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VXY Mogiana em MG
Indice de estações
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Camburi
Manuel Ribeiro
Maricá
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: N/D
...
 
E. F. Maricá (1901-1964)
MANUEL RIBEIRO
(antiga ITAPETEIÚ)
Município de Maricá, RJ
E. F. Maricá/Ramal de Cabo Frio -
km 60 (1936)
km 60,122 (1960)

  RJ-1872
Altitude: 5 m   Inauguração: 23/01/1901
Uso atual: moradia (2009)   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
HISTORICO DA LINHA: A E. F. Maricá teve o seu primeiro trecho aberto em 1888, com bitola de 95 cm, ligando as estações de Alcântara e Rio do Ouro. Em 1889 chegou a Itapeba e somente em xxxx a Maricá. Em 1901, chegava a Manuel Ribeiro. Nilo Peçanha, como Presidente da Província do Rio e também da República, conseguiu a união da linha com a Leopoldina na estação de Neves, construída para esse entroncamento, e do outro lado prolongou a linha até Iguaba Grande. Em 1912, entretanto, o capital dos empresários da região acabou e a linha foi vendida à empresa francesa Com. Generale aux Chemins de Fer. Em 1933, o Governo Federal encampou a ferrovia e a prolongou, em 1936, até Cabo Frio, onde se embarcava sal das salinas das praias. Em 1943, a E. F. Marica foi passada para a Central do Brasil. Em fins dos anos 1950, passou para a Leopoldina. Os trens passaram a sair da estação de General Dutra, em Niterói, entrando no ramal em Neves. Em janeiro de 1962, parou o trecho Maricá-Cabo Frio. Em 1964, parou o trecho Virajaba-Maricá. Em 1965, somente seguiam trens de subúrbio ligando Niterói a Virajaba, com o resto do ramal já desativado. A ferrovia foi finalmente erradicada em 31/01/1966.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Manuel Ribeiro foi inaugurada em 23 de junho de 1901 (data com ressalvas), quando se prolongou a linha até ela (Ver caixa abaixo com reportagem do Jornal do Brasil) e, depois, até Manoel Ribeiro). Notar que os lugares citados são locais de difícil localização nos mapas de hoje para a estação de Manoel Ribeiro: Posse, Ponta Negra e o rio Olaria.

Para se chegar no dia da inauguração até a Ponta Negra, nome do local onde a estação de Manoel Ribeiro foi construída, os convidados embarcaram numa barca no Cais Pharoux, no Rio de Janeiro, atravessaram a baía, desceram no cais mais próximo da estação de Neves e andaram "cento e tantos metros" para chegar até a estação inicial de Neves, na E. F. Maricá (ver caixa abaixo). Ali embarcaram no trem e foram até a estação de Maricá numa viagem de duas horas e meia, lá chegando às 12 horas para um almoço. Somente à tarde deste dia houve o embarque na linha a ser inaugurada de Maricá até Manoel Ribeiro.

(Note-se que no caixa abaixo, de 24/6/1901, é dito que "Maricá era o antigo ponto terminal da linha", o que nos faz concluir que esta estação já estava funcionando há algum tempo ou que ela havia sido a estação terminal do projeto original. Como não foram encontradas referências à data de inauguração da estação de Maricá, poderíamos então entender, com ressalvas, que a estação de Maricá também teria sido inaugurada neste mesmo dia de 23 de junho.)

"Em Manoel Ribeiro localizava-se uma das principais fazendas de Maricá, empregando um enorme contingente de pessoas e desenvolvendo um pequeno núcleo urbano. Nesta localidade era produzida uma grande quantidade de laranja transportada pela ferrovia" (Eduardo Margarit: O resgate da história de uma ferrovia nas escolas da região dos lagos fluminenses, UFF, 2009).

Por algum tempo (e foi em um período em que a ferrovia pertenceu à Central do Brasil, entre 1943 e 1960) a estação se chamou Itapeteiu, mas retornou ao nome original (ver caixa abaixo com bilhetes). Em 1948, por exemplo, tinha este nome. Em 1957, já não.

Fechada em 1962 com aquele trecho da linha, o prédio ainda existia em 2009, servindo como moradia. A estação ficava ao lado esquerdo da antiga rodovia RJ-5, Tribobó-Macaé (1953).

"A antiga estação de Manoel Ribeiro continua de pé, às margens da atual RJ-106 servindo como moradia (apesar de estar escrito Cooperativa Agropecuária). A
velha caixa d'água foi adaptada e tornou-se uma residência. Logo após deixar a estação em direção a Cabo Frio, a linha atravessava o rio de mesmo nome da estação. Hoje só o que resta deste pontilhão é uma das cabeceiras camufladas pelo mato. Manoel Ribeiro, segundo o livro A Formação das Estradas de Ferro do Rio de Janeiro, era o local de encontro dos trens que partiam de Cabo Frio e General Dutra (Niterói): 'Em 1959, partia um trem de General Dutra às 6:00h com chegada a Cabo Frio às 15:00h. No mesmo dia partia uma composição de Cabo Frio às 6:45h, com chegada a General Dutra às 13:48h. Os cruzamentos se davam em Manoel Ribeiro" (Cleiton Pierucini, 4/2009).

Segundo, porém, Paulo Novais, em 2021, afirmou que a estação de Manoel Ribeiro nunca foi chamada de Itapeteiú, como cita o Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, de 1960. Realmente, o distrito criado em 1943 onde estava esta estação chegou a ter este nome, mas a estação, com exceção de um curto tempo por volta de 1955 (segundo os Guia Levi, de maio e de setembro de 1955, ambos na p. 78) não adotou o nome. Voltou, segundo o mesmo dia, a adotar o antigo nome logo depois.

Como toda a história da E. F. Maricá, informações controversas a cercam. Vejam o que diz o site de Paulo Novais e avalie: http://agenciaspostais.com.br/?page_id=266

 
1901
AO LADO:
abertura do trecho da ferrovia até Manoel Ribeiro - CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VER A REPORTAGEM COMPLETA (Jornal do Brasil, 24/6/1901).
"A E.F. Maricá atravessa uma região de terras excelentes, que teve outrora grande importância econômica para a Província do Rio de Janeiro. Somente assim se justificava um pedido de concessão para uma ferrovia em 1885. Com a abolição, as fazendas tão prósperas da zona se transformaram nas ruínas de hoje: seus habitantes não migraram e, dominados pelo desânimo, abandonaram a lavoura e a pecuária, dedicando-se à pouco rendosa indústria da cerâmica e a algumas pequenas lavouras e pomares. Disso resultou o abandono dos canais e obras de defesa contra as inundações, permitindo a formação de pântanos que deixaram a região inabitável. Se o Governo Federal saneá-la, será possível seu completo ressurgimento.A simples limpeza marginal sem a abertura das respectivas barras não produzirá, no entanto, efeitos, pelo contrário, cortará a ligação com os pequenos pântanos, formando focos de malária - como está se verificando. É imprescindível que se reveja isso, para evitar que, como nas zonas não saneadas de Manoel Ribeiro a Bacaxá, a estrada continue com dificuldades em manter seus empregados. Isso diminui muito a produção da região, justamente onde ela começa a se desenvolver, como na estação de Manuel Ribeiro, onde foram plantados extensos laranjais. Nestes centros o saneamento tem sido realizado, em parte, pelos proprietários, como foi feito na fazenda de Manoel Ribeiro e na Usina de Santa Luzia".  
1936
AO LADO:
resumido do relatório oficial da E. F. Maricá em 1936.

ACIMA: Guia Levi, p. 77 em maio de 1936: A parada de Manoel Ribeiro aparece no km 60 - ver quadro ESTAÇÕES, no quadrante squerdo superior.


ACIMA: Bilhetes de Niteroi a Itapeteiu e de Maricá a Itapeteiu encontrados na estação de Manuel Ribeiro em 2009. Os billhetes não têm data, mas possivelmente sejam de 1955, época em que a estação teve este nome por um curto período de tempo (Foto Cleiton Pieruccini).

ACIMA: Antigos pontilhão e cabeceiras com um pilar central sobre um córrego perene na extinta E. F. Maricá hoje localizada numa fazenda, às margens da atual rodovia RJ-106 (Amaral Peixoto), no bairro Manuel Ribeiro em Maricá (Foto Edson Vander Teixeira em 19/02/2023).

(Fontes: Luiz Antonio Mathias Netto; Cleiton Pierucini; Eduardo Margarit: O resgate da história de uma ferrovia nas escolas da região dos lagos fluminenses, UFF, 2009; Helio Suêvo: A Formação das Estradas de Ferro do Rio de Janeiro, 2005; Estado do Rio de Janeiro: Roteiro Rodoviário Fluminense, 1953, p. 69; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht).
     

A estação, provavelmente anos 1910. Eduardo Margarit: O resgate da história de uma ferrovia nas escolas da região dos lagos fluminenses, UFF, 2009

A estação, sem data e sem autor

A estação em abril de 2009. Foto Cleiton Pierucini

A estação em julho de 2003. Foto Luiz Antonio Mathias Netto
   

   
 
     
Atualização: 24.03.2023
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.