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E. F. Central do
Brasil (1914-1975)
RFFSA (1975-1996) |
JECEABA
(antiga CAMAPUAN e JOÃO RIBEIRO)
Município de Jeceaba, MG |
Linha do Paraopeba - km 504,591
(1928) |
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MG-1212 |
Altitude: 843 m |
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Inauguração: 14.11.1914 |
Uso atual: abandonada (2020) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: A
linha do Paraopeba, assim chamada porque durante boa parte de sua
extensão acompanha o rio do mesmo nome, foi construída
em bitola larga, provavelmente para aliviar o tráfego de trens
entre o Rio de Janeiro e Belo Horizonte que até sua abertura
tinha de passar pela zona de mineração da Linha do Centro,
até General Carneiro, onde saía a linha para a capital
mineira. Além disso, até então havia baldeação
para bitola métrica em Burnier, o que dificultava as operações
principalmente dos trens de passageiros entre as duas capitais. A
linha do Paraopeba, saindo da estação de Joaquim Murtinho,
foi aberta até a estação de João Ribeiro
em 1914 e até Belo Horizonte em 1917. Dali a General Carneiro
foi mantida a bitola de métrica no trecho já existente.
Com isso se estabelecia a ligação direta sem baldeações
entre o Rio e Belo Horizonte. O trem de passageiros trafegou por ali
até 1979, quando, depois de uma ou duas tentativas rápidas
de reativação, foi extinto. O movimento de cargueiros
continua intenso até hoje, com a concessionária MRS,
até a estação do Barreiro, próxima a BH,
e depois com a FCA até General Carneiro, agora sim com bitola
mista, métrica e larga. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Jeceaba foi inaugurada em 1914, com o nome de Camapuan,
permanecendo como ponta de linha até a inauguração
do restante do ramal, em 1917.
Nos anos 1920, seu nome foi alterado para João Ribeiro,
antigo ministro da Fazenda (João Ribeiro de Oliveira e Souza).
"Chamava-se, até bem pouco, Camapuan. Mas o nome não
servia: como Suassuhy, era lindo, brasileiro, provindo da língua
aborígene, designava por certo a natureza, aceidentes na história
da região; era eufônico e tradicional; caracterizava
a nossa nacionalidade; a sua origem remontava aos próprios
começos da nossa história de nação independente.
Por isso, a penada ministerial, golpeando insolitamente tradições
veneráveis, rompendo com as leis do bom gosto, tropeçando
por cima da vontade geral dos habitantes e... considerando... resolveu
mudar-lhe o nome... até ulterior ministro. A estação
serve à cidade de Entre Rios, que lhe fica 20 km a sudoeste
e a qual é ligada por estrada de automóvel"
(Max Vasconcellos, 1928).
Na estação desciam centenas de romeiros, para ver uma
"santa milagreira", a "Santa de Coqueiros"
(ver caixas abaixo).
Posteriormente o nome foi alterado para o atual,
Jeceaba. "Creio que o prédio de Camapuã não seja o
que hoje vemos com o nome de Jeceaba. Na minha opinião, Camapuã deveria
ser um prédio primitivo tal qual a localidade por ele servido naquela
época, sendo mais um telheiro de zinco com piso de terra batida que
uma estação propriamente dita. Depois que o povoado ganhou mais status,
construíram outro prédio nas imediações e o denominaram João Ribeiro.
(Veja a foto da bilheteria de Jeceaba, por Pedro Paulo Rezende em
3/4/2010, abaixo). As iniciais JR indicam isso. O prédio foi construído
para abrigar a estação de João Ribeiro,
depois renomeada Jeceaba. Confesso que é a primeira vez
que vejo iniciais da estação em vez da ferrovia EFCB. Mas seja lá
quem fez assim, ajudou muito a desvendar a história do lugar"
(Pedro Paulo Rezende, 21/4/2010).
Junto a esta estação, a partir dos anos 1990, passou
a sair a Ferrovia do Aço, ligando o ramal de Paraopeba
à estação de Saudade, no ramal de São
Paulo da antiga Central do Brasil.
Não sei o estado atual da estação, nem o seu
uso.
1931
AO LADO: Muitos embarques para a estação
de João Ribeiro (O Estado de S. Paulo, 1/5/1931).
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1931
AO LADO: Eram romeiros visitando uma
milagreira que teria previsto a própria morte (O Estado
de S. Paulo, 2/5/1931).
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1931
AO LADO: Foram postos trens especiais
de Belo Horizonte até a estação (O Estado
de S. Paulo, 2/5/1931).
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ACIMA: Desenho esquemático do pátio
de Jeceaba com as linhas hoje existentes. Texto em inglês. A
linha de Paraopeba corre de leste a oeste no desenho; a da Ferrovia
do Aço de norte a sul no desenho. As restantes são linhas
de junção. (Pedro Paulo Rezende, 2010).

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2010
AO LADO: A bilheteria de Jeceaba, com as iniciais J. R.
(de João Ribeiro) (Foto Pedro Paulo Rezende em 3/4/2010).
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ACIMA: Estação de Jeceaba em abril de 2017 (Foto Michael Silva).
(Fontes:
Edson da Rocha Ferreira; Cristiano Oliveira; Pedro Paulo Rezende; José André Veado; Manoel
Monachesi; José Emílio Buzelin; Cesar Augusto Tonetti;
Max Vasconcellos: Vias Brasileiras de Communicação,
1928) |
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A estação, provavelmente anos 1960. Foto José
André Veado |

Vagão nos desvios da estação, provavelmente
anos 1960. Foto José André Veado |

A estação nos anos 1980. Ao fundo, pilares de
um viaduto em construção da futura Ferrovia do
Aço. Foto Manoel Monachesi |

A estação em 12/1999. Foto José Emílio
Buzelin |

A estação em 04/2003. Foto Cesar Augusto Tonetti |

Estação de Jeceaba em 24/12/2011. Foto Cristiano
Oliveira |

A estação em 30/12/2019. Foto Edson da Rocha Ferreira |
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Atualização:
09.09.2020
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