A ESTAÇÃO: Desde 1879 já se falava na construção de uma linha férrea para a cidade. Tanto a Sorocabana quanto a Ytuana e até um grupo de fazendeiros queriam construir uma linha que se estendesse até a cidade (ver caixa abaixo, de 1879).
A estação
de Tietê foi inaugurada em 30 e 31 de dezembro de 1882, apesar de diversas idas e vindas por causa da morte inesperada de um figurão da cidade (ver caixas abaixo, de 1882).
Um mês antes, a linha já estava instalada até a cidade (ver caixas abaixo, de 1882).
Três anos depois, o jornal paulistano Diário Popular,
de 20 de janeiro de 1885, falava sobre a cidade, "distante
de Sorocaba três horas de viagem de caminho de ferro" e
que no "cemitério velho (...) encontramos (...) os restos
do infeliz Dr. Andrade, morto desastradamente na via férrea"
(...) (Benedicto P. Almeida, Cronologia Tieteense, 1980).
Até a construção das estações
seguintes da linha-tronco serem entregues (Juru-Mirim e Laranjal,
em junho de 1886), Tietê foi a ponta de linha do tronco
da Sorocabana. A partir daí, tornou-se a estação
terminal do ramal mais curto (9 quilômetros) da ferrovia.
"Efetuou-se domingo passado, 19 de maio, como fora anunciado, a
inauguração da Igreja de São José, recentemente edificada na povoação
de Cerquilho. Sábado e domingo esteve em festas aquele local, para
onde afluiu grande massa de povo desta cidade. Domingo, além dos trens
do horário, partiu desta cidade (Tietê), às 3 horas da
tarde, um trem especial, levando muitas famílias e cavalheiros que
ali foram assistir às festas. Às 7 horas da noite voltou o especial
que foi pequeno para acomodar todo o povo, havendo, por isso, necessidade
de pedir à diretoria da Sorocabana mais um trem para conduzir os que
ali tinham ficado. Era tal a aglomeração de povo que, logo Às 5 horas
da tarde, duas horas antes de partir o trem, já se achavam completamente
cheios os vagões (...)" (O Tietê, 26 de maio de 1907).
Nessa época, Cerquilho era um bairro de Tietê,
formado em volta da estação.
No ano de 1917, um incêndio no armazém ao lado da estação.
às 19 horas, foi anunciado por um silvo prolongado de uma locomotiva
a vapor e logo em seguida pelo badalo do sino da Igreja Matriz, ruídos
que, na época, avisavam a população de que algo
havia acontecido. 110 fardos de algodão que estavam no armazém
se incendiaram com fagulhas da locomotiva e se transformaram num violento
incêndio.
Um ano mais tarde, em 2 de agosto, a imprensa local afirmava que,
a partir daquela data, haveria dois trens noturnos por semana no ramal,
saindo de Cerquilho: um às segundas-feiras e outro às
sextas-feiras, saindo de Cerquilho por volta de meia-noite.
Quanto tempo terão durado estes noturnos?
Em 1925, a cidade renovava suas esperanças de ter a linha-tronco
voltando a passar por lá (ver caixa abaixo), com o anúncio
do início das obras da retificação da linha-tronco
para uma posterior eletrificação. Somente no final dos
anos 1940 isto viria a ocorrer na região, mas manteria a linha
principal longe da cidade, com o ramal.
Em 1928, foi instalado um girador de locomotivas na estação,
ao mesmo tempo em que se contruía um triângulo em Cerquilho,
saída do ramal, para "se evitar a inconveniência
da vinda do trem dali para cá em afastamento (ou seja: de ré),
com riscos de desastres aos passageiros (...) uma necessidade de há
muito justamente reclamada" (Benedicto P. Almeida, Cronologia
Tieteense, 1980).
Em janeiro de 1945, durante a construção das variantes
que deveriam ser feitas no tronco da Sorocabana para a continuação
da eletrificação da linha - no trecho entre São
Paulo e Santo Antonio (hoje Iperó), já
estava funcionando desde novembro de 1944 - esteve na cidade o Sr.
Orozimbo Soares, engenheiro da ferrovia, que teria anunciado a construção
de uma nova estação para a cidade, que substituiria
a velha, em local diferente, "na rua Esportiva, no trecho
entre as ruas Antonio Neri e 12 de Outubro". Tal estação
jamais foi construída, mantendo-se o ramal e a estação
antiga como eram. As variantes, no entanto, continuaram sendo feitas.
De qualquer forma, a velha estação e o ramal foram desativados
em 31 de dezembro de 1960, com a máquina a vapor de número
427 puxando a última composição.
O prédio da estação ainda existia em 2011 e funcionava
como albergue da Prefeitura.
"Somente posso lhe dizer que o último chefe de estação de
Tietê foi Cicero Pupatto, meu primo recentemente falecido naquela
cidade e lá sepultado" (Renê Alves de Almeida, 06/2006).
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1879
AO LADO: A cidade de Tietê quer o ramal, seja pela EFS ou qualquer putra empresa (A Provincia de S. Paulo, 19/7/1879). |
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1881
AO LADO: O terreno para a futura estação de Tietê (A Provincia de S. Paulo, 11/12/1881). |
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1882
AO LADO: Em dezenbro, a primeira locomotiva já chegava à cidade (A Provincia de S. Paulo, 04/12/1882). |
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1882
AO LADO: Discussões sobre a inauguração da estação (A Provincia de S. Paulo, 24/12/1882). |
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1882
AO LADO: A morte de um figurão da cidade pode atrsar festas e comemorações (A Provincia de S. Paulo, 28/12/1882). |
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1882
AO LADO: Vai ou não haver festas na inauguração da estação? (A Provincia de S. Paulo, 29/12/1882). |
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1882
AO LADO: Confirmada a inauguração da linha para o di dia 30 de dezembro (A Provincia de S. Paulo, 30/12/1882). |
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1882
AO LADO: A inauguração da estação de Tietê. O anuncio dava a data de 31 de dezembro de 1882 para o evento, e foi publicado no jornal até 4 de janeiro de 1883 .(A Provincia de S. Paulo, 29/12/1883). |
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1886
AO LADO: Trens atrasam em Tietê (A Provincia de S. Paulo, 22/9/1886). |
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1886
AO LADO: Trens (ainda) atrasam em Tietê (A Provincia de S. Paulo, 9/10/1886). |
ACIMA: Horário novo para a estação de Tietê, com esta com trens diretos da EFS em 1887 (A Provincia de S. Paulo, 21/7/1887).
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1900
AO LADO: Failia fogem de trem para Cerquilho por casa da epidemia de febre amarela (O Estado de S. Paulo, 26/02/1900). |
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1925
AO LADO: Tietê pede que a linha principal volte
a passar por ali (O Estado de S. Paulo, 11/9/1925).
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1925
AO LADO: Tietê pede que a linha principal volte
a passar por ali (O Estado de S. Paulo, 19/9/1925).
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OBRAS OCORRIDAS NA ESTAÇÃO
E SEU PÁTIO DE ACORDO COM RELATÓRIOS DA EFS:
1934 - Reforma e pintura da estação |
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1949
AO LADO: Novos horarios dos trens para Tietê em 1941 (O Estado de S. Paulo, 11/1/1949). |
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local;
Rafael Asquini; Renê Alves de Almeida; O Estado de S. Paulo,
1925; Benedicto P. Almeida: Cronologia Tieteense, 1980; E. F. Sorocabana:
Relatórios anuais, 1875-1964; IGG, 1928; Mapa - acervo R. M.
Giesbrecht) |