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VXY Mogiana em MG
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Tajá
Cascata
Bauxita
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ramal de Caldas - 1970

IBGE-1960
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2016
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Cia. Mogiana de Estradas de Ferro (1886-1971)
FEPASA (1971-1998)
CASCATA
Município de Águas da Prata, SP
Ramal de Caldas - km 57,702 (1937)   SP-1119
Altitude: 1.209 m   Inauguração: 01.10.1886
Uso atual: em restauro (2017)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: anos 1930
 
 
HISTORICO DA LINHA: O ramal de Caldas foi inaugurado em 1886, para trazer mercadorias da região de São João da Boa Vista e de Poços de Caldas (na época conhecida como Caldas), já em território mineiro. O ramal seguiu, entretanto, deficitário por muitos anos, chegando a ter, de tempos em tempos, seus trens de passageiros suspenso devido a isso. Porém, acabou por ser o único de todos os ramais da Mogiana que permanece ativo até hoje, por causa do transporte de minério de alumínio da estação de Bauxita, uma antes da de Poços de Caldas. Trens de passageiros circularam pela linha até fins de 1976, quando foram suprimidos. Até meados dos anos 90, um trem turístico ainda percorria em determinadas ocasiões o ramal, mas hoje nem ele existe. Os trilhos, entretanto, foram retirados no trecho terminal em Poços de Caldas.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Cascata foi aberta com o ramal, em 1886.

Fica praticamente na divisa dos estados de São Paulo e Minas Gerais e, por isso, em 25 e 26 de julho de 1932 foram registrados ali tiroteios e fuzilaria entre as duas partes envolvidas (O Estado de S. Paulo, 4/8/1932).

Notar ao pé da página que existem dois edifícios com dístico "Cascata": um mais antigo e outro mais moderno, aquele que tem letras estilizadas típicas dos anos 1930. Serão as estações velha e
nova, que ambas se mantiveram?

Em 2004, estava em pé e em bom estado externamente, aparentemente servindo de estação para a FCA, concessionária da linha. Em 2008, já não mais servia à ferrovia. Em março de 2016, quando lá estive pela primeira vez, era já um prédio abandonado, sem uso e devassado, perdido e isolado ao lado dos trilhos.

Em agosto de 2017, estava no final de um restauro, feito a partir da própria comunidade local.

1886
AO LADO:
Os trilhos chegam a Cascata, Minas Gerais, em agosto (A Provincia de S. Paulo, 6/8/1886).
1916
AO LADO:
Em 1916: anuncia-se que a estação de Cascata terá nova função (O Estado de S. Paulo, 12/3/1916).

ACIMA: Esquema do pátio de Cascata em novembro de 1968 (Clique sobre a figura para ter maiores informações) (Acervo Museu da Companhia Paulista, Jundiaí, SP - Reprodução Caio Bourg). ABAIXO: Estação da Cascata, entre a linha e a estrada (Foto Rubens Caruso Jr. em 31/1/2012).
"Estamos a caminho do sol - disse-me um companheiro da viagem, quando o trem iniciou a subida para a Cascata, que fica 1 1.200 e poucos metros de altitude. De facto, aos poucos, fomos subindo, como para alcançar o astro-rei que fulgurava, inundando, lá em baixo, os enormes cafezaes que se perdiam no horizonte. E subindo sempre, a caminho do sol, ou seja, a caminho da saúde, da fonte de vida. Em Cascata, minuscula estação, posta no cume da cordilheira, poucos minutos de parada para que a machina recobre o folego depois da longa puxada. Uma especie de plataforma natural distancia o comboio da beira dos abysmos que vinhamos margeando. No vagão nota-se maior animação. Á modorra sonolencia da longa viagem succede a conversação que se generaliza. Abrem-se as palpebras ansiosas, buscando a méta definitiva. Depois a ultima arrancada, o deslizar suave pela pendencia da serra para pegar dentro do valle onde se ergue Poços de Caldas"
AO LADO: Texto de Willy Aureli, Folha da Manhã, 12/8/1933.

ACIMA: Pátio da estação de Cascata, sem data (Foto Amador A. Clara). ABAIXO: Dístico da estação em 2012 (Autor desconhecido).



ACIMA: Mapa de 1948 mostrando a linha na região de Cascata e Áugas da Prata, ambas em São Paulo. A estação de Cascata está no alto do mapa. PARA VER UMA AREA MAIOR CLIQUE SOBRE O MAPA (Arquivo Publico Mineiro).

(Fontes: Ralph Mennucci Giesbrecht: pesquisa local; Vanderley Zago; Danilo Capistrano; Amador A. Clara; Rubens Caruso Jr.; Luiz Claudio Vieira Lopes; Cesar Augusto Tonetti; Rodrigo Falconi; Plinio Silva Telles; Caio Bourg; Museu da Companhia Paulista, Jundiaí, SP; Folha da Manhã, 1933; O Estado de S. Paulo, 1916 e 1932; FEPASA: Relatório de Instalações Fixas, 1986; Cia. Mogiana: Relação oficial de estações, 1937; Cia. Mogiana: relatórios anuais, 1875-1969; IBGE, 1960; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

A estação de Cascata, já desativada, em 1986. Foto do relatório da Fepasa desse ano

A estação de Cascata, já desativada, em 1986. Foto do relatório da Fepasa desse ano

A estação nos anos 1980. Foto Plinio Silva Telles

Estação da Cascata em 2004. Foto Rodrigo Falconi

A antiga estação em 18/9/2008; Foto Cesar Augusto Tonetti

A estação em 25/12/2010. Foto Danilo Capistrano

A estação em 31/1/2012. Foto Rubens Caruso Jr.

A estação em 11/2015. Foto Luiz Claudio Vieira Lopes

A estação em 30/3/2016. Foto Ralph Mennucci Giesbrecht

A estação em final de restauro em agosto de 2017. Foto Vanderley Zago
   
     
Atualização: 09.03.2020
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.