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Pereiras
Conchas
Luiz Gama
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Tronco EFS - 1935
IBGE-1956
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 1998
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E. F. Sorocabana
(1887-1892)
Cia. União Sorocabana e Ytuana (1892-1907)
Sorocabana Railway (1907-1919)
E. F. Sorocabana (1919-1971)
FEPASA (1971-1998) |
CONCHAS
Município de Conchas, SP |
Linha-tronco - km 224,923 (1931); km 208,490 (1931); 205,246 (1960 (*) |
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SP-1162 |
Altitude: 472 m |
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Inauguração: 21.07.1887 |
Uso atual: museu (2017) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1904 |
(*)
As quilometragens foram alteradas em 1928, devido às retificações
feitas entre São Paulo e Iperó neste ano e em 1953,
devido às retificações feitas entre Conchas e
Manduri neste ano. |
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HISTORICO DA LINHA: A
E. F. Sorocabana foi fundada em 1872, e o primeiro trecho da linha
foi aberto em 1875, até Sorocaba. A linha-tronco se expandiu até 1922,
quando atingiu Presidente Epitácio, nas margens do rio Paraná. Antes,
porém, a EFS construiu vários ramais, e passou por trocas de donos
e fusões: em 1892, foi fundida pelo Governo com a Ytuana, na época
à beira da falência. Em 1903, o Governo Federal assumiu a ferrovia,
vendida para o Governo paulista em 1905. Este a arrendou em 1907 para
o grupo de Percival Farquhar, desaparecendo a Ytuana de vez, com suas
linhas incorporadas pela EFS. Em 1919, o Governo paulista voltou a
ser o dono, por causa da situação precária do grupo detentor. Assim
foi até 1971, quando a EFS foi uma das ferrovias que formaram a estatal
FEPASA. O seu trecho inicial, primeiro até Mairinque, depois somente
até Amador Bueno, desde os anos 20 passaram a atender principalmente
os trens de subúrbio. Com o surgimento da CPTM, em 1994, esse trecho
passou a ser administrado por ela. Trens de passageiros de longo percurso
trafegaram pela linha-tronco até 16/1/1999, quando foram suprimidos
pela concessionária Ferroban, sucessora da Fepasa. A linha está ativa
até hoje, para trens de carga. |
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A ESTAÇÃO: Há uma situação confusa na data de inauguração de Conchas, como se pode ver nos dois parágrafos abaixo, onde se misturam afirmações de historiadores locais e também os relatórios da Sorocabana.
A estação
de Conchas teria sido inaugurada em 1887. Nessa época, o vilarejo
pertencia ao município (villa) de Pereiras. Foi em Conchas
que foi aberta a estação para atender ao município, pois, ali, a ferrovia
passava junto à cidade, ao contrário de Pereiras, onde os trilhos
passavam ao longe. Era esse o Bairro da Estação de Conchas da Freguesia
de Pereiras, antes chamado de Bairro de João Lopes de Morais,
onde ficava a Capela de N. S. da Conceição do Ribeirão das Conchas.
Como em 1892 Conchas passou a pertencer a Tietê, Pereiras
ficou sem sua estação e teve de abrir uma, quatro anos mais tarde.
Enquanto isso, Conchas, transformada não muito tempo depois
em município, ganhou um prédio novo - o original era de madeira -
para a estação, exatamente no dia 20/11/1904. Esse é o prédio que
até hoje ainda lá está, quase sempre com algum uso (lembrando que
a estação original foi transformada em armazém
e continua ali, de pé).
"Sou natural de Conchas, venho de uma família de ferroviários,
meu pai e meus tios trabalharam a vida toda na antiga Estrada de Ferro
Sorocabana. Meu pai, já falecido, era árduo defensor da expansão e
modernização da rede ferroviária e ficava indignado com o abandono
da ferrovia. Minha mãe ainda é viva e mora no mesmo lugar que nasci
e fui criado, em frente à estrada de ferro; atravessando a
rua, já é a ferrovia. Lembro muito de minha infância, quando chegava
o trem de boi para descarregar a boiada no mangueirão, que era em
frente a minha casa, construído inteiramente de trilhos, com as porteiras
somente na lembrança, totalmente desmanchado já faz algum
tempo, uma pena. Andava muito de trem, pois não pagava, meu pai tinha
direito a um numero limitado de passagens por ano; vinha muito a São
Paulo, visitar meus irmãos, desembarcava na Júlio Prestes, viagem
muito cansativa que demorava de 6 a 7 horas, isso quando o
trem não quebrava. Também lembro-me das viagens a Botucatu com meu
pai, onde durante a viagem toda ficávamos sentados no restaurante,
com suas toalhas vermelhas e cheiro de pão de mortadela vendido nos
corredores. Hoje ali só passam trens de carga com seus vagões
totalmente degradados, pichados, sem cuidado algum" (Marcio
Gobbo, 02/2007).
Uma placa na parede da estação denunciava que em 1991
ela foi reinaugurada depois de uma reforma como "estação
cultural". Os usos foram mudando. Em 1998, e já havia algum tempo,
o prédio servia de escritório para a Sabesp.
Em 16 de janeiro de 1999 os trens de passageiros que por ali passaram
por mais de cem anos foram suprimidos pela Ferroban, quando a estação
já estava fechada havia alguns anos, somente servindo de plataforma
para embarque ou desembarque dos escassos passageiros. "Imagine
você que na minha última viagem de trem da Barra Funda a Conchas em
1998 dos três carros só havia um carro com passageiro pagante, eu.
O resto do pessoal era aposentado, viúvas de ferroviários, crianças
com jeito de subnutridas, andarilhos etc, etc" (Júlio César
de Paiva,
22/02/2001).
A estação esteve abandonada e, em 2016, foi restaurada
e passou a ser um museu. Durante a restauração,
o empreiteiro que estava descascando as paredes externas para descobrir
a pintura original encontrou 17 camadas de pintura.
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1887
AO LADO: Autorizada a abertura do trecho Laranjal a Conchas (A Provincia de S. Paulo,21 /7/1887). |
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1887
AO LADO: Inauguração da estação (A Provincia de S. Paulo, 21/7/1887).. |
ACIMA: Horário novo para a recém-inaugurada estação de Conchas, mas ainda com baldeação em Tietê em 1887 (A Provincia de S. Paulo, 21/7/1887).
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1888
AO LADO: Agencia de correios criada na estação (A Provincia de S. Paulo, 21/7/1887).. |
OBRAS OCORRIDAS NA ESTAÇÃO
E SEU PÁTIO DE ACORDO COM RELATÓRIOS DA EFS:
1918 - Teve andamento durante o ano o serviço de
reforço de abastecimento d'água na estação.
1926 - Extensão dos desvios para 300
m
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ACIMA: A cidade de Conchas por volta de 1905.
A igreja assinalada não mais existe, substituída por
outra maior. A estação está assinalada também
na foto, "abaixo" da igreja (Foto acervo Toty Maya, www.conchasmemorias.com.br).
ACIMA: Mapa do pátio da estação em 1939 (CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VÊ-LA MAIOR E EM MAIOR EXTENSÃO) (IHG-SP, 1939).
ACIMA: Em 1939, ferroviários posam na estação.
Notar a placa da cidade (Revista Nossa Estrada Janeiro de 1939 nº7
- Acervo Thomas Corrêa).
ACIMA: Esperando o trem na estação de Conchas.
anos 1950? (Cessão Stenio Gimenes).
ACIMA: O mapa do município de Conchas
mostra ainda a linha antiga, embora tenha sido publicado em 1960 pelo
IBGE; isto se vê quando se compara com o mapa do município
vizinho, na mesma publicação, mas já com a linha
nova, mais ao sul. A linha nova passa ao sul de Juquiratiba - não
muito longe (quanto, realmente?) e entrava por Bofete e não
por Anhambi - ver a divisa desses 2 municípios, à esquerda
do mapa, no córrego Vicentinho. Conchas, no entanto, não
mudou de local. A variante começa em seu pátio (Enciclopédia
dos Municípios Brasileiros, IBGE, volume XI, 29/5/1960, p.
89).
ACIMA:
A estação de Conchas (foto Adalberto Benites, sem data).
ACIMA: Trem da FEPASA vindo do interior sentido
São Paulo chegando na estação de Conchas (Foto
Edu Silva em 1996).
ACIMA: Saguão
da estação abandonado, depredado e pichado, com as bilheterias
seladas com cimento, em 14/4/2009.
ACIMA: (esquerda) Armazém do pátio, fechado; (direita) outra foto do saguão, com vista para o armazém,
do outro lado da linha (Fotos Daniel Gentili em 14/4/2009).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Adalberto Benites; Stenio Gimenes; Edu Silva;
Toty Maya; Thomas Corrêa; Júlio César de Paiva;
Daniel Gentili; Marcio Gobbo; Paulo Fraletti; Rene A. Almeida; Gláucio
Conde; José David de Castro; Adriano Martins; Revista
Nossa Estrada, 1939; www.conchasmemorias.com.br; E. F. Sorocabana:
relatórios anuais, 1880-1969; IBGE: Enciclopédia dos
Municípios Brasileiros, 1960; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
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O |
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Estação de Conchas, de madeira, deve ter sido
a original, em 1903. Autor desconhecido |
Estação de Conchas, sem data. Foto cedida por
Gláucio Conde |
Estação de Conchas, sem data, lado da plataforma.
Foto cedida por Gláucio Conde |
A estação, em 1930. Acervo Julio Paiva |
Em 1985 (alguns dizem que foi em 1992), uma grande inundação
no pátio de Conchas. Foto Rene A. Almeida. Cessão
José David de Castro |
Em 19/06/1998, a estação. Foto Ralph Mennucci
Giesbrecht |
Plataforma da estação, em 2001. Foto Adriano Martins |
A estação de Conchas, em 02/2004. Foto Julio Cesar
de Paiva |
A estação em 14/4/2009. Foto Daniel Gentili |
Plataforma da estação em 14/4/2009. Foto Daniel
Gentili |
A estação em 2/2014, abandonada no matagal. Os
trens cargueiros ainda passavam. Foto Julio Cesar de Paiva |
A estação em 10/2016, restaurada. Foto Julio Cesar
de Paiva |
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Atualização:
30.12.2021
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