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E. F. Maricá
(1929-1943)
E. F. Central do Brasil (1943-1960)
E. F. Leopoldina (1960-1964) |
ITAPEBA
Município de Maricá, RJ |
E. F. Maricá/Ramal de Cabo Frio - km 45,980 (1960) |
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RJ-4191 |
Altitude: 6 m |
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Inauguração: 30.06.1929 |
Uso atual: demolida |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d (já demolida) |
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HISTORICO DA LINHA: A
E. F. Maricá teve o seu primeiro trecho aberto em 1888, ligando
as estações de Alcântara e Rio do Ouro. Em 1889 chegou a Itapeba e
somente em 1894 a Maricá. Em 1901, chegava a Manuel Ribeiro.
Nilo Peçanha, como Presidente da Província do Rio e também da República,
conseguiu a união da linha com a Leopoldina na estação de Neves, construída
para esse entroncamento, e do outro lado prolongou a linha até Iguaba
Grande. Em 1912, entretanto, o capital dos empresários da região acabou
e a linha foi vendida à empresa francesa Com. Generale aux Chemins
de Fer. Em 1933, o Governo Federal encampou a ferrovia e a prolongou,
em 1936, até Cabo Frio, onde se embarcava sal das salinas das praias.
Em 1943, a E. F. Marica foi passada para a Central do Brasil. Em fins
dos anos 1950, passou para a Leopoldina. Os trens passaram a sair
da estação de General Dutra, em Niterói, entrando no ramal em Neves.
Em janeiro de 1962, parou o trecho Maricá-Cabo Frio. Em 1964,
parou o trecho Virajaba-Maricá. Em 1965, somente seguiam trens
de subúrbio ligando Niterói a Virajaba, com o resto
do ramal já desativado. A ferrovia foi finalmente erradicada
em 31/01/1966. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Itapeba foi inaugurada provavelmente em 1889, embora o Guia
Geral de 1960 dê a data como sendo em 30/06/1929. O carimbo
postal no selo abaixo (ver legenda) mostra que a estação
já existia em 1893, um ano antes da linha ser inaugurada naquele
trecho - as duas estações imediatamente anterior e posterior,
Inoã e Maricá, foram, pelo menos oficialmente,
inauguradas no ano seguinte, 1894. E se isto é verdade, a agência
postal já funcionava no prédio antes mesmo de a estação
estar ativada para a ferrovia.
Por que a data de 1929 citada pelo Guia Geral de 1960?
Teria sido a data de alguma mudança de prédio ou de
local da estação? Simples engano?
De qualquer forma, a ferrovia foi prolongada sucessivamente até
1936, quando atingiu seu ponto máximo em Cabo Frio.
Curiosamente, o Guia Geral de 1960 cita esta estação,
mas, o Guia Levi de 1917, não. E em 1919, houve uma revolta
em Maricá dos usuários da ferrovia tendo como um dos
motivos a supressão de duas paradas - justamente Itapeba
e Camburi, não citadas no GL de 1917, nem em GL algum
até a extensão da linha. Trilhos foram arrancados do
leito. A polícia teve de intervir. Note-se que a parada de
Maricá era muito distante da anterior
constante no GL de 1917 (Inoã, 14 km antes) e Manuel
Ribeiro (11 km depois), deixando possivelmente muita gente à
mercê de ter de caminhar muito para pegar o trem nesses intervalos.
Em 1964, o trecho
que passava por Itapeba foi finalmente
desativado, quando já era operado pela Leopoldina.
O prédio de uma antiga casa de turma ainda existia em 2008
e servia de moradia. A estação foi
demolida. Os moradores mal se lembravam dela, segundo Cleiton Pieruccini.
A casinha de turma do pátio desta estação ficava bem próxima à praça de Itapeba
e perto da Rodovia Amaral Peixoto (RJ-106).
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1893
À
ESQUERDA: A agência postal de Itapeba localizava-se no
município de Maricá - RJ. Permutava malas postais diariamente
com a sede do município e com a administração do Distrito
Federal. A mala postal ia de Itapeba, pela Estrada de Ferro
Maricá até o porto de Neves. Daí, em "bonds" até Niterói,
em seguida pelas barcas da Companhia Cantareira até o Distrito
Federal. A curiosidade é que o carimbo está aposto sobre um
selo fiscal, para uso exclusivo em documentos e não para porte
postal. Acredito que a correspondência tenha circulado com
esse selo. Poderia também ter sido aposto um carimbo de favor
(Marcio Protzner, 01/2009). |
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1919
AO LADO: Revolta em Maricá
em 1919 (O Estado de S. Paulo, 18/4/1919)
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ACIMA: As duas fotografias mostram uma casa de turma espremida
no meio de outras construções em Itapeba. Apesar de
extremamente descaracterizada, mantém no dístico o escrito
"B TURMA" (Foto Cleiton Pieruccini, em outubro de 2008).
(Fontes: Anderson Braga da Silva; Cleiton Pieruccini;
Marcio Protzner; O Estado de
S. Paulo, 1919; Guia Geral das Estradas
de Ferro do Brasil, 1960; Guias Levi, 1917-70; Mapa - acervo Ralph
M. Giesbrecht) |
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Atualização:
16.08.2021
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