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Capão da Cruz
Monteiros
Mendonças
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Saída para o ramal de Monteiros (1914-1961): Vila
Albertina
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ramal de Jataí - 1935
IBGE-1955
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: 2000
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Cia. Mogiana de
Estradas de Ferro (1912-1971)
FEPASA (1971-c.1979) |
MONTEIROS
Município de Guatapará, SP |
Ramal de Jataí - km 60,828 |
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SP-2077 |
Altitude: 617 m |
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Inauguração: 01.06.1912 |
Uso atual: demolida em 1993 |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1912 (já demolido) |
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HISTORICO DA LINHA: O ramal de
Jataí foi construído entre 1910 e 1913, como uma variante da linha-tronco
da Mogiana, entre as estações de São Simão e de Ribeirão Preto, pelo
seu lado oeste, como uma linha de defesa de zona contra a Cia. Paulista.
Durante a sua construção, em 1911, as duas empresas chegaram a um
acordo e o ramal acabou servindo agora para transbordo de mercadorias
e passageiros, através de um novo ramal, de Monteiros a Guatapará,
construído em 1914. Em 1961, o trecho entre São Simão e Monteiros
foi desativado, e o ramal de Monteiros foi unido ao trecho até Ribeirão
Preto formando o ramal de Guatapará. Em 1976, foi fechado definitivamente
e os trilhos retirados dentro de Ribeirão em 1976, e o restante até
1979. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Monteiros foi construída em 1912, pelo engenheiro Antonio
da Silva Lavandeira. Foi ponta de linha do ramal durante alguns
meses, até a abertura da estação seguinte, em outubro de 1912.
Em
1914, foi construído o ramal de Monteiros, que levava a Guatapará,
o que fez da estação ponto de bifurcação de linha.
Nestsa vila ferroviária,
moravam o examinador de veículos, a conserva com seis empregados,
o conferente e o portador. Havia também um depósito de lenha, e um restaurante grande para
o pessoal. Junto à estação, uma venda. Em volta,
plantações de café.
O seu nome veio da família que era a proprietária
das terras à sua volta, porém, é também citado
que a Fazenda Monteiros seria o nome de uma das seções
da fazenda Guatapará, dos Prado. A versão
correta, entretanto, é a de que os Monteiros eram os
donos das terras desde o século XIX, tendo inclusive sido eles
a terem vendido a Fazenda Guatapará à família Prado.
Na época da inauguração da estação,
a maior fazenda da região próxima a ela era a Fazenda
Santa Olímpia. Mais tarde, com a divisão das terras
das fazendas mais antigas entre herdeiros e eventuais vendas, a estação
de Monteiros passou a ficar dentro das terras da Fazenda Baixadão,
que, aliás, existe até hoje. A estação
ficava a cerca de dois quilômetros da sede da Fazenda Monteiros,
da mesma forma que, hoje, o seu antigo local fica à mesma distância
da sede da Fazenda Baixadão, uma casa de 1948 que ainda
existe, ao contrário da sede da Monteiros, que não
mais existe.
Em 1961, o trecho que ligava a estação a São Simão foi suprimido e as duas linhas que chegavam a Monteiros, unidas,
formaram o ramal de Guatapará.
Continuou a estação ativa, até
que, em setembro de 1969, foi fechada e transformada em parada (*RM-1969).
O ramal foi totalmente desativado em 1976, e logo em seguida os trilhos
foram retirados na região urbana de Ribeirão Preto. O restante
da linha foi retirado entre 1978 e 1979.
A lembrança agradável das paradas na desaparecida estação
de Monteiros é citada em seguida: "Lá pelos
idos de 1957/1959, quando ainda estudante de Direito em São Paulo,
costumava apanhar o trem de aço ou o trem azul da Paulista, com destino
a Ribeirão Preto, onde seu avô Gabriel era Juiz de Direito na ocasião,
para as festas de fim de ano ou feriados de carnaval. Essas composições,
pelo menos em termos de Brasil, eram um primor de comodidade, luxo
(Pullman) e eficiência (horário). Algumas vezes, como sua mãe estava
na fazenda, eu achava mais
conveniente pegar o noturno da Paulista e fazer a baldeação
em Guatapará, já na Mogiana, para descer em Joaquim Firmino, de manhã,
e chegar até a sede. No ramal de Jataí, saindo de Guatapará, parava-se
em Monteiros, onde o pão com linguiça, caseira, artesanal e bem temperada,
era um verdadeiro banquete matinal" (Relato do pai de Maria Christina Monteiro de Barros Alfano, esta sendo uma das
bisnetas de Joaquim Firmino, em 01/2003).
"A Cia. Paulista
nos levava da Estação da Luz até Rincão, onde acabava a alimentação
elétrica. Não dá para esquecer os vagões azuis impecáveis da Paulista.
Em Rincão, saía a locomotiva elétrica e entrava a máquina diesel,
que nos deixava em Guatapará e seguia para Barretos. Eu adorava ver
essa operação de troca de locomotivas. De Guatapará íamos de máquina
a vapor para Monteiros, na fazenda onde nasceu minha mãe. Estou falando
da década de 50. Na década de 1970, trabalhando na Du Pont, em Paulínia,
voltei a frequentar a Fazenda Santa Olimpia, onde nasceu minha mãe
e onde ficava a estação de Monteiros. Nos anos 80 voltei lá mais umas
duas vezes. Fiz algumas fotos, inclusive da antiga ponte de ferro,
trazida dos EUA desmontada, como tantas outras do Brasil. Hoje, de
tudo aquilo, só restam ruínas e saudades, além de boas recordações.
Felizmente, eu ainda fotografei alguma coisa e guardei várias telhas
francesas de barro e vidro colorido, que cobriam as estações"
(Coryntho Silva Filho, 08/2003).
A estação foi demolida
em 1993, depois de ter permanecido invadida por muitos anos. A caixa
d'água de ferro da estação já havia sido cortada pela empreiteira que erradicou o ramal, em 1979.
Hoje, na desolação do canavial,
nada mais resta. Em 2006, perto do local da antiga estação e da vila, existia ainda
uma casa com um barzinho que atendia aos cortadores de cana. O local
da estação é impossível de ser mostrado com certeza, pois virou canavial. Os
moradores dessa casa contavam que ali perto existiria uma mina de água,
que a seu lado teria uma estátua da família Monteiro, mas que
estaria em completo abandono e com um acesso dificílimo, visto que
o capim em sua volta estava altíssimo.
ACIMA: Anúncio da inauguração
da estação de Monteiros em 1912 (O Estado de S. Paulo,
24/5/1912).
ACIMA: A melhor farinha do Brasil seria mesmo fabricada
junto à estação de Monteiros, às margens
do ramal de Jataí? (O Estado de S. Paulo, 2/1/1921).
ACIMA: Eram comuns anúncios de vendas de gado
na estação de Monteiros, por um longo tempo (O Estado
de S. Paulo, 10/6/1933).
ACIMA: Esquema do pátio de Monteiros em novembro
de 1968 (Clique sobre a figura para ter maiores informações).
Notar que a linha que seguia para São Simão está
"morta" (para nordeste, na figura) (Acervo Museu da Companhia
Paulista, Jundiaí, SP - Reprodução Caio Bourg).
ACIMA e ABAIXO: Sede da fazenda Santa Olimpia, próxima à estação de Monteiros, em foto de 1974 (fotos enviadas por Coryntho Silva Filho).
ACIMA: Outra foto de Chorynto ao lado da estação em 1974 (Fotoenviada por ele proprio).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local, 1999; Maria Cecília França Monteiro
da Silva; Coryntho Silva Filho; Caio Bourg; O Estado de S. Paulo,
1912, 1921, 1933; Museu da Cia. Paulista, Jundiaí, SP; Cia.
Mogiana: relatórios, 1900-69; Album de fotos da Mogiana, c. 1910; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
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Monteiros na época da inauguração (1912).
Álbum da Mogiana, Museu de Jundiaí |
Foto rara: a estação ainda com vagões no
pátio, em 1974. Foto Coryntho Silva Filho
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Estação de Monteiros, sem data e autor |
A estação de Monteiros ainda de pé mas
com partes dos telhados laterais caídos, em 1987. Foto
Coryntho Silva Filho |
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Atualização:
09.08.2022
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