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VXY Mogiana em MG
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Poconé
Juquiá
Registro
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ramal de Juquiá-1980

IBGE-1956
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2013
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Southern São Paulo Railway (1915-1927)
E. F. Sorocabana (1927-1971)
FEPASA (1971-c.1990)
JUQUIÁ
Municípios de Iguape (1915-1938);
Miracatu (1939-1948);
Juquiá (1948-), SP
Ramal de Juquiá - km 253,377 (1986)   SP-2163
Altitude: 15 m   Inauguração: 16.05.1915
Uso atual: setor de turismo municipal (2020)   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
 
HISTORICO DA LINHA: O ramal foi construído pelos ingleses da Southern São Paulo Railway, entre 1913 e 1915, partindo de Santos e atingindo Juquiá. Em novembro de 1927, o Governo do Estado comprou a linha e a entregou à Sorocabana, já estatal, no mês seguinte. O trecho entre Santos e Samaritá foi incorporado à Mairinque-Santos, que estava em início de construção no trecho da serra do Mar, e o restante foi transformado no ramal de Juquiá. A partir daí, novas estações foram construídas, e em 1981, o ramal foi prolongado pela Fepasa, já dona da linha desde 1971, até Cajati, para atender as fábricas de feritlizantes da região. O transporte de passageiros entre Santos e Juquiá foi suspenso em 1977 e restaurado em 1983, parando porém definitivamente em 1997. A linha seguiu ativa para trens de carga que passavam quase diariamente, transportando enxofre do porto para Cajati, até o início de 2003, quando barreiras caíram sobre a linha na região do Ribeira. O transporte foi suspenso e a concessionária Ferroban desativou a linha, que o mato cobriu rapidamente.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Juquiá foi construída ainda pela Southern São Paulo Railway, em 1915. A sua quilometragem original era 161,141.

Por muitos anos foi a estação terminal do ramal, daí o nome de ramal de Juquiá ou Santos-Juquiá.

Em 1931, por exemplo, a cidade de Juquiá somente podia ser alcançada pela ferrovia ou pela navegação fluvial (ver caixa abaixo).

Em 1981, com o final das obras de prolongamento do ramal até Registro (e em 1987 a Cajati), a estação deixou de ser a última da linha, mas, para transporte de passageiros, continuou-o sendo: passageiros nunca seguiram para além dela. A estação está localizada com a sua entrada principal de frente para o rio Juquiá, ficando a poucos metros dele.

Após 1993, os trilhos foram retirados do local, passando para fora do centro da cidade, mais perto da Rodovia BR-116.

A velha estação foi, então, desativada, tendo hoje outros usos. Inclusive, construiu-se junto a ela um anexo que abriga um pequeno bar. A plataforma dá frente para uma praça, junto ao centro da cidade. A fachada fronteia o rio Juquiá. "Quanta saudade tenho dessa estação, e da feijoada dos sabados do Seu Antonio, dono do boteco. O boteco do Seu Antonio ficava dentro da estação, com direito a almoçar na plataforma da mesma e enquanto se degustava a feijoada, ficávamos vendo a movimentação dos trens. Naquela época havia muito movimento, pois a estação de Juquiá ainda era considerada término de linha e os trens cargueiros que partiam para Cajati tinham que obrigatoriamente ir até o pátio de Juquiá para reverter a locomotiva e voltar até o entroncamento para daí seguir viagem. Tenho muitas saudades daquela época quando a GL8 e geralmente três carros de aço carbono (aqueles que estão apodrecendo hoje em Samaritá) faziam o percurso, e uma vez, inclusive, a composição foi puxada por uma duplex de U20 com a GL de carona para fazer o trem de retorno. Mas, enfim, tudo isso é passado" (Carlos Alberto Rollo, 2003).

"Quando vejo essa foto (a foto de 1988, abaixo), também bate uma tristeza enorme. Um dos motivos é que a última viagem que fiz para lá foi com o meu finado avô. Naquele dia nós almoçamos um comercial (contra-filé sola de sapato) num pequeno restaurante que ficava bem perto da Estação. Depois dessa viagem, só estive lá mais uma vez apenas. Então, o horário do trem foi alterado, o que obrigava o indivíduo a pernoitar em Juquiá, se quisesse voltar de trem" (Hermes Y. Hinuy, 2004).

Depois da desativação, por volta de 1990, uma nova estação, num novo local, não tão perto assim da antiga, foi construída, muito simples e típica da Fepasa: horrível e sem graça, longe de tudo. É a que hoje em 2003 ainda servia de estação para os trens de carga que ainda estacionavam em seus desvios. Pode ser vista da BR-116.

A antiga estação em 2020 estava reformada e descaracterizada: era a divisão e turismo da Prefeitura local.

(ver também JUQUIÁ-NOVA)

ACIMA: Sistema ferro-rodoviario entre Peruibe, Juquiá e Iguape. Notar que entre Alecrim (Pedro de Toledo) e além de Juquiá não havia rodovia. Juquiá dependia da nevegação e da ferrovia (O Estado de S. Paulo, 3/1/1931).

ACIMA: Sistema hidro-ferro-rodoviario na região de Juquiá e Iguape, mais dealhado que o mapa anterior. Notar que entre Alecrim (Pedro de Toledo) e além de Juquiá não havia rodovia. Juquiá dependia da nevegação e da ferrovia, culas linhas desta última não são mostradas - mas já existiam (Jornal desconhecido dos anos 1930).

OBRAS OCORRIDAS NA ESTAÇÃO E SEU PÁTIO DE ACORDO COM RELATÓRIOS DA EFS: 1934 - Canalização de água; construção de casa para pernoite de pessoal da Tração


ACIMA: mapa que mostra a estação de Juquiá e seu entorno, em novembro de 1943 (Acervo Instituto Geográfico e Cartográfico).

ACIMA: Navegação em Juquiá, em 1944 (A Gazeta, 24/2/1944).
ACIMA: Nos anos 1950, com a estação no centro, ao fundo, aparecem em primeiro plano o que parece ser locais de manuseio de bananas que depois seriam embarcadas nos trens da EFS (Acervo Nilson Rodrigues).
ACIMA: Estação de Juquiá inundada em foto publicada pelo Diario da Noite em 28/4/1958.

ACIMA: Embarque de bananas na estação de Juquiá (Autor e data desconhecidos, cessão Wanderley Duck).

ACIMA
: A estação de Juquiá, ainda com trilhos, em 14/3/1993 (Foto Carlos R. Almeida)

ACIMA: O antigo hotel da estação (não sei se tinha esse nome, mas muitos tinham e praticamente cada estação central de cidade tinha um hotel próximo a ela) hoje está abandonado e isso já há anos. Ele está entre a estação (à esquerda) e o rio Juquiá (à direita, mas que não aparece na fotografia) (Foto Ralph M. Giesbrecht em 14/7/2013).

(Fontes: Ralph Giesbrecht, pesquisa local; Carlos R. de Almeida; Carlos Alberto Rollo; Julio Morais; Nilson Rodrigues; Flávio Michelini; Wanderley Duck; Hermes Y. Hinuy; IGC-SP; E. F. Sorocabana: Relatórios anuais; IBGE, 1960; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

Estação de Juquiá por volta de 1928. Acervo Julio Morais

A estação de Juquiá. Anos 1930? 1940? Autor desconhecido - cessão Nilson Rodrigues

Plataforma da estação de Juquiá, em 07/1985. Foto Flávio Michelini

Trem de passageiros da Fepasa, na estação de Juquiá, em 12/10/1988. Foto cedida por Hermes Y. Hinuy, que aparece na mesma, de camisa vermelha.

A estação, já sem trilhos, em 29/07/1998. Foto Ralph M. Giesbrecht

A entrada da estação, em 26/09/2002. Foto Ralph M. Giesbrecht

A estação, em 26/09/2002. Foto Ralph M. Giesbrecht

A entrada da estação, em 26/09/2002. À direita da foto, o antigo hotel, hoje abandonado. Foto Ralph M. Giesbrecht

A estação, em 26/09/2002. Foto Ralph M. Giesbrecht

A estação, bastante descaracterizada. Foto Ralph M. Giesbrecht em 14/7/2013
   
     
Atualização: 29.07.2022
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.