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Q R S T U
VXY Mogiana em MG
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(1875-1926)
Rizza
Guanabara
Anhumas
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(1926-1977)
Rizza
Guanabara
Anhumas-nova
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Tronco CM-1935
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2008
...
 
Cia. Mogiana de Estradas de Ferro (1893-1971)
FEPASA (1971-1977)
GUANABARA
Município de Campinas, SP
Linha-tronco - km 3,139 (1937)   SP-1985
Altitude: 668 m   Inauguração: 01.03.1893
Uso atual: espaço para exposições (2014)   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: c.1926 (reforma)
 
 
HISTORICO DA LINHA: A linha-tronco da Mogiana teve o primeiro trecho inaugurado em 1875, tendo chegado até o seu ponto final em 1886, na altura da estação de Entroncamento, que somente foi aberta ali em 1900. Inúmeras retificações foram feitas desde então, tornando o leito da linha atual diferente do original em praticamente toda a sua extensão. Em 1926, 1929, 1951, 1960, 1964, 1972, 1973 e 1979 foram feitas as modificações mais significativas, que tiraram velhas estações da linha e colocaram novas versões nos trechos retificados. A partir de 1971 a linha passou a ser parte da Fepasa. No final de 1997, os trens de passageiros deixaram de circular pela linha.
 
A ESTAÇÃO: Originalmente havia em Guanabara apenas uma casa para guarda e uma porteira. Em 1884, depois de pressões populares para a construção de uma parada no local, resolveu-se fazer ali uma espécie de estribo, sem cobranças de passsagens no local, em sim em Anhumas (ver caixa de 1884, abaixo). "Na passagem do bairro de Guanabara, kilometro 5, foi construida uma casa para morada do guarda, e assentadas as porteiras, que funccionam desde Agosto" (relat. Mogiana, 15/4/1888). A compra do terreno deu-se em 1891 (ver caixa abaixo, de 1891).

Conforme o relatório da Mogiana de 1891, "vai-se construir uma estação e armazém para as mercadorias de nossa linha para Campinas no local chamado Guanabara e também para as oficinas que vão ser construídas, além do benefício a
o público".

Inaugurada em 01/03/1893 (em algumas fontes da própria Mogiana, um pouco depois, em 04/08/1894), para ser a estação alternativa para desafogar a estação de partida original, que era junto com a estação da Cia. Paulista.

Em 1/4/1898, foi autorizada a abertura do tráfego provisório da Estrada de Ferro Funilense entre a estação de Guanabara e a da Chave do Funil (esta, a futura estação de Usina Ester) (ver caixas abaixo de 1898). A partir de então, atendeu também os trens da Sorocabana que chegavam da Funilense (ramal de Pádua Salles) ou de Mairinque pelo ramal de Campinas, juntamente com a estação dessa ferrovia em Vila Bonfim. Como era mais próxima do centro da cidade, a estação de Guanabara era mais movimentada.

Depois da compra da Funilense pela Sorocabana, em 1921, atendeu também aos trens desta até 1976.

O pátio possuía 13 linhas, caracterizando o intenso movimento da estação.

O prédio que hoje está lá não é o original, mas uma reforma dele, seguindo o mesmo estilo das estações construídas na variante Guanabara -Guedes, quando da primeira retificação da Mogiana. Mas está no mesmo local desde 1893. Na que foi sua terceira reforma, na verdade a construção do prédio atual, nos anos 1920, além de ter o prédio e a gare ampliados, também passou a abrigar alguns escritórios da administração da Mogiana.

A estação de Guanabara foi desativada em 1974, com a passagem de suas funções para a estação de Boa Vista, da antiga Paulista, nos subúrbios de Campinas.

Em 2006, depois de ser
totalmente abandonada e virar um antro de mendigos, foi reformada. A estação e o armazém ao lado foram recuperados e passaram a servir como espaço para exposições. O conjunto fica na praça Mauá, ao lado do Instituto Agronômico de Campinas.

Veja também a estação Carlos Botelho.

1884
AO LADO:
O povo pedia à Mogiana uma estação no local chamado fe Guanabara. O povo é que deveria construir uma plataforma de acordo com as descrições dadas pela própria empresa . (A Provincia de S. Paulo, 11/5/1884).

1891
AO LADO:
Compra do terreno para a estação em Guanabara (O Estado de S. Paulo, 5/9/1891).

1894
AO LADO:
Descarrilamento em Guanabara (O Estado de S. Paulo, 9/8/1894).

1896
AO LADO:
Tiros em Guanabara (O Estado de S. Paulo, 6/12/1896).

1897
AO LADO:
Cargas da Mogiana em Campinas passam a ser recebidas somente na estação de Guanabara (O Estado de S. Paulo, 2/4/1897).

1897
AO LADO:
A estação serviu também como sede de assembleias da ferrovia (O Estado de S. Paulo, 9/4/1897).

1897
AO LADO:
A Funilense deveria se entroncar com a estação de Guanabara, da Mogiana, com restrições (O Estado de S. Paulo, 13/7/1897).

1898
AO LADO:
Abertura do tráfego provisório a partir de Guanabara em 1/4/1898
(O Estado de S. Paulo, 2/4/1898).

1898
AO LADO:
Outra noticia sobre a abertura do tráfego provisório da Funilense a partir de Guanabara em 1/4/1898 (O Estado de S. Paulo, 5/4/1898).

1899
AO LADO:
Descarrilamento em Guanabara (O Estado de S. Paulo, 17/2/1899).

1900
AO LADO:
Festa em Guanabara para a inauguração da E. F. Funilense até a Colonia Campos Salles. AFunilense utilizaou a estação por vários anos, mesmo depois que a Sorocabana a comprou - CLIQUE SOBRE O TEXTO PARA VÊ-LO INTEGRALMENTE (O Estado de S. Paulo, 23/03/1900).
ACIMA: A estação de Guanabara em 1905 (Foto de revista não identificada, 1905).
1920
AO LADO:
Acidente entre trens da Mogiana e da Sorocabana na estação (O Estado de S. Paulo, 27/1/1920).
1927
AO LADO:
Acidente com trem da Sorocabana na estação (O Estado de S. Paulo, 7/6/1927).

ACIMA: A estação de Guanabara também atendeu à Funilense por muitos anos, tanto quando o trem vinha da estação de Carlos Botelho, no mercado, quanto quando passou a vir da estação da Sorocabana em Bonfim. De vez em quando havia problemas, como este em 1927 (O Estado de S. Paulo, 14/12/1927).

1935
AO LADO:
Acidente nos desvios da Mogiana próximos à estação de Guanabara - CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VER TODA A REPORTAGEM (Correio de S. Paulo, 6/11/1935).

1935
AO LADO:
Acidente na estação de Guanabara - CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VER TODA A REPORTAGEM (Correio de S. Paulo, 8/11/1935).

ACIMA: Vista aérea da estação e arredores em Guanabara, provavelmente anos 1950 - CLIQUE SOBRE A FOTO PARA VÊ-LA EM SUA TOTALIDADE (Autor desconhecido).

ACIMA: A mesma estação, já desativada, em 1984 (Foto Vanderley Antonio Zago).

ACIMA: A estação em 2019 (Foto Leonardo Patara, em 28/12/2019).
"Pinturas com motivos florais e geométricos da decoração art nouveau, típicas do final do século 19, foram localizadas em trabalho de prospecção nas paredes da estação (de) Guanabara, durante a preparação do prédio histórico para receber a Campinas Decor, a partir de abril. Seis salas do antigo núcleo da estação, (dos anos) 1890, têm as pinturas preservadas debaixo de várias camadas de tinta acrescentadas ao longo dos anos. A restauradora Eliana Ambrozio, professora da graduação em Conservação e Restauro da UFMG e doutoranda em História da Arte na Unicamp, concluiu anteontem o trabalho. Depois de terminada a (exposição) (...), as pinturas originais serão restauradas (...). O projeto (...) incluirá recursos para a recuperação das pinturas, a conclusão do armazém e da gare de metal da antiga Mogiana. A existência das pinturas murais era conhecida. Porém, segundo (Marcos) Tognon, a raridade é o fato de ainda existir registro na estação, o que não ocorre nas demais estações ferroviárias. As pinturas do século 19 encontradas na edificação são a têmpera (método no qual os pigmentos de terra são misturados a um colante) enquanto aquelas dos anos 1930 e 1940 são a óleo. Foram abertas 150 pequenas janelas nas paredes, retirando as várias camadas de tinta. Os motivos florais e geométricos que surgiram foram fixados - depois, receberão proteção e faceamento com papel que, com a ação do calor, aderem, protegendo o desenho original. Por cima dele, os arquitetos da Campinas Decor farão o revestimento que desejarem. Assim que terminar a exposição, o papel será descolado também pela ação do calor e a pintura original aparecerá sem danos. As obras já estão ocorrendo na fachada da estação (única área que será de fato restaurada para a exposição). Vários cuidados vêm sendo tomados para garantir a integridade da edificação, que ficou por 20 anos abandonada e sujeita à ação de vândalos. No laboratório do Instituto de Física da Unicamp foram realizados testes de argamassa da parede para analisar a composição. Isso servirá de base para que os arquitetos elaborem argamassas semelhantes à original, além de garantir compatibilidade dos materiais. Além de ocupar as instalações internas da Estação Guanabara, o Campinas Decor ocorrerá na área livre e contará com a atuação de uma equipe de paisagistas, cerca de 50 arquitetos, mil empresas e 800 profissionais no suporte. Depois de terminada a mostra e o prédio recuperado entregue à Unicamp, a estação vai abrigar oficinas, exposições (...) e uma cozinha-escola (...). Um restaurante ainda será instalado na gare metálica. (...) A restauração não será total. Ela abrangerá as fachadas externas, caixilhos, conservação nas paredes e na gare metálica, além de manutenção, incluindo a instalação da rede elétrica e hidráulica.A Unicamp tem a posse da Estação Guanabara desde 1990, com o direito de uso concedido pelo Estado, proprietário do imóvel por 30 anos. Desde que conseguiu a posse, a universidade nada fez para proteger a edificação, que foi sendo depredada e invadida. Só recentemente cercou a área, manteve vigilância para impedir novas ocupações e iniciou o restauro do antigo armazém do café. Quando assumiu a área da Guanabara, a Unicamp encomendou à arquiteta Lina Bo Bardi um projeto para o espaço. Na época, a estação não estava tombada e Lina (falecida em 1992) mais os arquitetos Marcelo Ferraz e Marcelo Susuki propuseram que a gare inglesa de 1915 e o armazém fossem preservados e o restante, incluindo a estação, fosse demolido. Na falta de recursos, o projeto foi engavetado. Há seis anos, a idéia foi retomada, mas o projeto precisou ser reformulado, deslocando as construções, porque o prédio agora é um bem tombado".
2008
AO LADO:
Por Maria Teresa Costa, Agência Anhangüera, 15/3/2008.
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisas locais; Luiz Souza; Hermes Hinuy; Vanderley Zago; Leonardo Patara; Maria Teresa Costa; Cia. Mogiana: álbum, c. 1910; Cia. Mogiana: relação oficial de estações, 1937; Cia. Mogiana: relatórios anuais, 1875-1960; O Estado de S. Paulo, 1927; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht).
     

A estação de Guanabara original, c. 1910. Acervo Hermes Hinuy

Guanabara, foto sem data. Acervo Hermes Hinuy

Fachada da estação em 1938. Acervo Vanderley Zago

A estação já em completo abandono, em 11/03/1998. Foto Ralph M. Giesbrecht

A estação já em completo abandono, em 11/03/1998. Foto Ralph M. Giesbrecht

A outrora movimentada plataforma de Guanabara totalmente abandonada, em 12/ 2000. Foto Hermes Hinuy

Em Guanabara, 12/2000. Foto Hermes Hinuy

A fachada da estação em 01/2008. Foto Leonardo Patara

A estação em reforma, em abril de 2008. Foto Luiz Souza

A estação em 2/2010. Foto Luiz Souza

Gare da estação em 2014. Foto Vanderley Zago
 
     
Atualização: 05.11.2021
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.