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VXY Mogiana em MG
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Boa Esperança do Sul
Java
Pedra Branca
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Ramal de Rib. Bonito-1950
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2000
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C. E. F. do Dourado (1906-1949)
Cia. Paulista de Estradas de Ferro (1949-1969)
JAVA
Município de Boa Esperança do Sul, SP
Tronco CEFD - km 49,200 (1929)
Ramal de Ribeirão Bonito - km 75,782
  SP-2176
Altitude: 604,800 m   Inauguração: 10.08.1906
Uso atual: depósito (2000)   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: 1906
 
 
HISTORICO DA LINHA: Em maio de 1894, foi entregue o ramal de Ribeirão Bonito pela Cia. Paulista, saindo da estação de São Carlos, no tronco, e com ponto terminal em Ribeirão Bonito, em bitola métrica. Em 1900, a Cia. E. F. do Dourado (Douradense) abriu uma linha que unia Ribeirão Bonito a Dourado, com bitola de 60 cm. Em 1910, o tronco da Douradense atingiu Ibitinga e mesmo ano sofreu modificações, aumentando-se a bitola para métrica e alterando a ligação Ribeirão Bonito-Trabiju, colocando a estação de Dourado como ponta de um curto ramal. Somente em 1939 a Douradense prolongou a linha, chegando até Novo Horizonte. Em 1949, a Paulista adquiriu a Douradense, adicionando a sua linha-tronco ao ramal de Ribeirão Bonito, que agora ligaria São Carlos a Novo Horizonte diretamente. Em 1966, a linha entre Ibitinga e Novo Horizonte foi suprimida, e em 3 de janeiro de 1969, todo o ramal de Ribeirão Bonito foi desativado. Os trilhos foram retirados pouco tempo depois.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Java foi inaugurada em 1906, pela E. F. Dourado, em terras da Fazenda Java, cuja sede fica a cerca de 5 quilômetros da estação. O fundador da fazenda Java em 1898 foi Manoel Franco do Amaral Filho, avô de Silvia Maria Antunes (que contou esta história) e que na época construiu a estação de trem para transporte de café, pois a fazenda era uma grande produtora. Depois a fazenda foi vendida para a família Cimino.

"Java ficava na Fazenda Java, de Bernardino Cimino, meu avô, e a estação também servia à fazenda vizinha, de meu bisavô, da família Picarollo. Ao lado da estação existia um armazém, que minha avó tocava. Ela vestia toda manhã um guarda-pó e o motorista a levava até o armazém, ficando ela o dia todo por lá. Só voltava à casa de noite. Era um grande negócio, o armazém servia a região toda em volta. Eu me lembro bem disso, e só disso, eu era uma criança na época" (Wanda Vezzone, 30/07/1999).

Servindo à Paulista desde 1949, com a compra da E. F. Dourado, a estação foi desativada com a linha, no início de 1969.

Em 2000, a antiga estação servia de depósito para a família que morava na casa ao lado, do sr. Luiz Peneli, de Santo André. Ficava no meio de um canavial, perto da estrada de terra que ligava Boa Esperança do Sul à fazenda. O pessoal do local chamava a estação de Javinha, referindo-se à fazenda em si como Java. Outras casas da antiga vila ferroviária ainda estavam então de pé no local.


ACIMA: Os tempos foram difíceis para a Cia. do Dourado nos primeiros anos, como por exemplo quando a empresa se negou a vender passagens alegando que as máquinas estavam "imprestáveis" (O Estado de S. Paulo, 6/10/1909).

ACIMA: No mesmo ano, a bilheteria recusava-se a vender bilhetes para São Paulo alegando que o trem da Paulista partia antes do trem da CD chegar a Ribeirão Bonito (O Estado de S. Paulo, 10/10/1909).

(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Wanda Vezzone; Luiz Peneli; Silvia Maria Antunes; Cia. Paulista: relatórios oficiais, 1949-69; E. F. Dourado: relatórios oficiais, 1903-48; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

Java, em 15/09/2000, lado da plataforma - Foto Ralph M. Giesbrecht

Java, em 15/09/2000, entrada - foto Ralph M. Giesbrecht

     
     
Atualização: 29.03.2019
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.