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VXY Mogiana em MG
Indice de estações
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Ilha de Flores
Cortez
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Linha Sul (1940)
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: S/D
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E. F. Ribeirão a Bonito (anos 1890-1907)
Great Western (1907-1950)
Rede Ferroviária do Nordeste (1950-1970)
CORTEZ
Município de Cortês, PE (veja a usina Pedrosa)
Ramal de Cortez - km 116 (1960)   PE-3386
Altitude: 305 m   Inauguração: anos 1890?
Uso atual: centro cultural (2013)   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
 
HISTORICO DA LINHA: A Estrada de Ferro de Ribeirão a Bonito, que partia da estação de Ribeirão, na linha Sul da RFN desde provavelmente os últimos anos da década de 1890, foi adquirida pela Great Western em 1907 e se tornou o ramal de Cortez, com pouco menos de 30 km de extensão e sem jamais ter sido prolongado até Bonito. O ramal seguiu operando até 1970, quando foi desativado.
 

A ESTAÇÃO: "Nos últimos anos do século 19, Cortez já possuía sua feira semanal, mas dois grandes acontecimentos concorreriam definitivamente para a sua sobrevivência e prosperidade: o primeiro foi a organização da Companhia da Estrada de Ferro de Ribeirão a Bonito, cuja construção interrompida deixava em Cortez o seu ponto terminal. Com 29 quilômetros de estrada, o ramal foi posteriormente, em 1904, anexado à Great Western; o segundo foi a fundação, a 7 km de Cortez, da Usina Pedrosa, pelos descendentes do Barão do Bonito, aproveitando o estímulo do Barão de Lucena, que governava o Estado. A usina foi inaugurada em 1892 e trouxe melhores condições econômicas para a região" (Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, IBGE, volume XVIII, 1958).

Segundo José de Anchieta Ferreira, a data da construção da estação é 10 de agosto de 1889, e sua inauguração se deu no dia 04 de janeiro de 1890.

Quando a GWB a incorporou, estava provavelmente com problemas, pois, acima, vê-se que ela teria de investir no seu leito para recuperá-la. A data de inauguração citada mais abaixo (1 de julho de 1907) é apenas a data de incorporação da estação e da ferrovia à GWB (segundo uma das fontes).

Em 1907 (vejam que outra fonte dá outra data), a Great Western do Brasil incorporou a Estrada de Ferro de Ribeirão a Bonito, com o compromisso de reconstruir parte da ferrovia, que já tinha tráfego, e a apresentar os estudos ao Governo para o prolongamento de Cortez até a cidade de Bonito. Desde quando operava esta ferrovia? As pouquíssimas informações me levam a supor década de 1890.

Outras referências a esta antiga ferrovia dão-lhe o nome de E. F. de Ribeirão a Pesqueira, tendo como principal acionista o Barão de Serinhaem. Pode ter sido esta o objetivo inicial da ferrovia: afinal, Pesqueira está numa linha quase reta entre as cidades de Ribeirão, de onde saía o ramal, Cortez, Bonito e ela. O ramal jamais passou de Cortez.

A usina foi centro de conspiração no período pré-revolução de 1930. Carlos Cavalcanti, mais tarde Governador do Estado, era na época gerente da Usina e refugiou ali diversos revolucionários, entre os quais João Alberto, que chegou a construir (quando? nessa época?) alguns quilômetros de estrada de ferro da usina, usando nome falso (João Dias).

"Em 1929, a usina possuía um grande número de propriedades agrícolas, com capacidade de produção de 70.000 toneladas de cana. Tinha uma via férrea de 34 quilômetros, cinco locomotivas e 110 carros e vagões. Possuía capacidade para processar 500 toneladas de cana e fabricar 4.000 litros de álcool em 22 horas. Na época da moagem trabalhavam na fábrica cerca de 200 operários (...) Em 1965, a usina foi vendida (...) Os novos donos acabaram com as estradas de ferro e locomotivas, transformadas em ferro-velho, compraram tratores e caminhões e iniciaram a construção de estradas de rodagem" (www.fundaj.gov.br/notitia).

A cidade tornou-se município somente em 1953.

Sinais dos trens da RFN e da Usina ainda eram marcantes nos anos 1950, como afirma a enciclopédia do IBGE de 1958, onde apitos de locomotivas se misturavam às sirenes e à banda nas festas comemorativas da cidade; uma das cascatas do município era chamada de Quilômetro 25 por estar ao lado da linha provavelmente nesse ponto - lembremo-nos que o ramal tinha apenas 29 quilômetros.

Não sei da situação da estação, desativada em 1969.

"O trem de carga (cana) parou no dia 19 de março de 1970. No ano de 1973, os trilhos foram arrancados. O município comprou o prédio da Rede ferroviária Federal no dia 06 de junho de 1974, bem como a antiga caixa dágua qua abastecia a locomotiva, localizada a cerca de 300 metros da estação" (José de Anchieta Ferreira, 2008).

A usina Pedrosa ainda funciona.

Segundo relata André Luís, do blog http://memoriaferroviariadepe. blogspot. com.br, em 6/3/2013: "Cortês, estação terminal da linha. Esta, preservada pela prefeitura local, mantém seus traços originais e está em bom estado de conservação. Localizado na área central da cidade, este velho prédio guarda a memória do trem que fazia a ligação entre Ribeirão e Cortês".


ACIMA: A linha do ramal dentro do município de Cortez, anos 1950. Curiosamente, não há nenhuma menção à localização da Usina Pedrosa, na época a principal atividade econômica da cidade, nem às suas linhas férreas, que ainda existiam (Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, IBGE, volume XVIII, 1958).

ACIMA: As duas linhas, na rua Celso Borba, nos anos 1950, pertencem ao pátio da estação de Cortez. Com isso, mostra-se que a ferrovia passava nas ruas da cidade. Foto Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, IBGE, volume XVIII, 1958.

ACIMA: Em 1966, a discussão sobre acabar ou não com os trens de passageiros para Cortez (Diario de Pernambuco, 16/7/1966).

(Fontes: José de Anchieta Ferreira; André Luís; http://memoriaferroviariadepe. blogspot.com.br; www.museudouna.com.br; www.cprh.pe.gov.br/downloads; www.fundaj. gov.br/notitia; www.bndes.gov.br/conhecimento/revista/rev1707; IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, volumes IV e XVIII, 1958; Estevão Pinto, História de uma estrada de ferro no Nordeste, 1949; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Mapa - acervo R. M Giesbrecht)

     

A estação em 16/03/2008. Foto José de Anchieta Ferreira

A estação em 16/03/2008. Foto José de Anchieta Ferreira

A estação em 16/03/2008. Foto José de Anchieta Ferreira

Em 2013, a pintura já era outra. Foto André Luís
   
     
Atualização: 15.07.2018
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.