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VXY Mogiana em MG
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Passa-Vinte
Carlos Euler
Augusto Pestana
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: N/D
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E. F. Oeste de Minas (1914-1931)
Rede Mineira de Viação (1931-1965)
V. F. Centro-Oeste (1965-1975)
RFFSA (1975-1996)
CARLOS EULER
Município de Passa-Vinte, MG
Linha-Tronco - km 169,454 (1960)   MG-1429
Altitude: 1.023 m   Inauguração: 15.06.1914
Uso atual: desconhecido (2011)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
 
HISTORICO DA LINHA: A linha-tronco da RMV foi construída originalmente pela E. F. Oeste de Minas a partir da estação de Ribeirão Vermelho, onde a linha de bitola de 0,76 chegou em 1888. A partir daí, a EFOM iniciou seu projeto de ligar o sul de Goiás a Angra dos Reis, passando por Barra Mansa por bitola métrica: construída em trechos, somente em 1928 a EFOM chegou a Angra dos Reis, na ponta sul, e no início dos anos 1940 a Goiandira, em Goiás, na ponta norte, e já agora como Rede Mineira de Viação. A linha chegou a ser eletrificada entre Barra Mansa e Ribeirão Vermelho, e transportou passageiros até o início dos anos 1990. Nos anos 1970, o trecho final norte entre Monte Carmelo e Goiandira foi erradicado devido à construção de uma represa no rio Paranaíba, e a linh foi desviada para oeste encontrando Araguari. Hoje (2003) a linha, já não mais eletrificada, é operada pela concessionária FCA.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Carlos Euler foi inaugurada em 1914. Seu nome deveria ter sido Pouso Alegre, mas já na inauguração recebeu o nome atual. O engenheiro Carlos Euler era o responsável pela construção da linha férrea e dos imóveis ferroviários no lugarejo, tendo o cargo de diretor da Estrada de Ferro Oeste de Minas, de 3 de maio de 1911 a 22 de setembro de 1913. Não havia um aglomerado de pessoas no local. Os imóveis estavam restritos a áreas mais afastadas, eram sitiantes que viviam da agricultura e pecuária de subsistência. Não havia comércio e praticamente não existiam casas de morada no entorno imediato de onde ficariam os trilhos, sabe-se apenas da existência da residência do casal, Corina e Fortunato Nardelli, e as outras poucas casas de morada, que ficavam afastadas, também pertencentes à mesma família e seus empregados que se instalaram ao longo dos anos. O casal Nardelli, com os olhos de empreendedores, ao perceberem a chegada de diversos homens na localidade para trabalhar na construção da linha e das edificações, criaram um comércio local. Eles edificaram, por volta da década de 1910, um imóvel: a Casa Commercial. Como aponta Geraldo Jacinto, que trabalhou na manutenção da linha férrea do ano de 1953 a 1982, a casa de comércio surgiu em função do movimento de pessoas gerado pela constituição da linha férrea e da Estação no local.

O surgimento desse ponto de comércio serviu para atender aos funcionários da Estrada de Ferro Oeste de Minas, aos poucos habitantes locais e àqueles que foram se instalando na localidade e fazendo dali sua morada. Nessa casa de comércio os proprietários vendiam de tudo um pouco, em especial artigos de primeiras necessidades. O casal de italianos, Corina e Fortunato Nardelli, com os olhos de empreendedores, ao perceberem a chegada de diversos homens na localidade para trabalhar na construção da linha e das edificações, criaram um comércio local. Eles edificaram, por volta da década de 1910, um imóvel: a Casa Commercial.

O trem de passageiros que por ali passava foi um dos últimos do Brasil a serem desativados. Em 1995, ele ainda existia. "Na única viagem que fiz naquela linha, em 13/02/1995, indo de Lavras para Barra Mansa, o trem chegou ao seu destino com cinco horas de atraso. Ficamos retidos na serra por mais de três horas aguardando socorro. E o trem lotado" (Carlos Roberto de Almeida, 06/2004).

Não sei o uso da ex-estação em 2016, mas o prédio estava razoavelmente conservado externamente em 2011. Atualmente, Carlos Euler é uma localidade pacata, com poucos habitantes, e com quantidade reduzida de edificações. A estação ferroviária de Carlos Euler, bem como os outros bens imóveis que surgiram em função do traçado da estrada de ferro, configurava-se como um patrimônio representativo da história e da cultura da localidade e de seus habitantes. Esse conjunto arquitetônico fazia parte da identidade dos moradores locais, pois o núcleo urbano surgiu a partir da chegada da ferrovia e as edificações construídas, que tenderam a seguir as mesmas características arquitetônicas dos prédios ferroviários, originaram-se em função do movimento populacional local.

ACIMA: Elétrica da RMV em Carlos Euler, nos anos 1930 (Arquivo Nacional). ABAIXO: Dístico em alto relevo da estação de Carlos Euler (Foto Gil Roberto Tichauer em julho de 2011).


ACIMA: A estação de Carlos Euler, ao alto à esquerda e as duas linhas do pátio (Foto Anderson Nascimento em agosto de 2011). ABAIXO: Subestação elétrica, desativada nos anos 1980 e abandonada em agosto de 2016 (Foto Alexandre Ferreira).
(Fontes: Anderson Nascimento; Alexandre Ferreira; Carlos Roberto de Almeida; Gil R. Tichauer; Bruno Sanches Ranzani da Silva, Claudia Vilela, Deyse Marinho Abreu e Luciana Rocha Féres: Patrimônio ferroviário de Carlos Euler – Passa Vinte-MG, 2012; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960)
     

A estação em 2004. Foto William Martins

Estação de Carlos Euler em 2011. Foto Gil Roberto Tichauer - 7/2011
 
     
     
Atualização: 28.08.2016
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.