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E. F. de Nazaré
(1892-c.1967) |
ACAJU
(antiga SÃO FRANCISCO)
Município de Amargosa, BA |
Ramal de Amargosa - km 118,435 (1960) |
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BA-4405 |
Altitude: 239 m |
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Inauguração: 18.12.1892 |
Uso atual: escola (2010) |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: O Tram Road
de Nazareth foi aberto em 1875, ligando a estação de
Nazareth com a de Onha. Daí, foi avançando em pequenos
trechos, chegando somente em 1906 a Jequiriçá, a 148
km de Nazaré e no ano em que teve o nome alterado para E. F.
de Nazaré. Em seguida, novos avanços até o km
225, na estação de Jaguaquara, para finalmente, chegar
a Jequié, km 289 e estação terminal apenas no
ano de 1927 de uma estocada só. Em 1892 foi construído
o único ramal da linha para Amargosa, com 29 quilômetros
e em 1941 a linha foi prolongada de Nazaré até São
Roque, porto de mar. Funcionou até sua desativação
sob protestos no ano de 1967. |
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A estação de São
Francisco foi inaugurada em 1892 pelo Tramway de Nazaré.
Mais tarde foi renomeada como Acaju. "As chuvas torrenciais
de 1960, ainda vivas na lembrança de muitos até hoje, foi o marco
final dos trens na região. Após dias seguidos de muitas chuvas, os
rios Capivara, Caldeirão, Vermelho, que formavam o Corta-Mão (todos
estavam às margens da estrada, a poucos metros), chegaram a
níveis nunca vistos e soçobraram com os trilhos e dormentes, culminando
com o principal meio de transporte do nosso povo. A chuva atingiu
toda a região, inclusive Nazaré e foi um marco da época. Não se sabe
ao certo se o trem foi destruído pelas águas, nem o seu destino; as
estradas foram completamente arruinadas, salvo em locas mais altos,
como na sede do município de Amargosa. A estação de Acaju ficou parcialmente
submersa, uma vez que estava a pouquíssimos metros do rio Vermelho.
Não há registros oficiais dos níveis das águas, mas observando-se
os relatos de pessoas com pontos de referência para medição, é possível
que tenha chegado a incríveis 25 metros além do normal. Perderam-se
vidas, engenhos e alambiques as margens do rios (por utilizarem a
força das águas para movimentação), produções da agricultura, gado,
animais de carga, entre outros. Foram necessários meses para que as
águas chegassem aos níveis normais. Então foi aí que percebeu-se a
destruição; os trilhos haviam sido levados das estradas, estavam contorcidos,
totalmente avariados, sem condição alguma de recuperação. Nestes aspectos,
e por já ter perdido força para o automóvel, nunca mais o trem foi
visto. Era o fim de um próspero período, que certamente, cessou com
a produção local do café e do fumo, uma vez que não havia mais como
dar vazão à produção. Não havia mais interesse para reestabelecer
os trilhos. Talvez também por falta de recursos como também por medo
de perder tudo para as águas. A geografia do local não permitia a
construção fácil de uma nova estrada em terreno mais elevado. Os trilhos
deram então lugar a estradas de terra, em alguns trechos, para a circulação
de automóveis e outros, pela destruição do terreno, deixou definitivamente
de ser usado, virando matagal. A estação de Acaju passou a ser imóvel
da prefeitura, que instalou no local uma escola (Escola Municipal
Leobino Pimentel), para o ensino da Educação Básica. Não sei ao certo
após quanto tempo depois isto passou a acontecer. Esta escola, na
qual estudei, é até hoje conhecida como 'Estação' e possui duas salas
de aula, dois banheiros, uma cantina e um grande pátio. Embora tenha
perdido totalmente a arquitetura de uma estação, ainda guarda a forma
original, pelo grande pátio coberto que tem na frente. Suas paredes
são grossas, remetendo a construções antigas. Funciona como tal até
hoje" (Jeilson Barreto, 10/10/2010).
(Fontes:
Jeilson Barreto; Arquivo Nacional;
Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Mapa
- acervo R. M. Giesbrecht) |
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A estação de São Francisco por volta de
1910. Acero do Arquivo Nacional |
A antiga estação de Acaju em 10/2010. Foto Jeilson
Barreto |
A antiga estação de Acaju
em 10/2010. Foto Jeilson Barreto |
A antiga estação de Acaju
em 10/2010. Foto Jeilson Barreto |
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Atualização:
25.10.2015
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