronco oeste da antiga Cia. Paulista, ficando ao lado da barranca do rio Paraná.

"A estação que eu conheci foi a de madeira, quando fiz uma viagem no trem da ex-Paulista até o "fim da linha", em agosto de 1977. Como eu e
minha mulher tínhamos de esperar o trem sair de volta para Bauru por cerca de três horas, ficamos jogando, sentados na plataforma de madeira até que o trem aparecesse e nós pudéssemos embarcar. Esta foi a única vez que fui a Panorama, e eu não tinha, nessa época, o costume de tirar fotografias... uma pena" (Ralph M. Giesbrecht, 1999).

Por
algum
tempo foi uma das estações operacionais da Ferroban, tendo inclusive o símbolo da empresa à sua frente, mas depois de 2001/2002 foi abandonada juntamente com toda a linha Bauru-Panorama.

Em 2006 era a biblioteca pública da cidade, mas em 2018 já estava novamente abandonada. Quanto ao porto intermodal, estava também abandonado há anos.

A empresa ADM, que detém um contrato de parceria com a ferrovia da União, no trecho que segue até o Porto Intermodal de Panorama, hoje sob concessão da ALL está retirando todos seus equipamentos do local. Os trabalhos da empresa no porto estão paralisados há anos. A expectativa era grande pela retomada do transporte ferroviário na linha que liga Bauru a Panorama, tornando mais viável a permanência da empresa no Porto Intermodal de Panorama. No entanto, parece que vencida pelo cansaço e cansada de aguardar por promessas e perspectivas a longo prazo para a implantação da Ferronorte e eficaz funcionamento da Hidrovia Tietê-Paraná, a empresa decidiu sair da cidade e engajar seus investimentos em outro local. Segundo informações de carregadores, todos os equipamentos de sua propriedade que estão no Porto Intermodal de Panorama foram retirados e serão instalados em Araguari, MG. Essa realidade, em que um investidor importante quase que desiste de manter suas atividades na região, sem dúvida, não era o que esperavam as lideranças políticas que até hoje, cada qual, dentro de suas limitações, se esforçam pela reativação da ferrovia (O Beira-Rio, 27/7/2010).

1950
ACIMA:
Anúncio de 1950, portanto doze anos antes de a ferrovia chegar à cidade, ela já era considerada como a redenção da vila florescente. A Cia. Paulista é exaltada pela sua iniciativa. 61 anos depois, a cidade é decadente: os trens deixaram de ir para lá e o porto jamais foi usado (Folha da Manhã, 1950)
ABAIXO: (CLIQUE SOBRE O ARTIGO PARA VÊ-LO EM TAMANHO MAIOR) O trem ainda não havia chegado em 1958, mas a propaganda era grande, sempre citando que o projeto era de Prestes Maia (O Estado de S. Paulo, 1/6/1958).

ACIMA: O trem da CP em Panorama, ano desconhecido (Autor desconhecido).

ACIMA: Estação de Panorama ainda a de madeira, em 1973 (Jornal do Brasil, 20/9/1973; cortesia Hugo Caramuru).

1978
AO LADO:
Bilhete usado por mim e minha esposa Ana Maria na viagem de trem da FEPASA entre a estação da Luz e Panorama, com paradas em Marilia (para troca de trem) e Bauru (na volta, onde trocamos novamente para o carro Pullman). Um ano depois e isto tudo sria impossível (Acervo deste autor datado de 16/8/1978).

ACIMA: Na estação de Panorama, o trem da agora FEPASA chegou para um bate-e-volta de sua familia, a de Manoel Romero, que entendi ser um dos entusiastas posando no estribo da locomotiva que os levou até lá em uma estação de uma estação como essa, fim de linha à beira do segundo maior rio brasileiro (o Paraná) e longe de tudo, era comum na época. Eu mesmo fiz o trajeto, permanecendo apenas três horas na cidad e passeando a pé com minha esposa, em agosto de 1977, partindo de São Paulo e voltando no dia seguintem, depois de dormir durante a volta em Bauru (Foto: Manoel Romero, em 1980).

ACIMA: O porto de Panorama, com as plataformas de desembarque onde chegavam as chatas da Navegação Meca S. A. vindas de Guaíra, no Paraná, 453 km ao sul, para o transbordo de trigo para os vagões da Fepasa, em 1986. Das chatas os grãos eram transferido para vagões graneleiros através de sugadores (Foto Revista Ferroviária, abril de 1986, acervo José H. Buzelin).

TRENS - De acordo com os guias de horários, os trens de passageiros pararam nesta estação de 1962 a 2001. Veja aqui horários em 19-- (Guias Levi).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Walter Langbeck; Silvio Rizzo; Paulo Szabadi; Artur F. da Silva; Marcelo G. Teixeira; João Baptista Lago; José H. Buzelin; Cristiano Luizão; Marcelo Braghini Ferreira; Hugo Caramuru; Jornal do Brasil, 1973; Revista Ferroviária, 1986; FEPASA: Relatório de Instalações Fixas, 1982; FEPASA: Relatório de Instalações Fixas, 1986; Folha da Manhã, 1950; Folha de S. Paulo, 1962; O Estado de S. Paulo, 1958; Cia. Paulista: relatórios anuais, 1930-69; O Beira-Rio, 2010; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

A estação primitiva de Panorama, ainda de madeira em maio de 1982. Foto FEPASA

Estação de Panorama em 1985, com o prédio recém-aberto. Autor desconhecido

A estação em fevereiro de 1987. Foto Walter Langbeck

A estação em fevereiro de 1987, com a charrete esperando os passageiros. Foto Walter Langbeck

G12 trazendo o trem de passageiros de São Paulo chegando em Panorama em 1989. Foto Artur F. da Silva

A estação de Panorama, em 1998. Foto Marcelo G. Teixeira

A estação de Panorama, em 1998. Foto Marcelo G. Teixeira

Plataforma de Panorama, em novembro de 2000. Foto João Baptista Lago

O mato toma conta de tudo no pátio de Panorama em 02/2005. Foto Paulo Szabadi

A estação em 02/2005. Foto Paulo Szabadi

A estação em 09/2005. Foto Marcelo Braghini Ferreira

Estação de Panorama em 01/06/2006. Foto Cristiano Luizão

A estação em março de 2016. Foto Silvio Rizzo
   
     
Atualização: 07.01.2023
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.