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E. F. Minas e Rio
(1909-1910)
Rede Sul-Mineira (1910-1931)
Rede Mineira de Viação (1931-1965)
V. F. Centro-Oeste (1965-1966) |
JOSINO DE BRITO
Município de Campos Gerais, MG |
Linha Cruzeiro-Juréia - km 272,121
(1960) |
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MG-2757 |
Altitude: 756 m |
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Inauguração: 11.03.1909 |
Uso atual: submersa |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1927 |
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HISTORICO DA LINHA: A linha Cruzeiro-Tuiuti
(depois Juréia) era originalmente parte da E.F. Muzambinho,
que iniciou as atividades em 1887, entre Três Corações
e Muzambinho, e parte da E. F. Minas e Rio, que operava o trecho Cruzeiro-Três
Corações desde 1884, e que em 1908 incorporou a Muzambinho.
Em 1910, esta foi uma das formadoras da Rede Sul-Mineira, que por
sua vez formou a Rede Mineira de Viação, em 1931. Em
1965 esta formou a Viação Férrea Centro Oeste
e foi finalmente transformada em divisão da Refesa em 1971.
Na linha que unia a estação de Cruzeiro, no ramal de
São Paulo da EFCB, a Juréia, terminal do ramal de Juréia,
da Mogiana, o trecho final entre esta estação e Varginha
já não tem mais seus trilhos. Os trens de passageiros
foram suprimidos em 1966 entre Varginha e Juréia e em 1983
entre Cruzeiro e Três Corações. De 1997 ao fim
de 2001, operaram trens turísticos da ABPF a vapor entre Cruzeiro
e Passa-Quatro e hoje esses trens trafegam entre o túnel (Estação
Cel. Fulgencio) e Soledade de Minas. Cargueiros da FCA utilizaram
a linha Três Corações-Varginha até cerca
de 2010. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Josino de Brito foi inaugurada em 1909, depois da compra
da E. F. Muzambinho pela E. F. Minas e Rio, e o seu nome homenageava
o Dr. Josino de Paula Brito, médico e senador estadual mineiro.
Como visto, a estação não tem o nome do município onde está.
"Em 1961 a represa de Furnas cobriu toda a cidade. Exatamente
27 metros de água sobre a 'velha Fama'. A cidade foi reconstruída
ao redor, mas as memórias e a história de Fama certamente
ficaram sepultadas. (...) Suas companheiras, Espera, Josino de Brito,
Pontalete, Guapé, São José da Barra e outros
trinta municípios tiveram a mesma sina. (...) O rio Sapucaí
é hoje um lago quieto, soturno. (...) Ah, represa de Furnas...
Não foram por água abaixo apenas algumas cidades do
sul de Minas. Afogaram com ela todas as tardes, todas as lembranças,
nossas saudades, os risos, vozes queridas. (...) Para nós este
lago é só uma imensa lápide de uma cidade que
amávamos. Lápide escura, sem nome, data, inscrição
e flores" (Isa Musa de Noronha, Uma Vida na Linha, 2005).
"Eu só conheço o local onde ela ficava, pois ela foi desativada
antes de eu ter nascido. Hoje, no período de inverno, a represa de
Furnas baixa bastante e é possível ver os seus restos, como ruinas
de construções, pedaços de cerâmica e coisas do tipo. Eu moro bem
perto, e sempre que posso vou até lá. Ainda há restos da ponte perto
de Fama, apesar de terem tentado destruí-la; não conseguiram totalmente.
No último inverno eu fui até essa ponte, e atravessei a nado de um
lado a outro. A represa começou a baixar de novo há um mês,
e deve chegar ao nível mais baixo lá por outubro ou novembro (de 2003).
Josino de Brito, embora ficasse no município de Campos Gerais, estava
quase na divisa com Paraguaçu, beirando o rio Verde, há mais
de 20 km da sede de Campos Gerais. Ficava a 6 km do distrito de Córrego
do Ouro, onde moro até hoje.
Com a desativação da estação, esse distrito
parou no tempo, ficando isolado de outros municípios. Somente hoje,
com a exploração do turismo em alta, é que começou a se desenvolver
de novo, embora o asfalto, item essencial para o desenvolvimento,
ainda não tenha chegado. Contam que as viagens de carro de bois da
sede do município de Campos Gerais para Josino de Brito, 24
km, eram uma delícia para os meninos da época.
O serviço de carregar
os carros exigia muita prática e perícia, porque se se descuidasse,
não caberia nem a metade do volume previsto, por causa do formato
do carro, o de uma garrafa deitada e achatada, largo na traseira e
afunilando-se para a frente, onde era atrelada a primeira junta de
bois, a do "coice". Esta, por sua vez, pela tiradeira, canzil e correias,
unia-se a outra junta e, assim, até chegar à junta de guia. Os carreiros
eram homens treinados, fortes e grandes conhecedores do ofício, pois
ser carreiro, sempre foi uma verdadeira arte, apesar das aparências
em contrário" (Denisio Pereira da Silveira, Córrego
do Ouro, MG).
Não consegui fotografias da estação, que afundou nas águas da represa nos anos 1960.
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1927
AO LADO: Ampliação e reforma da estação (O Estado de S. Paulo,
1/2/1927). |
Fontes: O Estado de S. Paulo, 1/2/1927; Denisio Pereira da Silveira; Guia Geral das Estradas de Ferros do Brasil, 1960) |
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Atualização:
21.11.2022
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