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VXY Mogiana em MG
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Santa Fé do Sul
Presidente Vargas
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Tronco EFA-1970
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: 2023
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E. F. Araraquara (1952-1969)
PRESIDENTE VARGAS
Município de Rubinéia, SP
Linha-tronco - km 431,129 (1960)   SP-0381
Altitude: 313 m   Inauguração: 18.10.1952
Uso atual: submersa   com trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d (já destruído)
 
 
HISTORICO DA LINHA: A Estrada de Ferro de Araraquara (EFA) foi fundada em 1896, tendo sido o primeiro trecho aberto ao tráfego em 1898. Em 1912, já com problemas financeiros, a linha-tronco chegou a São José do Rio Preto. Somente em 1933, depois de ter sido estatizada em 1919, a linha foi prolongada até Mirassol, e em 1941 começou a avançar mais rapidamente, chegando a Presidente Vargas em 1952, seu ponto final à beira do rio Paraná. Em 1955, completou-se a ampliação da bitola do tronco para 1,60m, totalmente pronta no início dos anos 1960. Em 1971 a empresa foi englobada pela FEPASA. Trens de passageiros, nos últimos anos somente até São José do Rio Preto, circularam até março de 2001, quando foram suprimidos.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Presidente Vargas foi inaugurada em 1952, na cidade paulista de Rubinéia. O nome da nova cidade surgiu do amor de Rubens e Néia (Nair), nomes de marido e mulher que possuíam a terra onde hoje é a localidade.

A estação era, efetivamente, chamada de Rubinéia pelo povo, e era o fim da linha da E. F. Araraquara. Note-se que o nome homenageando Getulio Vargas era quase uma heresia no Estado de S. Paulo: ele era e ainda é persona non grata para os governantes paulistas.

O nome da estação foi dado, no entanto, porque já existia ali, desde 1940, quando Vargas estava no poder, um povoado com o nome do presidente (veja caixa abaixo) que substituiu um nome bem antigo no Estado - o Porto do Tabuado. E, em 1952, quando da inauguração da ferrovia naquele ponto, Vargas ainda era presidente (depois de um intervalo entre 1945 e 1951).

A partir dali a EFA aguardaria a construção da ponte ferroviária sobre o rio Paraná, para chegar talvez a Cuiabá, no Mato Grosso. A ponte acabou finalmente sendo construída somente nos anos 1990, e ligou os trilhos da antiga Araraquarense aos da Ferronorte, construída por Olacyr de Morais. A ponte, entretanto, passou por outro ponto.

A estação e a cidade original acabaram inundados pela barragem, em 1973. Segundo outras informações, já em 1969 a estação deixara de atender aos trens, sendo o ponto terminal da E. F. Araraquara transferido para a estação de Santa Fé do Sul. Sobraram, debaixo d'água, somente os pilares da plataforma da estação. Existe ali perto hoje a cidade de "Nova" Rubinéia. Os trilhos que vão para a ponte da Ferronorte passam por outro lugar. "Não encontrei coordenadas confiáveis de onde encontraria a estação de Presidente Vargas. Foi inundada em 1973, mas uma vez uma pessoa de lá me disse que na seca quando o nível da barragem desce é possível ver suas ruínas" (Rodrigo Cabredo, 2001).


Em julho de 2023, estive na região e pude observar o lago, mas não havia seca suficiente para que os pilares aparecessem sobre as águas. Realmente, foram reportados por habitantes de Santa Fé do Sul e de Aparecida do Tabuado (esta, município do outro lado da ponte rodoferroviária já no estado de Mato Grosso do Sul) diversas vezes em que os pilares estiveram visíveis no rio.

1940
À ESQUERDA: O povoado ganha o nome 20 anos antes da abertura da estação (O Estado de S. Paulo, 5/1/1940).

1960
À ESQUERDA: Os primeiros trens correrão dia 22 de março (O Estado de S. Paulo, 19/03/1960).
ACIMA: A cidade de Rubineia original e que foi sumergida sob as águas da barragem nos anos 1970 (Autor desconhecido - data: provavelmente anos 1960).

1953
À ESQUERDA: Apenas sete meses após a inauguração das estações do trecho Jales a Presidente Vargas, o trem P1 da EFA já passava a seguir diretamente para a estação terminal sem baldeação em Jales, até 1952 o ponto final da linha (Folha da Manhã, 1/5/1953).
























1962
À DIREITA: Em 1962, novas composições com nove dos novos carros da EFA (prateados e aom a inscrição lateral "ARARAQUARA" passaram a fazer o trecho da linha-tronco até Presidente Vargas (Folha da Manhã, 1962).


ACIMA: A mudança da cidade e a demolição da estação - esta, citada no final da reportagem, sob o título "Estação da FEPASA" (O Estado de S. Paulo, 6/4/1973).

(Fontes: Rafael Corrêa; Rodrigo Cabredo; Walter Langbeck; O Estado de S. Paulo, 1973; VEJA, 1974; Folha da Manhã, 1953; Folha de S. Paulo, 1962 e 1974; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

Os restos da estação em 12/1974, na revista VEJA

A plataforma da estação, em 1987, aparecendo das águas da represa. Foto Walter Langbeck

A plataforma, no mesmo dia de 1987, com árvores mortas em volta. Foto Walter Langbeck
     
     
Atualização: 03.08.2023
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.