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Tapuia
Rincão
Guatapará
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Saída para o ramal de Jaboticabal (1930-1969):
Timbiras
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Tronco CP-1935
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2004
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Cia. Paulista de
Estradas de Ferro (1892-1971)
FEPASA (1971-1998) |
RINCÃO
Município de Rincão, SP |
Linha-tronco - km 285,759 (1958) |
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SP-2232 |
Altitude: 521 m |
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Inauguração: 01.04.1892 |
Uso atual: Prefeitura Municipal e Centro Cultural
(2015) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: c.1915 |
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HISTORICO DA LINHA: A linha-tronco
da Cia. Paulista foi aberta com seu primeiro trecho, Jundiaí-Campinas,
em 1872. A partir daí, foi prolongada até Rio Claro, em 1876, e depois
continuou com a aquisição da E. F. Rio-Clarense, em 1892. Prosseguiu
por sua linha, depois de expandi-la para bitola larga, até São Carlos
(1916) e Rincão (1928). Com a compra da seção leste da São Paulo-Goiaz
(1927), expandiu a bitola larga por suas linhas, atravessando o rio
Mogi-Guaçu até Passagem, e cruzando-o de volta até Bebedouro (1929),
chegando finalmente a Colômbia, no rio Grande (1930), onde estacionou.
Em 1971, a FEPASA passou a controlar a linha. Trens de passageiros
trafegaram pela linha até março de 2001, nos últimos
anos apenas no trecho Campinas-Araraquara. |
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A ESTAÇÃO: O povoado já
existiria em 1884, quando os proprietários de terras do local,
então um bairro rural afastado no município de Araraquara,
ouvindo que a então Companhia Rio Clarense iria levar suas
linhas até ali, construíram uma igreja dando o nome
de Rincão ao povoado de 3 ou 4 casas de taipa que tinha
o nome do córrego ali perto, Paciência.
A estação
de Rincão foi inaugurada em 1891 de forma provisoria (segundo noticia de jornal da época - ver caixas de 1891, abaixo) e depois de forma definitiva em 1892 (segundo relatórios da Cia. Paulista).
A partir de 1901, passou a ser ponto de bifurcação da linha, com a
inauguração do ramal do Mogi-Guaçu, que chegaria a Pontal
dois anos mais tarde.
A partir de 1928, com o alargamento de bitola
da linha que transformaria em tronco o trecho Rincão-Passagem-Bebedouro,
passou a ser o ponto de saída do agora chamado ramal de Jaboticabal,
antiga linha-tronco em bitola métrica, até então. Este ramal foi extinto
em janeiro de 1969.
Também em 1928, chegaria à estação a eletrificação
da linha. de Monteiros, uma derivação que ia para Ribeirão
Preto.
"A Cia. Paulista nos levava da Estação da Luz até
Rincão, onde acabava a alimentação elétrica. Não dá para esquecer
os vagões azuis impecáveis da Paulista. Em Rincão, saía a locomotiva
elétrica e entrava a máquina diesel, que nos deixava em Guatapará
e seguia para Barretos. Eu adorava ver a operação de troca de locomotivas.
De Guatapará íamos de máquina a vapor para Monteiros, na fazenda onde
nasceu minha mãe. Estou falando da década de 1950" (Coryntho
Silva Filho, 08/2003).
Com a bitola alargada, a Paulista manteve
uma linha de bitola mista nos 11 km entre Rincão e Guatapará,
para que os trens de bitola métrica da Paulista pudessem atingir
a estação de Guatapará e dali, se necessário,
entrar nas linhas métricas da Mogiana até São
Simão ou Ribeirão Preto por questões
operacionais: o mesmo era válido para os trens da Mogiana.
Somente em 1949 Rincão tornou-se município. Rincão
foi a ponta dessa eletrificação até 1997, quando a Fepasa, sucessora
da Paulista, retirou os cabos aéreos, mantendo-os somente até Araraquara.
Os trens de passageiros, que seguiam, nos últimos anos, até Barretos,
acabaram por ser suprimidos em março de 1998; mesmo assim, como
um milagre, a estação estava muito bem conservada em agosto de 1998,
quando lá estive pela primeira vez, e se parecia com uma estação de
filmes antigos: as placas no lugar, o escritório arrumadinho, chefe
de estação, móveis antigos...
A plataforma era totalmente coberta,
como nas grandes estações. Infelizmente, a situação mudou rapidamente:
"Já viu como está a estação de Rincão? Com tapumes e totalmente
tomada por cheira-colas. Fui lá semana passada com esposa e filhos,
enxotando maconheiros para poder ficar um pouco no que restou de seu
belo jardim interno. Um, velhinho que estava passando falou: olha
só, isso é Brasil. Eu não sabia se sorria ou chorava. A estação e
a cidade estão tão abandonadas que é uma das poucas cidades de SP
que diminuíram entre os dois últimos censos. Com Rincão aconteceu
o mesmo que pode acontecer com todas as cessões: um particular ia
transformar aquilo em sala cultural. Botou tapume em tudo, abandonou
e desapareceu. Dá ainda para ver o velho relógio da estação e indicadores
de salas" (Hélcio Tagliolato, 27/04/2001).
Em fevereiro
de 2004, a estação foi entregue reformada pela Prefeitura
e passou a servir de sede da Prefeitura - em caráter provisório,
e em centro cultural, segundo Robson Vitalli.
"Na estação de Rincão, o restaurante ligado a ela está sendo ocupado pelo primo de minha esposa que o transformou em um 'barzinho', conservando toda a estrutura original, incluindo piso, paredes, balcão, etc.. Quando o estabelecimento funcionava com a ferrovia ativa, pelo fato dos passageiros terem que fazer uma pausa para troca de locomotiva (de elétrica para diesel), eles se dirigiam para lá e comiam o famoso e delicioso sanduíche de rosbife, feito pelo dono, parente dos primos da minha esposa que ficou por mais de 30 anos no local e não divulgou a receita a ninguém" (Marcelo Antunes, 10/12/2020).
LEMBRANÇAS
DA ESTAÇÃO DE RINCÃO - DOCUMENTÁRIO DE
2003
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1891
AO LADO: Inauguração provisória da estação no dia 31 de agosto (O Estado de S. Paulo, 5/9/1891). |
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1891
AO LADO: Inauguração provisoria da estação no dia 31 de agosto (O Estado de S. Paulo, 5/9/1891). |
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1901
AO LADO: Convite para a inauguração das estações e linha de Rincão a Martinho Prado (Pradopolis) (O Estado de S. Paulo, 27/12/1891). |
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1901
AO LADO: inauguração das estações e linha de Rincão a Martinho Prado (Pradopolis) (O Estado de S. Paulo,29/12/1901). |
ACIMA: Anúncio de 1915, mostrando o restaurante
na "estação de Rincão" para os passageiros
almoçarem ou jantarem. Estaria o restaurante no próprio
prédio da estação (as portas se parecem) ou no
largo junto a ela? Afinal, na época, era costume se chamar
de estação todo o pátio ferroviário ou
até mesmo o bairro onde estava a estação - geralmente
um bairro formado pela construção da estação,
como era o caso de Rincão (João Silveira: Álbum
de Araraquara, 1915).
ACIMA: A bela fachada da estação de Rincão,
mostrando aqui o detalhe da cobertura de metal e vidro na entrada
principal (Autor e data desconhecidos).
ACIMA: Na estação
de Rincão em abril de 1975 (Foto Ivanir Barbosa).
ACIMA: Cena comum em Rincão - manobras
de troca de locomotiva elétrica para diesel (esta é
vista ao fundo, vermelha) no pátio da estação
até 1998 (Foto Carlos Roberto de Almeida nos anos 1990).
ACIMA: Na ainda majestosa gare coberta da estação
de Rincão, no ano de 1987, a locomotiva V-8 da FEPASA entra
como nos velhos tempos de Paulista, puxando o trem de passageiros
que vai estacionar alguns minutos ali, para troca de locomotivas.
Ali era o final da tração elétrica (Foto Coryntho
Silva Filho).
ACIMA: Cabine de controle de Rincão, abandonada
e depredada, em 2008. Foto Robson Souza).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Ivanir
Barbosa; Carlos Roberto de Almeida; Madalena da Silva Rodrigues; Coryntho
Silva Filho; Helcio Tagliolato; Hermes Hinuy; Verbo Arquitetura; Filemon
Peres; Robson Vitalli; Cia. Paulista: Album de 50 anos, 1918; Cia.
Paulista: relatórios anuais, 1892-1969; João
Silveira: Álbum de Araraquara, 1915; Enciclopédia
dos Municípios Brasileiros, vol. XXX, IBGE, 1958, p. 41-43;
Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |
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Atualização:
14.12.2021
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