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Remanso
Araras
Loreto
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ramal de Descalvado-1935
IBGE-1960
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2016
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Cia. Paulista de
Estradas de Ferro (1877-1971)
FEPASA (1971-1998) |
ARARAS
Município de Araras, SP (veja
a cidade) |
Ramal de Descalvado - km 134,515 |
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SP-0967 |
Altitude: 611,0 m |
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Inauguração: 10.04.1877 |
Uso atual: sala para uso de computadores (Prefeitura
Municipal) (2016) |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1891 |
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HISTORICO DA LINHA: Em 1877,
a Paulista abria o primeiro trecho, partindo de Cordeiros até Araras,
do que seria o prolongamento de seu tronco. Em 1880, a linha, com
o nome de Estrada do Mogy-Guassú, atingia Porto Ferreira, na mesma
época em que a autorização para cruzar o Mogi e chegar a Ribeirão
Preto foi indeferida pelo Governo Provincial, em favor da Mogiana.
A linha, então, foi desviada para oeste e atingiu Descalvado no final
de 1881, seu ponto final. Em 1916, as modificações da Paulista na
área entre Rio Claro e São Carlos, na linha da antiga Rio-Clarense,
fizeram com que o trecho fosse considerado como novo tronco, deixando
a linha a partir de Cordeiros como o Ramal de Descalvado. Desde o
começo em bitola larga (1,60m), ele funcionou para trnes de passageiros
até julho de 1976 (Pirassununga-Descalvado) e até fevereiro de 1977
(Cordeirópolis-Pirassununga). Trens cargueiros andaram pela linha
até o final dos anos 1980. Abandonado, o ramal teve os trilhos arrancados
entre 1996 e 2003. |
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A ESTAÇÃO: Inaugurada em
1877 (ver caixa abaixo, de 1877), como ponta de linha, a estação de Araras
atendia à então Nossa Senhora do Patrocínio das Araras, com
"duas cadeiras de instrucção publica para ambos os sexos. Tem 5.495
habitantes, sendo 2.065 escravos. Vila em 1871. A boa qualidade das
terras para a lavoura do café explica o rapido desenvolvimento desta
povoação" (M. E. de Azevedo Marques, 1875).
Os trilhos haviam chegado três meses antes (ver caixa de 1877 abaixo).
O primitivo galpão de madeira foi substituído em 1882, pelo prédio
que viria a ser o definitivo, tendo este sido reformado várias vezes,
a última delas nos anos 1920, tomando a forma atual.
O primeiro prédio a ser utilizado somente como armazém foi entregue
em 1887.
Em 1924, o segundo armazém foi construído. Os dois prédios ainda estavam no
local em 2016.
Nos anos 1950, foi construída a avenida Zurita, que ia da cidade
à frente da estação. Porém, em 1991, a Nestlé, que tinhas unidades
em ambos os lados da rua, conseguiu o fechamento desta, murando
a rua. Em troca, ela promoveu a restauração da estação, mas um ano
depois ela já estava novamente abandonada, sem conservação da Prefeitura
nem da Fepasa.
Ao lado da estação foi construída a fábrica da Nestlé, que
utilizou a estação para receber óleo combustível até quase 1990.
Em 18 de fevereiro de 1977, o trem de passageiros passou por Araras
pela última vez, em direção a Cordeirópolis. Depois de fechada,
nos anos 1980, a estação foi abandonada. Em pouco
tempo, foi completamente abandonada e depredada, sem portas ou janelas,
e com paredes internas caídas. Os trilhos foram mantidos até a estação;
daí para a frente, em fins de 1998, foram arrancados.
Um relato de 04/02/1999, de Rodrigo Cabredo, diz: "As casas
de funcionários da Paulista que ficavam na frente da estação de Araras
foram quase todas mutiladas. Trocaram as janelas de madeira por modernas
e pequenas janelas do tipo "Sasasaki". A mais bonitinha escapou. A
estação, então, nem se fala! Como arrancaram os trilhos, a terra ficou
nua e o mato cresceu a uma altura de três metros! Isto é que é respeito
ao patrimônio".
Em abril de 2000, a Prefeitura da cidade desapropriou a área, prometendo
a restauração da estação e dos armazéns, mas até março de 2001, a
situação continuava de abandono, embora a Prefeitura já houvesse comprado
a área efetivamente do inventário
da Fepasa, agora nas mãos da RFFSA. Um dos galpões estava sendo usado
como centro de eventos, em condições precárias, para lançamento de
livros e outras atividades. A área dos trilhos, em frente à plataforma,
foi limpa e os trilhos, enferrujados, estavam lá, aparentes.
Os trilhos foram finalmente e infelizmente retirados no final de 2002.
Pelo leito passava a linha de abastecimento da região. A estação
está abandonada como nunca esteve. Os galpões, até
aquele dos eventos, estava todo destelhado. O mato crescia dentro
e fora dele. Creiam, até três das quatro árvores
da praça que fica confinada entre a fábrica da Nestlé
e a estação secaram (Ralph Mennucci Giesbrecht -
do seu livro "Caminho para Santa Veridiana", Editora Cidade,
2003).
No início de fevereiro de 2006, a cobertura da plataforma junto
à estação desabou. O fim cada vez mais se aproximava.
Em 30 de junho de 2008, os dois galpões ao lado da estação,
juntamente com uma das casas de turma ao lado, foram entregues totalmente
restaurados, como auditório, centro de exposições
e cyber café, respectivamente. Tudo muito bonito.
A estação, em ruínas, ao seu lado, estava nesse
dia cercada, em início de obras que prometiam restaurá-la
totalmente em quatro meses. Demorou mais do que isso, mas saiu: em
abril de 2009, estava pronta, mas foi inaugurada oficialmente somente
no dia 4 de dezembro desse mesmo ano.
(VER FOTOS DA INAUGURAÇÃO DO ANTIGO PÁTIO FERROVIÁRIO
RESTAURADO EM 30/6/2008: 1 E
2. VEJA TAMBÉM A INAUGURAÇÃO
DE 4/12/2009. VEJA AS CASAS
FERROVIÁRIAS DO OUTRO LADO DA ANTIGA ESTRADA DE CONCHAL)
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1877
AO LADO: Os trilhos do ramal chegam à futura estação de Araras em janeiro (A Provincia
de S. Paulo, 21/1/1877). |

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1877
AO LADO: Os trilhos do ramal chegam à futura estação de Araras em janeiro (A Provincia
de S. Paulo, 21/1/1877). |
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1877
AO LADO: Inauguração provisória da linha e da estação de Araras (A Provincia
de S. Paulo, 10/4/1877). |
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1885
AO LADO: Desarranjo da locomotiva na estação de Araras (A Provincia
de S. Paulo, 1/12/1885). |
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1886
AO LADO: Duas cartas enviadas por um chefe de estação de Araras que foi transferido para outra (A Provincia
de S. Paulo, 31/10/1886). |
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1887
AO LADO: Araras pede mais trens para a cidade (A Provincia
de S. Paulo, 27/8/1887). |
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1895
AO LADO: A cidade de Araras em 1895 - CLIQUE SOBRE O TEXTO PARA VÊ-LO INTEIRO (O Estado
de S. Paulo, 28/6/1898). |
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1940
AO LADO: Novos horarios de trens Araras-SP (O Estado
de S. Paulo, 26/6/1940). |

ACIMA: Pátio da estação
de Araras nos anos 1940 (Acervo Ralph M. Giesbrecht).

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1951
AO LADO: Reclamação contra
as porteiras (passagens em nível) ao lado da estação:
muito estreita para três vias que convergem (O Estado
de S. Paulo, 17/11/1951).
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ACIMA: Fábrica da Nestlé e o pátio
ferroviário de Araras, em 1960. A estação, bem
menor que os dois armazéns, está mais próxima
da linha e tem uma plataforma com uma cobertura muito longa. Sobre
um dos armazéns (o que hoje é a sala de convenções)
está o nome "Araras". Em frente à comprida
plataforma, entre as árvores, estão cinco casinhas ainda
existentes hoje. A fábrica já foi bastante ampliada
(Acervo Nestlé).

ACIMA: A estação de Araras,
já abandonada mas ainda em condições razoáveis,
em maio de 1996. Os trilhos do pátio ainda estavam ali, dando
um "ambiente ferroviário" ainda muito bonito, apesar
da ausência de qualquer trem (Foto Ralph M. Giesbrecht).

ACIMA: Da placa
quilométrica e de altitude da estação de Araras,
colocada pela Cia. Paulista na parede da estação, só
resta a fotografia. Está desaparecida há anos (Foto
Luiz Roberto Turatti).

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TRENS - De acordo com os guias de horários, os trens de passageiros
pararam nesta estação de 1877 a 1977. Na foto
à esquerda, o trem do ramal está parado em Loreto.
Clique sobre a foto para ver mais detalhes sobre esses trens.
Veja aqui horários
em 1964 (Guias Levi). |
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Rodrigo
Cabredo; Luiz Roberto Turatti; Marc Ferrez;
João Mello; Ulisses Lopes; Filemon
Peres; Álvaro Mossini; acervo Nestlé; Instituto Moreira
Salles; O Estado de S. Paulo, 1951; Ralph Mennucci Giesbrecht: Caminho
para Santa Veridiana, Editora Cidade, 2003; Gerodetti e Cornejo: Lembranças
de São Paulo 3, 2003; M. E. de Azevedo Marques: Província
de São Paulo, vol. 2, reedição, 1980; Cia. Paulista:
Relatórios anuais, 1872-1969; IBGE, 1960; Mapas - acervo R.
M. Giesbrecht) |
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A estação de Araras, provavelmente anos 1890;
Foto Marc Ferrez. Acervo Instituto Moreira Salles |

Estação de Araras no início do século,
ainda com duas plataformas. Foto cedida por João Mello |

Estação em 1918. Foto Filemon Peres |

Estaçâo de Araras em 1929. Extraído do livro
de Gerodetti e Cornejo, Lembranças de São Paulo
3, 2003. |

A estação de Araras, prov. anos 1940. Foto de
propaganda da Nestlé |

A estação em 15/10/1996, totalmente abandonada.
Foto Ralph M. Giesbrecht |

A estação em 15/10/1996, totalmente abandonada.
Foto Ralph M. Giesbrecht |

Em 15/04/2000, a depredação aumenta. Foto Ralph
M. Giesbrecht |

Plataforma do lado da Nestlé, em 01/03/2003. Compare
com a foto de 1940. Foto Ralph M. Giesbrecht |

Plataforma do lado da Nestlé, em 01/03/2003. Foto Ralph
M. Giesbrecht |

Em 01/03/2003, a depredação não tem fim.
Foto Ralph M. Giesbrecht |

O galpão das locomotivas em 01/03/2003. O prédio
é de 1882. Foto Ralph M. Giesbrecht |

Em 01/03/2003, a depredação não tem fim.
Foto Ralph M. Giesbrecht |

A estação restaurada, em 04/2009. Foto Alvaro
Mossini |

A estação restaurada, em 04/2009. Foto Alvaro
Mossini |

A estação no dia do evento de inauguração
da restauração, 4/12/2009. Foto Ralph M. Giesbrecht |
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Atualização:
30.04.2022
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