HISTORICO DA LINHA: A
linha-tronco da Cia. Paulista foi aberta com seu primeiro trecho,
Jundiaí-Campinas, em 1872. A partir daí, foi prolongada até Rio Claro,
em 1876, e depois continuou com a aquisição da E. F. Rio-Clarense,
em 1892. Prosseguiu por sua linha, depois de expandi-la para bitola
larga, até São Carlos (1922) e Rincão (1928). Com a compra da seção
leste da São Paulo-Goiaz (1927), expandiu a bitola larga por suas
linhas, atravessando o rio Mogi-Guaçu até Passagem, e cruzando-o de
volta até Bebedouro (1929), chegando finalmente a Colômbia, no rio
Grande (1930), onde estacionou. Em 1971, a FEPASA passou a controlar
a linha. Trens de passageiros trafegaram pela linha até março
de 2001, nos últimos anos apenas no trecho Campinas-Araraquara. |
A ESTAÇÃO: A estação de Tamoio foi
inaugurada como um posto telegráfico, em 1909, para atender à
usina e fazenda Tamoio, bastante próxima a Ibaté.
Em 14/07/1922, o posto foi promovido a estação, ganhando um novo
prédio. O prédio foi terminado em 1921 - está no dístico
da própria estação, em relevo.
Desta estação partia um ramal, pertencente à Usina Refinadora Paulista,
de 30 km, em bitola métrica e que ia até a fazenda e usina Tamoio,
transportando açúcar e derivados.
Em 09/11/1944, Sud Mennucci esteve na vila, bastante desenvolvida
então, para inaugurar uma oficina de carpintaria que levava seu
nome, conforme descreve reportagem de O Estado de S. Paulo:
"Depois de alguns minutos de automóvel por uma estrada que corta
canaviais a se perderem de vista, chegou à Usina Tamoio. No solar
da família Morganti foi oferecido aos visitantes um almoço (...)
Seguiu-se a visita ao Grupo Escolar, com saudação de uma aluna e
inauguração da "Oficina Sud Mennucci" (...).
Já em 1986, o prédio da estação estava em mau estado e suas
portas e janelas fechadas com chapas. Já em 1987, um ano
depois, a própria vila não tinha mais moradores. As
cerca de 30 casas existentes junto à estação
já estavam vazias e abandonadas.
Em 1998, quase nada existia mais, o que sobrava estava em total
abandono.
Em 2015, o mato alto em volta dificultava o acesso a ela; ainda
havia dois armazéns, um menor, junto à linha, e outro, bem grande,
que era alcançado por um desvio, ainda existente em 1986 (ver mapa
abaixo), mas hoje eliminado. A pequena vila, abandonada por anos,
teve parte das casas demolidas; havia uma agência de correio, prédio
de pelo menos cinqüenta anos, que esteve fechada por anos e em 2015
já não existia mais. A estação ainda podia ser vista
da rodovia Washington Luiz, ficando num ponto em que o leito da
linha passa bem junto à estrada, acompanhando o seu lado oeste.
(Veja também FAZENDA
TAMOIO) (Veja também E.
F. Usina Tamoio)
Em novembro de 2017, a fazenda Tamoio fechou e despediu seus 200
funcionários. Não que isso tenha feito qualquer diferença
para o prédio da estação.
ACIMA:
Acidente com morte próximo à estação
de Tamoio (O Estado de S. Paulo, 14/4/1925).
ACIMA: A fazenda Tamoio, pouco antes de
sua desativação em 2017 (Autor desconhecido).
ACIMA: Um dos armazéns de Tamoio
em 21/12/2008 (Foto Rafael Correa). ABAIXO: Como era o pátio
de Tamoio nos anos 1970, já no tempo da Fepasa (Clique sobre
a figura para ter maiores informações) (Acervo Museu
da Companhia Paulista, Jundiaí, SP - Reprodução
Caio Bourgi).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht,
pesquisa local; Rafael Correa; Antonio Carlos Britto; Caio Bourgi;
Filemon Peres; O Estado de S. Paulo, 1925, 1944 e 20/9/1987; Cia.
Paulista: Relatórios anuais, 1910-69; FEPASA: Relatório
de Instalações Fixas, 1986; Acervo Museu da Companhia
Paulista, Jundiaí, SP; Mapa - Acervo R. M. Giesbrecht)
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