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Q R S T U
VXY Mogiana em MG
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Bacaetava
Iperó
Boituva
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Saída para o ramal de Itararé (1929-):
Bela Vista
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Tronco EFS - 1935

IBGE-1960
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2015
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E. F. Sorocabana (1928-1971)
FEPASA (1971-1998)
IPERÓ (antiga SANTO ANTONIO)
Município de Iperó, SP
Linha-tronco - km 139,832 (1931)   SP-2136
Altitude: 535 m   Inauguração: 21.12.1928
Uso atual: abandonada (2015)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: 1928
 
 
HISTORICO DA LINHA: A E. F. Sorocabana foi fundada em 1872, e o primeiro trecho da linha foi aberto em 1875, até Sorocaba. A linha-tronco se expandiu até 1922, quando atingiu Presidente Epitácio, nas margens do rio Paraná. Antes, porém, a EFS construiu vários ramais, e passou por trocas de donos e fusões: em 1892, foi fundida pelo Governo com a Ytuana, na época à beira da falência. Em 1903, o Governo Federal assumiu a ferrovia, vendida para o Governo paulista em 1905. Este a arrendou em 1907 para o grupo de Percival Farquhar, desaparecendo a Ytuana de vez, com suas linhas incorporadas pela EFS. Em 1919, o Governo paulista voltou a ser o dono, por causa da situação precária do grupo detentor. Assim foi até 1971, quando a EFS foi uma das ferrovias que formaram a estatal FEPASA. O seu trecho inicial, primeiro até Mairinque, depois somente até Amador Bueno, desde os anos 1920 passaram a atender principalmente os trens de subúrbio. Com o surgimento da CPTM, em 1994, esse trecho passou a ser administrado por ela. Trens de passageiros de longo percurso trafegaram pela linha-tronco até 16/1/1999, quando foram suprimidos pela concessionária Ferroban, sucessora da Fepasa. A linha está ativa até hoje, para trens de carga.
 
A ESTAÇÃO: A atual estação de Iperó, chamada originalmente de Santo Antonio Nova, foi inaugurada em 21/12/1928, em substituição à pequena estação antiga, que ficou fora da linha com a sua retificação, concluída nesse ano.

O novo prédio, que é o atual, foi construído muito maior que o antigo, pois, a partir dessa data, o ramal de Itararé passou a sair desta estação, e não mais de Boituva, como o fazia desde 1889.

A estação atendia também ao horto de Iperó, da Sorocabana.

Alguns anos mais tarde, a estação voltou a se chamar somente Santo Antônio.

A eletrificação da linha-tronco da Sorocabana chegou a Santo Antonio em 1946.

Em 1949, a estação tomou o nome de Iperó, bem depois do distrito criado em 1943 - a Sorocabana somente aplicou o nome seis anos depois -, que recebeu o nome nessa época e em 1964, tornou-se município, incorporando em seu brasão a figura de uma ferrovia com o trem, resgatando suas origens.

O ramal de Itararé teve o tráfego de passageiros desativado em 1978, mas, em 1997, foi inaugurada uma linha de passageiros de Sorocaba a Apiaí, que seguia pelo ramal de Itararé até Itapeva, pegando a seguir o ramal de Apiaí e Pinhalzinho.

Por sua vez, o trem de passageiros que seguia de São Paulo para Presidente Epitácio sobreviveu até janeiro de 1999, quando foi suprimido.

O trem Sorocaba-Apiaí ainda se manteve até 01/03/2001, quando foi extinto.

Até 1998, ainda em mãos da FEPASA, a estação era uma das maiores do tronco, mas já estava fechada então e tinha somente a função de plataforma: só recebia ou despachava passageiros e mais nada. O seu interior estava em semi-abandono. Ao seu lado, um verdadeiro cemitério de vagões de carga e passageiros estragam e enferrujam expostos ao tempo. Mas também possuía diversas instalações ainda ativas ao redor do pátio: um setor de via permanente, manutenção de rede aérea, um supermercado para os funcionários, uma subestação de energia, uma oficina de solda de trilhos servida por um ramal, um grande pátio com diversas linhas e um triângulo de reversão. A 4 km do pátio, na estação de Bela Vista (no ramal de Itararé), permanecia o antigo almoxarifado da via permanente. Em 2017 nada mais disso existia já havia um bom tempo.

"Estive em Iperó para rever a estação e a cidade que fizeram parte dos fins de semana da minha juventude, quando a visitava com amigos para festas e bailesnaquele salão de madeira onde funcionava o clube e também era cinema às quartas, sextas, sábados e domingos. Nós éramos meninotes nos achando importantes em terra alheia onde éramos bem recebidos. O bar Alegria esquentava nossos fins de noite enquanto aguardávamos a Maria Fumaça para ir para casa. Os mais preocupados com o tempo "batiam" a pé os 18 km que separavam as cidades de Iperó e Tatuí. Na minha infância também estive em temporadas na casa de meus tios que moravam na vila dos ferroviários, perto da Oficina de Trilhos. No fundo do quintal era o corredor do viradouro onde apreciávamos a passagem das máquinas (só víamos o tubo da chaminé). Olha, se não é a visão empresarial de alguns dirigentes a cidade tinha desaparecido. A ferrovia foi abandonada, só lataria e ferros enferrujando ao tempo, a bela estação depredada, a oficina dos trilhos (com acesso impedido) parecendo um desmache, um ferro-velho aguardando a retirada do entulho. Das casinhas de minha memória de feliz infância pouca coisa restou" (José Edson Moreno, 11/2006).

No final de 2011, a estação estava sendo restaurada e pintada com cores que nada têm a ver com a ferrovia. Em 2015, notava-se que a restauração jamais chegou ao fim: embora a pintura externa tenha sido feita, um desabamento do madeirame do telhado durante a restauração encerrou tudo. A estação já estava pichada e abandonada.


(Veja também SANTO ANTONIO-VELHA)


OBRAS OCORRIDAS NA ESTAÇÃO E SEU PÁTIO DE ACORDO COM RELATÓRIOS DA EFS: 1926 - Extensão dos desvios para 307 m; 1934 - Instalação de luz e força a gas pobre em depósito; instalação de uma balança para pesar vagões; construção de casa para o mestre de linha; construção de casa para o chefe do depósito; construção de casas para a Tração; construção de 5 grupos de casas e pernoite do pessoal; construção de um grupo de duas casas para a 4a Divisão; iluminação do lenheiro; construção e aumento dos desvios do pátio; Construção de um desvio de lenha; construção de 20 casas para empregados; inauguração da cabine de sinalização; construção de um comodo na casa do chefe da estação


ACIMA: A inauguração oficial da variante para saída do ramal de Itararé ocorreu em 6 de janeiro de 1929. CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA LER A REPORTAGEM INTEIRA (O Estado de S. Paulo, 8/1/1929).
1941
AO LADO:
Desastre na estação de Santo Antonio que, na época, ainda pertencia ao município de Boituva (O Estado de S. Paulo, 19/2/1941).
ACIMA: Uma locomotiva ALCO em Iperó em 1959 (Autor desconhecido).

ACIMA: Estação de Iperó, em 1962, com direito até a gaiola com passarinho (Foto Luiz Simonetti, acervo Daniel Gentili).

1993
AO LADO:
Subestação elétrica de Iperó, ainda em funcionamento, em 18/9/1993 (Foto Carlos A. Guerreta).

ACIMA: Na estação ainda em funcionamento, a Loba, ex-Sorocabana e agora Fepasa, passa pela ponta da plataforma (Foto Carlos A. Guerreta - sem data).

ACIMA: O hall da bilheteria da estação em 2008, esquecido há anos, com o fim dos trens de passageiros.

ACIMA: A bifurcação dos trilhos na saída do ramal de Itararé em 2008 (Fotos Paulo Sergio Vieira Filho, maio de 2008).

ACIMA: (esquerda) Caixa d´água de concreto com o logotipo da Sorocabana. (direita) Oficinas de Iperó (Fotos Thiago Amato, janeiro de 2009).
ACIMA: Antigas oficinas de Iperó (Foto Thiago Amato, janeiro de 2009).

(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Vagner Paulo da Costa; Hugo Augusto Rodrigues; Diego Bini; Thomas Correa; Adriano Martins; Otavio de Barros; Thiago Amato; Paulo Sergio Vieira Filho; Luiz Simonetti; Daniel Gentili; Carlos Guerreta; José Edson Moreno; O Estado de S. Paulo, 1929; Nossa Estrada, 1938; E. F. Sorocabana: Relatórios anuais da Sorocabana, 1875-1969; Mapas - acervo R. M. Giesbrecht)
     

Estação de Santo Antonio em 1938 - Foto revista Nossa Estrada, 1938 - Acervo Thomas Correa

A estação, já fechada, em 02/04/1998. Foto Ralph M. Giesbrecht

A estação, já fechada, em 02/04/1998. Foto Ralph M. Giesbrecht

Estação de Iperó, em 05/2005. Foto Adriano Martins

A estação em 04/2008. Foto Otavio de Barros

Estação de Iperó em 9/2009. Foto Vagner Paulo da Costa

A estação de Iperó em restauro, em 2012. Foto Diego Bini
   
     
Atualização: 29.08.2018
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.