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Q R S T U
VXY Mogiana em MG
...
Porto Presidente Camargo
Guaíra
Porto Tomas Laranjeira
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: S/D
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E. F. Guaira-Porto Mendes (1917-1944)
Serviço de Navegação da Bacia do Prata (SNBP) (1944-1959)
GUAÍRA
Município de Guaíra, PR
Linha-tronco - km 60   SP-4751
Altitude: -   Inauguração: 01.06.1917
Uso atual: demolida   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d (já demolida)
 
 
HISTORICO DA LINHA: Em 1917, a Cia. Mate Laranjeira, que dominava a economia do Estadod e Mato Grosso e já tinha uma ferrovia no sul do Estado. resolveu construir outra, para contornar o leito não navegável do rio Paraná, entre Guaíra e Porto Mendes, ambas no Paraná. Por muito tempo foi uma ferrovia particular, ou seja, não aberta ao público; com pressões do governo federal, principalmente do governo Vargas, passou a fazer este serviço a partir dos anos 1930. Em 1944, foi encampada pela companhia estatal, a SNDA (Serviço de Navegação da Bacia do Prata), até sua extinção em 1959. Sempre foi uma ferrovia isolada, embora houvesse planos de se ligar Guaíra a Cianorte, na linha da E. F. São Paulo-Paraná, passando por Umuarama e outras cidades nascentes. Embora se falasse nisto mesmo depois de a ferrovia ter sido erradicada (a ligação com Guaíra), os trilhos nunca passaram de Cianorte para o oeste.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Guaíra foi inaugurada em 1917. No início, pelo menos, também se referiam a esta estação/porto como Porto Mojoli.

Guaíra ficava na margem oriental de uma plácida lagoa, a cinco largos quilômetros à cabeceira do salto de Sete Quedas, no rio Paraná. Abaixo de Guaíra, o rio bramia através de uma ravina de pedras arenosas vermelhas com menos de 100 metros de largura, caindo 100 metros num percurso de alguns quilômetros, serpenteando acima de sete grandes cataratas, no estupendo espetáculo que deu ao rio o seu nome: Paraná, o “rio fervente”, em guarani. As cataratas eram ladeadas por uma ferrovia de bitola estreita da Companhia (Mate-Larangeira), que numa extensão de 60 quilômetros ia de Guaíra, através da floresta no lado brasileiro do Paraná, até Porto Mendes” (Neil Macaulay: A Coluna Prestes, Difel, original de 1977).

Em Guaíra, a pacata, isolada e antiquíssima cidade às margens do rio Paraná sofria uma reviravolta inesperada: a invasão da cidade pelos rebeldes da Coluna Miguel Costa-Prestes. A cidade foi capturada em 14 de setembro de 1924 pelos homens de João Francisco, fugidos do levante em São Paulo de julho de 1924. No mesmo dia, eles tomaram posse da ferrovia. Ocuparam-nas até 24 de abril de 1925: da mesma forma que a ferrovia era estratégica para a Mate-Larangeira, era-o também para os rebeldes. Aproveitando-se disso, os chefes da Companhia conseguiram manter um bom relacionamento com os chefes rebeldes, com exceção de João Cabanas. Com a deserção deste, livraram-se de um incômodo. E com a saída dos revoltosos em abril, expulsos pelo General Rondon, a Companhia recuperou suas terras e sua ferrovia aparentemente sem maiores danos. Continuando isolada de tudo e de todos, Guaíra e sua ferrovia voltaram ao normal por alguns anos (A Coluna Prestes, Neil Macaulay, Difel, original de 1977).

A ferrovia foi encampada pelo Serviço de Navegação da Bacia do Prata (SNBP) em 1944 e depois, com a piora dos serviços cada vez mais se intensificando, foi erradicada em 1959.

Em 1963, a sucata da ferrovia, linhas, máquinas etc., foram vendidas para a siderúrgica Gerdau, com exceção de uma locomotiva a vapor, que está, ou estava, exposta numa praça no centro da cidade de Guaíra.

Ao que se sabe, a estação foi demolida após a desativação da linha.

Havia planos de se estender a linha que ligava Ourinhos a Cianorte até a cidade de Guaíra, mesmo após a erradicação da ferrovia em Guaíra, até os anos 1970. A ligação, que passaria com outras cidade, como Umuarama, assim mesmo, jamais foi feita.


ACIMA: Pátio da estação de Porto Mendes com armazens (sem data - autor desconhecido).
ACIMA: O mapa mostra todos os trajetos, preços e horarios em grande parte fluviais, da ferrovia e suas baldeações para as vias fluviais em 1940. Note também que os horarios da ferrovia em si não são anunciados (Guia Levi, julho de 1940).

1946
AO LADO: A nunca construída ligação com a E. F. São Paulo-Paraná (Folha da Manhã, 5/6/1946).


ACIMA: Mapa da ferrovia publicado em um livro em 1955: km 0 estava em Porto Mendes, que era a estação inicial da linha (Jeronymo Monteiro Filho: Traçados de estradas, Rio de Janeiro, vol. 1 - Ferrovias, 4a edição, Editor Borsoi, Rio de Janeiro, 1955).(Acervo Ralph Giesbrecht).

ACIMA: Mapa do Estado do Paraná da segunda metade dos anos 1950 e que mostra o traçado da ferrovia, de Porto Tomas Larangeira a Porto Mendes. Notar que, a partir de Porto Tomas Laranjeira, neste mapa estava assinalada a continuidade da ferrovia até Cianorte, no leste, o que efetivamente nunca ocorreu.


ACIMA: Antiga locomotiva da E. F. MateLaranjeira posando em praça da cidade de Guaira por volta de 1980 (Autor desconhecido).

Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisas; Maria Izabel do Lago, Guaíra, PR; Jeronymo Monteiro Filho, Traçados de estradas, Rio de Janeiro, vol. 1 - Ferrovias, 4a edição, Editor Borsoi, Rio de Janeiro, 1955; Mapas - acervo R. M. Giesbrecht)

     

A estação, sem data. Autor desconhecido
 
     
Atualização: 19.05.2019
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.