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VXY Mogiana em MG
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Achilles Stengel-nova
Nova Galícia-nova
Cerro Pelado-nova
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IBGE - 1957

Itararé-Uruguai, SC - 1965
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: 2004
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Rede de Viação Paraná-Santa Catarina (1950-1975)
RFFSA (1975-1996)
NOVA GALÍCIA-NOVA
Município de Porto União, SC
linha Itararé-Uruguai - km 545 (1960)   SC-0488
Altitude: 1.035 m   Inauguração: 14.03.1950
Uso atual: moradia (2014)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: 1950
 
 
HISTORICO DA LINHA: A linha Itararé-Uruguai, a linha-tronco da RVPSC, teve a sua construção iniciada em 1896 e o seu primeiro trecho aberto em 1900, entre Piraí do Sul e Rebouças, entroncando-se em Ponta Grossa com a E. F. Paraná. Em 1909 já se entroncava em Itararé, seu quilômetro zero, em São Paulo, com o ramal de Itararé, da Sorocabana. Ao sul, atingiu União da Vitória em 1905 e Marcelino Ramos, no Rio Grande do Sul, divisa com Santa Catarina, em 1910. Trens de passageiros, inclusive o famoso Trem Internacional São Paulo-Montevideo, este entre 1943 e 1954, passaram anos por sua linha. Os últimos trens de passageiros, já trens mistos, passaram na região de Ponta Grossa em 1983. Em 1994, o trecho Itararé-Jaguariaíva foi erradicado. Em 1995, o trecho Engenheiro Gutierrez-Porto União também o foi. O trecho Porto União-Marcelino Ramos somente é utilizado hoje eventualmente por trens turísticos de periodicidade irregular e trens de capina da ALL. O trecho Jaguariaíva-Eng. Gutierrez ainda tem movimento de cargueiros da ALL.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Nova Galícia-nova foi inaugurada em 1950, juntamente com a variante do morro de São João (Porto União da Vitória-Matos Costa). "A nova estação foi aberta no dia do meu batizado", conta Irene, uma descendente de poloneses que viveu anos e anos na colônia e hoje mora em Porto União.

A variante, que substituiu o trecho original da E. F. São Paulo-Rio Grande, de 1908, é uma subida constante com seis túneis: a estação de Porto União da Vitória está a mais de 650 m e a de Matos Costa a mais de 1100 m.

O pátio da estação nova - que fica a dois quilômetros da colônia e da estação antiga - estava abandonado em 2014, com algumas casinhas de ferroviários invadidas por famílias, incluindo a própria estação, com um do cômodos servindo de alojamento com vários colchões no chão. Os outros cômodos estavam depredados. Das três linhas do pátio somente sobrava uma, que não via um trem sequer pelo menos desde 1996.

A mudança da estação de Nova Galícia para cerca de dois km da colônia apressou a decadência e esvaziamento desta. A colônia hoje é habitada apenas por cerca de seis famílias que resistem a sair de lá. Há mais umas vinte famílias em locais mais afastados, espalhadas por um raio de quatro quilômetros. Triste situação para uma colônia que já chegou a ter quase setecentos habitantes, nos anos 1930. Já na época da mudança da estação, em 1950, havia apenas 47 famílias morando lá. Estas passaram a ter de se utilizar de troleis e carroças, ou mesmo seguir a pé, para ir da estação nova à vila.

Em setembro de 2004, o trem da ABPF puxado por uma velha locomotiva da antiga RMV passou por ali rumo a Piratuba, trazendo de novo os sorrisos em meio à desolação (Fonte: Irene Rucinsky, Porto União, SC, em 12/09/2003).

Teodoro Naconeski, 74 anos, foi contramestre da RVPSC por quase 30 anos. Aposentado há 27 anos, vive com a mulher a poucos metros da estação de Nova Galícia. O casal cria galinhas e é dono da bodega, e morou numa das casas da RFFSA. Como queriam criar porcos e vacas, tiveram que se mudar. O abandono do patrimônio dói no coração dos descendentes de ucranianos. "Está tudo jogado, casas foram incendiadas e paredes estão vindo abaixo", observam. Entre as lembranças, o boné verde da chefia. "Há dezoito anos não se escuta mais apito de trem (de passageiros) por aqui", diz. Um reumatismo obriga Naconeski a caminhar agarrado ao balcão de madeira, "herança do frio do inverno", acredita.
(texto do Diário Catarinense, 27/07/2002)

(Veja também NOVA GALÍCIA)
     

Estação de Nova Galícia, em construção, em 1940, dez anos antes da inauguração. Foto dos relatórios da RVPSC

Casas da vila ferroviária na estação de Nova Galícia, em 1940, dez anos antes da inauguração. Foto dos relatórios da RVPSC

A estação, em 13/09/2003. Foto Ralph M. Giesbrecht

A placa da estação, em 13/09/2003. Foto Ralph M. Giesbrecht

A estação, em 13/09/2003. Foto Ralph M. Giesbrecht

A estação, em 13/09/2003. Foto Ralph M. Giesbrecht

A estação, em 13/09/2003. Foto Ralph M. Giesbrecht

Muitos anos se passaram mas o trem voltou em 09/2004, passando por ali rumo ao sul. Uma pausa na desolação. Foto Nilson Rodrigues

Casas do patio em ruínas em 2014. Foto Paulo Stradiotto
     
     
Atualização: 20.08.2022
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.