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VXY Mogiana em MG
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Igarapava
Coronel Quito
Delta
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ramal de Igarapava-1935
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: 2000
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Cia. Mogiana de Estradas de Ferro (1922-1971)
FEPASA (1971-1979)
CORONEL QUITO (antiga UNIÃO)
Município de Igarapava, SP
Ramal de Igarapava - km 168,237 (1937)   SP-0072
Altitude: 501 m   Inauguração: 01.12.1922
Uso atual: demolida   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d (já demolido)
 
 
HISTORICO DA LINHA: O ramal de Igarapava foi aberto em seu primeiro trecho, em 1899, até Jardinópolis, a partir do local em que seria construída a estação de Entroncamento, um ano depois. Em 1905, chegou a Igarapava, então ainda Santa Rita do Paraizo. Em 1914, atingiria a linha do Catalão, já em Minas Gerais, pouco antes de Uberaba. O ramal atravessava as melhore terras de café do norte do Estado. Em 1979 foi fechado e substituído pela variante Entroncamento-Amoroso Costa, que correria mais a oeste da linha velha e se tornaria então a continuação do tronco retificado da ex-Mogiana. Os trilhos foram retirados por volta de 1986, sobrando apenas as velhas estações, abandonadas ou com outras funções.
 
A ESTAÇÃO: A estação foi aberta em 1922, com o nome de União (*RM-1922). Era a última estação do ramal em território paulista, antes da ponte sobre o rio Grande.

Desta estação saíam dois ramais particulares, pertencentes ao Cel. Francisco Maximiniano Junqueira, que seguiam daí até a usina e os canaviais do proprietário, que utilizava seis locomotivas e material rodante próprios e que também circulavam na linha da Mogiana, desde a estação de Canindé, transportando lenha (Relatório da Secretaria dos Transportes do Estado de São Paulo, 1929).

A própria estação teria sido construída para servir de ponto de saída dos ramais e de manobra de trens para essas usinas, além de operar o trânsito de veículos e de trens na ponte.

A usina teria sido inaugurada somente em maio de 1932, segundo caixa abaixo. Porém, em 1929 já operava, como pode ser visto mais acima.

Em 01/09/1939, o seu nome foi alterado para Coronel Quito (ato 1.144, de 20/7/1939), que era um dos inúmeros membros da imensa família Junqueira, dona de incontáveis alqueires em toda a região norte do Estado.

Foi desativada nos anos 1970, com o fechamento em 1979 do ramal de Igarapava, substituído pela variante Entroncamento-Amoroso Costa.

Em 1986, a estação já havia sido demolida (Relatório de Instalações Fixas da Fepasa, desse ano).

"Eu me lembro que o trem parava lá para permitir que a ponte fosse fechada para os automóveis, pois a ponte era mista. Havia uma caixa d´água para abastecimento das locomotivas e a plataforma era meio em curva. Da estação avistava-se um silo ou coisa parecida da Ultrafértil. Era uma estação bem simplinha, pois nada mais era que uma parada.Se não me engano ela tinha outro nome, antes de se chamar Cel. Quito. Eu sei também que do outro lado da ponte, já em Minas, tinha uma outra estação (Delta), mas quando eu passava por lá ela já tinha sido fechada e a operação do local era feito por Coronel Quito (Paulo Cury, 12/2000)".

Logo após onde ficava a estação, o trem cruzava o rio Grande, entrando no estado de Minas Gerais e chegando à estação seguinte, Delta. A ponte ainda existe, é de estrutura metálica e serve à rodovia SP-328, antigo leito da via Anhangüera.

Não há fotos da estação. "Do que existiu do prédio da estação, resta apenas uma torre com as conexões elétricas de cerâmica, provavelmente dos anos 1930 e uma caixa de relógio vazia. Esta torre está pintada de azul e amarelo, já bem desbotada pelo tempo. Abaixo dela, os alicerces de uma construção de mais ou menos uns cinqüenta metros quadrados e abaixo uma linha reta de mais ou menos 1,2 por 5 metros - a plataforma? Todos os alicerces estão cobertos por mato. Chega-se a esta torre pela mesma estrada da Hidrelétrica de Igarapava, andando ainda uns 2 km em terra. Deste local, avista-se o cume do antigo silo da Ultrafértil, hoje sob novo controlador" (João Carlos Ribeiro Previdi, 12/2002).

(ver também: E. F. Junqueira)

1932
AO LADO:
Inauguração da Usina (O Estado de S. Paulo, (17/5/1932).
ACIMA: Escriturários da Usina Junqueira posam na frente da estação ferroviária de União, em 1938 (Revista SPR, janeiro de 1939).

ACIMA: Anúncio publicado em revistas em janeiro de 1939.

ACIMA: A ponte ferroviária sobre o rio Grande, logo após a estação de Coronel Quito, construída em 1915 (Foto dos anos 1950, IBGE).

ACIMA: Mapa dos anos 1950 mostra a linha da Mogiana vinda do sul para Igarapava e Coronel Quito e também os ramais das fazendas da região (Foto dos anos 1950, IBGE).
ACIMA: O rio Grande, fronteira de São Paulo (sul) com Minas Gerais (norte), a localidade de Coronel Quito (centro), a estação, junto ao rio em território paulista aparece a centro-direita e a linha da Mogiana, vinda de Igarapava pela direita. As outras linhas são os ramais da usina (IBGE, anos 1970).

ACIMA: A Usina Junqueira em 2015, às margens do Rio Grande. Onde passava a linha do ramal de Igarapava? (Google Maps).

ACIMA: Casas da Usina Junqueira em 2016 (Foto Glaucio Henrique Chaves).

(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Glaucio Henrique Chaves; Paulo Cury; João Carlos R. Previdi; Google Maps, entrada em 12/10/2015; Cia. Mogiana: relatórios anuais, 1900-69; Mogiana: relatório anual de estações, 1937; IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1960; Fepasa: Relatório de Instalações Fixas, 1986; Secretaria dos Transportes do Estado de São Paulo: Relatório, 1929; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

Tirada do lado mineiro, a foto dos anos 1970 mostra a ponte do ramal de Igarapava, à esquerda, e no alto a estação de Coronel Quito. À dirreita, a via Anhanguera. Ambas convergem na ponte. Cessão Paulo Cury

Acima, restos da plataforma da estação. Ao lado, casa de força da estação. Foto de João Carlos Ribeiro Previdi, em 2004
     
     
Atualização: 19.03.2019
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.