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VXY Mogiana em MG
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São Vicente
Ana Costa
Estuário
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Mairinque-Santos - 1937
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2016
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Southern São Paulo Railway (1913-1927)
E. F. Sorocabana (1927-1971)
FEPASA (1971-1998)
ANA COSTA (SANTOS-EFS)
Município de Santos, SP
Mairinque-Santos - km 126,925 (1960)   SP-0921
Altitude: 1 m   Inauguração: 22.12.1913
Uso atual: Estação da Cidadania de Santos (2016)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: 1936
 
 
HISTORICO DA LINHA: Projetada desde 1889, a Mairinque-Santos, linha que quebraria o monopólio da SPR para ligar o interior ao litoral foi iniciada em 1929 e terminada em 1937, com a ligação das duas frentes, uma vindo de Santos e outra de Mairinque. É uma das obras ferroviárias mais reportadas por livros no Brasil. Já havia, no entanto, tráfego desde 1930 nas duas partes, e o trecho desde Santos até Samaritá havia sido adquirido em 1927 da Southern São Paulo Railway, operante desde 1913. Com o fim da Sorocabana e a criação da Fepasa, em 1971, a linha foi prolongada até Boa Vista, no fim dos anos 80 (retificação do antigo ramal de Campinas). Houve tráfego de passageiros entre Mairinque e Santos até cerca de 1975, e mais tarde entre Embu-Guaçu e Santos, até novembro de 1997. A linha opera até hoje sob a administração da Ferroban.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Santos foi inaugurada em 1913, pela Southern São Paulo Railway. O nome Ana Costa era usado em algumas vezes para diferenciar da estação da SPR/EFSJ que se chamava oficialmente Santos.

Segundo o Molitor Report, raríssimo documento de consultoria apresentado à Brazil Railway, dona da Southern São Paulo Ry. em 1915, neste ano "a estação de Santos não tinha uma estação permanente de passageiros, e sem dúvida o Governo requererá o tão antes possível a construção de uma estação adequada. É fácil imaginar que isto é, pelo menos, uma necessidade política. Se, porém, sua construção puder ser adiada, ainda assim será necessário se usar o armazém de mercadorias como uma estação de passageiros provisória, construindo e pavimentando uma rua entre a estação e a avenida Ana Costa para se prover um acesso para os usuários. Um armazém adicional de mercadorias também precisará ser construído no Macuco, para o porto (Estuário?)" (Molitor Report, 1915), traduzido do inglês).

Com a compra da ferrovia pela Sorocabana, em 1927, a estação passou aos poucos a ter mais importância para a Mairinque-Santos, completada no final dos anos 1930.

Informações conseguidas por Arnaldo Ferreira Marques Júnior (1999), dão conta que a estação original de Santos era um barracão de madeira (seria ainda a estação que não era "permanente" de 1915 descrita mais acima?), mantido pela Sorocabana após a compra da ferrovia, até o ano de 1935 (os relatórios da Sorocabana dão esta data - e depois falam da construção de uma nova em 1936), quando a demoliu após inaugurar sua nova estação, exatamente a que está ali hoje, em estilo neoclássico (ver caixas abaixo de 1923/25).

Segundo consta, entretanto, a nova estação foi inaugurada oficialmente (será que já vinha funcionando provisoriamente desde 1936?) pelo Presidente Getúlio Vargas, em 26 de abril de 1938. Também Marques Júnior dá o provável motivo para a construção da estação original naquele local, em 1913 o ermo bairro afastado de Campo Grande: a facilidade de se obter um terreno grande para manobras e um pátio ferroviário e que cruzava já havia um bom tempo com uma linha de bondes urbanos que vinham do centro da cidade facilitando o acesso à estação. Tal fato acontecia também no cruzamento com a avenida Conselheiro Nébias, mas, na época, já era esse local mais sofisticado, sendo mais cara e difícil a construção de um pátio naquele ponto.

O nome de Ana Costa foi dado no início dos anos 1940, devendo-se à avenida ao lado da qual está construída, e também para ter seu nome diferenciado da outra estação de Santos, mais antiga e pertencente à SPR, depois Santos-Jundiaí. Da estação de Ana Costa, partiram os trens de passageiros para Juquiá, ainda por muitos anos, até 1997, quando foram suprimidos. Depois, os trens do TIM - Trem Intramunicipal - ainda correram até 1999, dali até Samaritá, quando também pararam.

O prédio da estação hoje desativada é tombado pelo Patrimônio Histórico de Santos. No antigo pátio de manobras da estação foi construído, em 2000, um hipermercado da rede Extra. A estação havia sido restaurada, voltou a ficar abandonada, com pichações por toda a volta, até ser restaurada novamente e entregue em abril de 2006 por iniciativa do Grupo Pão de Açúcar. Em 28/08/2006, passou a abrigar a Estação da Cidadania de Santos: atual função da estação contempla uma sala e no saguão um espaço de memória ferroviária, onde há peças históricas, fotos, videos, jornais, revistas, maquete em HO e vídeos sendo exibidos que contam um pouco da trajetória histórica da ferrovia em São Paulo, Santos, Litoral Sul e Vale do Ribeira.

Veja também: Ana Costa-VLT).

1923
AO LADO:
SSPR pede para construir nova estação... (
O Estado de S. Paulo, 8/6/1923).
1923
AO LADO:
...mas o governo do Estado nega o pedido (
O Estado de S. Paulo, 9/6/1925).
1925
AO LADO:
Apesar de ter pedido isto dois anos antes, a SSPR agora recusa-se a modernizar o prédio de madeira (
O Estado de S. Paulo, 19/1/1925).
1925
AO LADO:
A demolição do prédio de madeira seguia pendente (
O Estado de S. Paulo, 19/5/1925).

OBRAS OCORRIDAS NA ESTAÇÃO E SEU PÁTIO DE ACORDO COM RELATÓRIOS DA EFS: 1934 - Aterro do pátio; instalação de uma balança para pesar vagões; construção de casa para escriturário; construção de linhas para a balança de pesar vagões; construção de desvio para o Asilo dos Inválidos; Instalação de lâmpadas na plataforma da estação; construção de nova estação e pátio


ACIMA: Assalto a vagões no patio da estação Ana Costa em 1957 (O Estado de S. Paulo, 17/12/1957)

ACIMA: Reportagem de 1961 mostra o descontentamento com a estação de Ana Costa (Folha de S. Paulo, 20/12/1961).
ACIMA: Trem na plataforma da estação, sem data (Autor desconhecido).
ACIMA: Trem turístico da FEPASA e, à direita, o TIM, ambos parados nas plataformas da estação de Ana Costa em 1991. Nada mais disso existe hoje. O prédio da estação estava ao fundo das plataformas e não é visível na foto (Foto Carlos Roberto de Almeida, em 1/12/1991).

ACIMA: Área de embarque na estação de Ana Costa - anos 1990 (Autor desconhecido).

ACIMA: Área de embarque na estação de Ana Costa - provavelmente anos 1990 (Autor desconhecido).

ACIMA: Monograma da E. F. Sorocabana no piso da estação (Cessão André Galdino Santos - data: 25/4/2015).

ACIMA: A antiga estação em inundação causada por vazamento em tubulação na avenida em frente (A Tribuna, 22/4/2016).

(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Carlos Roberto de Almeida; A. C. Belviso; Carl Heinz Hahmann; André Galdino Santos; A. H. Del Bianco; Rafael Correa; André Galdino Santos; José H. Bellorio; Bruno Rollo; A. Gorni; A Tribuna, 2016; E. F. Sorocabana: Relatórios anuais, 1920-69; FEPASA: Relatório de Instalações Fixas, 1986; Molitor Report, 1915; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

A estação, possivelmente na época da inauguração do prédio, em 1936. Foto cedida por A. C. Belviso

Plataforma da estação, possivelmente na época da inauguração do prédio, em 1936. Foto cedida por A. C. Belviso

A estação em 1946. Foto Carl Heinz Hahmann

A estação e suas plataformas obliquas, foto dos anos 1960. Acervo A. H. Del Bianco

Pátio da estação, sem data. Foto do acervo de Rafael Correa

A estação em 1986. Foto do relatório da Fepasa desse ano


Embarque de passageiros no TIM em 01/1993. Foto José H. Bellorio

Plataforma da estação em 01/1993. Foto José H. Bellorio

Pátio da estação em 01/1993. Foto José H. Bellorio

O trem TIM chegando à estação, em 1993. Foto cedida por Bruno Rollo

Fachada da estação em 16/12/1998. Foto Ralph M. Giesbrecht

Fachada da estação em 2001. Foto Marlus Cintra

Fachada da estação em 2001. Foto Marlus Cintra

O pátio em 01/2003, com as indicações de onde ficavam as linhas antigas. Foto Bruno Rollo

A estação em 12/2008. Foto A. Gorni

A estação em 25/4/2015. Cessão André Galdino Santos
   
     
Atualização: 23.12.2021
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.