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VXY Mogiana em MG
Indice de estações
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Mestre Roque
Sabará
Roça Grande
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Saída do ramal de Nova Era: Siderúrgica
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Linha do Centro - 1931
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: 2005
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E. F. Central do Brasil (1891-1975)
RFFSA (1975-1996)
SABARÁ
Município de Sabará, MG
Linha do Centro - km 582,633 (1928)   MG-0512
Altitude: 704 m   Inauguração: 13.02.1891
Uso atual: abandonada (2021)   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: anos 1970
 
 
HISTORICO DA LINHA: Primeira linha a ser construída pela E. F. Dom Pedro II, que a partir de 1889 passou a se chamar E. F. Central do Brasil, era a espinha dorsal de todo o seu sistema. O primeiro trecho foi entregue em 1858, da estação Dom Pedro II até Belém (Japeri) e daí subiu a serra das Araras, alcançando Barra do Piraí em 1864. Daqui a linha seguiria para Minas Gerais, atingindo Juiz de Fora em 1875. A intenção era atingir o rio São Francisco e dali partir para Belém do Pará. Depois de passar a leste da futura Belo Horizonte, atingindo Pedro Leopoldo em 1895, os trilhos atingiram Pirapora, às margens do São Francisco, em 1910. A ponte ali constrruída foi pouco usada: a estação de Independência, aberta em 1922 do outro lado do rio, foi utilizada por pouco tempo. A própria linha do Centro acabou mudando de direção: entre 1914 e 1926, da estação de Corinto foi construído um ramal para Montes Claros que acabou se tornando o final da linha principal, fazendo com que o antigo trecho final se tornasse o ramal de Pirapora. Em 1948, a linha foi prolongada até Monte Azul, final da linha onde havia a ligação com a V. F. Leste Brasileiro que levava o trem até Salvador. Pela linha do Centro passavam os trens para São Paulo (até 1998) até Barra do Piraí, e para Belo Horizonte (até 1980) até Joaquim Murtinho, estações onde tomavam os respectivos ramais para essas cidades. Antes desta última, porém, havia mudança de bitola, de 1m60 para métrica, na estação de Conselheiro Lafayete. Na baixada fluminense andam até hoje os trens de subúrbio. Entre Japeri e Barra Mansa havia o "Barrinha", até 1996, e finalmente, entre Montes Claros e Monte Azul esses trens sobreviveram até 1996, restos do antigo trem que ia para a Bahia. Em resumo, a linha inteira ainda existe... para trens cargueiros.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Sabará foi inaugurada em 13 de fevereiro de 1891, de acordo com a Central do Brasil. Porém, o trecho que a ligava esta estação a Itabira do Campo (estação de Itabirito) foi anunciado nos jornais como tendo sido no dia 22 de janeiro de 1889 (ver os dois caixas abaixo, ambos de 1889). Há, portanto, divergência de datas, com diferença de mais de dois anos.

Em 1898, construiu-se o depósito de locomotivas da estação (Memória Histórica da EFCB, 1908, p. 478).

Dali saía o ramal de Nova Era, que ligava a EFCB à linha da E. F. Vitória-Minas. Tanto a saída do ramal como o pátio da estação de Sabará sofreram tantas modificações nos traçados e prédios, que hoje o pátio original da estação está completamente modificado.

A estação original foi demolida nos anos 1970, e num local diferente do pátio foi erigida a estação atual, estilo RFFSA e bem feiosa.

A estação estava abandonada em 2015. Ela se situava logo após a ponte sobre o rio que cruza a cidade e, entre a estação e a ponte, saía o antigo ramal de Nova Era. Junto a ela ficavam os galpões do antigo depósito de locomotivas e oficinas de material da via permanente.

Como o ramal já foi desativado há algum tempo, com a construção de outra linha moderna que serve hoje aos trens da EFVM, esse trecho inicial do ramal passou a servir como acesso à Belgo-Mineira. "Hoje, nem isso, essa linha está abandonada à mercê dos larápios de trilhos. A Belgo está recebendo e despachando carga via carreta. No sentido de Itabirito já roubaram km e mais km de trilhos" (Pedro Paulo Resende, julho de 2005).

"Enquanto isto, os ônibus que vão para Belo Horizonte estão em mau estado e sempre superlotados" (Roberto Fonseca Dias, 06/2006).


ACIMA: A Central do Brasil, que na foto dos anos 1880 ainda não existia na cidade, passaria depois em frente ao Hotel Aliança, o prédio branco em primeiro plano, que depois foi denominado Sabará Hotel. Observar a ponte de madeira sobre o Rio das Velhas, que foi construída pelo Dr. Henrique Dumont, pai de Santos Dumont em 1872. Há historiadores da região que dizem que Alberto S. Dumont tenha nascido em Sabará e registrado em outra cidade. Os cartórios de registro civil em Minas iniciaram suas atividades a partir de 1888 (cessão da foto e detalhes de Geraldo Fernandes do Carmo).

1889
AO LADO:
Inauguração do trecho de Itabirito a Sabará. Note que a frase correta deve ser "inaugurar-se-á" e não "inaugurou-se". Basta ver a notícia de 23/1/1889, logo abaixo. Note também que esse trecho foi chamado de E. F. do Rio das Velhas, que mostrava o objetivo de se chagar a esta cidade - hoje chamada de Santa Luzia, mais ao norte (A Provincia de S. Paulo, 19/1/1989).

1889
AO LADO:
Mais uma notícia sobre a inauguração do trecho de Itabirito a Sabará. A notícia do dia 23/1/1889 mostra como tendo sido em 22, no conceito da época do dia anterior (A Provincia de S. Paulo, 23/1/1989).

1935
AO LADO:
Desastre na estação de Sabará (O Estado de S. Paulo, 9/6/1935).

1938
AO LADO:
Acidente próximo à estação de Sabará, em 1938 (O Estado de S. Paulo, 7/10/1938).



1938
AO LADO:
Mais dois acidentes em Sabará em 1938 com apenas três dias de diferença próximo à estação de Sabará, (O Estado de S. Paulo, 24 e 27/10/1938).

ACIMA: A usina de siderurgia de Sabará nos anos 1950 (deve ser a parte da fotografia que é mostrada do lado esquerdo. Notar a via férrea costeando a usina e a área urbana da cidade. CLIQUE SOBRE A FOTO PARA VÊ-LA EM TAMANHO MAIOR (IBGE: Enciclopedia dos Municipios Brasileiros, vo. XXVII, p. 95).

ACIMA: Em 1964, a linha do Centro chegava do sul a Sabará costeando o rio das Velhas e seguia para noroeste acompanhando o mesmo rio; próximo à foz do rio Sabará, estava a estação ferroviária. Dela, saía a linha do ramal de Nova Era, que cruzava o rio Sabará e passava a acompanhá-lo para leste pela margem sul (extraído do livro Passeio a Sabará, Lúcia Machado de Almeida, Livraria Martins Editora, 1964).

ACIMA: Em 1980, o trem de suburbios passava pela linha em Sabará (Foto Geraldo Fernandes do Carmo).

ACIMA: (esquerda) Saída da linha do ramal de Nova Era por sobre a ponte sobre o rio Sabará, em 2005 (Foto Pedro Paulo Resende, 2005); (direita) A mesma saída, mostrando de frente a ponte. Essas linhas hoje estão ambas abandonadas - a do ramal de Nova Era foi erradicada a partir da hora (1990) que a Vale do Rio Doce abriu a variante de Capitão Eduardo, dando um novo acesso a Ipatinga mais ao norte sem passar por Sabará. O trecho inicial que aparece na cidade foi mantido por mais ou menos 2 km para atender a Belgo-Mineira (Foto Roberto Fonseca Dias, 2006).

ACIMA: "Passamos por Sabará e tivemos a surpresa de ver que a prefeitura está restaurando a complexo da antiga Oficina da EFCB. O telhado já foi recomposto e os prédios estão em fase de pintura. Não soubemos o destino que a prefeitura dará a eles, mas seja o que for trata-se de uma atitude elogiável. Anos atrás vi esses prédios sendo destruídos. Só restaram as paredes. Agora eles parecem renascer das cinzas dos incêndios criminosos que ali se praticaram ao longo dos anos" (Texto e foto Pedro Paulo Rezende, 10/2009).

ACIMA: Estação de Sabará em reforma em 2017 (Foto Mateus Proença em 8/9/2017).

ACIMA: Aspecros da estação e pátio em 2021. Tudo abandonado e sem trilhos, além de não existir mais tráfego de trens (Fotos Robson Gomes).

(Fontes: Mateus Proença; José E. Buzelin; Otto Triebe; Alberto Del Bianco; Pedro Paulo Resende; Roberto Fonseca Dias; O Estado de S. Paulo, 1938; Lúcia Machado de Almeida: Passeio a Sabará, Livraria Martins Editora, 1964; Max Vasconcellos: Vias Brasileiras de Comunicações, 1928; ____: Leituras da Historia, nr 11, Ed. Escala, 2008)
     

A estação original de Sabará, em 1930. Revista Leituras da Historia, nr 11, Editora Escala, 2008

Estação antiga de Sabará, talvez anos 1940. Cessão Otto Triebe

A estação em 1990. Foto Alberto del Bianco

Vista de cima, o abandono da estação é flagrante. Ao fundo, a ponte sobre o rio. Foto Pedro Paulo Resende, 07/2005

A estação em 2006. Foto Roberto Fonseca Dias

A estação em 05/2009. Foto Alexandre Almeida

A estação em 2/10/2019. Foto Fernando Marietan
   
     
Atualização: 05.08.2023
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