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L M N O P
Q R S T U
VXY Mogiana em MG
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Louveira
Vinhedo
Valinhos
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Tronco CP-1935
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 1996
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Cia. Paulista de Estradas de Ferro (1872-1971)
FEPASA (1971-1998)
VINHEDO
(antiga CACHOEIRA e ROCINHA)
Município de Vinhedo, SP
Linha-tronco - km 22,921 (1958)   SP-2965
Altitude: 702,133 m   Inauguração: 31.03.1872
Uso atual: em obras (2021)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: c.1900
 
 
HISTORICO DA LINHA: A linha-tronco da Cia. Paulista foi aberta com seu primeiro trecho, Jundiaí-Campinas, em 1872. A partir daí, foi prolongada até Rio Claro, em 1876, e depois continuou com a aquisição da E. F. Rio-Clarense, em 1892. Prosseguiu por sua linha, depois de expandi-la para bitola larga, até São Carlos (1922) e Rincão (1928). Com a compra da seção leste da São Paulo-Goiaz (1927), expandiu a bitola larga por suas linhas, atravessando o rio Mogi-Guaçu até Passagem, e cruzando-o de volta até Bebedouro (1929), chegando finalmente a Colômbia, no rio Grande (1930), onde estacionou. Em 1971, a FEPASA passou a controlar a linha. Trens de passageiros trafegaram pela linha até março de 2001, nos últimos anos apenas no trecho Campinas-Araraquara.
 
A ESTAÇÃO: A estação da Cachoeira, um lugar perdido no meio do nada entre as pequenas Louveira e Valinhos, era a segunda parada na viagem inaugural do trecho pioneiro Jundiaí-Campinas, em 31 de março de 1872. Em 1873, o Almanak da Provincia de São Paulo dava como chefe de estação o sr. Albino da Silva Espindola. O nome de Rocinha passou a ser usado para a estação a partir de 1874... ou 1879.

Em outubro de 1891, a estação deveria passar a se chamar Martinho Prado, mas por algum motivo tal mudança não vingou (ver caixa abaixo, de 1891). O nome do ex-diretor da CP foi colocado em outra estação aberta em 1901, no ramal de Mogi-Guaçu, também da CP e que depois passou a fazer parte do tronco, em 1930. E que mudou mais uma vez de nome, nos anos 1960, para Pradopolis..

No inicio do século XX, construiu-se um novo prédio para substituir o original, que por sua vez foi reformado nos anos 1930, deixando somente a fachada da plataforma inalterada.

Com a autonomia do município, em 1948, veio o novo nome, Vinhedo.

No final dos anos 1970, a estação foi desativada, e hoje serve como sede para os escoteiros do município. Felipe da Silva Marques, de Vinhedo, discorda: ele diz que a estação seguiu aberta (teria ela fechado e sido reaberta?) em 1982, quando ele era criança e viajava para São Paulo com os pais de trem (bons tempos!) e mesmo nos anos seguintes. Ele se lembra de "um senhor cujo nome agora não lembro, e que usava muletas e cuidava do pluviômetro que tinha na estação".

Luiz Garcia Bertotti, por sua vez, afirma que, em 1982, "ela era, pelo menos, usada para embarque
e desembarque de passageiros. A litorina que saía da Luz no início da noite parava lá em seu trajeto até Campinas. No final da década de 1980, em viagens que fiz para Valinhos e Jaú, os trens também pararam lá, mas com certeza já não havia bilheteria, pois o prédio principal era usado como delegacia de polícia (os escoteiros ocuparam o local bem depois). Os passageiros que embarcavam nessa e em outras paradas eram em sua maioria indigentes, às vezes famílias inteiras. Não pagavam as passagens nem nas estações e nem ao chefe do trem. Ocupavam os corredores e muitos se trancavam nos banheiros durante toda a viagem. Aliás, numa das viagens a Jaú que fiz no efêmero "Expresso do Quércia", o tal chefe do trem desceu antes de Campinas e deixou a composição seguir só com o maquinista, com gente pendurada nas portas como nos trens de subúrbio em horário de pico. Coisas da saudosa Fepasa".

"Em Vinhedo há 3 carros de trens antigos, sendo que um deles era um carro hospedaria creio, com espelho de cristal, janelas de madeira, acessórios impecáveis, tudo quase feito à mão... e tudo jogado ao tempo, apodrecendo. Levaram para lá estes carros, cercaram-nos - a cerca já esta abandonada - e lá foram deixados. Tudo isso é de cortar o coração" (Vinicius Costa, 11/2007).

"Os escoteiros não estão mais lá, já se foram faz tempo, agora mora uma família que até que cuida bem da mesma. A sala da bilheteria agora virou depósito de coco, pois o chefe da família vende coco na cidade. Sei que na sala da bilheteria havia muitos documentos da FEPASA e esses documentos provavelmente tiveram dois fins, ou foram queimados (toda vez que eu ia na estação, havia um montinho de cinzas e sala da bilheteria vazia...) ou então foram guardados na cabine de sinalização, pois a parte de baixo e de cima da mesma estão com as portas fechados com tapumes.

Na ponte mais antiga foram colocados contra trilhos. A prefeitura reformou a entrada da estação: plantou grama na entrada descaracterizando-a, fez um estacionamento onde ficava o antigo armazém e mais para frente onde ficava o fim do mesmo foi feito uma rua. Resumindo, o negócio está feio, está lastimável como todas as estações no Brasil, o que salva é o prédio, que precisa de uma bela pintura
" (Felipe da Silva Marques, 2/1/2012).

Em 2017 estava completamente abandonada. "Os três carros que estavam parados no desvio da plataforma que ia para a capital pegaram fogo, não sobrou nada, inclusive o que havia sido reformado. Quanto à estação, em estado deplorável, dela foi roubado o que sobrou: torneiras da época, portas, janelas e até azulejos. A prefeitura cercou-a estação com tapumes, agora não há mais acesso a ela, cercou pois até onde parece que a união passou o prédio da estação para a prefeitura, mas não sei se é verdade e se for sabe-se lá quando vão fazer alguma coisa. Na cabine de sinalização, todas as portas foram arrombadas, em cima e embaixo, tudo vandalizada, infelizmente só está a carcaça, parece que alguém colocou fogo dentro. Como sempre a situação esta cada vez mais deplorável" (Felipe da Silva Marques,
3/9/2017
).

A estação estava restaurada no final de 2020 (ver foto ao pé da página).

CLIQUE AQUI PARA VISUALIZAR A ESTAÇÃO VISTA DO SATELITE (gentileza Adalberto)



1879
AO LADO:
Um quase suicidio na Rocinha (A Provincia de S. Paulo, 25/4/1880).

1880
AO LADO:
A posição da estação de Rocinha em relação a bairros limítrofes de outros municípios: proprietários pedem mudanças - CLIQUE SOBRE O TEXTO PARA VÊ-LO COMPLETO (A Provincia de S. Paulo, 25/4/1880).

1883
AO LADO:
Correio não tem seu agente na estação de Rocinha (A Provincia de S. Paulo, 5/4/1883).

1891
AO LADO:
Trem de cargas descarrila (O Estado de S. Paulo, 15/9/1891).

1891
AO LADO:
A estação de Rocinha deveria passar a se chamar Martinho Prado a partir de agora. Não vingou (O Estado de S. Paulo, 31/10/1891).

1891
AO LADO:
Acidente com vagão em Rocinha atrasa o trem em Campinas (O Estado de S. Paulo, 12/12/1891).

1911
AO LADO:
Na estação de Rocinha, o jornal O Estado de S. Paulo de 3/9/1911 dá a notícia que um preso foge pela janela do trem
.

1933
AO LADO:
Rocinha em 1933 - CLIQUE SOBRE O TEXTO PARA LÊ-LO INTEIRO (O Estado de S. Paulo de 23/6/1933)

ACIMA: Trem da Cia. Paulista transportando caminhões - muitos comuns na época - partindo da estação de Vinhedo em 1962. Infelizmente a qualidade da reprodução é muito ruim (Foto Marcus Pereira Publicidade, reproduzida da Folha de S. Paulo, 30/10/1962).

ACIMA e ABAIXO: Descarrilamento próximo à estação de Vinhedo em 1965. Na noticia abaixo, CLIQUE SOBRE ELA PARA MOSTRAR TODA A REPORTAGEM (O Estado de S. Paulo, 2/2/1965).



ACIMA: A cidade de Vinhedo vista do céu, em 1974. O pátio ferroviário está no canto inferior direito (Autor desconhecido; acervo Luiz Moraes).

ACIMA: O ano é 1996. Os "bons tempos" estão no fim, mas ainda se viajava de trem para Barretos, Panorama e Santa Fé do Sul e os comboios passavam ainda por Vinhedo com muito charme, V-8s puxando carros Budd 800 etc. A estação já estava fechada havia anos (Foto Vanderley Zago).
ACIMA: A estação em 2013. Uma vergonha (Foto Felipe da Silva Marques).

ACIMA: Sucata em frente à estação de Vinhedo (Foto de Filipe da Silva Marques em
16/12/2020).


(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Silvio Rizzo; Felipe de Souza Marques; Flavio Michelini; Kenzo Sasaoka; Hermes Hinuy; Felipe da Silva Marques; Adriano Martins; Luiz Garcia Bertotti; Otavio Camargo; Luiz Moraes; Vinicius Costa; Marcus Pereira Publicidade; Filemon Peres: Album de 50 anos da Cia. Paulista, 1918; O Estado de S. Paulo, 1911; Folha de S. Paulo, 1962; Cia. Paulista: Relatórios anuais, 1872-1969; Almanak da Provincia de São Paulo, 1873; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

A estação em 1918. Foto Filemon Peres

Plataforma da estação em 01/1980. Foto Flávio Michelini

A estação em 15/05/1996. Foto Ralph M. Giesbrecht

A estação em 15/05/1996. Foto Ralph M. Giesbrecht

A estação em 15/05/1996. Foto Ralph M. Giesbrecht

As plataformas da estação em 2001. Foto Kenzo Sasaoka

A estação em 19/06/2001. Foto Hermes Hinuy

Estação em 10/2002. Foto Adriano Martins

Vinhedo em 04/2007. Foto Otavio Camargo

A estação em 21/4/2016. Foto Silvio Rizzo

A estação restaurada em 16/12/2020. Foto Felipe da Souza Marques
     
Atualização: 06.09.2021
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.