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VXY Mogiana em MG
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Ambuitá
Amador Bueno
São João Novo
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Tronco EFS-1935
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2009
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E. F. Sorocabana (1922-1971)
FEPASA (1971-1985)
AMADOR BUENO
(antiga FERNÃO DIAS)

Município de Cotia, SP (1922-53)
Município de Itapevi, SP (1953-85)
Linha-tronco - km 42,624 (1931)   SP-0901
Altitude: 768 m   Inauguração: 08.05.1922
Uso atual: demolida em 2012   com trilhos
Data de construção do prédio atual: 1938
 
 
HISTORICO DA LINHA: A E. F. Sorocabana foi fundada em 1872, e o primeiro trecho da linha foi aberto em 1875, até Sorocaba. A linha-tronco se expandiu até 1922, quando atingiu Presidente Epitácio, nas margens do rio Paraná. Antes, porém, a EFS construiu vários ramais, e passou por trocas de donos e fusões: em 1892, foi fundida pelo Governo com a Ytuana, na época à beira da falência. Em 1903, o Governo Federal assumiu a ferrovia, vendida para o Governo paulista em 1905. Este a arrendou em 1907 para o grupo de Percival Farquhar, desaparecendo a Ytuana de vez, com suas linhas incorporadas pela EFS. Em 1919, o Governo paulista voltou a ser o dono, por causa da situação precária do grupo detentor. Assim foi até 1971, quando a EFS foi uma das ferrovias que formaram a estatal FEPASA. O seu trecho inicial, primeiro até Mairinque, depois somente até Amador Bueno, desde os anos 20 passaram a atender principalmente os trens de subúrbio. Com o surgimento da CPTM, em 1994, esse trecho passou a ser administrado por ela. Trens de passageiros de longo percurso trafegaram pela linha-tronco até 16/1/1999, quando foram suprimidos pela concessionária Ferroban, sucessora da Fepasa. A linha está ativa até hoje, para trens de carga.
 
A ESTAÇÃO: Embora conste como inaugurada em 1922, com o nome de Fernão Dias, alguns relatórios da Sorocabana apontam o dia 01/05/1927 - portanto cinco anos depois - como o da inauguração desta estação. Segundo Benedito Eusébio de Jesus, de Santana de Parnaíba, a estação original era um pequeno prédio de tábuas.

Em 1933, teve seu nome alterado para Amador Bueno. Quem teria convencido a Sorocabana a mudar o nome e também a construir uma estação decente, que inclusive tivesse um pátio com tamanho suficiente para estocar toda a lenha que era trazida da região próxima para alimentar as locomotivas a vapor, foi João Prado, morador do bairro do Coruruquara, em Santana de Parnaíba e na divisa com o então município de Cotia, atual Itapevi (naquele ponto), onde ele cortava a lenha e dali levava-a para a estação em grandes quantidades.

O novo prédio foi construído em 1938, segundo o relatório da E. F. Sorocabana para este ano.

Em maio de 1939, a Sorocabana tomou a decisão de reduzir o percurso dos seus trens de subúrbio, que chegavam a Mairinque, até Amador Bueno, o que, na época, causou revolta entre quem morava no trecho suprimido (é certo que depois se estendeu e suspendeu novamente para Mairinque diversas vezes; hoje, desde o fim do século XX, chega apenas até Amador Bueno mesmo). Na reportagem do jornal, citava-se "que "Amador Bueno é uma espécie de depósito de linha e de vagões vazios. Com essa reforma, a estrada naturalmente aproveitou, mas o mesmo não se poderá dizer da extensa zona que vae desta estação atpe Mailaski, assim excluída da zona de suburbios" (O Estado de S. Paulo, 24/5/1939).

Ana Cremm
, de Santana de Parnaíba, conta: "eu nasci e vivi a vida toda lá na Boa Vista, hoje Ingaí, perto de onde fizeram Aldeia da Serra. Todo mundo daquela região, Boa Vista, Coruruquara, andava a cavalo, o único meio de transporte que existia onde as estradas eram (e são até hoje) ruins e não tinha carro nem ônibus. A gente ia para Amador Bueno para tomar o trem para fazer compras em São Roque ou Barueri. Eu me lembro do nome, o pessoal chamava de japoneses, ou Toshibinhas... uma vez, fui com umas amigas e amarramos os cavalos nos postes que existiam para isso lá no largo da estação. Voltamos muito tarde, já era noite, e quando vimos, tinham soltdo os bichos. Foi um tempão procurando os cavalos no escuro, até que achamos e pudemos voltar para casa..." (depoimento em 04/07/2006).

Em 21/06/1985, a estação foi substituída por outra, com o mesmo nome, para atender aos trens metropolitanos. O velho prédio, um pouco mais à frente que a estação nova, esteve abandonado até 2004, quando foi reformado e bastante descaracterizado. Passou a ser centro cultural, mas em 2009 estava com vidros quebrados, pichado e com um guarda dentro com grades nos vidros e portas trancadas.

Em 2012, foi demolida. Nada, realmente, a lamentar: afinal, tão descaracterizada estava que passou a ser uma construção comum e feia, já parcialmente abandonada pela prefeitura de Itapevi.

(veja também AMADOR BUENO-NOVA)

1929
À ESQUERDA:
Problemas com o transporte de lenha na então estação de Fernão Dias em 1929 (Folha da Manhã, 30/6/1929).

OBRAS OCORRIDAS NA ESTAÇÃO E SEU PÁTIO DE ACORDO COM RELATÓRIOS DA EFS: 1934 - Aumento dos desvios do pátio


ACIMA: Pátio da estação de Amador Bueno em 1943. A estação aparece à direita na foto (Diario Popular, 12/8/1943).

ACIMA: Jornais de 1948 anunciavam lotes a prestações junto à estação. Não foi bom negócio. O bairro hoje é não muito mais do que um favelão e acaba na linha férrea. Do outro lado, praticamente só morros e uma ou outra estrada de terra (Folha da Manhã, 19/3/1948).

ACIMA: Lavagem de gaiolas de gado em Amador Bueno em 1952 - VEJA A REPORTAGEM TODA CLICANDO SOBRE A FOTO (Folha da Manhã, 19/1/1952).

ACIMA: Acidente em 1955 com mortos próximo a Amador Bueno, quando um vagão-frigorífico que estava engatado no fim da composição descarrilou e levou os carros do trem de passageiros que vinha de Presidente Epitácio para fora dos trilhos (Revista Mundo Ilustrado, 5/1/1955).


ACIMA: Desastre em Amador Bueno em 1960 (CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VER TODA A REPORTAGEM) (Diario Popular, 14/06/1960).

ACIMA: Trem Toshiba de subúrbios da FEPASA deixa a estação de Amador Bueno em 1979 (Autor desconhecido).

ACIMA: A estação de Amador Bueno, provavelmente anos 1980 (Foto Vanderley Zago).

TRENS - De acordo com os guias de horários, os trens de passageiros e também de subúrbios, por boa parte deste período - pararam nesta estação de 1922 a 1985.

(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisas locais; Vanderley Zago; Luiz Rafael de Souza; Ricardo Koracsony; Kenzo Sasaoka; Benedito Eusébio de Jesus; Ana Cremm; Acervo Museu da Cia. Paulista, Jundiaí; O Estado de S. Paulo, 1939; Folha da Manhã, 1952; E. F. Sorocabana: Nossa Estrada, 1945; E. F. Sorocabana: relatórios oficiais, 1910-69; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

Foto da estação original, c. 1940. Repare como o prédio era muito melhor em instalações do que o atual... Foto dos arquivos do Museu da Cia. Paulista, Jundiaí, SP

A estação de Amador Bueno, em 1945, já com a eletrificação na linha. Foto da revista Nossa Estrada, cedida por Kenzo Sasaoka

A estação de Amador Bueno, em 1945, já com a eletrificação na linha. Foto da revista Nossa Estrada, cedida por Kenzo Sasaoka

A estação original, vista da estação da CPTM, em 1999. Foto Luiz Rafael de Souza

A estação original, ao fundo, vista da estação da CPTM, em 1999. Veja o trem parado na plataforma da estação da CPTM pronto para retornar para Itapevi. Foto Luiz Rafael de Souza

A velha estação, toda pichada e depredada, em 08/2002. Foto Ricardo Koracsony

Detalhe do antigo dístico da estação, toda pichada e depredada, em 08/2002. Foto Ricardo Koracsony

A velha estação, toda pichada e depredada, em 08/2002. Foto Ricardo Koracsony

A estação restaurada e descaracterizada, em 01/2005. Foto Ricardo Koracsony

A estação reformada e descaracterizada, em 01/2005. Foto Ricardo Koracsony
   
     
Atualização: 16.02.2020
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.