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VXY Mogiana em MG
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São Bento
Leme
Souza Queiroz
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ramal de Descalvado-1935
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2001
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Cia. Paulista de Estradas de Ferro (1877-1971)
FEPASA (1971-1997)
LEME
Município de Leme, SP
Ramal de Descalvado - km 161,702   SP-2286
Altitude: 610,0 m   Inauguração: 30.09.1877
Uso atual: Casa da Cultura (2020)   sem trilhos desde 1997
Data de construção do prédio atual: 1916
 
 
HISTORICO DA LINHA: Em 1877, a Paulista abria o primeiro trecho, partindo de Cordeiros até Araras, do que seria o prolongamento de seu tronco. Em 1880, a linha, com o nome de Estrada do Mogy-Guassú, atingia Porto Ferreira, na mesma época em que a autorização para cruzar o Mogi e chegar a Ribeirão Preto foi indeferida pelo Governo Provincial, em favor da Mogiana. A linha, então, foi desviada para oeste e atingiu Descalvado no final de 1881, seu ponto final. Em 1916, as modificações da Paulista na área entre Rio Claro e São Carlos, na linha da antiga Rio-Clarense, fizeram com que o trecho fosse considerado como novo tronco, deixando a linha a partir de Cordeiros como o Ramal de Descalvado. Desde o começo em bitola larga (1,60m), ele funcionou para trens de passageiros até julho de 1976 (Pirassununga-Descalvado) e até fevereiro de 1977 (Cordeirópolis-Pirassununga). Trens cargueiros andaram pela linha até o final dos anos 1980. Abandonado, o ramal teve os trilhos arrancados entre 1996 e 2003.
 
A ESTAÇÃO: A estação do Manuel Leme foi inaugurada em 1877, como ponta de linha, em terras desertas do fazendeiro de mesmo nome.

Pouco tempo depois, seu nome já havia sido reduzido para Leme. Cerca de um ano depois, os trilhos foram prolongados até Pirassununga.

Em torno da estação, a cidade foi se formando, e, menos de vinte anos depois, já se tornava município (1892).

Em 1891, um novo prédio havia sido construído, para substituir o anterior, de madeira, já em péssimas condições (veja caixa de 1886, abaixo).

O armazém foi ampliado em 1895, e em 1904 foi construída a casa do mestre de linha.

Em 1916, a (segunda, de 1891) estação do Leme foi derrubada e construiu-se o prédio atual. Não está claro se este prédio é uma grande reforma do anterior, que tinha os tijolos aparentes.

Mais casas para os empregados foram erigidas em 1917 e o armazém foi mais uma vez ampliado em 1924.

Uma das histórias contadas sobre Leme dizem que o ator Errol Flynn teria desembarcado na estação completamente bêbado, juntamente com outros atores de Hollywood, levados a passeio no ramal por volta de 1954. Depois da passagem do último trem de passageiros em 18 de fevereiro de 1977, a estação ainda permaneceu aberta até cerca de 1990, quando começou o abandono.

Alguns anos depois foi reformada e passou a abrigar a Casa da Cultura de Leme e o armazém passou a abrigar um museu.

Os trilhos do trecho foram retirados em dezembro de 1997.

A estação deixou de ser a Casa da Cultura, foi abandonada - estava assim em julho de 2008 - e em novembro de 2009 tornou-se um terminal urbano de ônibus, com seu pátio no local dos trilhos. Em 2020 foi restaurada e tornou-se novamente um centro cultural.

1877
AO LADO:
Noticia da inauguração da estação do Manuel Leme, dois dias depois do fato, em 30 de setembro (A Provincia de S. Paulo, 2/10/1877).

ACIMA: Quanso os trens da Paulista chegavam somente até Leme, então um lugar perdido numa região quase inóspita, em 1878- CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VÊ-LA EM MELHOR RESOLUÇÃO (A Provincia de S. Paulo, 11/04/1878).

1883
AO LADO:
O correio não funciona bem em Leme (A Provincia de S. Paulo, 25/02/1883).

1886
AO LADO:
A primeira estação do Leme era de tábuas e estava em péssimas condições (A Provincia de S. Paulo, 15/7/1886).

1895
AO LADO: Tráfico de armas na estação? (A Provincia de S. Paulo, 2/6/1895).

1900
AO LADO: Uma nova estação para Leme. Seria o segundo prédio para a estação da cidade (A Provincia de S. Paulo, 26/06/1900.

1931
AO LADO:
Chuvas interrompem ramal em Leme (O Estado de S. Paulo, 3/2/1931).

1933
- ACIMA: A cidade já estava cruzando a linha do trem (O Estado de S. Paulo, 2/12/1933).

1935
AO LADO:
Mudança do agente da estação (O Estado de S. Paulo, 29/3/1935).

1938
AO LADO:
Modificações na plataforma da estação de Leme em 1938. Terão sido realmente feitas? (O Estado de S. Paulo, 10/11/1938).

1939
AO LADO:
O chefe da estação de Leme em 1939 foi para Cordeiro (O Estado de S. Paulo, 14/6/1939).


ACIMA: O trem cargueiro passa por Leme, provavelmente anos 1940 (Acervo Heloisa Mansur).

ACIMA: Cidade do Leme, provavelmente anos 1950. Em cima, ao fundo, a via Anhanguera ainda não existia. No centro, à esquerda, o pátio ferroviário (Autor desconhecido).

ACIMA: Pátio de Leme, anos 1950 ou 1960 (Autor desconhecido).
ACIMA: A estação do Leme, com data desconhecida (talvez anos 1940 ou 50) - a foto foi publiada no Jornal da Tarde de 27 de agosto de 1982.

TRENS - De acordo com os guias de horários, os trens de passageiros pararam nesta estação de 1877 a 1977. Na foto à esquerda, o trem do ramal está parado em Loreto. Clique sobre a foto para ver mais detalhes sobre esses trens. Veja aqui horários em 1964 (Guias Levi).

ACIMA: Mapa do município de Leme, no início dos anos 1950. A ferrovia cruza-a de sul a norte, passando por duas estações: Leme e Souza Queiros, esta bem ao norte. Bem ao sul, a Fazenda Empireo, também da família Souza Queiros, na época, bastante próxima à linha. A rodovia em vermelho que cruza de sul a norte NÃO É a via Anhanguera, mas a estrada antiga que seguia para Ribeirão Preto e passava dentro das cidades. A Anhanguera surgiu em meados dos anos 1950, a oeste do ramal de Descalvado entre Araras e Porto Ferreira (as duas cidades onde a ferrovia cruzava a rodovia, respectivamente de oeste para leste e de leste para oeste) e fora das áreas urbanas. No mapa, ela, portanto, não aparece (Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1960, vol. XI, p. 35).

ACIMA: O antigo pátio todo asfaltado. À esquerda, em primeiro plano um pequeno depósito e atrás dele a ex-estação. À direita, o armazém (Foto André Benetti em 2/11/2009).

ACIMA: Pelo menos a antiga plataforma retomou seu já esquecido movimento de outrora com os ônibus parando ali. Pena que não são trens, ou um metrô de superfície (Foto André Benetti em 2/11/2009).

ACIMA: À esquerda, o armazem do pátio de Leme em 2020 (Foto Silvio Rizzo, 16/10/2020).

(Fontes: Ralph M. Giesbrecht: pesquisa local; Silvio Rizzo; Heloísa Mansur; Carlos Alexandre Polidoro; André Benetti; Filemon Peres; O Estado de S. Paulo, 1938 e 1939; Ralph Mennucci Giesbrecht: Caminho para Santa Veridiana, Editora Cidade, 2003; Cia. Paulista: album, 1918; Cia. Paulista: relatórios anuais, 1875-1969; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

Escolares aguardando o trem na antiga estação de Leme, em 1910. Note-se a parede de tijolos aparentes. Foto cedida por Heloísa Mansur

Planta da estação de Leme, 1917. Acervo Ralph M. Giesbrecht

Estação de Leme já em novo prédio, lado da plataforma, em 1918. Foto Filemon Peres

Estação de Leme já em novo prédio, em 1918. Foto Filemon Peres

Pátio de Leme, c. 1940. Foto cedida por Heloisa Mansur

Estação de Leme. Anos 1930? Autor desconhecido

Estação de Leme. Anos 1940? Autor dsconhecido

Plataforma da estação, ainda com trilhos, em 15/10/1996. Foto Ralph M. Giesbrecht

Estação de Leme já sem os trilhos, em 09/12/2001. Foto Carlos Alexandre Polidoro

A fachada da estação em 2/11/2009. Foto André Benetti

A estação do Leme em 21/9/2015. Foto Silvio Rizzo

A estação do Leme em 21/9/2015. Foto Silvio Rizzo

A fachada da estação do Leme em 16/10/2020. Foto Silvio Rizzo

A plataforma da estação do Leme em 16/10/2020. Foto Silvio Rizzo
 
     
Atualização: 22.11.2021
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.