A B C D E
F G H I JK
L M N O P
Q R S T U
VXY Mogiana em MG
...
Carlos de Campos
Penha
...

ram. S. Paulo EFCB-1950
...
ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: 2011
...
 
E. F. do Norte (1879?-1896)
E. F. Central do Brasil (1896-1915?)
PENHA
Município de São Paulo, SP
Ramal da Penha - km 1,280   SP-0710
Altitude: -   Inauguração: 1879?
Uso atual: demolida   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: 1879?
 
 
HISTORICO DA LINHA: Este curto ramal, com 1240 metros de extensão, foi aberto em 1886 e teria durado até os anos 1950 ligando a estação de Guaiaúna, depois Carlos de Campos, à estação da Penha, para atender os romeiros que se dirigiam à igreja do bairro da Penha, em São Paulo. Dele hoje nada restou. Os trens de passageiros rodaram por ele de 1886 até 1915.
 

A ESTAÇÃO: Quando foi aberta a linha da E. F. São Paulo-Rio de Janeiro, também chamada de Linha do Norte, em 1875, esta ligava a estação do Norte (ao lado da estação do Braz, da São Paulo Railway) a Mogi das Cruzes. Por uma reportagem da época, não havia nem os prédios para as estações ainda (ver caixa abaixo, de 9/11/1875).

Na viagem inaugural deste trecho, os convidados que seguiram até Mogi pararam, junto a um terreno designado para a construção da futura estação. Nessa viagem "bate-volta" não houve paradas, a não ser em Mogi das Cruzes.

Durante os anos seguintes, foram sendo entregues as estações previstas, provisórias ou não.

Durante os anos seguintes, foram aparecendo notícias sobre o estabelecimento de novas paradas entre São Paulo (estação do Norte, depois Roosevelt) e Mogi. Com prédio ou sem, a primeira parada na estação da Penha possivelmente deu-se em 1879 (ver caixa abaixo, de 25/3/1879).

Falamos até agora de uma estação chamada Penha que já funcionava desde pelo menos 1879 na linha Norte-Mogi (ver caixa abaixo, de 25/3/1879) e são muitas dúvidas no que diz respeito a esta estação.

A partir de 29 de agosto de 1886, surge outra estação com o mesmo nome, como ponta de linha um ramal que ligaria a estação da Penha à outra estação do mesmo nome que foi construída na atual rua Coronel Rodovalho (ver mapas de 1930, da Sara Brasil, nos caixas mais abaixo). Começava a funcionar o antigo ramal da Penha.

A "nova" estação da Penha (deve ter sido) inaugurada com o ramal da Penha, em 29 de agosto de 1886 (veja caixas abaixo, de 1886). Era muito provável que o ramal e ela tenha surgido por anos de pressão dos habitantes do bairro. Este ramal saía de um ponto a 7,7 km da estação do Norte (Roosevelt), muito próximo ao local onde, em 1894, oito anos mais tarde, seria construída a estação de Guaiaúna - mais tarde renomeada como Carlos de Campos e que desde 2000 não existe mais - e acompanhava as atuais ruas Irapucara e General Sócrates, terminando na esquina desta rua com a rua Coronel Rodovalho, onde ficava situada a estação, hoje já demolida.

Para aumentar mais ainda as incertezas sobre as estações com o nome Penha, é sabido com base em documentação da época que, a cerca de 300 metros à frente da saída do ramal, existiu uma paradinha, cujo nome seria Parada Amândio, ou Parada Armando, um barraco de madeira que, com a abertura do ramal, foi removida de onde estava e recolocada no final do ramal da Penha, dando origem à estação da Penha. Esta parada, porém, era chamada de Penha, mesmo, pelo guia de horários de 1887 que mostrava os trens São Paulo-Cachoeira. Seria essa a Parada Amândio? ou o trem entraria pelo ramal e sairia, voltando à linha?

Aberto o tráfego com seis trens de subúrbio entre as estações do Norte e da Penha em agosto de 1886, já em dezembro
foi interrompido o tráfego - a ponte sobre o córrego que ele cruzava logo após sair da linha da, na época, E. F. do Norte, caiu.

Supõe-se que, com o alargamento de bitola do ramal de São Paulo, que foi terminado em 1908, o ramal da Penha também tenha tido a bitola alargada, pois o que existe de trilhos na região do ramal e recentemente descobertos de sob o mato existente mostram bitola larga (ver caixa abaixo, de 2021). não há indicação nos horários posteriores a 1908 de qualquer baldeação em Guaiaúna. Mas também não encontrei nada que comprovasse ou desmentisse este fato. Logo reconstruída, seguiram os trens rodando até outubro de 1915.

Alguns afirmam também que após o seu final continuavam a existir trens especiais nos dias de romaria para a igreja da Penha, próxima à estação. Note que no mapa ao pé desta página a atual rua Guaiaúna se chamava rua Lins de Vasconcelos, e a rua General Sócrates, rua da Estação. A curva do ramal é hoje a rua
Irapucara
.

Também a estação Agente Cícero, aberta em 1951 e fechada nos anos 1970 e e que ficava na variante de Poá, era chamada de estação Penha da Variante pelos usuários, mas nada tinha a ver com a estação do ramalzinho. Parece que a designação era para diferenciar uma da outra, visto que elas parecem ter coexistido por algum tempo.

Depois de desativado para passageiros, parte do ramal teria sido utilizado até os anos 1950, para transporte e lavagem de vagões de gado.

DÚVIDAS QUE PAIRAM NA HISTÓRIA DA ESTAÇÃO DA PENHA:

- Em que data foi aberta a primeira estação da Penha, aquela que ficava na linha-tronco, ao tráfego público?
- Em que data deu-se a primeira viagem de um trem da estação do Norte até a estação da Penha?
- O ramal da Penha foi aberto no final de 1886 e pôde proporcionar trens diretos à noca estação da Penha, que ficava na rua Coronel Rodovalho, bem próxima à igreja e ao casarão dos Rodovalho. Como então iam os passageiros que desembarcavam do trem em algum local da linha-tronco da E. F. do Norte para a estação da rua Coronel Rodovalho antes de a ligação por trilhos existir? A pé? Por tilburis?
- Qual era o ponto de bifurcação da linha-tronco com o novo ramal, já que a estação Guaiaúna somente foi construída e inaugurada em 1894?
- Se a fotografia da estação da Penha que esta página mostra foi realmente tirada em 1905, então podemos supor que a estação mostrada na foto é de a que ficava na ponta do ramal e não a que existia desde pelo menos 1879 na linha-tronco?
- O que aconteceu depois de 1886 com a estação da linha-tronco que não tinha mais função?
- A estação que era a ponta do ramal da Penha entre 1886 e 1915 (quando o ramal parou para passageiros) foi realmente desativada em seguida ou ainda funcionou por algum tempo?

1875
AO LADO: Horarios para as viagens do ramal. Início de operações neste dia 9 de novembro fala que não havia ainda estações construídas no trecho, nem mesmo a de Mogi, nem o nome de qualquer outra estaç~eos é citado (Penha ou mesmo Norte, além das outras) - CLIQUE SOBRE O ARTIGO PARA VÊ-LO INTEIRO) (A Provincia de S. Paulo, 29/08/1886).

1879
AO LADO: A mais antiga menção à estação da Penha que consegui encontrar foi a que consta deste horário dos trens, que, em 1879, já paravam na estação Penha (A Provincia de S. Paulo, 25/03/1879).


ACIMA: Em 1884, a E. F. do Norte já tinha um trem que ia para a Penha nos dias de festa. Mas ainda não existiam nem o ramal, nem a estação da Penha. Em qual estação esses trens paravam para que os passageiros pudessem descer e seguir à pé para a igreja da Penha? (A Provincia de S. Paulo, 3/9/1884).

1886
AO LADO: Autorização para a construção do ramal (A Provincia de S. Paulo, 21/3/1886).

ACIMA: O ramal da Penha estava autorizado para ser construído em março de 1886 (A Provincia de S. Paulo, 21/3/1886)

1886
AO LADO: Horarios para as viagens do ramal. Início de operações neste dia 29 de agosto (A Provincia de S. Paulo, 29/08/1886).

1886
AO LADO: Autorização provisoria para funcionamento do ramal (A Provincia de S. Paulo 29/08/1886).

ACIMA: Inauguração do ramal da Penha, em 1886 - anuncio de outro jornal (Correio Paulistano, 29/8/1886).

1886
AO LADO: Horarios para as viagens do ramal. Início de operações neste dia 29 de agosto (A Provincia de S. Paulo, 29/08/1886).

1886
AO LADO: Inauguração em 29 de agosto. Horarios em outra reportagem no mesmo dia, mais acima deste dia 29 de agosto (A Provincia de S. Paulo, 29/08/1886).


ACIMA: Autorização agora pelo Ministerio da Agricultura para tráfego provisório no ramal da Penha, em outubro de 1886. Mas o trem já andava desde 29 de agosto (A Provincia de S. Paulo, 3/10/1886).

1888
AO LADO: O ramal já funcionava em maio de 1888 (A Provincia de S. Paulo, 3/5/1888).

AO LADO: Em 1898, a estação valorizava os terrenos e casa à sua volta (O Estado de S. Paulo, 1/1/1898)

1915
AO LADO: Notícia do fim do ramal da Penha para passageiros em outubro de 1915 (O Estado de S. Paulo, 12/10/1915).

ACIMA: O ramal da Penha, já estava desatiado para passageiros em 1930, mas sua curva inicial ainda tinha trilhos, por causa da movimentação de carros de lavagem de gado. Sua continuação não tinha mais trilhos e se liga ao mapa abaixo pela parte de cima no mapa (Sara Brasil, 1930).

ACIMA: Continuação (para oeste) do mapa mais de cima. Nesse trecho,O leito do ramal da Penha, já estava sem trilhos após a grande curva que pode ser vista no mapa imediatamente acima a este em 1930, (Sara Brasil, 1930).

ACIMA: Foto de vestígios do antigo ramal da Penha da EFCB, em 2021. Os trilhos estavam escondidos no mato, atrás de um muro na rua José Martinho de Moura Baptista. Derrubaram o muro e o local estava sendo revitalizado, dizem que vão fazer um parque, mantendo os trilhos. Aparentamente são de bitola larga, sendo esta a primeira referencia que tenho de que a bitola do ramal teria realmente alrgada para 1m60 em alguma época (Texto: Rafael Silva, 06/09/2021).

(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Paulo Mendes; Wanderley Duck; Robson Souza; A Provincia de S. Paulo, 1886 e 1888; Guia Levi, 1908-09 e 1925)
     

O mapa dos anos 1910 mostra o ramal da Penha, saindo da estação de Guaiaúna - ou bem perto dela - , fazendo uma curva de quase 180 graus e chegando na estação da Penha, na esquina com a rua Coronel Rodovalho. Mapa de São Paulo, anos 1910, Biblioteca Municipal de São Paulo

Estação da Penha, em foto de 1905. Acervo Memorial Penha de França, extraído do livro SPR - Memórias de uma inglesa, M. Lavander Jr. e P. A. Mendes, 2005

A casa do Ministério da Agricultura...

...e o muro de arrimo feito em pedras. Fotos Robson Souza
   
     
Atualização: 29.09.2021
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.