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Quiririm
Taubaté
Tremembé
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ram. S. Paulo EFCB-1950
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2011
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E. F. do Norte (1876-1890)
E. F. Central do Brasil (1890-1975)
REFESA (1975-1998) |
TAUBATÉ
Município de Taubaté, SP |
Ramal de São Paulo - km
336,713 (1928) |
SP-2907 |
Altitude: 553 m |
Inauguração: 27.12.1876 |
Uso atual: abandonado (2022) |
com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1923 |
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HISTORICO DA LINHA: Em
1869, foi constituída por fazendeiros do Vale do Paraíba a E. F. do
Norte (ou E. F. São Paulo-Rio), que abriu o primeiro trecho, saindo
da linha da SPR no Brás, em São Paulo, e chegando até a Penha. Em
12/05/1877, chegou a Cachoeira (Paulista), onde, com bitola métrica,
encontrou-se com a E. F. Dom Pedro II, que vinha do Rio de Janeiro
e pertencia ao Governo Imperial, constituída em 1855 e com o ramal,
que saía do tronco em Barra do Piraí, Província do Rio, atingindo
Cachoeira no terminal navegável dois anos antes e com bitola larga
(1,60m). A inauguração oficial do encontro entre as duas ferrovias
se deu em 8/7/1877, com festas. As cidades da linha se desenvolveram,
e as que eram prósperas e ficaram fora dela viraram as "Cidades Mortas"...
O custo da baldeação em Cachoeira era alto, onerando os fretes e foi
uma das causas da decadência da produção de café no Vale do Paraíba.
Em 1889, com a queda do Império, a E. F. D. Pedro II passou a se chamar
E. F. Central do Brasil, que, em 1896, incorporou a já falida
E. F. do Norte, com o propósito de alargar a bitola e unificar as
2 linhas. O primeiro trecho ficou pronto em 1901 (Cacheoira-Taubaté)
e o trecho todo em 1908. Em 1957 a Central foi incorporada pela RFFSA.
O trecho entre Mogi e São José dos Campos foi abandonado no fim dos
anos 1980, pois a construção da variante do Parateí, mais ao norte,
foi aos poucos provando ser mais eficiente. Em 31 de outubro de 1998,
o transporte de passageiros entre o Rio e São Paulo foi desativado,
com o fim do Trem de Prata, mesmo ano em que a MRS passou a ser a
concessionária da linha. O transporte de subúrbios, existente desde
1914 no ramal, continua hoje entre o Brás e Estudantes, em Mogi e
no trecho D. Pedro II-Japeri, no RJ. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Taubaté foi aberta no final de 1876 pela E. F. do Norte como estação
terminal da linha (ver caixas abaixo, de 1876).
Entre 1876 e 1877, quando a ferrovia finalmente chegou a Cachoeira,
onde se juntava com a E. F. Dom Pedro II, da estação
de Taubaté saía um serviço de diligências
que levava os passageiros para tomar o trem em Cachoeira e seguir para
o Rio de Janeiro.
Durante alguns anos, no princípio do século XX, a estação
fez a baldeação que antes era feita em Cachoeira,
para mudança de bitola, pois a ampliação da bitola
do trecho da antiga E. F. do Norte foi feita no sentido Cachoeira-São
Paulo.
Entre 1885 e 1914, da estação saía uma linha de bondes a vapor que chegava a Tremembé (Segundo consta, o ponto final dessa linha não ficava onde em 1914 foi construída pela Central do Brasil a atual estação de Tremembé) - Sobre este assunto, veja estação de Tremembé).
Na estação de Taubaté, ocorreu um caso
estranho que acabou por alguns sendo considerado como a causa da morte
do Conde do Pinhal (Antonio Carlos de Arruda Botelho),
dono da fazenda do Pinhal, em São Carlos e fundador
da Cia. Rio-Clarense, que construiu o trecho entre Rio Claro
e Araraquara, em 1885, depois vendido à Cia. Paulista
em 1892 (ver caixa abaixo)
A estação atual não é a original; esta
está retratada na fotografia ao pé da página,
sem data.
A estação hoje de pé foi inaugurada em 1 de junho
de 1923, quando a Central renovou as estações principais
das suas linhas, como a de Guaratinguetá, cuja estação
"nova" é de 1914.
A estação ainda foi
utilizada pela MRS pelo menos até o ano de 2005. Com a retirada
desta, o prédio foi abandonado.
"Os jornais daqui da região publicaram uma matéria dizendo
que as negociações entre a prefeitura e a RFFSA para a compra da estação
estavam praticamente concluídas e, como o prédio fica ao lado da rodoviária
de ônibus urbanos, estavam estudando
um projeto de transformar a estação num terminal de vans e mototaxi
autorizados para fazerem o transporte alternativo. Atualmente
um dos problemas enfrentados pela cidade é a escolha de um local para
concentrar este sistema e, devido à sua localização,
a estação é uma forte candidata. Realmente o prédio está bem deteriorado,
a MRS utiliza parte dele para o controle do movimento, bem como todo
o restante do complexo. O armazém é utilizado para descarregar vagões
de cimento e um outro galpão, conhecido como cadeião,
foi adaptado pela MRS para funcionar o escritório do engenheiro
responsável pelo trecho. Sendo assim a estação tem um certo movimento
de funcionários o dia todo e é bem vigiada pela segurança da empresa,
o que impede que vândalos de plantão a destruam, por isso a revitalização
do prédio está relativamente fácil, só depende de boa vontade por
parte dos responsáveis" (Marco
Giffoni, 08/2005).
Uma reportagem em 25/12/2009 mostrava o estado e a situação
atuais do prédio: "(...) Existia um bar (na estação),
que funcionava como um ponto de encontro (...) A estrutura não está
comprometida. O que acontece é que o prédio está com o telhado danificado,
algumas rachaduras na parede e por dentro foram feitas algumas mudanças
que fizeram com que o prédio perdesse muito da característica original.
Se deixar passar muito tempo, mais caro vai ficar o restauro (...)
Quem passa pelo local, reclama que o abandono gera insegurança. 'Dá
medo passar por alí à noite. A iluminação é ruim e tem muito
morador de rua' (...) (A) estação de Taubaté tem parte utilizada como
depósito (pela MRS) (...) Em outras cidades da região, a solução encontrada
foi transferir as estações para as prefeituras. (...) Mas em Taubaté,
as negociações ainda nem começaram" (texto de Renato Ferezim,
do qual extraí algumas partes). A reportagem também
fala que o prédio foi construído no século 19;
não foi, como já visto mais acima.
O TOMBAMENTO DA ESTAÇÃO: O Estado de S. Paulo (blog, 20/08/2018): Importante para a conexão entre São Paulo e Rio de Janeiro, ao longo do Vale do Paraíba, o conjunto da Estação Ferroviária de Taubaté foi declarado patrimônio cultural do Estado de São Paulo. O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), órgão da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado, decidiu pelo tombamento do complexo, datado de 1923.
O tombamento inclui o prédio da estação, o armazém de carga, o leitor ferroviário e a Vila Ferroviária, conforme publicação da resolução no Diário Oficial do Estado de quarta-feira, 18.
Formado por edificações remanescentes da Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB), o conjunto compõe importante paisagem da Companhia Taubaté Industrial, também tombada pelo Condephaat, bem como documenta a história da industrialização paulista e seu valor simbólico para a constituição da identidade cultural da população local.
O tombamento inclui o prédio da estação e o armazém de carga, localizados no Parque Dr. Barbosa de Oliveira, o leitor ferroviário, no trecho da Rua Santos Dumont, a projeção em linha reta do limite sudoeste do parque e a oficina, situada à rua Dea Freire. Inclui ainda a Vila Ferroviária, composta pelas casas números 71, 73 e 105 da Dea Freire.
A estação ferroviária teve papel importante para o crescimento da cidade. O prédio atual foi inaugurado em 1.o de junho de 1923, quando a Central do Brasil renovou as estações em suas principais linhas. O prédio novo ocupou o lugar do antigo, bastante acanhado, construído em 1876. Naquela época, os passageiros que vinham de São Paulo com destino ao Rio de Janeiro paravam na estação de Taubaté.
Como havia diferença na bitola dos trilhos em relação à ferrovia Dom Pedro II, que seguia para a baixada fluminense, os viajantes eram obrigados a descer dos vagões e fazer a baldeação. Em pouco tempo, o prédio novo se tornou estratégico para a circulação de pessoas e mercadorias entre São Paulo e Rio. Também interferiu no desenvolvimento urbano de Taubaté.
Abandonado durante quase três décadas, a recuperação do prédio somente está retomando os serviços em fevereiro de 2023, quando a imprensa paulista publicou diversos artigos sobre a decisão final para uma restauração definitiva. É verdade, no entanto, que o antigo armazém, ao lado do prédio da estação, foi entregue restaurado antes, em 2017.
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1876
AO LADO: Espera-se que os trilhos cheguem em 10 de outubro a Taubaté (A Provincia de S. Paulo , 29/9/1876). |
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1876
AO LADO: Em 26 de outubro, Taubaté comemorava a chegada dos trilhos já próximos à estação (A Provincia de S. Paulo , 31/10/1876). |
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1876
AO LADO: Em 23 de dezembro, Taubaté anucia a abertura do tráfego na estação para o dia 27 (A Provincia de S. Paulo , 24/12/1876). |
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1876
AO LADO: Outro anuncio para o dia 27 que chegaria às 15h35 a Taubaté, vindo de São Paulo (A Provincia de S. Paulo , 27/12/1876). |
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1876
AO LADO: Outro anuncio para o dia 27 que chegaria às 15h35 a Taubaté, vindo de São Paulo - CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VÊ-LA MAIOR (A Provincia de S. Paulo , 28/12/1876). |
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1876
AO LADO: Como foi a primeira viagem no trem (A Provincia de S. Paulo , 30/12/1876). |
ACIMA: O "Hotel da Estação" em Taubaté em 1879 (A Provincia de S. Paulo, 19/4/1879).
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1887
AO LADO: Acordo para as estações de Cruzeiro e de Taubaté - nesta época, a E. F. São Paulo-Rio (Ferrovia do Norte) ainda não havia sido incorporada à E. F. D. Pedro II (EFCB) (A Provincia de S. Paulo , 26/5/1887). |
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1891
AO LADO: Negado pedido de instalação de restaurante na estação. (O
Estado de S. Paulo, 7/7/1891. |
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1891
AO LADO: Desordem na estação de Taubaté. (O
Estado de S. Paulo, 6/10/1891. |
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1893
AO LADO: Problemas de embarque de cargas na estação de Taubaté. (O
Estado de S. Paulo, 6/10/1891. |
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1898
AO LADO: Chega o primeiro trem de bitola larga, antes da inauguração (O
Estado de S. Paulo, 12/5/1898. |
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1898
AO LADO: Espera-se a inauguração do prédio
da nova bitola para o dia 15 (O
Estado de S. Paulo, 13/5/1898). |
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1898
AO LADO: Inauguração da bitola larga em Taubaté - CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VER TODA A REPORTAGEM (O
Estado de S. Paulo, 16/5/1898). |
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1898
AO LADO: Corrigindo erros de informação anunciados dois dias antes (O
Estado de S. Paulo, 18/5/1898). |
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1898
AO LADO: Bandido preso dentro do trem na estação (O
Estado de S. Paulo, 11/8/1898). |
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1898
AO LADO: Incêndio no quiosque em frente à estação (O
Estado de S. Paulo, 11/8/1898). |
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1900
AO LADO: No tempo da febre amarela, gambiarra usada na época para evitar a desinfecção em São Paulo (O
Estado de S. Paulo, 07/01/1900). |
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1900
AO LADO: Medidas contra a febre amarela são suspensas em Taubaté (O
Estado de S. Paulo, 11/02/1900). |
A MORTE DO CONDE DE PINHAL - "Em 1901, o Conde
do Pinhal fez sua última viagem de negócios, viagem
marcada por um estranho episódio: foi para o Rio de Janeiro
com um empregado de confiança chamado Bulti Natali; levava
297:000$000 réis em dinheiro e, na baldeação
do trem em Taubaté, deixou-o com seu empregado para tomar
um café. Ao voltar, não mais encontrou o empregado
nem o dinheiro. Natali foi preso, mas sem o dinheiro e alegando
inocência. O Conde acreditou que ele não havia
roubado, mas estava convencido de que escondia o nome do ladrão.
O Conde voltou para o Pinhal e faleceu dormindo, dias depois.
Misteriosamente, um mês após sua morte, o dinheiro
foi encontrado na Estação do Norte, em São
Paulo, numa trouxa de roupa suja, desfalcado somente em dez
contos de réis. Foram as coisas da política, diz
a tradição familiar". |
1901
AO LADO: De: A Casa do Pinhal, de Margarida Cintra
Gordinho, Editora C. H. Knapp S. C. Ltda, 1985
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ACIMA:
O povo aguarda na estação velha de Taubaté o
regresso do industrial Felix Guisard, que voltava de visita à
Inglaterra (A Cigarra, 15/10/1919).
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1923
AO LADO: Morte a tiros na estação (O
Estado de S. Paulo, 7/4/1902). |
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1923
AO LADO: Inauguração do prédio
da nova estação (a atual) em 1o de junho (O
Estado de S. Paulo, 2/6/1923).
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1925
AO LADO: Acidente na estação (O Estado
de S. Paulo, 1/7/1925).
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ACIMA: Descarrilamento em Taubaté
(O Estado de S. Paulo, 1926).
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1927
AO LADO: Acidente na estação (O Estado
de S. Paulo, 14/10/1927).
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1933
AO LADO: Instalação de cabina de controle elétrica na estação (O Estado
de S. Paulo, 14/7/1933). |
ACIMA: Acidente em Taubaté em 1936 - CLIQUE SOBRE O TEXTO PARA VER A REPORTAGEM INTEIRA (Correio de S. Paulo, 27/7/1936).
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1942
AO LADO: Acidente com o trem Cruzeiro do Sul na estação (O Estado
de S. Paulo, 24/3/1942). |
ABAIXO: Trem turistico de Aparecida passando
pela plataforma da estação de Taubaté em 25 de
outubro de 1996 (Foto Carlos Roberto de Almeida).
"Moro em Taubaté, perto da antiga linha Taubaté-Quiririm.
Nos anos 1990 a linha, saindo da estação no Centro da cidade,
ainda existia, mas terminava na Mecânica Pesada/Alstom, para
atender a empresa, que produz peças grandes(como turbinas de
usinas hidroelétricas). Ao lado, antes de chegar na Mecânica
Pesada, havia um ramal para atender a vizinha Ford Motor Company
(onde são montados os motores e transmissões dos carros da marca)
com ferro-gusa. Tenho 22 anos e quando criança vi trens passarem
ali, coisa rara, mas para transportar caminhões (não sei se
carregados ou vazios, ou o que transportavam, ou o destino,
mas lembro que as caçambas eram do tipo "carga seca"), que embarcavam
atrás da fábrica da Ford. Mecânica Pesada e Ford já não utilizavam
os trens pra mais nada. Ainda nos anos 1990, os trens pararam
de passar ali, e aproximadamente no ano 2000 os trilhos foram
retirados e no lugar fizeram ruas e avenidas. Sendo parte desse
"ramal", o pontilhão (ver foto mais abaixo) atrás do Taubaté
Shopping ainda tinha trilhos até doze anos atrás". |
anos
1990
AO LADO: De: Lim Mesquita Campos, 8/8/2011.
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ACIMA: As fotografias mostram o estado do prédio
em diversos pontos (www.vnews.com.br, 25/12/2009).
ACIMA:
Armazém do pátio ferroviário de Taubaté:
em 21/4/2010, abandonado. Em 2018, o prédio está restaurado e serve de escritórios do órgão que prevê a restauração do pátio completo (Foto Marco Giffoni).
ACIMA: Janelas laterais da estação
em 16/5/2011 (Foto Ralph M. Giesbrecht).
ACIMA: Pontilhão
da linha velha que, nesse trecho, sobreviveu como um ramal que levava
da estação até a Mecânica Pesada e a Ford.
Até os anos 1990 a linha ainda estava ali, tendo sido retirada
ainda nessa década. O pontilhão foi presevado pela Prefeitura.
Fica mais ou menos atrás do atual shopping center da cidade
(Foto Ralph M. Giesbrecht em junho de 2011).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Carlos R. Almeida;
Lim Mesquita Campos; Marco Giffoni; Eduardo Calloni; Museu da Imagem
e do Som de Taubaté, SP; O Estado de S. Paulo, 1923, 1925 e
1926; A Cigarra, 1919 e 1923; Margarida Cintra Gordinho: A Casa do
Pinhal, 1985; Max Vasconcellos: Vias Brasileiras de Communicação,
1928; www.vnews.com.br; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |
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A estação original de Taubaté (ao fundo).
Sem data. Acervo MIS-Taubaté |
Estação de Taubaté no dia da inauguração
do prédio atual, em 1/6/1923. Foto A Cigarra |
Tempos de glória: a revista (não identificada)
publica reportagem de 1960 na estação de Taubaté,
quando a ferrovia ainda pesava no contexto. Autor desconhecido |
A estação, anos 1960. Autor desconhecido |
Estação de Taubaté no dia da inauguração
do prédio atual, em 1/6/1923. Foto A Cigarra |
A estação em 14/01/1999. Foto Ralph M. Giesbrecht |
A estação em 14/01/1999. Foto Ralph M. Giesbrecht |
A estação em 14/01/1999. Foto Ralph M. Giesbrecht |
Plataforma da estação, em 2002. Foto Marco Giffoni |
A estação em 2004. Foto Eduardo Calloni |
A estação em 16/5/2011. Foto Ralph M. Giesbrecht |
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Atualização:
15.02.2023
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