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E. F. Sorocabana
(1929-1971)
FEPASA (1971-1998) |
MARTIM
AFONSO (antiga IBERÁ)
Município de Pedro de Toledo, SP |
Ramal de Juquiá - km 208,415
(1986) |
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SP-2493 |
Altitude: 36 m |
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Inauguração: 1929 |
Uso atual: demolida (2019) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1934 |
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HISTORICO DA LINHA: O
ramal foi construído pelos ingleses da Southern São Paulo Railway,
entre 1913 e 1915, partindo de Santos e atingindo Juquiá. Em novembro
de 1927, o Governo do Estado comprou a linha e a entregou à Sorocabana,
já estatal, no mês seguinte. O trecho entre Santos e Samaritá foi
incorporado à Mairinque-Santos, que estava em início de construção
no trecho da serra do Mar, e o restante foi transformado no ramal
de Juquiá. A partir daí, novas estações foram construídas, e em 1981,
o ramal foi prolongado pela Fepasa, já dona da linha desde 1971, até
Cajati, para atender as fábricas de feritlizantes da região. O transporte
de passageiros entre Santos e Juquiá foi suspenso em 1977 e restaurado
em 1983, parando porém definitivamente em 1997. A linha seguiu
ativa para trens de carga que passavam quase diariamente, transportando
enxofre do porto para Cajati, até o início de 2003,
quando barreiras caíram sobre a linha na região do Ribeira.
O transporte foi suspenso e a concessionária Ferroban desativou
a linha, que o mato cobriu rapidamente. |
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A ESTAÇÃO: A estação
foi construída com o nome de Iberá, em 1928, "por particulares
interessados no desenvolvimento desta zona, a estação deverá ser doada
à estrada pois é um ponto de grandes possibilidades para a lavoura,
devido à fertilidade das terras" (relatório da E. F.
Sorocabana, 1928). A quilometragem inicial era 116,800. Foi aberta
ao tráfego em 1929.
Neste mesmo ano, foi construída no local um prédio para
servir como escola e residência de uma professora (O Estado
de S. Paulo, 26/6/1929).
A estação é uma pequena construção muito bonita,
distante cerca de 200 metros da estrada municipal não pavimentada
(em 2004) e que acompanhava, em parte, a linha, desde a sede do município.
Ao seu lado existe uma caixa d'água de ferro, antiga e muito bonita.
"Um dos lugares mais marcantes da minha infância foi Iberá. A fazenda
foi construída por meu avô e seus primos, no início do século, assim
como a estação que depois viria a se chamar Martim Afonso. Meu pai,
nascido em Santos, depois da separação de minha mãe mudou-se para
lá e lá morou até falecer em 1991. Passávamos todas as férias lá.
Quando eu era pequena, havia um trolley movimentado manualmente por
duas pessoas e que parecia saído de um filme de faroeste. Onde será
que foi parar o "trolinho" que eu e meu irmão adorávamos usar para
brincar...? Assim como adorávamos subir na estrutura da caixa d'água
como dois macaquinhos, ou tentar entrar na estação que, tínhamos certeza,
abrigava um ou dois fantasmas que nos faziam sair correndo e gritando
pelos trilhos do trem. Ou deitar nas pedrinhas e encostar o ouvido
no trilho, pra tentar descobrir se o trem estava perto. Ou correr
para a varanda no segundo andar da casa, assim que ouvíamos o barulho
do trem, só pra contar quantos vagões a locomotiva puxava. Lembro
que, até 1991, um trem de carga passava todos os dias às 4:15 da tarde,
vindo de Santos. Daria para acertar o relógio por ele. O tempo passou,
a gente cresceu, e hoje eu tenho uma foto do meu filho, quando ainda
bebê de 1 ano, sentado nos trilhos desta linha cujo trajeto é tão
bonito, emoldurado pela exuberância da Mata Atlântica... Desde a morte
do meu pai, em 1991, eu só consegui voltar a Iberá uma vez. A casa
está abandonada (é aquela casa grande que fica em frente à estrada
municipal), assim como a estação. A fazenda foi invadida por posseiros
e desmembrada. Mas ainda lembro-me que sempre que chegava a Iberá,
eu fechava os olhos, respirava fundo e me sentia em casa, dizendo:
"Ôôôô, lugar!!!" (Denise Amorim Soares, agosto
de 2001).
"Nós chegamos a usar o trem de passageiros no trajeto inteiro
de Santos a Martim Afonso uma vez. Foi no comecinho de 1988 e eu estava
indo pra Iberá com o meu marido (recém casados) pra contar ao meu
pai que ele ia ser avô. Nós poderíamos ter ido de carro ou de ônibus,
mas eu quis ir de trem - porque significava muito pra mim. E foi inesquecível!"
(Denise Amorim Soares, 2/11/2014).
Em 2004, a antiga estação estava servindo como moradia.
Em 2009, já estava abandonada e cercada pelo matagal.
OBRAS OCORRIDAS NA ESTAÇÃO
E SEU PÁTIO DE ACORDO COM RELATÓRIOS DA EFS:
1934 - Construção da estação;
instalação de luz
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1939
AO LADO: A EFS adquirE terras para o aumento do pátio da estação
de Iberá (O Estado de S. Paulo, 11/2/1939).
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ACIMA: A estação já havia sido demolida em 2019. Sobrou no pátio a caixa d'água apenas (Foto Nilson Rodrigues em 18/8/2019).
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TRENS
- Os trens de passageiros pararam nesta estação
de 1929 a 1977 e de 1983 a 1997. Na foto, trem do ramal em Suarão
(1956). Clique sobre a foto para ver mais detalhes sobre esses
trens. Veja aqui horários
em 1963 (Guias Levi). |
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local;
Denise Amorim Soares; Marcos Antonio Nobrega; Adriano Martins; Décio
Marques; O Estado de S. Paulo, 1929 e 1939; E. F. Sorocabana: Relatórios
anuais, 1910-69; IBGE, 1960; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |
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A estação em 19/05/1998. Foto Ralph M. Giesbrecht |
Caixa d'água ao lado da estação em 19/05/1998.
Foto Ralph M. Giesbrecht |
A estação, já abandonada em 08/2003. Foto
Adriano Martins |
A estação em 05/2007. Foto Marcos Antonio Nobrega |
Em 11/2009 a estação já abandonada. Foto
Marcos Antonio Nobrega |
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Atualização:
07.11.2019
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