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Q R S T U
VXY Mogiana em MG
...
Guaraiúva
Salto Grande
Saguaragi
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Tronco EFS - 1935
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: N/D
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E. F. Sorocabana (1909-1971)
FEPASA (1971-1998)
SALTO GRANDE
Município de Salto Grande, SP
Linha-tronco - km 523,365 (1924); km 519,492 (1934); km 471,559 (1960) (*)   SP-0388
Altitude: 368 m   Inauguração: 12.10.1909
Uso atual: abandonada (2020)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: 1956
(*) As quilometragens foram alteradas em 1928, devido às retificações feitas entre São Paulo e Iperó neste ano e em 1953, (**) devido às retificações feitas entre Conchas e Manduri neste ano.
 
 
HISTORICO DA LINHA: A E. F. Sorocabana foi fundada em 1872, e o primeiro trecho da linha foi aberto em 1875, até Sorocaba. A linha-tronco se expandiu até 1922, quando atingiu Presidente Epitácio, nas margens do rio Paraná. Antes, porém, a EFS construiu vários ramais, e passou por trocas de donos e fusões: em 1892, foi fundida pelo Governo com a Ytuana, na época à beira da falência. Em 1903, o Governo Federal assumiu a ferrovia, vendida para o Governo paulista em 1905. Este a arrendou em 1907 para o grupo de Percival Farquhar, desaparecendo a Ytuana de vez, com suas linhas incorporadas pela EFS. Em 1919, o Governo paulista voltou a ser o dono, por causa da situação precária do grupo detentor. Assim foi até 1971, quando a EFS foi uma das ferrovias que formaram a estatal FEPASA. O seu trecho inicial, primeiro até Mairinque, depois somente até Amador Bueno, desde os anos 1920 passaram a atender principalmente os trens de subúrbio. Com o surgimento da CPTM, em 1994, esse trecho passou a ser administrado por ela. Trens de passageiros de longo percurso trafegaram pela linha-tronco até 16/1/1999, quando foram suprimidos pela concessionária Ferroban, sucessora da Fepasa. A linha está ativa até hoje, para trens de carga.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Salto Grande foi inaugurada em 1909.

Esta estação ficava, segundo Rafael Guedes, entre as ruas Rangel Pestana e avenida Coronel Pedro Silvio Pokay, ponto hoje próximo ao rio Paranapema. No mapa abaixo, a estação antiga não indica a posição real do prédio desaparedido.

"Foram executados melhoramentos e aumentos de desvios em diversos pátios, destacando-se (...) a construção de desvio e remodelação do pátio de Salto Grande, para recebimento de lenha, tendo sido realizado grande trabalho de terraplenagem e importando as despesas em Cr$ 206.606,20" (Relatório da E. F. Sorocabana de 1942).

Um novo prédio foi construído em 1956, em local diferente, sendo de se supor que a estação original tenha sido submersa junto com a linha antiga quando da abertura da represa no local: "Antes a linha, sentido
interior, virava à esquerda e seguia ao longo do rio Paranapanema, próximo à margem. Quando fizeram a represa, as águas cobriram a estação antiga e a linha, e uma nova linha foi feita em local mais alto. Sinal disso é que após a ponte, hoje há uma curva à direita com subida. Foi a época em que também trocaram a ponte de madeira pela de aço, no governo do Lucas Nogueira Garcez. Assim que a nova ponte foi liberada, locomotivas mais pesadas passaram a ir até Assis, além do trem luxo com os carros de aço da Budd, em cuja primeira viagem aproveitaram para inaugurar o hospital Sorocabano de Assis" (Stenio Gimenez, Sorocaba).

A suposição, entretanto, não está correta: essa estação antiga foi demolida e estaria hoje fora da água, como mostram as fotos abaixo. A data de inauguração da usina foi no ano de 1958.

Em 1971, A Sorocabana cancelou um dos trens (o LR-3) de passageiros que paravam nas estações de Palmital, Salto Grande, Ibirarema e Cândido Mota, todas próximas, o que gerou protestos dos usuários.

A estação ainda estava ativa em 1986.

Foi fechada nos anos 1990.

Em 16 de janeiro de 1999 deixaram de passar lá os trens de passageiros. A estação está hoje totalmente abandonada.

Segundo ainda Fábio Vasconcellos, em março de 2007, "a estação está literalmente no meio do mato. Completamente abandonada. Caindo aos pedaços. É até perigoso ficar lá pois a cobertura está desabando".

Em 2010, estava tudo coberto de mato, menos os trilhos da linha principal. "Desde minha infância ia com minha mãe para Salto Grande, saindo da Júlio Prestes. Tempo bom aquele... 1ª e 2ª classe, carro-dormitório, carro-restaurante com garçons de gravata borboleta... enfim... tempo que, se deixar por conta das múltis do petróleo, não volta mais. Através da sua página pude rever (e, infelizmente, confirmar) que a estação da minha querida Salto Grande está, de fato, jogada às traças. Brinquei muito por ali quando criança. Já adulto, ainda consegui fazer uma viagem para lá com minha mulher e meus filhos" (Aurelio Oliveira, 18/11/2010).

Em 2023, mbora fique em frente a um condomínio de casas de bom padrão na beira da represa, o prédio está cercado de mato alto.


1909
ACIMA:
Notícia da inauguração da estação (O Estado de S. Paulo, 10/10/1909)

OBRAS OCORRIDAS NA ESTAÇÃO E SEU PÁTIO DE ACORDO COM RELATÓRIOS DA EFS: 1918 - Foi concluída a duplicação da linha telegraphica entre as estações de Manduri e de Salto Grande. 1934 - Reparação e pintura das casas dos empregados


ACIMA: Pessoal da estação de Salto Grande em 1918, "que vive exposto às maleitas na estação" (O Malho, 23/5/1918).


1920
ACIMA:
Agente da estação causa problemas (O Estado de S. Paulo, 24/2/1920)
1922
AO LADO:
Dois novos trens para Salto Grande (O Estado de S. Paulo, 31/5/1922).
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1929
AO LADO:
Problemas com embarques de cargas na estação (Folha da Manhã, 16/10/1929).



ACIMA: "Antiga estação de trem de Salto Grande em frente ao hotel da Nana na rua Antonio Prado" - é o que diz a legenda enviada com a foto (Anos 1950).

1971
AO LADO:
Fim dos trens LR-3 de passageiros para a estação de Salto Grande e mais três - CLIQUE SOBRE O TEXTO PARA VÊ-LO INTEIRO (O Estado de S. Paulo, 13/02/1971)


ACIMA: Trem da FEPASA em Salto Grande em 1993. Já não se cuidava mais do mato nem das estações, como se pode facilmente observar na foto (Foto Nilson Gallo).

ACIMA: Ponte sobre o rio Pardo, logo depois da estação de Salto Grande (Fotos Fabio Vasconcelos, junho de 2008).

ACIMA: O mato toma conta do pátio da estação. A plataforma, coberta de mato, dificulta a leitura da placa (Foto Fabio Vasconcelos, junho de 2008).

ACIMA: Provavel esquema das linhas velha e atual na passagem por Salto Grande - CLIQUE SOBRE A IMAGEM PARA VER MAIS AREA E DETALHES (Google Maps, diagramação Coaraci Camargo, 9/2013).

(Fontes: Seila Dolmen, 2020; Aurelio Oliveira; Rafael Guedes; Daniel Gentili; Carlos R. Almeida, 2001; Fábio Vasconcellos, 2002 e 2008; Coaraci Camargo; Nilson Garcia Rodrigues; Adriano Martins; Stenio Gimenez; Google Maps, setembro de 2013; O Estado de S. Paulo, 1909; Folha da Manhã, 1929; O Malho, 1918; E. F. Sorocabana: Relatórios anuais, 1875-1969; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

Inauguração da estação original, em 1909. Foto dos arquivos do Museu da Cia. Paulista, em Jundiaí

O chefe e outros funcionários da estação posam na plataforma de Salto Grande, em 1925. Foto dos arquivos do Museu da Cia. Paulista, em Jundiaí

A estação original, provavelmente anos 1920. Ver a caixa d'agua à direita na foto. Compare com a foto abaixo em 2006. Cessão Nilson Garcia Rodrigues

A estação atual de Salto Grande, totalmente abandonada, em 09/2001. Foto Carlos R. Almeida

A estação atual de Salto Grande, totalmente abandonada, em 09/2001. Foto Carlos R. Almeida

A estação atual de Salto Grande, totalmente abandonada, em 09/2001. Foto Carlos R. Almeida

O armazém, em 14/07/2002. Foto Fábio Vasconcellos

A estação original estaria junto à arvore no centro da foto. A caixa d'água está à esquerda. Cessão Nilson Garcia Rodrigues

A estação completamente abandonada, em junho de 2008. Foto Fábio Vasconcellos

Fachada da estação de Salto Grande em 13/10/2020. Foto Sheila Dolmen


   
     
Atualização: 30.07.2023
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.