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VXY Mogiana em MG
Indice de estações
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Bueno do Prado
Engenheiro Dolabella
Granjas Reunidas
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: S/D
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Linha do Centro - 1931
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E. F. Central do Brasil (1922-1975)
RFFSA (1975-1996)
ENGENHEIRO DOLABELLA
(antiga JEQUETAÍ e CAMILLO PRATES)

Município de Bocaiúva, MG
Linha do Centro - km 989,212 (1928)   MG-3459
Altitude: 598 m   Inauguração: 10.11.1922
Uso atual: abandonada (2006)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
 
HISTORICO DA LINHA: Primeira linha a ser construída pela E. F. Dom Pedro II, que a partir de 1889 passou a se chamar E. F. Central do Brasil, era a espinha dorsal de todo o seu sistema. O primeiro trecho foi entregue em 1858, da estação Dom Pedro II até Belém (Japeri) e daí subiu a serra das Araras, alcançando Barra do Piraí em 1864. Daqui a linha seguiria para Minas Gerais, atingindo Juiz de Fora em 1875. A intenção era atingir o rio São Francisco e dali partir para Belém do Pará. Depois de passar a leste da futura Belo Horizonte, atingindo Pedro Leopoldo em 1895, os trilhos atingiram Pirapora, às margens do São Francisco, em 1910. A ponte ali construída foi pouco usada: a estação de Independência, aberta em 1922 do outro lado do rio, foi utilizada por pouco tempo. A própria linha do Centro acabou mudando de direção: entre 1914 e 1926, da estação de Corinto foi construído um ramal para Montes Claros que acabou se tornando o final da linha principal, fazendo com que o antigo trecho final se tornasse o ramal de Pirapora. Em 1948, a linha foi prolongada até Monte Azul, final da linha onde havia a ligação com a V. F. Leste Brasileiro que levava o trem até Salvador. Pela linha do Centro passavam os trens para São Paulo (até 1998) até Barra do Piraí, e para Belo Horizonte (até 1980) até Joaquim Murtinho, estações onde tomavam os respectivos ramais para essas cidades. Antes desta última, porém, havia mudança de bitola, de 1m60 para métrica, na estação de Conselheiro Lafayete. Na baixada fluminense andam até hoje os trens de subúrbio. Entre Japeri e Barra Mansa havia o "Barrinha", até 1996, e finalmente, entre Montes Claros e Monte Azul esses trens sobreviveram até 1996, restos do antigo trem que ia para a Bahia. Em resumo, a linha inteira ainda existe... para trens cargueiros.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Engenheiro Dolabella foi inaugurada em 1922 como Jequetaí, depois mudou o nome para Camillo Prates e finalmente (1924) adotou um nome homenageando o Engenheiro Ludgero Wandick Dolabella, provavelmente um membro da família a qual pertenciam as Granjas Reunidas, localizadas um pouco à frente na mesma linha. Ele foi o autor dos estudos do traçado da linha Corinto-Montes Claros, terminada em 1926. Foi também empreiteiro da sua construção.

A estação, pelo menos nos anos 1920 e 1930, tinha grande movimento, atendendo a duas usinas de açúcar, de madeira e serrarias que pertenciam à família que também era dona das Granjas Reunidas. Nesta estação, nos planos dos anos 1920, deveriam cruzar-se a linha do Centro e a E. F. Bahia-Minas, que, pelos planos iniciais, deveria chegar até a futura Capital do Brasil, já prevista desde a constituição de 1891, hoje Brasília. Nada disto aconteceu e a importância estratégica da estação e da região teriam sido um dos motivos para os altos investimentos da família Dolabella na região.

Foi por um bom tempo estação da FCA, mas em 2006 estava abandonada.

"O irônico de tudo é a FCA, que a princípio
utilizava o prédio, pintou-o com suas cores e errou feio na quilometragem (compare com o site). No momento, o prédio está abandonado, a FCA já não o quer mais (como tantos, nesta mesma linha) e o prefeitura local muito menos. Ao redor a miséria de um povoado literalmente perdido no sertão" (Gutierrez L. Coelho, 11/2/2010). Voltou a ser utilizada pela concessionária depois, e em 2011 havia sido reformada.

1910
AO LADO: O Engenheiro Dolabella, em foto em Pirapora, MG (O Malho, 11/6/1910).

ACIMA: Parte do município de Bocaiuva nos anos 1950, com a linha do Centro da EFCB cortando-o de sul a norte e com pelo menos cinco estações na linha (IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, vol. IX, 1960).

1924
AO LADO: Anuncio da mudança de nome na estação, 4 anos antes da efetivação
(O Estado de S. Paulo, 23/5/1924).

1924
AO LADO: Queda de barreira pouco antes da estação, no km 987 (O Estado de S. Paulo, 24/12/1924).

1933
AO LADO: Descarrilamento próximo à estação, no km 987 (O Estado de S. Paulo, 24/6/1933).

(Fontes: Odair Lopes; Gutierrez L. Coelho; Décio Marques; Jonathan Sobral; Manoel Marcos Monachesi; IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, vol. IX, 1960; Max Vasconcellos: Vias Brasileiras de Communicação, 1928; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

A estação, por volta de 1950. Acervo Manoel Marcos Monachesi

A estação nos anos 1990. Foto Jonathan Sobral

A estação em 12/2003. Foto Décio Marques

A estação em 2006. Foto Jonathan Sobral

A estação em 11/2/2010. Foto Gutierrez L. Coelho

A estação em 11/2011. Foto Odair Lopes
     
Atualização: 29.08.2018
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.