A B C D E
F G H I JK
L M N O P
Q R S T U
VXY Mogiana em MG
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Roosevelt
Primeira Parada
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ram. S. Paulo EFCB-1950
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2017
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E. F. do Norte (1875-1892)
E. F. Central do Brasil (1892-1975)
RFFSA (1975-1983)
CBTU (1983-1992)
CPTM (1992-)
ROOSEVELT
(antiga ESTAÇÃO DO NORTE)
Município de São Paulo, SP
Ramal de São Paulo - km 499,153 (1928)   SP-2253
Altitude: 731 m   Inauguração: 06.11.1875
Uso atual: estação de trens metropolitanos   com trilhos
Data de construção do prédio atual: 1877 - reformado em 1935
 
 
HISTORICO DA LINHA: Em 1869, foi constituída por fazendeiros do Vale do Paraíba a E. F. do Norte (ou E. F. São Paulo-Rio), que abriu o primeiro trecho, do Braz até a saindo da linha da SPR no Brás, em São Paulo, e chegando até o bairro da Penha. Em 12/05/1877, chegou a Cachoeira (Paulista), onde, com bitola métrica, encontrou-se com a E. F. Dom Pedro II, atual Central do Brasil, constituída em 1855 e com o ramal, que saía do tronco em Barra do Piraí, Província do Rio, atingindo Cachoeira no terminal navegável dois anos antes (1875) e com bitola larga (1,60m). A inauguração oficial do encontro entre as duas ferrovias se deu em 8/7/1877. As cidades da linha se desenvolveram, e as que eram prósperas e ficaram fora dela viraram as "Cidades Mortas"... O custo da baldeação em Cachoeira era alto, onerando os fretes e foi uma das causas da decadência da produção de café no Vale do Paraíba. Em 1889, com a queda do Império, a E. F. D. Pedro II passou a se chamar E. F. Central do Brasil, que, em 1892, incorporou a já falida E. F. do Norte, com o propósito de alargar a bitola e unificar as 2 linhas. O primeiro trecho ficou pronto em 1901 (Cachoeira-Taubaté) e o trecho todo em 1908. Em 1957 a Central foi incorporada pela RFFSA. O trecho entre Mogi e São José dos Campos foi abandonado no fim dos anos 1980, pois a construção da variante do Parateí, mais ao norte, foi aos poucos provando ser mais eficiente. Em 31 de outubro de 1998, o transporte de passageiros entre o Rio e São Paulo foi desativado, com o fim do Trem de Prata, no mesmo ano em que a MRS passou a ser a concessionária da linha. O transporte de subúrbios, existente desde 1914 no ramal, continua hoje entre o Brás e Estudantes, em Mogi e no trecho da estação D. Pedro II a Japeri, no RJ.
 
A ESTAÇÃO: A estação do Norte foi aberta pela E. F. do Norte em 1875, ao lado da estação Brás da São Paulo Railway, onde passava a linha desta.

A primeira estação da ferrovia era provisória e funcionou em testes feitos antes da ebertura da linha ao público (ver caixa abaixo, de 1875).

A inauguração da ferrovia em si foi quase dois anos depois, em 10 de julho de 1877, na data em que era inaugurada a estação de Cachoeira (hoje, Cachoeira Paulista) e os passageiros do trem do Norte passavam a ter a possibilidade de baldear ali e tomar o trem da ferrovia D. Pedro II (depois Central do Brasil) para o Rio. Dois dias antes, havia sido inaugurada oficialmente a estação, com a presença do Imperador.

Em 1924, a então Estação do Norte, "no Braz, é ponto de embarque e desembarque para os trens mistos para o Rio de Janeiro e para os subúrbios do Norte de S. Paulo, servidos pela E. F. Central do Brasil" (Cidade de São Paulo - Guia Illustrado do Viajante, Jacintho Silva, Monteiro Lobato & C., 1924). O mesmo guia indicava que os trens de passageiros de e para o Rio de Janeiro saíam da Estação da Luz.

Depois de uma reforma geral que mudou toda a estrutura do prédio nos anos 1940, dando-lhe estilo art-decô, o prédio foi novamente reformado em sua parte exterior anos mais tarde.

Seu nome foi alterado por decreto de 15/9/1945 para Estação
Roosevelt, em homenagem ao presidente americano morto nesse ano.

"Meu avô materno, Sr. Isidoro Martins dos Santos, trabalhou durante muitos anos na estação Roosevelt. Aposentou-se pela RFFSA. Não me lembro ao certo de sua função, porem se não era de gerente da estação era algo semelhante. E eu convivi mais com ele do que com meus pais durante os 10 primeiros anos de minha vida. Nasci em fevereiro de 1974. Durante este período morávamos em uma das casas que ficavam dentro da área da estação Roosevelt (a esquerda da entrada principal). Era o sonho de qualquer garoto de minha idade, pois tinha os trens manobrando na porta do meu quintal. Lembro-me da sala da Chefia da Estação, toda decorada com madeira de lei e meu avô com o uniforme e o quepe vermelho da RFFSA. Tenho este quepe até hoje, lembrança mais marcante, que guardo até hoje, de meu avô que já se foi" (Cicero Alexandre B. de Godoy, 05/2006).

Aos poucos, a estação foi se confundindo com a estação do Braz e, mais tarde, com a construção da estação Braz do metrô, e, em 1979, as três estações acabaram praticamente se fundindo numa coisa só. A entrada da estação fica hoje num local extremamente deteriorado e tomado por camelôs, tanto em sua entrada pelo largo da Concórdia quando por sua entrada lateral, ao longo dos trilhos.

"Roosevelt é uma estação grande,
muito pouco "documentada" - aliás, a EFCB em São Paulo sempre foi meio ignorada. Hoje essa cobertura da estação foi meio que 'engolida' pela cobertura feita pela CPTM que abrange as plataformas da ex-Central e ex-Santos-Jundiaí. As gavetas que adentravam a gare foram concretadas, e o local virou saguão. Uma vez li, não me lembro onde, que a Gare de Roosevelt foi "encurtada" durante a eletrificação nos anos 1950: não sei se é verdade" (Thomas Corrêa, 04/2009).

Aliás, o nome Roosevelt praticamente desapareceu, prevalecendo o nome "estação Braz" para metrô e CPTM, esta tanto na linha para Mogi quanto na linha para Rio Grande da Serra.

(VEJA TAMBÉM ESTAÇÃO DO BRAZ)

1875
AO LADO:
A primeira estação durante as viagens de teste, como esta, estava num prédio provisório. A linha ainda não estava pronta e o trem viajou três léguas (cerca de 18 quilômetros) ou seja, até perto da e'stação São Miguel (que mais tarde seria chamada de Itaquera). Note-se que o trem parou "no local onde deve ficar a estação da Penha" houve uma parada , nesta linha principal. Entende-se que a estação ainda não existia então?: (A Provincia de S. Paulo, 27/7/1875)..
ACIMA: Abertura da linha do Norte até Mogy. Reparar que não são citadas outras estaçõespelo caminho (O Estado de S. Paulo, 6/11/1875)..

1875
AO LADO:
Sai o primeiro trem da estação do Norte para Mogi das Cruzes
(A Provincia de S. Paulo, 7/11/1875).

1878
AO LADO:
Um tufão causa estragos na estação do Norte - CLIQUE SOBRE O ARTIGO PARA VÊR A REPORTAGEM INTEGRAL
(A Provincia de S. Paulo, 15/05/1878).

1883
AO LADO:
Contradições nos acessos à plataforma da estação
(A Provincia de S. Paulo, 10/06/1883).

1887
AO LADO:
Confusão dos bondes na estação do Norte - LEIA A CONTINUAÇÃO CLICANDO SOBRE O ARTIGO (A Provincia de S. Paulo, 8/3/1887)..

1888
AO LADO:
Pulou do trem e quebrou a perna -(A Provincia de S. Paulo, 17/8/1888)..

1893
AO LADO:
Iluminação elétrica para a estação do Norte (O Estado de S. Paulo, 5/8/1893)..

1894
AO LADO:
Acidente na estação do Norte (O Estado de S. Paulo, 18/5/1894)..

1894
AO LADO:
Maus tratos ao publico na estação do Norte (O Estado de S. Paulo, 16/9/1894)..

1895
AO LADO:
Prisão na estação do Norte ((O Estado de S. Paulo, 9/1/1895)..

1895
AO LADO:
A estação do Norte precisa de melhoramentos (CLIQUE SOBRE A IMAGEM PARA VER A NOTA INTEIRA)(O Estado de S. Paulo, 10/1/1895)..

1895
AO LADO:
11 meses depois, o povo ainda pede reformas na estação
do Norte (O Estado de S. Paulo, 24/11/1895)..

1895
AO LADO:
Ainda sobre as reformas na estação do Norte - CLIQUE SOBRE O TEXTO PARA VE-LO COMPLETO (O Estado de S. Paulo, 28/11/
1895)..

1905
AO LADO:
Horários das partidas e chegadas de trens na Estação do Norte (O Estado de S. Paulo, 1/1/1905)..

ACIMA: A estação do Norte em primeiro plano em 1905. Ao fundo, a estação do Braz da SPR (Autor desconhecido).
1922
AO LADO:
Já se previa uma grande reforma no prédio (O Estado de S. Paulo, 7/3/1922).
1923
AO LADO:
Atropelamento na estação (O Estado de S. Paulo, 26/2/1923).
1924
AO LADO:
Staffs passam a autorizar o tráfego de trens entre Norte e Mogy (O Estado de S. Paulo, 16/4/1924).

ACIMA:
Após a revolução de 1924, os trens que saíam da estação da Luz para o Rio de Janeiro passaram a sair novamente da estação Roosevelt, desagradando aos usuários do serviço. Não sei até quando isso ocorreu, mas, no final desse mesmo ano, a situação ainda era a mesma (CLIQUE SOBRE A IMAGEM PARA VER A NOTA INTEIRA) (O Estado de S. Paulo, 23/9/1924).
1924
AO LADO:
Choque de locomotivas na estação (O Estado de S. Paulo, 25/11/1924).
1925
AO LADO:
Desastre na estação (O Estado de S. Paulo, 23/5/1925).
ABAIXO: Mais queixas à estação, em 1925: note-se que o queixoso, a um determinado ponto, fala que "o governo rescindiu o contrato com a SPR", o que não era verdade, embora houvesse negociações nessa época entre o governo e a ferrovia - CLIQUE SOBRE A REPORTAGEM PARA VÊ-LA MAIOR) (O Estado de S. Paulo, 3/7/1925).
ACIMA: Choque de locomotivas na estação do Norte em 1926 (O Estado de S. Paulo, 19/1/1926).
1926
AO LADO:
Problemas na estação (O Estado de S. Paulo, 5/8/1926).

ACIMA: Planta da estação Roosevelt em 1931 (O Estado de S. Paulo, 23/9/1931). CLIQUE SOBRE O DESENHO PARA AMPLIÁ-LO.

ACIMA: Como foi o dia após o início da revolução de 1932 na estação do Norte (O Estado de S. Paulo, 10/7/1932).
1933
AO LADO:
Obras na estação (O Estado de S. Paulo, 23/8/1933).
1935
AO LADO:
Acidente na estação (O Estado de S. Paulo, 11/1/1935).
1935
AO LADO:
Críticas às obras na estação (Correio de S. Paulo, 19/2/1935).

ACIMA: A grande reforma por que passou o prédio da estação do Norte em 1935. Veja a reportagem toda clicando sobre o texto acima (Correio de S. Paulo, 8/3/1935).
1935
AO LADO:
Mais um acidente na estação (O Estado de S. Paulo, 28/9/1935).

ACIMA: Visita do Sr. Chris Pratt e São Paulo; estão posando em frente a um casso do trem Cruzeiro do Sul na plataforma de Roosevelt em 1937 (Correio do Povo, 16/4/1937).

1939
AO LADO:
Acidente com uma litorina (automotriz no. 2, chamada de "Piratininga") FIAT italiana, na estação do Norte, poucas semanas depois de elas, novinhas, começarem a atuar na linha São Paulo-Rio de Janeiro, em 6/7/1939 (Folha da Manhã, 7/7/1939).

ACIMA: O mesmo acidente, relatado por outro jornal - CLIQUE SOBRE O TEXTO PARA VÊ-LO INTEIRO (O Estado de S. Paulo, 7/7/1939).

ACIMA: O time do Fluminense posando na estação assim que chegou do Rio de Janeiro para um jogo em São Paulo (Diario Popular, 16/7/1940).

ACIMA: Bar existente na estação Roosevelt nos "bons tempos" (Sem data, autor desconhecido).

ACIMA: A estação de Roosevelt vista de cima e publicada em 1946 (Jornal de Noticias, 24/06/1946).

ACIMA: A estação Roosevelt em dezembro de 1948, quando irromperam problemas devido à revolta de passageiros dos subúrbios. Vejam que no dístico ainda aparecia i nime "Norte"  - VEJA REPORTAGEM COMPLETA CLICANDO SOBRE A FOTO (Diario Popular, 10/12/1948).

ACIMA
: A estação Roosevelt em 1956, durante o embarque de migrantes nortestinos - VEJA REPORTAGEM COMPLETA CLICANDO SOBRE A FOTO (Diario Popular, 10/12/1948).
(O Estado de S. Paulo, 07/06/1956).
1956
AO LADO:
Durante a 2a Guerra Mundial, a Hospedaria dos Imigrantes foi transferida para Varzea Paulista, voltando para o prédio original da rua Visconde de Parnaíba somente anos depois. Em 1956 já estaria lá ou estaria ainda provisoriamente na estação Roosevelt? (Folha da Manhã, 18/8/1956).
1957
AO LADO:
Chegada do trem baiano em Roosevelt, vindo de Pirapora, ou de Salvador, em 1957 (Folha da Manhã, 30/5/ 1957).

ACIMA: Licitação para anúncios de particulares em 1960 na estação Roosevelt (Folha de S. Paulo, 3/2/1960).

ACIMA: TUEs perdem o controle e entram na estação Roosevelt, destruindo parte do pe´rsio (Folha de S. Paulo, 14/8/1967).

ACIMA: Pátio de Roosevelt em fevereiro de 1979 (Foto Rudy de Sell).

ACIMA: Pátio de Roosevelt, já existindo a estação Braz do metrô e, claro, a Brás da Santos-Jundiaí (Autor desconhecido).
O saguão da Estação Roosevelt é uma construção da Junkers, produzido em Dessau (a cidade da Bauhaus), provado pelos documentos da Junkers. "Os elementos desse saguão foram exportados para muitos países até a Segunda Guerra Mundial e montados em locais na Turquia, USA, Espanha etc. Agora pretendo escrever um artigo sobre a relação entre esses dois prédios, com a intenção de mostrar que em outros países as construções Junkers ainda fazem seu trabalho após 80 anos. A fachada frontal não é parte da construção da Junkers, mas dá uma boa impressão sobre o lugar" (Dr. Andreas Butter, Berlin, Alemanha, e-mail de 24/10/2008).

ACIMA: Em alguma porta ou grade da estação, sobrevive o belo trabalho mostrando a EFCB (Foto Gledson Raimundo, 2013).
(Fontes: Ralph Giesbrecht; Gledson Raimundo; Rudy de Sell; Cicero Alexandre B. de Godoy; Thomas Corrêa; Alexandre Giesbrecht; Carlos Campanhã; Dr. Andreas Butter: e-mail de 24/10/2008, Berlin, Alemanha; O Estado de S.Paulo, 1923, 1924, 1925, 1926 e 1931; Correio de S. Paulo, 1935; Folha da Manhã, 1956-1957; Folha de S. Paulo, 1960, 1967; Max Vasconcellos: Vias Brasileiras de Comunicação, 1928; Jacintho Silva: Cidade de São Paulo - Guia Illustrado do Viajante, Monteiro Lobato & C., 1924; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

A estação do Norte em 1889. Autor desconhecido

A estação em 1914. Foto Marc Ferrez

Porteira do Brás e a estação do Norte, ao fundo. Sem data. Autor desconhecido

A estação, já totalmente reformada, em 1950. Acervo Campanhã

Plataforma da estação em 24/09/2000. Foto Ralph M. Giesbrecht

Plataforma da estação em 24/09/2000. Foto Ralph M. Giesbrecht

Plataformas da estação em 24/09/2000. Foto Ralph M. Giesbrecht

Fachada da estação de Roosevelt, em 09/2005. Foto Alexandre L. Giesbrecht
 
     
Atualização: 07.08.2023
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.