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Q R S T U
VXY Mogiana em MG
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Taquaral
Piracicaba Paulista
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ramal de Piracicaba-1935

Planta da cidade, 1995
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2022
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Cia. Paulista de Estradas de Ferro (1922-1971)
FEPASA (1971-1998)
PIRACICABA PAULISTA
Município de Piracicaba, SP
Ramal de Piracicaba - km 123,593   SP-2734
Altitude: 540,300 m   Inauguração: 30.07.1922
Uso atual: sede de parques e quadras da Prefeitura existentes no pátio (2023)   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: 1922
 
 
HISTORICO DA LINHA: Embora idealizado desde o fim do século XIX para ligar Limeira a Piracicaba, somente em 1916 o ramal de Piracicaba começou a ser construído pela Cia. Paulista, mas saindo de Recanto, estaçãozinha logo após Nova Odessa. Em 1917 chegou a Santa Barbara para aí estacionar até 1922, quando se o prolongou até a estação terminal de Piracicaba Paulista. O ramal tinha bitola larga e não se ligava com o ramal do mesmo nome, da Sorocabana, cruzando-se na entrada da cidade em desnível. Em 1922, tencionava-se o prolongamento até Bauru, idéia abandonada em 1925 por causa das dificuldades das serras no caminho. Apesar disso, em 1969 voltou a se falar na ligação Piracicaba-Torrinha, que também não saiu. Em 20 de fevereiro de 1977, o tráfego de passageiros foi suprimido, e nos anos 90, o ramal foi abandonado. Os trilhos estão lá até hoje e a concessionária Ferroban estuda uma possível reativação dos cargueiros pela linha, hoje coberta pelo mato.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Piracicaba Paulista foi aberta em 1922, depois de mais de vinte anos de espera e promessas de chegada do ramal da Cia. Paulista à cidade, em terreno doado pelo sr. João Baptista da Rocha Conceição, dono da fazenda Algodoal, a nordeste da cidade, e que por causa dela se havia metido dez anos antes em uma briga jurídica com a Prefeitura por causa da construção do matadouro modelo em terras de sua fazenda.

O nome da estação tinha a terminação "Paulista" para diferenciá-la da estação da Sorocabana, situada a não mais de dois quilômetros dali, hoje um prédio usado como um terminal de ônibus no centro da cidade.

A arquitetura da estação era a mesma da de Jaú, construída
poucos anos antes no ramal de Jaú, da mesma CP. Como esta,
Piracicaba Paulista era a estação terminal do ramal.

As linhas da Paulista e da Sorocabana não se encontravam; apenas se cruzavam (a da CP passando sobre uma ponte sobre a linha da EFS) um pouco antes de chegar à estação nova.

Após a supressão dos trens
de passageiros do ramal, em 1977, a estação ainda seguiu aberta até cerca de 1990, mas, com a supressão quase total dos cargueiros, acabou fechando.
Esteve anos abandonada, e a linha idem.

Em 2019, a linha continuava abandonada e com parte dos trilhos roubados; a estação transformou-se em um complexo esportivo para a terceira idade. Existem ali campo de futebol, ciclovia, pista para caminhada de pedestres e parque para crianças.

Em 2023, a situação do prédio mantinha-se como havia quatro anos antes.


Piracicaba é a terra natal de meu avô materno, Sud Mennucci (1892-1948). Quarto filho de Amedeo Mennucci (1860-1930) e de Teresa Lari (1866-1937), italianos que se estabeleceram na cidade em 1888, saiu da cidade em 1910 para ser professor em Cravinhos, SP. Dali foi para Piracaia e depois para Dourado, seguiu para Belém do Pará, de onde retornou para lecionar em Porto Ferreira, SP, em 1914, onde se casou três anos depois com a ferreirense Maria da Silva Oliveira. Depois de morar 3 anos na cidade, mudou-se para Campinas e depois Piracicaba, de onde foi em 1925 com a esposa e a filha para a cidade de São Paulo, de onde nunca mais saiu.
AO LADO: Texto escrito por Ralph M. Giesbrecht

1921
AO LADO: O terreno onde seria construída a estação (O Estado de S. Paulo, 3/7/1921).

1922
AO LADO: A estação ainda nem estava pronta, mas a nova linha de bondes da cidade já chegava até ela (O Estado de S. Paulo, 13/3/1922).

1922
AO LADO: Os trilhos se aproximam de uma estação quase pronta (O Estado de S. Paulo, 13/3/1922).

1922
AO LADO: Trem de lastro (O Estado de S. Paulo, 27/4/1922).

ACIMA: A estação em final de construção: "Ferragem das thesouras da plataforma - Estação da Companhia Paulista em Piracicaba - 16/5/1922". Assim está escrito na placa pendurada nas ferragens na própria fotografia (Autor desconhecido).

1922
AO LADO: Trens provisórios SP-Piracicaba (O Estado de S. Paulo, 22/6/1922).

1922
AO LADO: Anuncio de que o ramal será aberto dia 30 de julho (O Estado de S. Paulo, 22/7/1922).

1922
AO LADO: Anuncio de que o ramal será aberto dia 30 de julho (O Estado de S. Paulo, 25/7/1922).

1922
AO LADO: Anuncio de que o ramal será aberto dia 30 de julho (O Estado de S. Paulo, 25/7/1922).

1922
- ACIMA: Sobre a inauguração do trem (CLIQUE SOBRE A IMAGEM PARA VER TODA A REPORTAGEM) (O Estado de S. Paulo, 29/7/1922).

1922 - ACIMA: O dia após a inauguração do trem (CLIQUE SOBRE A IMAGEM PARA VER TODA A REPORTAGEM) (O Estado de S. Paulo, 30/7/1922).
ACIMA: Planta da fachada da estação de Piracicaba - anos 1920 (Companhia Paulista).
1929
AO LADO:
Enchente do rio Capivari prejudicou o tráfego de trens para a cidade (O Estado de S. Paulo, 19/1/1929).

1932
AO LADO: O trem parte da estação levando tropas para a revolução (O Estado de S. Paulo, 17/7/1932).

1932
AO LADO: Novos horarios para os trens em Piracicaba, tanto da Paulista quanto da Sorocabana (O Estado de S. Paulo, 17/7/1932).

ACIMA: Trem de passageiros na estação de Piracicaba (Foto J. Erdberg em 14/08/1938 - Acervo Leandro Guidini).

1939
AO LADO: Muda o chefe da estação (O Estado de S. Paulo, 9/3/1939).

ACIMA: Locomotiva a vapor da Paulista no pátio de Piracicaba, anos 1940 ou 1950 (Acervo Paulo Filomeno, autor desconhecido).

ACIMA: Localização da estação de Piracicaba Paulista em 1950 (CLIQUE SOBRE A FOTO PARA VER A CIDADE TODA) (IGC-Instituto Geografico e Cartografico de São Paulo).
1953
AO LADO: Problemas com o horário dos trens da Paulista e da Sorocabana - que também atendia a cidade, mas por outra estação - em 1953 (O Estado de S. Paulo, 1/1/1953).

ACIMA: Em 1986, uma das poucas fotos que mostram a bitola mista na estação de Piracicaba, para então receber os cargueiros da Sorocabana, cuja estação, no centro da cidade, já estava desativada. Na bitola métrica, uma diesel da Fepasa ex-Mogiana (Acervo MF).
AO LADO: Texto escrito por Julio Almstalden em 1/2/2009).
"Desde criança tenho paixão pelos trens (...) Nasci em 1966, quando os trens já estavam em processo de decadência no país, e nasci numa casa que se localizava na rua de trás da estação da Cia. Paulista de Estradas de Ferro, no bairro que emblematicamente leva o nome de "Paulista". Assim, desde muito cedo convivi com os trens e tenho memórias afetivas muito nítidas daquele tempo. Lembro-me que aguardávamos a chegada das composições que traziam gado - quando criança eu não sabia que o gado era destinado ao Matadouro Municipal, e os adultos não me revelavam isso - e era uma festa ver os animais descendo dos vagões, pois isso constituía uma movimentação especial, já que o trem saía fora da estação para descarregar (havia um prolongamento dos trilhos para além da porteira da estação, que seguiam para o quarteirão seguinte, no qual havia estruturas de madeira para receber e conter o gado). Lembro-me do apito das locomotivas, seu ruído intenso, o cheiro de óleo diesel misturado com o cheiro de estrume. Meu pai sempre levava a mim e meu irmão para assistirmos o desembarque do gado, e isso atraía não só as crianças, mas vários homens adultos. A estação da Cia. Paulista está muito ligada à trajetória de minha família. Meu tio-avô possuiu um armazém exatamente em frente à estação, que foi muito conhecido na cidade pelo sorvete que fazia. Sua freguesia era formada principalmente pelos usuários da Paulista. Este tio-avô residia no andar superior do prédio, uma bela casa em estilo "art-deco" construída na década de 1920. Esta construção existe ainda hoje, como uma escola de inglês. O bairro onde a estação se situa desenvolveu-se muito devido aos trens, não sendo por acaso que acabou concentrando majoritariamente famílias de imigrantes, italianos em sua maioria, mas também japoneses, alemães e suíços (...) (Júlio Amstalden, 1/2/2009).

ACIMA: A estação em 22/8/2022 (Foto Leonardo Patara).

ACIMA: A estação de Piracicaba Paulista em 2022 (foto Ralph M. Giesbrecht).

ACIMA: Último pontilhão da linha e antes de chegar à estação em 1/7/2023 (Foto Leonardo Patara).

TRENS - Os trens de passageiros pararam nesta estação de 1922 a 1977. Na foto à esquerda, o trem do ramal está ainda no pátio de Nova Odessa, de onde todos partiam, puxados geralmente por uma U-9B. Clique sobre a foto para ver mais detalhes sobre esses trens. Veja aqui horários em 1964 (Guias Levi).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Leonardo Patara, 2022 e 2023; J. Erdberg; Leandro Guidini; Paulo Moretti; Leandro Polezzi; Adriano Martins; Júlio Amstalden; Marli T. G. Perecin: Síntese Urbana (1822- 1930), Piracicaba, 1998; O Estado de S. Paulo, 1929, 1939 e 1953; Sala de Espera, 1922; Cia. Paulista: relatórios anuais, 1890-1969; Mapas e plantas - acervo R. M. Giesbrecht)
     

Planta da estação de Piracicaba Paulista. Acervo Ralph M. Giesbrecht

A estação no dia da inauguração (30/07/1922). Foto da revista Sala de Espera no. 5, 1922

A estação, anos 1920. Autor desconhecido

Na escadaria da estação, Sud Mennucci recebe a cantora Alzira Vargas, em março de 1924. Acervo Ralph Mennucci Giesbrecht

A estação em 1930. Autor desconhecido

A estação nos anos 1940. Cartão postal

A estação, provavelmente anos 1950. Cartão-postal da época

Estação de Piracicaba Paulista, já fechada, em 28/05/1996. Foto Ralph M. Giesbrecht

Estação de Piracicaba Paulista, já fechada, em 28/05/1996. Foto Ralph M. Giesbrecht

Plataforma da estação, em 28/05/1996. Foto Ralph M. Giesbrecht

A estação em reforma, em 09/2005. Foto Adriano Martins

A estação restaurada, em 12/2005. Foto Paulo Moretti


Plataforma da estação em 3/2011. Foto Leonardo Patara

A estação em 2015, Foto Fernando Marietan

A estação em abril de 2019. Foto Saulo Cabral
     
Atualização: 05.07.2023
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.