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VXY Mogiana em MG
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Jaçanã
Vila Galvão
Torres Tibagi
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Cantareira-1950

Mapa de S. Paulo-1964
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: S/D
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Cia. Cantareira (1915-1941)
E. F. Sorocabana (1941-1965)
VILA GALVÃO
Município de Guarulhos, SP
Ramal de Guarulhos - km 12,500 (1960)   SP-0645
Altitude: 732 m   Inauguração: 24.10.1915
Uso atual: demolida   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: 1915? (já demolido)
 
 
HISTORICO DA LINHA: O ramal de Guarulhos começou como um ramal da E. F. da Cantareira, que, aberto em 15/11/1910, saía da estação do Areal e atingia o Asilo dos Inválidos, no Guapira (depois Jaçanã). Somente em 1913 foi aberta a primeira estação intermediária, Tucuruvi, e aos poucos outras estações passaram a ser abertas na linha, que atingiu Guarulhos em 1915. Em 1947 a linha teve a bitola ampliada de 60 cm para 1 metro, quando esta já atingia o aeroporto militar de Cumbica. Em 31/05/1965, o tráfego do ramal foi suprimido, um ano depois de o trecho Areal-Cantareira ter sido suprimido. Os trilhos foram retirados logo depois e diversas estações foram demolidas.
 
A ESTAÇÃO: Esta era a primeira estação no município de Guarulhos, no ramal. Vila Galvão foi inaugurada em 1915, e desativada em 1965, com o ramal.

O seu nome vinha de Francisco Galvão Vasconcelos, que havia adquirido a Fazenda Cabuçu em 1910. Ali ele montou uma usina de cerâmica, Cerâmica Paulista, para fazer tijolos. Para prolongar a ferrovia até lá, foi construída uma ponte de ferro sobre o rio Cabuçu. O trem, chegando à usina, transportava os tijolos fabricados. Esse ponto de embarque teria sido o precursor da estação da Vila Galvão.

A data de 1915, citada como a da inauguração da estação, parece referir-se à estação definitiva da ferrovia.

Depois de sua desativação em 1965, a estação foi demolida. Ela ficava no final da rua Vicente Merlo, que até o início da década de 1990 era chamada de rua da Estação.

"Na fotografia de 2009, abaixo, tomada por Glaucia G. Carvalho, O trem passava por cima dessa construção em tijolo, visto que quando
o mesmo passava por cima do Rio Cabuçu, vindo de Jaçanã, transitava num nível superior as ruas que a ladeavam (Rua Alberto Ferreira Lopes e Avenida 7 de Setembro). Quem tirou a foto o fez da Avenida 7 de Setembro e as casas que vemos ao fundo na Rua Alberto Ferreira Lopes eram chamadas de "colônia" lá nos anos 1960. O trem passava num nível tão mais alto que havia uma passagem "por baixo" da linha, que permitia ir de uma via para outra. A linha passava a ficar nivelada com as vias do bairro quase no cruzamento que hoje envolve a Rua Vicente Melro (antiga Rua da Estação) com a Avenida Sete de Setembro (antigamente havia cancelas nesse local).

A antiga estação ficava localizada onde hoje existe uma praça, defronte às Casas Pernambucanas e ao estacionamento do Bradesco. Ali, além da estação, eram feitas as manobras, que minha avó me levava para ver quando criança. Quando o trem rumava em direção a estação de Torres Tibagi fazia uma curva a direita onde novamente haviam cancelas. Já na foto de 1920, também abaixo, na verdade o trem está vindo de Torres Tibagi e chegando à estação de Vila Galvão (que ficava localizada após a curva que o trem está fazendo). A construção que se vê ao fundo não é da estação e sim de alguma moradia que ficava onde hoje está localizada a Avenida Sete de Setembro. A foto foi tirada da plataforma da estação, com a estação localizada às costas de quem bateu a fotografia
" (Edson Rodrigues, 14/2/2010).


ACIMA: Teria Villa Cabuçu se tornado realmente o bairro mais chic de São Paulo (ou de Guarulhos)? De qualquer forma, a proximidade da estação de Villa Galvão também serviria para arrebanhar compradores. Em setembro do mesmo ano, o loteamento foi renomeado para Villa Queiroz (O Estado de S. Paulo, 25/5 e 14/9/1924).

ACIMA: Relançamento do loteamento de Villa Cabuçu, agora com novo nome: Villa Queiroz, em 1927, "a 300 metros da estação de Villa Galvão" (O Estado de S. Paulo, 14/5/1927).

1927
AO LADO:
A Vila Galvão, cheia de problemas então (O Estado de S. Paulo, 1/9/1927).


ACIMA: Mais um passeio na velha Vila Galvão, em 1937, que podia ser alcançada pelo Trem da
Cantareira (O Estado de S. Paulo, 8/4/1937).


ACIMA: Piquenique na Vila Galvão em 1939. Local exato desconhecido. (Foto: autor desconhecido, acervo Ralph M. Giesbrecht).
ACIMA: Pessoal na Vila Galvão no mesmo dia em 1939. Seria o prédio atrás a estação? "É muito provável que este piquenique seja um dos que ocorria com frequência no lago dos Patos, distante pouca coisa da estação ferroviária. Contava minha avó materna ser muito comum o pessoal da antiga CTB (localizada no centro de SP, na Rua 7 de Abril) fazer piqueniques por ali aos domingos. O local fervia de gente que vinha de todas as partes. Na ocasião o lago era aberto para banhos - minha mãe chegou a nadar lá. O prédio defronte ao lago tinha um coreto e mais tarde transformou-se no Colégio Liceu Brasil. Hoje não existe mais. Ao seu lado, faz alguns anos, foi inaugurado um teatro (Tarcísio e Glória chegaram a se apresentar ali). Desconheço se o teatro encontra-se ativo nos dias de hoje" (Texto: Edson Rodrigues, 5/1/2010) (Foto: autor desconhecido, acervo Ralph M. Giesbrecht).

ACIMA: Trem da Cantareira passando em Vila Galvão em 1960 (Autor desconhecido).


ACIMA: A Cooper-Bessemer diesel 3132 da Sorocabana ao lado da estação de Vila Galvão, provavelmente anos 1960 (Acervo Arquivo Historico de Guarulhos).
"Meu pai é natural de Vila Galvão, Guarulhos. Meu avô possuía chácara na região, que foi desapropriada em mais de 50% quando da construção da Rodovia Fernão Dias. Lembro com saudades da linha do trem. Entre 1958 e 1969 residi no bairro da Vila Nilo, numa pequena casa que dava fundos para a linha, entre a famosa estação do Jaçanã e a de Vila Galvão, a primeira de Guarulhos. Minha avó materna residia na Avenida Dona Eugênia Machado da Silva (antiga Avenida Cabuçu), que saía defronte a estação, onde também existia um cinema - o Cine Jade - hoje demolido e servindo para parte do estacionamento de um supermercado com frente para a Avenida 7 de Setembro. Eu e meu irmão dizíamos na ocasião que haviam dois tipos de locomotivas, a "uiu" e a "fom". A primeira era o apito da loco a vapor e a segunda era o apito da diesel (introduzida na linha no início dos anos 1960). Foi com tristeza que vimos o último trem passar em 1965. Ficamos na janela, eu, meu pai (com uma toalha na mão), minha mãe e meu irmão"
2010
AO LADO:
Depoimento de Edson Rodrigues, em 4/1/2010.
(Fontes: Edson Rodrigues; Adrianno Sakamoto; Edson Rodrigues; Cid Beraldo; Glaucia Garcia de Carvalho; O Estado de S. Paulo, 1924 e 1937; Arquivo Historico de Guarulhos; Mapas - acervo R. M. Giesbrecht)
     

Pátio da estação de Vila Galvão nos anos 1930. A foto foi tomada da estação (Ver texto acima). Acervo Glaucia G. Carvalho

Estação de Vila Galvão, sem data. Foto cedida por Cid Beraldo

A estação nos anos 1930. Autor desconhecido

Construção em Vila Galvão, em 2009 (Ver texto acima). Foto Glaucia G. Carvalho
   
     
Atualização: 11.03.2019
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.