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E. F. Itapura-Corumbá
(1912-1917)
E. F. Noroeste do Brasil (1917-1975)
RFFSA (1975-1996) |
TRÊS
LAGOAS
Município de Três Lagoas, MS |
Linha-tronco - km 455,861 (1960) |
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MS-1550 |
Altitude: 314 m |
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Inauguração: 31.12.1912 |
Uso atual: abandonada (2016) |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1967 |
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HISTORICO DA LINHA: A
E. F. Itapura a Corumbá foi aberta a partir de 1912, entrte
Jupiá e Agua Clara e entre Pedro Celestino e Porto Esperança,
deixando um trecho de mais de 200 km entre as duas linhas esperando
para ser terminado, o que ocorreu somente em outubro de 1914. A partir
daí, a linha estava completa até o rio Paraguai, ao
sul de Corumbá, em Porto Esperança; somente em 1952
a cidade de Corumbá seria alcançada pelos trilhos. Logo
dedpois da entrega da linha, em 1917, a ferrovia foi fundida com a
Noroeste do Brasil, que fazia o trecho inicial no Estado de São
Paulo, entre Bauru e Itapura. E em 1975, incorporada como uma divisão
da RFFSA, foi finalmente privatizada sendo entregue em concessão
para a Novoeste, em 1996. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Três Lagoas foi inaugurada em 1912. Dois anos antes,
o pátio de obras havia sido o responsável pela fundação
da futura cidade de Três Lagoas, nascida com o trem.
Pelo menos três prédios diferentes foram contruídos
para esta estação que se tornou sede de município
crescendo com a ferrovia. A estação atual foi
inaugurada em 31/01/1967.
"Estive na estação de
Três Lagoas em 1984 pela primeira vez e tive a oportunidade de
conhecer a estação operando normalmente, com bom movimento de trens
de passageiros. Lembro-me que, chegando lá, a plataforma
estava cheia de gente
esperando o trem. Depois disso, passei outras vezes por lá, mas muito
rapidamente. Em abril de 2005 tornei a voltar lá, passei pelo
pátio da estação e pude dar uma andada. Constatei que,
apesar de não ter mais o trem de passageiros, a estação continuava
em plena atividade de funcionamento, como escritório da Novoeste,
inclusive com notícias da ferrovia, boletins e notícias de sindicato.
O pátio de manobras ainda é movimentado, e tem um galpão para fazer
alguns reparos" (Artur F. da Silva, 04/2006).
Em 2006 a concessão passou para a ALL. Uma variante foi construída
para passar fora da cidade, o que retirou os trilhos e os trens e
também a estação de dentro da cidade. Ficou pronta
em 2014/2015.
Em 2015, a concessionária anunciou que não haveria mais
tráfego ferroviário para além da cidade, decretando
assim a inutilidade dos trilhos da velha Noroeste em todo o estado.
A estação foi completamente abandonada. Em dezembro
deste mesmo ano, um incêndio irrompeu no prédio, já
então ocupado por moradores de rua e usuários de drogas.
Um fazendeiro
instalado nas proximidades da barranca do rio Paraná em Mato
Grosso percebeu essas mudanças e suas conseqüências já em 1910.
Ele decidiu escrever uma carta para a delegacia de polícia de
Santana do Paranaíba, denunciando o aumento desenfreado da criminalidade
na recém fundada “povoação de Três Lagoas”. Segundo a sua carta,
“os assassinatos sucedem-se uns aos outros sem que as autoridades
desta comarca possam tomar providências, não só porque a distância
é longínqua, como também pelas ameaças dos assassinos prometendo
matar aqueles que tiverem o arrojo de denunciá- los”. O missivista
parece não se intimidar com tais ameaças e continua sua narrativa,
exclamando: “É doloroso, mas é verdade!”. Para ele, a situação
amarga da região tendia a piorar porque “com o pessoal da Estrada
de Ferro que se acha em construção é raro o dia ou a semana
que não se registra um assassinato” |
1910
AO LADO: (Thiago Moratelli, Os trabalhadores da construção
da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, Campinas, 2009).
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1912
AO LADO: Trabalhadores da Noroeste posam em Três
Lagoas, durante a construção da estação
e linha: Zeferino Alves, gerente de armazém; Benjamin
de Castro, encarregado dos serviços da construção
e Jorge Pimentel Pinto, auxiliar do armazém (O Malho,
27/1/1912).
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1922
AO LADO: Feira do gado e todo mundo vai de trem (O Estado de S. Paulo,
24/6/1922). |
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1926
AO LADO: Aberta a Ponte Francisco Sá sobre o
rio Tietê (O Estado de S. Paulo, 5/10/1926).
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ACIMA: Oficinas da estação de
Três Lagoas, foto sem data (Acervo do Museu Municipal de Avaí,
SP).
ACIMA: Oficinas da estação de
Três Lagoas, 1926 (sem data ou autor)..
ABAIXO:
A estação de Três Lagoas em 1929 (O
Malho, 4/1/1930).
ACIMA: Pátio de Três Lagoas com a estação ao fundo (Museu Ferroviario de Bauru - foto sem data).
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1944
AO LADO: Em artigo publicado 30 anos depois, a descrição
de como era Três Lagoas no ano de 1914, na abertura
da linha (O Estado de S. Paulo, 12/10/1944).
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ACIMA: Patio da estação de Tres
Lagoas em 19/7/1950 (Acervo Lazinho).
ACIMA: Município de Três Lagoas
em 1960. Note-se as diversas estações da Noroeste
nele contidas (IBGE: Enciclopedia dos Municipios Brasileiros, vol.
II, 1960).
ACIMA: A estação em uma madrugada
de 1971 no aguardo do trem noturno (Acervo João do Trem).
ACIMA: Estação de Três Lagoas
em 1986, com uma máquina a vapor manobrando (Foto Artur
Silva).
ACIMA: Em maio de 2009, o antigo
depósito de locomotivas da estação de Três
Lagoas ainda é utilizado pela ALL (Foto Fernando da Silva Rodrigues).
ACIMA:
A oficina em 2017, agora ocupada pelo Instituto SENAI (foto Helio
Merá de Assis).
ACIMA:
A linha aoriginal abandonada na cidade, depois da abertura da variante
de contorno (Foto Elias Soares em 2017).
ACIMA: A linha velha da Noroeste sendo arrancada na cidade, depois da abertura da variante
de contorno (Foto sem data e de autor desconhecido).
(Fontes: Elias Soares; José H. Bellorio; Helio
Merá de Assis; João do Trem; Rodrigo Viudes;
Roberto Garcia; Acervo Lazinho; Fernando da Silva Rodrigues; Artur
F. da Silva; Fabio Rozalinski Kuczkowski; O Estado de S. Paulo, 1944;
IBGE: Enciclopedia dos Municipios Brasileiros, vol. II, 1960; http://www.radiocacula.com.br/
noticias/policial/bombeiros-sao-acionados-para-combater-incendio-na-antiga-estacao-ferroviaria;
Museu Municipal de Avaí, SP; O Malho, 1912 e 1930; Thiago Moratelli:
Os trabalhadores da construção da Estrada de Ferro Noroeste
do Brasil, Campinas, 2009; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil,
1960; IBGE, 1959) |
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A estação original em 1919. Foto cedida por José
H. Bellorio |
A segunda estação em 1922. Foto cedida por José
H. Bellorio |
A estação e os prédios do pátio,
talvez anos 1960. Acervo Fabio Rozalinski Kuczkowski |
A estação, foto sem data. Autor desconhecido |
A estação atual em 1979, a terceira. Foto José
H. Bellorio |
A estação original ainda está ali, com
sua plataforma, ambas desativadas. Foto José H. Bellorio
(2001) |
Plataforma da estação atual em 2002. Foto Rodrigo
Viudes |
Parte da plataforma da estação em 12/2011. Foto
Roberto Garcia |
Parte da plataforma da estação em 12/2011. Foto
Roberto Garcia |
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Atualização:
01.06.2023
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