A B C D E
F G H I JK
L M N O P
Q R S T U
VXY Mogiana em MG
...
Samambaia
Campinas
Boa Vista
...
Saída para a Cia.Mogiana:
Rizza
...
Saída para o ramal Férreo Campineiro: Cambuí
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Tronco CP-1935
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2008
...
 
Cia. Paulista de Estradas de Ferro (1872-1971)
FEPASA (1971-1998)
CAMPINAS
Município de Campinas, SP
Linha-tronco - km 44,042 (1958)   SP-0883
Altitude: 693,197 m   Inauguração: 11.08.1872
Uso atual: centro cultural eventual - em mau estado (2016)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: 1884-88
 
 
HISTORICO DA LINHA: A linha-tronco da Cia. Paulista foi aberta com seu primeiro trecho, Jundiaí-Campinas, em 1872. A partir daí, foi prolongada até Rio Claro, em 1876, e depois continuou com a aquisição da E. F. Rio-Clarense, em 1892. Prosseguiu por sua linha, depois de expandi-la para bitola larga, até São Carlos (1922) e Rincão (1928). Com a compra da seção leste da São Paulo-Goiaz (1927), expandiu a bitola larga por suas linhas, atravessando o rio Mogi-Guaçu até Passagem, e cruzando-o de volta até Bebedouro (1929), chegando finalmente a Colômbia, no rio Grande (1930), onde estacionou. Em 1971, a FEPASA passou a controlar a linha. Trens de passageiros trafegaram pela linha até março de 2001, nos últimos anos apenas no trecho Campinas-Araraquara.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Campinas foi inaugurada em 1872, e na época, embora diferente e menor do que o prédio atual, já era a maior das quatro estações da ainda curta linha da Cia. Paulista.

Em 1883, o prédio já dava sinais de que estava afundando (Ver caixas abaixo, de 18, 20/3/1983 e 31/05/1883).

Em 1884, esse prédio foi desativado, tendo sido iniciada a construção de um novo prédio, que sobrevive até hoje.

O velho prédio sobreviveu mais alguns anos, tendo sido finalmente demolido em 1889. Não aguentou os danos causados por um enorme formigueiro sob suas fundações, que o fez afundar, e também os danos causados por um grande temporal, em 1883. O novo prédio foi concluído no final de 1888.

O novo prédio foi construído sobre o leito original dos trilhos, em frente à antiga estação; inicialmente, foi construída apenas o que é hoje a parte central da estação. E, pelo visto, em 1885 ainda estava em obras de construção, mesmo estando já em funcionamento como estação (ver caixa abaixo, de 1886).

Em 1897 (cf. relatório da Cia. Paulista, caixa abaixo de 1897), foram acescentados vários cômodos à estação.

Entre 1910 e 1915, um segundo corpo foi construído na ala oeste, além de ter sido instalada a cobertura da entrada principal com estrutura metálica, que aliás existe até hoje.

Em 1920, foi construída e aberta a passagem subterrânea sob o pátio (veja abaixo a caixa de 1920.

E finalmente, nos anos 1920, acrescentou-se todo o segundo pavimento da ala leste e o segundo andar da extremidade oeste, onde existem a sala de bagagens e a sala 67. Uma nova gare foi construída, com cobertura metálica e mais alta, por causa da eletrificação da linha, em 1922.

Mais algumas pequenas alterações foram efetuadas nos anos 1930 e 1940.

Servia também como baldeação para os passageiros que se dirigiam para a linha da Mogiana, para o norte e nordeste do Estado.

A estação da Paulista de Campinas servia ainda, a partir de 1913, como baldeação para a linha da Sorocabana, que vinha da sua própria estação em Vila Bonfim e seguia para Mairinque. Em 1924, essa baldeação passou a ser feita na estação construída pela Sorocabana, no Bonfim.

Em 1984, a estação, em meio a festas pelo centenário do prédio, sofreu uma grande reforma, dois anos depois de ser tombada pelo Patrimônio Histórico (Condephaat).

Hoje estas duas ramificações não mais existem, as linhas das antigas Sorocabana e Mogiana tiveram suas partidas transferidas para a estação de Boa Vista, fora da cidade.

"A estação de Campinas está às moscas... inacreditável, só funciona o bar, numa penúria de dar dó e um salão de barbeiros com a porta voltada para a rua. Do
salão principal só sobraram uns bancos, tudo escuro, luzes apagadas. É cenário de filme de pós guerra... uma tristeza só... os portões fechados com cadeados impedem o ingresso na plataforma. O pátio, até há pouco tempo tomado de vagões de cargas, manobras de locomotivas, muitas pessoas, hoje está completamente deserto... algo muito triste para quem passou por ali tantas vezes. Num portão externo, fechado com corrente e cadeado, deu para ver a parte traseira de um vagão pullmann.. todo esbranquiçado e que ali deve ter ficado esquecido, além de mais placas de "proibido entrar" e tais..." (Edson S. Castro, 21/11/2000).

Trens de passageiros ainda passaram pela estação até 15 de março de 2001; desde 1999, ela era ponto de partida, e não mais de passagem, para os bi-semanais trens de passageiros da Ferroban.

Em julho de 2003, passou a servir como centro cultural, entre outros usos, tudo sob responsabilidade da Prefeitura Municipal.

Em 13 de agosto de 2005, pela primeira vez, sediou o Encontro Anual da Frateschi.

No dia 8 de dezembro seguinte, "a cobertura metálica da Plataforma 1 de embarque e desembarque da Estação Cultura de Campinas foi totalmente retorcida e destruída, às 13h, por um trem (...) (que) puxava dois vagões vazios e um outro vagão com dezenas de dormentes de madeira. Com o barulho da locomotiva nos trilhos, o maquinista não percebeu que alguns dormentes enroscaram-se em uma das vigas de ferro, que fazem a sustentação da cobertura. Os dormentes acabaram arrastando a viga por 13 metros e puxando toda a cobertura, danificando parte do prédio (...) A cobertura metálica ficou sobre os vagões e ninguém ficou ferido" (Correio Popular, 9/12/2005).

Em março de 2011, as instalações continuavam em mau estado: madeiras podres nos tetos, pisos sujos, salas vazias, vários recintos semi-abandonados.


CLIQUE AQUI PARA VISUALIZAR A ESTAÇÃO VISTA DO SATELITE
(gentileza Adalberto)

1875
AO LADO:
Quase um desastre em Campinas o (A Provincia de S. Paulo
,
7/7/1875)
1876
AO LADO:
Acidente na estação (A Provincia de S. Paulo
,
22/3/1876)
1876
AO LADO:
Prisão na estação (A Provincia de S. Paulo
,
8/8/1876)
1876
AO LADO:
Roubo na estação (A Provincia de S. Paulo
,
29/10/1876)


1877
AO LADO:
Roubado na estação (A Provincia de S. Paulo
,
8/2/1877)


1877
AO LADO:
Acidente na linha da Mogiana próxima à estação da Paulista (A Provincia de S. Paulo
, 25/4/
1877)


1877
AO LADO:
Misterio no embarque do trem da Mogiana na estação de Campinas (A Provincia de S. Paulo
, 30/11/
1877)


1883
AO LADO:
Começa a ruir o prédio da estação de Campinas (A Provincia de S. Paulo
, 18/01/
1883)


1883
AO LADO:
Continua a ruir o prédio da estação de Campinas (A Provincia de S. Paulo
, 20/01/
1883)


1883
AO LADO:
Parte da estação começa a ser demoida (A Provincia de S. Paulo
, 31/05
/1883)
1886
AO LADO:
A estação de Campinas ainda estava em obras na cidade e recebia críticas pela demora, bem como a igreja Matriz-nova
(CLIQUE SOBRE O ARTIGO PARA VÊ-LO INTEIRO) (A Provincia de S. Paulo, 2/3/1886)

ACIMA: O botequim na estação em 1886 (A Provincia de S. Paulo, 20/8/1886).
1887
AO LADO:
O primeiro dia na iluminação elétrica na estação de Campinas (A Provincia de S. Paulo
,
14/10/1887)
1887
AO LADO:
Atropelamento com morte na estação (A Provincia de S. Paulo
,
14/10/1887)
1888
AO LADO:
Estação nova de Campinas quase pronta (A Provincia de S. Paulo
,
13/11/1888)
1889
AO LADO:
A epidemia de febre amarela e variola prejudica embarques e desembarques na estação de Campinas por falta de mão de obra (A Provincia de S. Paulo
,
7/5/1889)
1889
AO LADO:
Acidente com morte em Campinas na linha da Mogiana (A Provincia de S. Paulo
,
1/9/1889)
1889
AO LADO:
Acidente com na estação de Campinas na linha da Mogiana (A Provincia de S. Paulo
,
22/9/1889)
1890
AO LADO:
Presos na estação (O Estado de S. Paulo
,
30/7/1890)
1891
AO LADO:
O trem parte sem vários passageiros (O Estado de S. Paulo
,
17/3/1891)
1891
AO LADO:
Caiu do vagão em Campinas (O Estado de S. Paulo
,
18/3/1891)
1892
AO LADO:
Na saída da estação, briga no trem (O Estado de S. Paulo
,
8/3/1892)
1892
AO LADO:
Acidente na estação (O Estado de S. Paulo
,
18/8/1892)
1892
AO LADO:
Dois acidentes na estação (O Estado de S. Paulo
,
7/9/1892)
1892
AO LADO:
Mais dois acidentes na estação (O Estado de S. Paulo
,
15/11/1892)
1893
AO LADO:
Acidente grave na estação (O Estado de S. Paulo
,
27/1/1893)
1893
AO LADO:
Duas máquinas se chocam no pátio da estação (O Estado de S. Paulo
,
2/2/1893)
1893
AO LADO:
Incêndio nos armazéns da estação - CLIQUE SOBRE O TEXTO PARA VER A REPORTAGEM INTEIRA (O Estado de S. Paulo
,
4/5/1893)
1893
AO LADO:
Incêndio nos armazéns da estação (O Estado de S. Paulo
,
1/12/1893)
1895
AO LADO:
Desrespeito no reataurante da estação de Campinas: alguns dias mais tarde, o acusado negou o fato - CLIQUE SOBRE O TEXTO PARA VER A REPORTAGEM INTEIRA (O Estado de S. Paulo
,
26/5/1895).
1896
AO LADO:
Confusão com a mala do correio na estação de Campinas (O Estado de S. Paulo
,
29/01/1896).
1897
AO LADO:
Imigrantes italianos recém-chegados enchem a estação (O Estado de S. Paulo
,
22/5/1897).
1897
AO LADO:
Mais obras na estação (O Estado de S. Paulo
,
27/6/1897).
1898
AO LADO:
Estação de Campinas pertencia à Companhia Paulista de Estradas de Ferro. A agência do correio na estação foi criada em 1881. É interessante descrever o movimento das malas postais. Transcrevo do livro sobre carimbos de R. Koester: "Campinas, já em 1880 era, após São Paulo e Santos, a terceira cidade em movimento postal do estado. Em todos os trens que circulavam, se expedia e se recebia malas postais. A agência da estação movimentava as malas postais que vinham de Rio Claro, que em Cordeiro, já tinha recebido as malas de Pirassununga e Porto Ferreira. Através da estação de Campinas é que transitavam as malas postais do estado de Goiás, por intermédio de Uberaba, pela E. F. Mogiana". As malas postais permutadas com a Administração Regional seguiam pela Paulista até Jundiaí, e em seguida pela SPR até seu destino (Texto e reprodução por Marcio Protzner, 7/9/2009).
1898
AO LADO:
Trem da Paulista não atrasava nessa época... mas este... (O Estado de S. Paulo
,
08/4/1898)
1899
AO LADO:
Dois acidentes em Campinas (O Estado de S. Paulo
,
8/1/1899)
1899
AO LADO:
A Mogiana envia gado por trens para Campinas, para ir para São Paulo pela Paulista, mas esta não tem vagões para gado (O Estado de S. Paulo
,
8/2/1899)
1900
AO LADO:
Esqueceu na mala de dinheiro na estação de Campinas (O Estado de S. Paulo
,
8/2/1900)
1900
AO LADO:
Acidente em Campinas (O Estado de S. Paulo
,
24/05/1900)

1902
AO LADO:
Golpe na plataformada estação de Campinas (O Estado de S. Paulo, 28/4/1902).

1917
À ESQUERDA:O Presidente do Estado (hoje, Governador) é recepcionado na plataforma da estação (O Estado de S. Paulo, 7/1/1917).

ABAIXO: Rui Barbosa na janela do trem estacionado na plataforma da estação de Campinas em 1918 (Autor desconhecido).

1920
À ESQUERDA: O dia em que inauguraram a passagem inferior o pátio de Campinas e outras estações também foram reformadas (O Estado de S. Paulo, 15/06/1920).

1922
AO LADO:
Novos trens para Campinas (O Estado de S. Paulo, 30/4/1922).

1926
AO LADO:
Novas plataformas na estação de Campinas (O Estado de S. Paulo, 10/9/1926).

1927
AO LADO:
Roubo na estação (O Estado de S. Paulo, 22/12/1927).

1928
AO LADO:
Instalação de sistemas de Interlock na estação de Campinas. Notar referência da outra estação que fica em Igarapava e não se chamava Itagy, mas Igati (O Estado de S. Paulo, 1/11/1928).

1940
AO LADO:
Novos horarios de trem Campinas-SP (O Estado de S. Paulo, 20/6/1940).

1941
AO LADO:
Novos horários dos trens da Mogiana na estação de Campinas. (O Estado de S. Paulo, 9/4/1941).

1947
AO LADO:
Movimento da estação de Campinas no ano de 1947 (O Estado de S. Paulo, 7/7/1948).

ACIMA: CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VER MAIOR - Aqui se vê o mapa ferroviário (linhas pretas) e rodoviário (linhas vermelhas) de Campinas em 1958. A linha que cruza o município de leste a oeste, de Valinos a Sumaré, é a da Cia. Paulista; a que segue para o sul é a Sorocabana, ramal para Mairinque; para leste é o Ramal Férreo Campineiro, que termina em Cabras; para Jaguariúna, ao norte, a Mogiana; e para noroeste, a Funilense ou ramal de Padua Salles, sentido de Cosmópolis. Paulínia ainda era um bairro a noroeste de Campinas. A Mogiana tornou-se a linha da ABPF, de Anhumas a Jaguariúna. Uma linha, chamada de "Corredor de Exportação", foi construída entre Indaiatuba e Jaguariúna, passando por Boa Vista e por Paulínia, no sentido Norte-Sul, além de um ramal para a refinaria de Paulinia (1972), a partir dos anos 1970. Hoje, não existem mais as linhas do Ramal Férreo, da Funilense e da Sorocabana. Esta última sobreviveu sem uso depois da construção de um trecho do "Corredor", entre Boa Vista e Helvetia, em Indaiatuba. Entre 1991 e 1995, um VLT andou pela linha da velha Sorocabana e foi depois abandonado. Os trilhos foram retirados no início dos anos 2000. (IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1958).

ACIMA: Monumento a Campos Salles, anos 1960. Ao fundo, a estação ferroviária da Paulista em Campinas (Cartão postal - Acervo Ana Paula/FB).
ACIMA: A estação de Campinas já era pequena para o seu movimento em 1964. Quem imaginaria então que, apenas 37 anos mais tarde, ela seria fechada por falta de movimento? (Diario Popular, 19/8/1964).

ACIMA: Desenho esquemático do pátio de Campinas nos anos 1970 (CLIQUE SOBRE A IMAGEM PARA VER EM TAMANHO MAIOR). Hoje está muito diferente, muito menos prédios e trilhos (Maurício Lima e Vanderley Zago).
ACIMA: O bar da estação de Campinas em 2000. Este bar abriu nos anos 1950 e sobreviveu até o final de 2017, quando foi fechado, devido ao pouco movimento de uma estação que já estava fechada como tal desde 2001 (Foto Vanderley Zago).
ACIMA: O desastre de dezembro de 2005 derrubou toda a cobertura metálica (Foto Rogério Capella).

ACIMA: Plataforma da estação de Campinas em 30/12/2010 (Foto João Gabriel).

ACIMA: Em 21 de dezembro de 2015, o relógio, a placa do bar... no conjunto infelizmente falta o povo esperando o trem (Foto Leonardo Ventura).

AO LADO: Veja as rotundas do pátio de Campinas clicando sobre as fotografias ao lado
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Mario Sandrini; João Gabriel; Rogério Capella; Mauricio Lima; Vanderley Zago; João Gabriel; Edson Castro; Filemon Peres; Marcio Protzner; Antonio C. Belviso; Nilson Rodrigues; Alberto del Bianco; Otavio de Camargo; O Estado de S. Paulo, 1926, 1927, 1928 e 1948; Correio Popular, 2005; Cia. Paulista: relatórios anuais, 1872-1969; Cia. Paulista: Album de 50 anos, 1918; IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1958; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

Estação original de Campinas, c. 1880 - Foto Filemon Perez

A estação de Campinas por volta de 1880, ainda a original, vista lateral. Autor desconhecido

A estação em 1918. Foto Filemon Peres

Embarque de passageiros na plataforma de Campinas. Foto Alberto Del Bianco, s/data

Pátio da estação de Campinas, anos 1950. Acervo Nilson Rodrigues

Vista aérea da estação e do pátio, anos 1980. Foto cedida por Antonio C. Belviso

A estação em 22/05/1996. Foto Ralph M. Giesbrecht

A estação em 22/05/1996. Foto Ralph M. Giesbrecht

Plataforma da estação de Campinas em 13/08/2005. Foto Otavio de Camargo

Fachada da estação de Campinas em 13/08/2005. Foto Otavio de Camargo

Fachada da estação em 10/2010. Foto João Gabriel

A estação em 26/6/2017. Foto Mario Sandrini
     
Atualização: 02.07.2023
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.