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VXY Mogiana em MG
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Ipaussu
Chavantes
Canitar
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Tronco EFS - 1935
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2010
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Sorocabana Railway (1909-1919)
E. F. Sorocabana (1919-1971)
FEPASA (1971-1998)
CHAVANTES
Município de Chavantes, SP
Linha-tronco - km 492,459 (1924); km 479,636 (1934); km 431,703 (1960) (*)   SP-1156
Altitude: 544 m   Inauguração: 01.01.1909
Uso atual: abandonada (2020)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: 1927
(*) As quilometragens foram alteradas em 1928, devido às retificações feitas entre São Paulo e Iperó neste ano e em 1953, (**) devido às retificações feitas entre Conchas e Manduri neste ano.
 
 
HISTORICO DA LINHA: A E. F. Sorocabana foi fundada em 1872, e o primeiro trecho da linha foi aberto em 1875, até Sorocaba. A linha-tronco se expandiu até 1922, quando atingiu Presidente Epitácio, nas margens do rio Paraná. Antes, porém, a EFS construiu vários ramais, e passou por trocas de donos e fusões: em 1892, foi fundida pelo Governo com a Ytuana, na época à beira da falência. Em 1903, o Governo Federal assumiu a ferrovia, vendida para o Governo paulista em 1905. Este a arrendou em 1907 para o grupo de Percival Farquhar, desaparecendo a Ytuana de vez, com suas linhas incorporadas pela EFS. Em 1919, o Governo paulista voltou a ser o dono, por causa da situação precária do grupo detentor. Assim foi até 1971, quando a EFS foi uma das ferrovias que formaram a estatal FEPASA. O seu trecho inicial, primeiro até Mairinque, depois somente até Amador Bueno, desde os anos 20 passaram a atender principalmente os trens de subúrbio. Com o surgimento da CPTM, em 1Oriri994, esse trecho passou a ser administrado por ela. Trens de passageiros de longo percurso trafegaram pela linha-tronco até 16/1/1999, quando foram suprimidos pela concessionária Ferroban, sucessora da Fepasa. A linha está ativa até hoje, para trens de carga.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Xavantes, ou Chavantes, aberta em 1909, teve sempre o nome escrito das duas formas, até que, nos anos 1940, se convencionou para ela a letra X.

Nos relatórios da Sorocabana até os anos 1940 pelo menos, o nome sempre apareceu como Chavantes. Em 1964, o município trocou para X de acordo com a norma da revisão ortográfica que obrigava nomes indígenas a serem escritos sempre com X.

Em 1982, o nome volta a ser com CH, segundo alguns, de forma a aparecer no início e não no fim das listas de nomes do Governo Estadual (!!!).

Segundo S. A. Cyrillo, nascido em Chavantes, mesmo antes de a cidade ser grafada com "ch", já se questionava se realmente existiram os índios Xavantes por aquela região. A verdade é que o relatório de exploração do rio Paranapanema de 1886, de Teodoro Sampaio, mostra claramente a existência de índios xavantes na região, e não Coroados, como muita gente na cidade hoje afirma. De qualquer forma, a cidade teria se originado de um distrito,
Irapé, próximo ao rio Paranapanema onde hoje se encontra a usina Xavantes - esta com "x", mesmo, mas hoje, já com Ch.

Por ali havia uma chave ferroviária (início de desvio) e, ainda segundo Cyrillo, essa linha foi mais tarde desviada, ainda em projeto, daquele ponto para o centro de Chavantes, seguindo dali para Canitar e Ourinhos. E a existência da chave justificaria em tempos antigos o "ch" de Chavantes, a mistura de "chave" com "Xavantes".

Segundo outras fontes, o nome derivaria de "uma chave antes" de Canitar.

É Maria Helena Cadamuro quem conta, em carta de 2005, que nascera em 1957 e que morou até oa anos 1980 na rua da estação. Quando os trens passavam por minha casa, as tampas das janelas batiam, os trincos das portas faziam barulho e a gente sabia as horas pelos trens que passavam. Meus pais tivrtam um bazar desde 1951 e era de trem que eles iam até fazer suas compras e e aonde, durante as férias, íamos acompanhá-los. Depois, na minha adolescência, estudando em São Paulo também era o trem que me transportava - tinha até passe de carro leito, para ter maior segurança.

Com seu fechanmento nos anos 1990, a estação passou a ser da Policia Militar, depois pela Assistência Social do município e em 2005, era esperado quefosse ser um museu, devido a ser seu valor arquitetônico e histórico.

A linha cruza a cidade de Chavantes bem no centro, passando apertada entre várias edificações e cortando a rua principal numa passagem de nível. O edifício que hoje está lá foi construído em 1927. Bem conservado, abrigava, no final de 2000, em parte dele um escritório da Polícia Militar. Mais tarde serviu para a Assistência Social do Município, e depois o Museu Histórico da cidade. Em 2010, já estava mal cuidada.

Em 2005, ainda havia pela estação placas com os nomes Chavantes e Xavantes.

Em 2020 estava fechada e abandonada.

CLIQUE AQUI PARA VISUALIZAR A ESTAÇÃO VISTA DO SATELITE
(gentileza Adriano Martins)

ACIMA: Um ciclone, fenomeno raro naquela época em São Paulo, causa danos à estação e destrói parte da cidade em 1923 (O Estado de S. Paulo, 20/9/1923).

1924
AO LADO:
Transporte de alfafa por Chavantes (O Estado de S. Paulo, 6/4/1924).

1925
AO LADO:
Mais problemas com o transporte em Chavantes (O Estado de S. Paulo, 15/12/1925).

OBRAS OCORRIDAS NA ESTAÇÃO E SEU PÁTIO DE ACORDO COM RELATÓRIOS DA EFS: 1926 - Extensão dos desvios para 80 m; 1934 - Aumento da plataforma da estação; calçamento do pátio da estação; ligação dos armazéns

ACIMA E ABAIXO: Trem de passageiros da FEPASA à noite na plataforma de Chavantes na década de 1980 (Museu Histórico de Chavantes).

1976
AO LADO:
Chavantes, Ourinhos e outras estações da mesma região não transportavam mais grãos em 1976 (O Estado de S. Paulo, 28/11/1976).

ACIMA: Trem PS-2 em Chavantes em 1996 (Foto Cristiano Bueno).

ACIMA: O armazém da estação de Chavantes, em 2002 (Foto Adriano Martins).

Originalmente a estação recebeu o nome de Chavantes. As duas hipóteses são a origem indígena, mais provável, pois toda a região era haitada pór indígenas. No mapa do rio Paranapanema, desenhado pelo histpriador e explorador Teodoro Sampaio, feito em 1886, aparece a tribo dos Chavantes, com ch mesmo. Em outros documentos dessa época o nome sempre aparece com "ch". A ourra teoria é que o nome teria derivado da expressão "uma chave antes", considerada folclórica por historiafores e preferida por algumas pessoas da cidade. O termo "chave" é um sinônimo para pequenas estações, e a estação foi colocada em "uma chave antes" da estação de Ourinhos. Ao redor da estação cresceu um povoado, para onde em 1917 foi transferida a sede do antigo município nde Irapé, que já existia a três quilômetros da estação.O nome também foi mudado para o da estação: distrito de Chavantes, pertencente na época a Santa Cruz do rio Pardo. Em 4 de dezembro de 1922, o distrito se emancipou e e se tornou Município de Chavantes. Somente a partir do final do século XIX, quando o Brasil procurava mudar a sua ortografia (que somente conseguiu fazer em 1942), onde várias palavras com CH passaram a ser escritas com X e vice-versa, e não todas) passou-se a escrever Xavantes. A prefeitura da cidade então aceitou a mudança da palavra de origem indígena para X, por lei estadual de 1964, inclusive quando a bandeira e o brasão (foram criados na cidade nos anos 1960. A usina hidrelétrica da cidade tambám mudou para o X. Porém, outra lei estadual forçou a mudança forçou a mudança para o CH novamente

1976
AO LADO:
Adaptação de texto que conta a historia do X e do CH no nome da estação de Charqueada (Texto e pesquisa originais de Maria Helena Cadamuro, de Chavantes, em 17 de fevereiro de 2005).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Cristiano Bueno; Adriano Martins; Reinaldo Mortari Junior; Maria Helena Cadamuro; S. A. Cyrillo; Stenio Gimenez; Cristiano Bueno; O Estado de S. Paulo, 1923, 1924 e 1925; Sorocabana: Relatórios anuais, 1909-69; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

Estação original de Chavantes em 1909. Autor desconhecido. Acervo Reinaldo Mortari Junior

A estação em 1954. Foto Museu Histórico de Chavantes. À direita, a entrada principal da estação em 22/10/2000. Foto Ralph M. Giesbrecht

Plataforma da estação de Chavantes, em 22/10/2000. Foto Ralph M. Giesbrecht

Fachada da estação de Chavantes, em 22/10/2000. Foto Ralph M. Giesbrecht

A estação em 01/2007. Foto Cristiano Bueno

Plataforma da estação em 01/2007. Foto Cristiano Bueno

Plataforma da estação em 26/10/2009. Foto Daniel Gentili

Hall de entrada da estação em 26/10/2009. Foto Daniel Gentili

A estação em 17/9/2018. Foto Derby S.

A estação em 20/06/2020. Foto Felipe Herculano. A estação não é em curva, é apenas efeito das lentes (Foto Felipe Herculano).
 
     
Atualização: 07.02.2022
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.