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Q R S T U
VXY Mogiana em MG
...
1900-1933:
Ferraz Salles
Dourado
Trabiju
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1910-1966:
Santa Clara
Dourado
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ramal de Dourado-1935

IHGESP - 1928
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2010
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E. F. do Dourado (1900-1949)
Cia. Paulista de Estradas de Ferro (1949-1966)
DOURADO
Município de Dourado, SP
Ramal de Dourado - km 19,515 (1929)
  SP-0101
Altitude: 696 m   Inauguração: 01.12.1900
Uso atual: demolida   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d (já demolido)
 
 
HISTORICO DA LINHA: Em 1910, a linha-tronco da E. F. Dourado sofreu uma modificação no trecho entre Ribeirão Bonito e Dourado. Foi construída uma linha nova entre Ribeirão Bonito e Trabiju, agora com bitola métrica, pois a linha de bitola de 60 cm entre Ribeirão e Dourado era por demais acidentada. Para se alcançar Dourado, foi mantida a linha já existente partindo de Trabiju, renomeada agora como ramal de Dourado. Somente em 1924 a linha foi ampliada para bitola métrica. Em 1949, toda a Douradense foi comprada pela Cia. Paulista. O curto ramal foi desativado em 1/12/1966, exatamente no 66º aniversário da estação de Dourado. Os trilhos foram retirados em seguida.
 
A ESTAÇÃO: Inaugurada com festas no final de 1900, a estação de Dourado, inicialmente, foi o ponto final do primitivo trecho de linha, ainda de bitola de 0,60 m.

O jornal O Estado de S. Paulo publicava, em 2/12/1900: "Grande foi a multidão que aguardava a chegada do trem innaugural. No trem vieram muitas familias, pessoal do foro de Ribeirão Bonito, inclusive o juiz de direito. Do Correio Paulistano e do Commercio de S. Paulo estiveram Vieira e o Diario Popular pelo sr. Arthur Mendes. A villa apresenta aspecto deslumbrante."

Com a modificação para a bitola métrica, em 1910, eliminou-se da linha principal o trecho entre Ribeirão Bonito e Dourado, por ser muito acidentado, e construiu-se uma linha que seguia diretamente para Trabiju. O trecho velho, de bitola estreita, continuou operando, mas o caminho principal, agora, era outro, deixando a cidade de Dourado fora da rota principal.

As oficinas da Douradense foram em 1910 transferidas para Trabiju.

Dourado
continuou ligado a Trabiju em bitola estreita até 15/11/1924, quando essa linha teve a bitola alargada para métrica, e ligada a Ribeirão Bonito pela bitola estreita, até o final e supressão dessa linha, em outubro de 1933.

A partir de 1924, para se atingir Dourado, podia-se ir pela métrica desde Trabiju ou direto de Ribeirão Bonito por bitola estreita. (ver caixas abaixo)

A partir de 1933, com a eliminação da velha linha original de 1900, Dourado passou a ser apenas a estação terminal de um curto e deficitário ramal. (ver caixas abaixo)

Em 1949, com a compra da velha Douradense, a estação passou a ser da Cia. Paulista.

A estação foi finalmente desativada em dezembro de 1966, com a supressão do ramal, não sem alguma resistência, e foi demolida em 1975, para a construção de um loteamento. "Meus pais, filhos de imigrantes italianos e nascidos no interior, sempre me contaram histórias dos trens de suas regiões. O meu pai, de Dourado, falava com saudades da pitoresca estrada de ferro que levou o nome da cidade. (...) Quanto a Dourado, conheci a pequena, mas bonita estação no início da década de setenta. Quando adolescente, participei até de um baile, que era dado em um dos galpões abandonados, anexo à estação! Em algumas ocasiões, íamos até lá de trem, pela Paulista, como meu pai insistia em chamar. A composição, que não chegava mais até a cidade, saía da Luz, nos deixava em São Carlos e, de lá, pegávamos o ônibus da Jahuense até nosso destino. (...) Regressei também a Dourado. Mesmo decorridos mais de trinta anos em relação à última visita, o cheiro da cidade é o mesmo. Acho que é devido à lenha, que ainda queima naqueles fogões revestidos de vermelhão. A praça da igreja, o belo edifício do Grupo Escolar, hoje Escola Estadual, construído em 1908 e até a minúscula padaria ainda estão lá. Só não consegui achar a estação de trem. Depois verifiquei que ela havia sido demolida! É difícil conceber como permitiram que o mais significativo símbolo da estrada de ferro que levou o nome da cidade, como já dissemos, desaparecesse! Valorizar essas velhas construções não se trata simplesmente de saudosismo. Entre
outras coisas, é uma forma de as próprias pessoas se situarem na história. Quando a Prefeitura e outros poderes aceitam a demolição de obras tão significativas, muitos outros valores além do saudosismo deixam de ser levados em conta, não é mesmo?
" (Edmilson Cinquini, 02/2008).

Em 2008, perto dali, em uma praça em frente à Prefeitura,ainda existia um banco de granito com os dizeres: "Cortesia da Companhia Estrada de Ferro do Dourado". Era o que restava, além do armazém que ficava ao lado da estação, este então ainda de pé e descaracterizado.

1900
AO LADO:
Plantas da estações de Dourado e de Ferraz Salles, aqui chamada de Coronel Salles (O Estado de S. Paulo, 13/10/1900).

1900
AO LADO:
A ferrovia está chegando a Dourado (O Estado de S. Paulo, 13/10/1900).

AO LADO: Em 1920, acidente com morte na Fazenda Santo Antonio em Dourado: locomotiva x automóvel (O Estado de S. Paulo, 5/7/1920).

1923
AO LADO:
Finalmente a bitola métrica chegaria a Dourado. Notar o erro no artigo: onde se lê "Rio Bonito" leia-se "Ribeirão Bonito" (O Estado de S. Paulo, 8/6/1923).

ACIMA: 1934 - Sobre o fechamento da linha Dourado-Ribeirão Bonito - CLIQUE SOBRE A REPORTAGEM PARA VÊ-LA INTEIRA - (Correio de S. Paulo, 25/1/1934).

ACIMA: 1934 - Outra vez sobre o fechamento da linha Dourado-Ribeirão Bonito - CLIQUE SOBRE A REPORTAGEM PARA VÊ-LA INTEIRA - (Correio de S. Paulo, 17/2/1934).

ACIMA: Situação do ramal de Dourado (Trabiju-Dourado) na época pouco após a compra da Dourado pela Cia. Paulista (Eneas Camargo, Folha da Manhã, 10/9/1948).

1962
AO LADO:
Falso alarme - o trem não foi suprimido nessa data. Porém, cinco anos depois o fato tornou-se realidade (O Estado de S. Paulo, 12/2/1962).

ACIMA: Ponte ferroviária que pertenceu ao ramal de Dourado, situado a 4 km de Dourado (Foto Celso Poli em 2010).

(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Alberto del Bianco; Celso Poli Jr.; A. C. Belviso; Deo; Edmilson Cinquini; O Estado de S. Paulo, 1962; E. F. Dourado: relatórios anuais, 1903-48; Cia. Paulista: relatórios anuais, 1949-69; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

A estação de Dourado em 1905. Foto cedida por Alberto del Bianco, Deo e A. C. Belviso

A estação, possivelmente nos anos 1910. Foto de revista não identificada.

Estação de Dourado, sem data. Aqui o prédio já tinha os frontôes modificados e um anexo do lado direito. Foto cedida por Alberto del Bianco


Na plataforma da estação de Dourado, em foto sem data, a locomotiva da E. F. Dourado. Foto Alberto el Bianco

Estação de Dourado, também sem data. Foto do acervo de Celso Poli, cedida por Alberto Del Bianco

A estação, sem data. Foto do acervo de Celso Poli, cedida por Alberto Del Bianco
     
Atualização: 01.11.2021
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.