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VXY Mogiana em MG
Siga a linha:
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(1900-1989):
Ponta Grossa
Oficinas
Rio Tibagi
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Ramal de Oficinas (1989-2003): Caracará
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IBGE - 1957
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2007
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Cia. E. F. S. Paulo-Rio Grande (1900-1942)
Rede de Viação Paraná-Santa Catarina (1942-1975)
RFFSA (1975-1996)
OFICINAS
Município de Ponta Grossa, PR
linha Itararé-Uruguai - km 255,602 (1936)   PR-0402
Altitude: 894 m   Inauguração: 01.01.1900
Uso atual: demolida   com trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d (já demolido)
 
 
HISTORICO DA LINHA: A linha Itararé-Uruguai, a linha-tronco da RVPSC, teve a sua construção iniciada em 1896 e o seu primeiro trecho aberto em 1900, entre Piraí do Sul e Rebouças, entroncando-se em Ponta Grossa com a E. F. Paraná. Em 1909 já se entroncava em Itararé, seu quilômetro zero, em São Paulo, com o ramal de Itararé, da Sorocabana. Ao sul, atingiu União da Vitória em 1905 e Marcelino Ramos, no Rio Grande do Sul, divisa com Santa Catarina, em 1910. Trens de passageiros, inclusive o famoso Trem Internacional São Paulo-Montevideo, este entre 1943 e 1954, passaram anos por sua linha. Os últimos trens de passageiros, já trens mistos, passaram na região de Ponta Grossa em 1983. Em 1994, o trecho Itararé-Jaguariaíva foi erradicado. Em 1995, o trecho Engenheiro Gutierrez-Porto União também o foi. O trecho Porto União-Marcelino Ramos somente é utilizado hoje eventualmente por trens turísticos de periodicidade irregular e trens de capina da ALL. O trecho Jaguariaíva-Eng. Gutierrez ainda tem movimento de cargueiros da ALL.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Oficinas foi inaugurada em 1900. Ficava já cerca de 200 m da entrada das oficinas da Brasil Railways e, depois, da RVPSC em Ponta Grossa.

Com a modificação nas linhas de Ponta Grossa a partir de 1969, a estação acabou, em 1989, por ficar fora da linha principal; um
ramal, entretanto, continuava a ligar o pátio à estação de Caracará para que se desse acesso a ela.

O ramal terminava em 2004 pouco além dos portões traseiros de Oficinas; fora, portanto, junto à antiga vila ferroviária, existia um cemitério de vagões, e os trilhos acabavam um pouco adiante. Eram nestes trilhos e desvios que passavam antigamente os trens da linha Itararé-Uruguai, no sentido da estação de Rio Tibagi.

"Nos anos 1950, na minha meninice, quando eu tinha entre 6 e 10 anos, a estação era de madeira e tinha duas plataformas no entroncamento do tronco sul da antiga EFSP-RG com a antiga linha E. F. Paraná. A pequena estação em suas duas plataformas, era parada para trens de passageiros e de carga, depois para trens mistos, que iam e vinham do norte e do sul, ou de/para Curitiba. Lembro-me de ali perto, numa madeireira, que também tinha plataforma para a linha de Curitiba, eu e a piazada da Vila Oficinas, íamos brincar com as vagonetes que deslizavam sobre aquela plataforma. A estação, inclusive, em data que não lembro, mas eu já era quase adulto, sofreu grave desastre ferroviário, quando uma composição vinda da estação central de Ponta Grossa, a Norte, disparou na curva que descia até à estação, atingindo-a e quase a destruindo. Ao albarroar a estação, a composição parou, deixando o pequeno prédio tombado e semi-destruído".

De qualquer forma, a uns 500 metros da entrada do pátio de
Oficinas
, mas já na linha que hoje segue para Desvio Ribas, ou seja, a ligação entre essa estação e o pátio e que antigamente era a linha que ligava Ponta Grossa a Curitiba, existia uma parada abandonada, que algumas pessoas chamavam de Parada Oficinas. Pela arquitetura deve ter sido construída nos anos 1970 e deve ter sido utilizada por pouco tempo pelos trens que partiam da cidade no sentido de Curitiba nos anos 1970 e 1980.

Em 2020, segundo Marciel Rodrigues, existia um parque com pistas de caminhada no local onde existiam as linhas, e da estação só sobravam as armações do telhado.

Esta página contou com a colaboração de Reinaldo Emanuel Hansen, nascido em 1944. Viveu até 1990 no bairro de Oficinas, Ponta Grossa e testemunhou boa parte da história da Vila Ferroviária, da estação e das oficinas da RVPSC. Suas informações foram prestadas em 2009, quando, aposentado, aos 65 anos, pesquisava a história da família e da RVPSC em Ponta Grossa.


Nas Oficinas de Ponta Grossa trabalhou e morou no bairro ao lado meu avô, Hugo Giesbrecht, nos anos 1920 até 1933, quando, já como chefe de tráfego, saiu da Rede e foi para São Paulo. Meu pai, Ernesto Giesbrecht, nasceu em Ponta Grossa em 1921 (o autor do site).

ACIMA: O trem chega à estação de Oficinas em 1980 (Autor desconhecido).

ACIMA: O fim dos trilhos após o pátio hoje cercado das Oficinas, ou "de" Oficinas. O pátio está atrás, ao longe, junto às árvores do fundo. Essa linha que aí acaba, era, até 1989, a linha original da São Paulo-Rio Grande construída em 1900 e que seguia além desse triste final até União da Vitória e dali para o Rio Grande do Sul (Foto Ralph M. Giesbrecht, 17/01/2004).

ACIMA: Mapa esquemático da localização da antiga estação de Oficinas em relação às oficinas e outros pontos da ferrovia e da cidade de Ponta Grossa. Onde está grafado "Estação Tibagi" (indicando para onde a linha seguia), fica mais ou menos o ponto capturado na fotografia acima. A linha que segue de Ponta Grossa para Tibagi era a linha da São Paulo-Rio Grande (ainda está praticamente em todo o trecho mostrado no mapa em seu lugar). Também estão ainda no lugar os trilhos do ramal para Caracará e Curitiba, da antiga E. F. Paraná (Mapa formatado por Reinaldo Emanuel Hansen em maio de 2009).


ACIMA: LINHA DA MANOBRA - Existia a chamada "linha da Manobra" (em vermelho), entre as oficinas da Rede e o pátio central da estação de Ponta Grossa; a "manobra" era uma composição usada para trazer e levar os operários das oficinas que não moravam no bairro. A linha era uma variante, que pode ter sido o trecho original do tronco-sul. Já foi erradicada. 2. LINHA TRONCO DA EFSP-RG e depois da RVPSC (em amarelo) - ainda com trilhos até próximo `estação de Ponta Grossa, e boa parte não é mais utilizada. LINHA ORIGINAL DA E. F. PARANÁ - A linha em azul permanece apenas como precária ligação entre as oficinas da ALL e o pátio de Cará-Cará e serve, também, a partir da área industrial, para servir várias fábricas, como a da antiga Quimbrasil, hoje sob controle da Bunge (junto à rodovia que vem de Curitiba). CLUBE DOS FERROVIÁRIOS E ASSOCIAÇÃO RECREATIVA DOS HOMENS DE TRABALHO - Fundada em 1917, numa área original que hoje é bem maior, doada pela família Piva. Ao lado da antiga sede do clube havia a sede do Sindicato dos Ferroviários de Ponta Grossa, envolvido, nos anos 1940 e 1950, no movimento sindical dominado pelo PCB. OPERÁRIO FERROVIÁRIO ESPORTE CLUBE, fundado em 1913 pela fusão de dois times ferroviários. Seu primeiro campo situava-se onde hoje fica a Vila Ferroviária e a antiga Capelania da Rede. PÁTIO DAS OFICINAS DA EFSP-RG E DA RVPSC - Criado em 1900 com a estação de Oficinas. Hoje pertence à ALL. A ligação sul até a estação Tibagi foi erradicada. O antigo tronco Itararé-Uruguai liga-se com a estação de Uvaranas, aberta em 1969, através de uma variante entre a antiga estação Tibagi (hoje erradicada) e a estação Desvio Ribas. CAPELANIA DA RVPSC - Criada em 1951, com a construção da capela de São Cristóvão e a vinda do padre capuchinho frei italiano Elias. Ela criada, ao que parece, dado ao movimento sindical dos ferroviários, tido como "anarquista", nos anos 1940 (Google Maps, formatação e comentários de Reinaldo Emanuel Hansen em maio de 2009).

(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Reinaldo Emanuel Hansen, 2009; ABPF - Paraná; RVPSC: Horário dos Trens de Passageiros e Cargas, 1936; IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1958; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

No pátio da estação de Oficinas, durante a revolução de 1930. Foto do acervo da ABPF-Paraná

O pátio de Oficinas, ao fundo. Foto Ralph M. Giesbrecht em 17/01/2004

Próximo à entrada do pátio de Oficinas, uma parada abandonada ao sul da estação demolida, na linha de Caracará, que segundo R. E. Hansen serviu a uma empresa que ali carregava nos anos 1980. Oficinas. Foto Ralph M. Giesbrecht, em 27/06/2007
     
     
Atualização: 24.05.2020
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.