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VXY Mogiana em MG
Indice de estações
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Ilhéus
Aritaguá
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: 1978
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E. F. de Ilhéus a Conquista (1910-1950)
E. F. de Ilhéus (1950-1964)
ILHÉUS
Município de Ilhéus, BA
E. F. Ilhéus (tronco) - km 0 (1960)   BA-2631
Altitude: 3 m   Inauguração: 1910
Uso atual: demolida   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: anos 1910
 
 
HISTORICO DA LINHA: A linha-tronco Ilhéus-Itabuna foi aberta em 1910 em seu primeiro trecho, por investidores ingleses da The State Of Bahia South Western Railway Company Limited, com a idéia de alcançar Conquista (Vitória da Conquista). O primeiro ramal, o de Água Preta (Uruçuca), que partia da estação de Rio do Braço, foi aberto ao tráfego em 1914 e estendido até Poiri em 1931. Em 1918 um outro ramal tem iniciada a sua construção, estendendo-se até Itajuípe, aonde chegou em 1934. Foram as máximas extensões da ferrovia, que jamais se comunicou com outras do estado da Bahia ou com a Bahia-Minas, apesar de diversos projetos nesse sentido que jamais saíram do papel. Em 1950, os ingleses repassaram a estrada ao Governo, que mudou o nome para E. F. de Ilhéus. A estrada jamais chegou a Conquista, pelo que se diz, pelo fato de os ingleses já estarem satisfeitos com o que arrecadavam somente com a linha já existente. Em 1963, já estava decadentíssima a ferrovia. Sua desativação foi ordenada pelo RI-49 de 27/5/1964 pela RFFSA.
 
A ESTAÇÃO: Na história dos transportes da região cacaueira de Ilhéus, temos de tomar dois marcos principais para traçar sua evolução: o lançamento da ferrovia e a fundação do Instituto de Cacau da Bahia. Até 1910, quando se inaugurou o primeiro trecho da linha de Ilhéus a Itabuna, apenas se usavam canoas e animais. Os rios por demais acidentados e o excesso de chuvas dificultavam o transporte, mas mesmo assim a exportação de cacau era compensadora. Com o início do tráfego pela via férrea da Estrada de Ferro de Ilhéus a Conquista, a estação de Ilhéus foi inaugurada nesse ano, passando a servir como o seu ponto inicial e como porto de escoamento de cacau e outras culturas da região. O Instituto do Cacau, por sua vez, foi fundado em 1931. Uma das principais providências tomadas foi a construção de rodovias na região, que convergiam para a rodovia-tronco que, como a ferrovia, ligava Ilhéus a Itabuna. A situação da ferrovia, porém, em 1950, quando foi resgatada dos ingleses para a União, era horrorosa: a descrição dos problemas nos relatórios desse ano, com falta de peças, falta de condições de trabalho e outros era desesperadora, causada pela falta de verbas e prejuízos constantes. O edifício da estação Central (estação de Ilhéus) "está encravado no centro do pátio. Não possui plataforma para embarque ou desembarque de passageiros, havendo somente um passeio de cimento, com 5 cm de altura". Mesmo com a ferrovia em frangalhos, em 1954, a antiga ferrovia ainda figurava em regime de concorrência caótica ao lado das rodovias. Partindo de Ilhéus, seus ramais atingiam então as bordas da antiga zona do cacau. O trem era um meio de transporte que estava ainda longe de suprir as necessidades de escoamento da produção agrícola. Apesar disso, a região não dispunha de um rendilhado de estradas tão bom, capaz de escoar rapidamente a produção. A deficiência era compensada, em parte, ainda por processos mais primitivos de transporte: a canoa e o animal de carga. A estação foi desativada por volta de 1964, quando se fechou a deficitária ferrovia, agora parte da Rede Ferroviária Federal - RFFSA, criada sete anos antes. A última fotografia de que se tem notícia do pátio da estação, já abandonado, é do ano de 1971 e está mostrada abaixo.

A estação e o ramal foram fechados pelo RI-3149 de 27 de maio de 1964.

Veja também os trens da E. F. de Ilhéus



ACIMA: Espera na estação de Ilheus (O Malho, 28/8/1915).

ACIMA: A estação ferroviária de Ilhéus e parte da cidade, por volta de 1958. À direita, o porto, retratado na fotografia mais abaixo (Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, volume VI, 1958).

ACIMA: Vista do porto de Ilhéus por volta de 1950. Na época, ele escoava apenas uma pequena parte da produção de cacau da região para o exterior, pois o porto não permitia a acostagem de navios de grande calado. A maioria do cacau seguia do porto para o porto de Salvador em navios pequenos ou em barcos para a exportação (Revista Brasileira de Geografia, jan-mar 1952, p. 95).
ACIMA: Mapa da ferrovia no município, com a linha que vem da sede dividindo-se em três na altura de Rio do Braço (Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, volume VI, 1958).

ACIMA: No pátio de Ilhéus já semi-abandonado e desativado, em 1971, um flagrante da locomotiva parada havia anos ao léu, a caixa d'água e estação Central, além do depósito de máquinas, à esquerda. Era o fim (Foto Ed Reijnders). Veja mais sobre o pátio em 1971
ACIMA: O antigo pátio ferroviário de Ilheús encheu-se de prédios. A área pertence à empresa CEPLAC. A foto foi tomada nos anos 2000 (Foto Jose Nasal).

(Fontes: Ed Reijnders; Jose Nasal; O Malho, 1915; IBGE: Revista Brasileira de Geografia, 1952; IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1958; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960)
     

Pátio e estação de Ilhéus, ao fundo. Data: possivelmente
anos 1950. Autor desconhecido
   
     
Atualização: 09.05.2019
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.