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VXY Mogiana em MG
Indice de estações
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Marísia
Augusto de Lima
Corumataí
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: N/D
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Linha do Centro - 1931
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E. F. Central do Brasil (1914-1975)
RFFSA (1975-1996)
AUGUSTO DE LIMA
(antiga FRANCISCO SÁ)
Município de Brejo das Antas, MG (1914-1923)
Município de Buenópolis (1923-1963), MG
Município de Augusto de Lima (1963-), MG
Linha do Centro - km 897,231 (1928)   MG-0368
Altitude: 514 m   Inauguração: 04.09.1914
Uso atual: abandonada (2008)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
HISTORICO DA LINHA: Primeira linha a ser construída pela E. F. Dom Pedro II, que a partir de 1889 passou a se chamar E. F. Central do Brasil, era a espinha dorsal de todo o seu sistema. O primeiro trecho foi entregue em 1858, da estação Dom Pedro II até Belém (Japeri) e daí subiu a serra das Araras, alcançando Barra do Piraí em 1864. Daqui a linha seguiria para Minas Gerais, atingindo Juiz de Fora em 1875. A intenção era atingir o rio São Francisco e dali partir para Belém do Pará. Depois de passar a leste da futura Belo Horizonte, atingindo Pedro Leopoldo em 1895, os trilhos atingiram Pirapora, às margens do São Francisco, em 1910. A ponte ali constrruída foi pouco usada: a estação de Independência, aberta em 1922 do outro lado do rio, foi utilizada por pouco tempo. A própria linha do Centro acabou mudando de direção: entre 1914 e 1926, da estação de Corinto foi construído um ramal para Montes Claros que acabou se tornando o final da linha principal, fazendo com que o antigo trecho final se tornasse o ramal de Pirapora. Em 1948, a linha foi prolongada até Monte Azul, final da linha onde havia a ligação com a V. F. Leste Brasileiro que levava o trem até Salvador. Pela linha do Centro passavam os trens para São Paulo (até 1998) até Barra do Piraí, e para Belo Horizonte (até 1980) até Joaquim Murtinho, estações onde tomavam os respectivos ramais para essas cidades. Antes desta última, porém, havia mudança de bitola, de 1m60 para métrica, na estação de Conselheiro Lafayete. Na baixada fluminense andam até hoje os trens de subúrbio. Entre Japeri e Barra Mansa havia o "Barrinha", até 1996, e finalmente, entre Montes Claros e Monte Azul esses trens sobreviveram até 1996, restos do antigo trem que ia para a Bahia. Em resumo, a linha inteira ainda existe... para trens cargueiros.
 
A ESTAÇÃO: A cidade e a estação já tiveram dois nomes distintos, antes de receber o nome atual: Km. 41 e Francisco Sá

O primeiro nome surgiu com a chegada dos trilhos da Estrada de Ferro Central do Brasil. Quando da construção do prédio da estação, colocou-se uma placa  onde se lia: “Ponto de Parada do Trem”. Sendo a distância entre a estação de Corinto e a referida estação, de 41 quilômetros, surgiu daí o nome  “Quilômetro Quarenta e Um”.

Em 1914 a estação foi inaugurada e seu nome foi alterado logo em 1915 para Francisco Sá (1867-1936), em homenagem ao então Ministro da Viação, que havia se empenhado para que a estrada ferroviária passasse neste lugar. Francisco Sá era engenheiro formado pela Escola de Minas, de Ouro Preto, deputado federal e depois senador por 24 anos; foi Ministro da Viação nos governos dos presidentes  Nilo Peçanha e Artur Bernardes.

O nome do município em que a estação estava (Brejo das Antas) foi alterado para Francisco Sá em 1923.

Em 1938, a estação tomou o nome atual: Augusto de Lima (Vale ressaltar que a estação de Rio Piracicaba, do ramal de Nova Era, que também era da Central do Brasil, recebera o nome de Augusto de Lima - jornalista e político mineiro - em 1936, ano de sua morte). Este nome perdurou até 1938, quando passou para esta estação da linha do Centro.

Já o nome de Francisco Sá continua sendo um município da região.

"Na região a maioria das estações está preservada, aproveitada para repartições, bibliotecas, pequenos museus, como as do ramal de Diamantina, cujos trilhos foram criminosamente arrancados, inaproveitável então para o turismo ferroviário nascente. Rodeador, Conselheiro Mata, Diamantina, Santo Hipólito, etc. Mas a de Augusto de Lima, "Gudilim" para os íntimos não teve muita sorte. A visão curtíssima do prefeito de lá fulminou, mas de forma reversível, "deo gratias", a maior beleza da cidadezinha. Do alto de suas ruas divisava-se uma planura imensa coberta de gramado natural, a qual é atravessada pela ferrovia: de um lado, ali está a estaçãozinha.

Pois bem, resolvido a construir uma "quadra" esportiva coberta, escolheu o tal prefeito o melhor local para esconder a paisagem, e hoje nada mais se vê, apertada que ficou, parece que até escureceu a cidade. Mas não foi só. Uma empresa de telefonia conseguiu de alguma forma implantar linhas de fibra ótica no leito da ferrovia rumo ao norte, vindo, talvez, do Rio ou S. Paulo. Até ai, tudo bem, subterrâneas; mas, de distância em distância, estações amplificadoras têm que ser instaladas para reforço de sinal. Tais equipamentos são maravilhas de engenharia, baús de caminhão, daqueles de alumínio, estanques, com a parafernália instalada no interior, são baixados em pilares de concreto.

A escolha do local na cidade foi cômoda para a empresa, a estação ferroviária. Com a imprescindível permissão do prefeito, a caixa d'água de ferro rebitado foi semidemolida junto com um considerável pedaço da rampa e no lugar reluz hoje a chaparia de alumínio do baú. Não se diga que alguém mais esclarecido não admoestou o prefeito, eu mesmo o fiz, aleguei que de nada prejudicial à empresa seria a mudança do local para vinte ou trinta metros atrás. Um horror!
" (Reinaldo Faria Tavares, 15/01/2004).

Em 2008, a estação de Augusto de Lima estava abandonada e esquecida no final da rua principal da pequena cidade: "Já se nota a irreversível decadência da estação, abandonada, depredada e entregue à própria sorte. Dificil entender as cabeças destes prefeitos de interior, às vezes mais danosos aos seus municípios do que os de 'cidade grande'. O de Augusto de Lima não é exceção, pelo menos com relação às edificações da Central na cidade, tanto a estação em si como uma casa ao lado dela, tambem patrimônio da Rede, que se encontra no mais completo abandono. Uma pena, mostra visão diminuta do alcaide local (e dos que o antecederam) nunca disposto a pelo menos avaliar o aproveitamento de um patrimônio de qualidade que nada lhe custou. E o que dizer da tal 'estação repetidora' que algum infeliz teve a idéia estúpida de encaixar entre a plataforma da estação e a caixa d'água? Com tanta área adjacente à disposição só pode ser coisa de burro ou de 'doido varrido" (Gutierrez L. Coelho, 05/2008).

(Fontes: Gutierrez L. Coelho; Décio Marques; Jonathan Sobral; Reinaldo F. Tavares; Gustavo Henrique; Pedro Paulo Resende; Max Vasconcellos: Vias Brasileiras de Comunicação, 1928; Guias Levi, 1932-79; Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, IBGE, vol. XXIII, 1958)
     

A estação em 2001. Foto Gustavo Henrique, de Itabira, MG, cedida por Pedro Paulo Resende

A estação em 12/2003. Foto Décio Marques

A estação, em 2005. Cessão Jonathan Sobral

A estação em 05/2008. Já se vê o mato junto a ela e o abandono geral. Foto Gutierrez L. Coelho
   
     
Atualização: 13.11.2022
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.