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VXY Mogiana em MG
Indice de estações
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Engenho
Rio Doce
Dom Silvério
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: S/D
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E. F. Leopoldina (1886-1973)
RIO DOCE
Município de Rio Doce, MG
Ramal de Dom Silvério - km 475,365 (1960)   MG-0808
Altitude: 376 m   Inauguração: 06.12.1886
Uso atual: Secretaria da Cultura (2017)   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
 
HISTORICO DA LINHA: O ramal de Saúde - depois Ramal de Dom Silvério foi entregue ao trtáfego nos anos de 1886 e 1887, com ponto terminal em Saúde (Dom Silvério). Era a continuação da linha que vinha de Ubá e Ponte Nova, mas com a entrega, em 1916, da linha Ponte Nova-Matipoó (Raul Soares), o trecho Ponte Nova-Saúde passou a ser considerado um ramal. Ele foi suprimido em 30/06/1973.
 

A ESTAÇÃO: A estação de Rio Doce foi inaugurada em 1886 pela E. F. Leopoldina.

"Em 1861 o Sr. Antônio da Conceição Saraiva foi contratado pela empreiteira responsável pela construção da estrada de ferro em Minas Gerais, vindo se estabelecer na atual região do município de Rio Doce, próximo à ponte do Soberbo. Nesta região já havia uma pequena ocupação, formada pela capela e algumas residências, em sua maioria pertencente à família Torres. Antônio Saraiva, acompanhado dos engenheiros responsáveis pela estrada de ferro, elaboraram uma planta para o povoado.

Traçaram um extenso adro para a capela, uma série de nove lotes de mesmo tamanho, à margem direita do Córrego das Lages; determinaram a localização da futura estação ferroviária e a posição para implantação dos trilhos da estrada de ferro. No núcleo urbano, foi construída a capela de Santo Antônio do Rio Doce, com escritura assinada por Antônio da Conceição Saraiva, em 20 de abril de 1885. Em 21 de dezembro de 1885 é concluída a construção da estação ferroviária de Rio Doce. Em 25 de junho de 1885 foi inaugurada a Estação da Estrada de Ferro Leopoldina em Ponte Nova e no dia 30 do mesmo mês o trecho da estrada Ponte Nova – Chopotó.

Em 20 de setembro de 1886 foi inaugurada a estação de Rio Doce, nome depois dado ao município, e em 6 de dezembro deste mesmo ano foi inaugurado o trecho da ferrovia entre Chopotó e Rio Doce, pertencente ao ramal de Saúde. Em 30 de junho de 1886 foi inaugurado o trecho da estrada de ferro entre Ponte Nova e Chopotó. Em 06 de dezembro de 1886 iniciou-se o funcionamento do trecho que liga Chopotó a Rio Doce. A abertura da estrada de ferro incentivou e intensificou a ocupação e o desenvolvimento do centro urbano de Rio Doce.

No início de 1887, mais precisamente no dia 20 de fevereiro, passou a funcionar o trecho da estrada de Rio Doce a Saúde, atual Dom Silvério, com cerca de 27 quilômetros de extensão. Após a inauguração desse trecho, a Estrada de Ferro Leopoldina retardou suas obras de lançamento dos trilhos a partir de Saúde, temerosa com os rumos dos acontecimentos políticos que desencadearam na proclamação da República em 1889. Apesar da diminuição no ritmo da expansão da Estrada de Ferro Leopoldina, a estação de Rio Doce adquiriu grande destaque na região, contribuindo para a vinda de imigrantes estrangeiros que se estabeleceram em busca de trabalho.

A estação favoreceu também o escoamento da produção agrícola, incentivando a expansão do comércio na vila, além implantação de hotel e fábrica de bebidas que visavam atender à população em intenso crescimento. No início dos anos 1940 a população do ainda distrito de Rio Doce alcançou seu auge, atingindo um total de 4258 pessoas, sendo 3231 na área rural e 1027 na sede. Durante os seus 85 anos de funcionamento o edifício da Estação abrigou um depósito das cargas provenientes do escoamento da produção que seriam distribuídas em outras localidades. O cômodo ao lado era usado como bilheteria, onde se vendiam tíquetes de passagens e a área a seguir servia como morada dos funcionários da ferrovia.

Com a expansão das estradas de rodagem, diminui o interesse pelo transporte ferroviário desencadeando o fechamento ao público, pela Rede Ferroviária Federal, do ramal Ponte Nova-Dom Silvério, em 26 de agosto de 1969. Esta paralisação deveu-se ao fato de que o frete arrecadado com as cargas embarcadas tornara-se tão baixo que não conseguia cobrir os custos do percurso.

Em 28 de agosto de 1971, ocorreu a desativação completa da linha, acompanhada da retração do potencial produtivo da região
(Luis Augusto de Freitas Santos, 2008)".

A estação foi fechada "em caráter definitivo" em 08/09/1971, de acordo com o relatório da Leopoldina desse ano.

O ramal foi erradicado em 30/06/1973.

Aqui a pobreza dos locais novamente se manifesta, o estado geral do prédio é de ruim para precário. Note as duas colunas em tronco de eucalipto usadas improvisadamente para sustentar o teto. Esta estação ficará entre as duas represas, Condonga 1 e 2. A primeira já está cheia e não afetou a linha da Leopoldina, mas a segunda vai cobrir muita coisa interessante. "Esta estação foi tombada pelo patrimônio histórico da cidade e será recuperada e transformada num museu ferroviário. Atualmente ela está habitada por uma família que a comprou da RFFSA e há negociação para a mudança desta família e liberação da estação para reforma" (Luiz Augusto de Freitas Santos, 2006).

Em 2013, depois de anos de moradia e posterior abandono, a prefeitura comprou o prédio e o reformou em 2014 para abrigar a Secretaria da Cultura. Em 2017, até um auditório ela abriga (digo "até"

ACIMA: Descarrilamento na linha para Rio Doce em 1946 (Acervo site www.riodocenanet.com). ABAIXO: Uma diesel U-5B da RFFSA número 2126 no pátio da estação de Rio Doce, provavelmente final dos anos 1960.

(Fontes: Luiz Augusto de Freitas Santos; Julio Cesar Euzebio Alves; Pedro Paulo Resende; Luiz Augusto de Freitas Santos; Gutierrez L. Coelho; site www.riodocenanet.com; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Guias Levi, 1932-80)

     

A estação de Rio Doce nos anos 1940. Foto site www.riodocenanet.com

A estação desativada em 2001. Foto EF Brasil

A estação de Rio Doce em 06/2004. Foto Gutierrez L. Coelho

A estação, em 01/2006. Foto Pedro Paulo Rezende

Dístico da estação, em 01/2006. Foto Pedro Paulo Rezende

A estação em ruinas em 11/2013. Foto Julio Cesar Euzebio Alves

Estação em reforma em maio de 2014. Foto Luiz Augusto de Freitas Santos

Estação em final de reforma em setembro de 2014. Foto Gutierrez L. Coelho

A estação em 2017, já como sede da Secretaria da Cultura. Foto Luiz Augusto de Freitas Santos

O jardim de trás do prédio. Foto Luiz Augusto de Freitas Santos
   
     
Atualização: 28.08.2017
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.