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VXY Mogiana em MG
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No ramal de Agudos original (1903-1941):
Ayrosa Galvão-velha
Pederneiras
Itatingüi
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No tronco oeste
(1941-2001):
Airosa Galvão
Pederneiras
Carajás
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Saída para o ramal de Bauru (1910-1941):
Guaianás-velha
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Saída para o ramal de Agudos (1941-1966):
Itatingüi
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Tronco oeste CP-1970
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Comparando o tronco oeste (1941) com o ramal de Agudos (1941-66) Autor: Ricardo Bagnato s/ Google Maps
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IBGE-1970
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2008
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Cia. Paulista de Estradas de Ferro (1903-1971)
FEPASA (1971-1998)
PEDERNEIRAS
Município de Pederneiras, SP
Linha-tronco oeste - km 302,613   SP-1361
Altitude: 476,892 m   Inauguração: 01.10.1903
Uso atual: Centro Cultural (2015)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: 1913
 
 
HISTORICO DA LINHA: O chamado tronco oeste da Paulista, um enorme ramal que parte de Itirapina até o rio Paraná, foi constituído em 1941 a partir da retificação das linhas de três ramais já existentes: os ramais de Jaú (originalmente construído pela Cia. Rio-clarense e depois por pouco tempo de propriedade da Rio Claro Railway, comprada pela Paulista em 1892), de Agudos e de Bauru. A partir desse ano, a linha, que chegava somente até Tupã, foi prolongada progressivamente até Panorama, na beira do rio Paraná, onde chegou em 1962. A substituição da bitola métrica pela larga também foi feita progressivamente, bem como a eletrificação da linha, que alcançou seu ponto máximo em 1952, em Cabrália Paulista. Em 1976, já com a linha sob administração da FEPASA, o trecho entre Bauru e Garça que passava pelo sul da serra das Esmeraldas, foi retificado, suprimindo-se uma série de estações e deixando-se a eletrificação até Bauru somente. Trens de passageiros, a partir de novembro de 1998 operados pela Ferroban, seguiram trafegando pela linha precariamente até 15 de março de 2001, quando foram suprimidos.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Pederneiras foi aberta em 1903, como ponta de linha do ramal de Agudos.

Em 1905, o ramal foi estendido até Piratininga, e, a partir de 1910, passou a ser a estação de saída para o novo ramal de Bauru, que seguia para essa cidade e se encontrava com a Noroeste. O prédio da estação atual é de 1913.

Com a retificação das linhas da Paulista em 1941, Pederneiras passou a fazer parte do tronco oeste, com a linha agora vindo de Jaú, e o novo, e mais curto, ramal de Agudos passou a sair dessa estação, para terminar em Piratininga. Em 1966, esse ramal foi extinto.

A estação foi ocupada por alguns anos pela Ferroban depois da privatização da Fepasa em 1998, mas logo depois foi abandonada, tendo sido depredada e saqueada.

"Estive agora cedo em Pederneiras, e aproveitei para passar na gare da velha CP. Numa manhã linda pós-chuva de madrugada, aquele cenário tétrico, destoando da maravilha do azul do céu. A começar pela praça fronteiriça, típica dos anos 50, simples, mas bonita e original, passaram literalmente um trator sobre ela e não sobrou nada! Pelo jeito vão fazer alí algo mais moderno. Na estação, o piso hidráulico do saguão das bilheterias já está afundando, as dependências do bar estão abertas, portas roubadas... E levaram o mármore do quase secular balcão. Em todas as demais salas, só sobrou os batentes das portas. Onde ficava o relógio interno, dá prá ver a cor original da primeira pintura da estação com os desenhos em detalhe. Algumas folhas de zinco da gare já começam a se soltar. Do mictório já estão roubando as telhas. Um arrimo na parte oeste da plataforma, feito de dormentes de aço cruzados, estes já foram todos quase roubados. O arrimo só está agora nas pedras, e pode ruir em pouco tempo. O galpão de cargas tem uma placa: proibido entrar, mas as portas estão todas abertas. Curioso é que mesmo após anos daquele prédio sem abrigar cargas e com as portas abertas, o cheiro de café está impregnado no local. Entrar alí é viajar um pouco para o passado. Nas linhas 4 e 5, muitos vagões de carga tiveram os bronzes das caixas dos eixos roubados. As casas da colônia ocupadas por invasores. As casas à beira da linha 1 já estão adquirindo características de favelas. É um cenário dantesco para quem no passado passou alí e só via limpeza e organização" (Edson Castro, 06/2005).

Em 30 de junho de 2008, a estação foi entregue totalmente restaurada para ser um Centro Cultural do município.

No princípio dos anos 2000, a Ferroban construiu um ramal para, da estação, atingir o rio Tietê e receber mercadorias vindas de Goiás pela hidrovia. "Naquela época havia também tinha uma estação às margens do Tietê, do lado de Pederneiras. Ali no porto eram formados trens com cerca de 70 vagões carregados de soja que vinha do centro-oeste pela via fluvial (barcaças). O trem então ia até as imediações de São Paulo, onde era picado em partes de 20 vagões cada para não atrapalhar o movimento dos trens de subúrbio. De Paranapiacaba até o pé da Serra eu não sei quantos vagões desciam por vez pela cremalheira. Com a estiagem prolongada o nível do rio baixou tanto que o movimento parou. Muita gente foi mandada embora. Dizem que houve em torno de cinco mil demissões ao longo da hidrovia. Hoje é triste ver o que restou daquela que foi a ferrovia modelo do Brasil, elogiada até por americanos" (Vanderley Zago, 2015).

1895
AO LADO: O municipio de São Sebastião da Alegria passa a se chamar Pederneiras em 27 de maio, oito anos antes de a estação de trem ser inaugurada (O Estado de S. Paulo, 28/5/1895).

ACIMA: O trem chega em Pederneiras vindo do interior e é recepcionado pela população (Fotografia F. Martins - O Malho, 27/2/1915).

ACIMA: A eatação, provavelmente em 1916, por Filemon Peres. Acervo da Secretaria da Cultura de Pederneiras.

1921
AO LADO: Tentando levar um automovel de Pederneiras a Iguatemi pelo trem (O Estado de S. Paulo, 22/2/1921).

1938
AO LADO: A Cia. Paulista construía até estradas de rodagem para trazer produtos para algumas estações ferroviárias, como foi o caso de Pederneiras (O Estado de S. Paulo, 22/12/1938).
ACIMA: Em 1947, Getúlio Vargas chega de trem à estação de Pederneiras, para demonstrar o seu apoio ao candidato a prefeito pelo partido (PTB), Dr. Joaquim Cortegozo (Autor desconhecido; foto exposta no Centro Cultural de Pederneiras, reprodução Julio C. Paiva em 27/9/2008).

ACIMA: Durante a reforma, em fevereiro de 2008, algumas preciosidades foram fotografadas na estação de Pederneiras: Em sentido horário: 1) Fachada da estação. No teto do hall de entrada, o forro teve de ser todo refeito, pois o madeirame estava podre. 2) Soleira das entradas do bar. Infelizmente, o mármore com a inscrição foi retirado pouco depois e desapareceu. 3) Azulejos na fachada da estação. 4) Faixa de azulejos em alto relevo na plataforma da estação (Fotos Alexandre Linhares Giesbrecht, 03/02/2008).
ACIMA: ramal que liga a estação de Pederneiras ao porto no rio Tietê. Melhor visivel CLICANDO SOBRE A FOTO. O pátio da estação está à esquerda e não aparece no mapa (Google Maps, 2016).

(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Silvio Rizzo; Alexandre L. Giesbrecht; Adriano Martins; Edson Castro; Vanderley Zago; José H. Bellorio; Julio C. Paiva; Adriana Estevão; André Luiz Ramos; Filemon Peres; F. Martins; O Estado de S. Paulo, 1938; O Malho, 1915; Google Maps, 2016; Centro Cultural de Pederneiras; Cia. Paulista: relatórios anuais, 1900-69; FEPASA: Relatório de Instalações fixas, 1986; IBGE, 1970; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

A estação de Pederneiras, em 1916. Foto Filemon Peres

A estação recém-reformada em 1986. Foto do relatório da Fepasa, 1986

Passageiros embarcando em Pederneiras, 1993. Foto José H. Bellorio

Plataforma da estação, em 20/05/1999. Foto Ralph M. Giesbrecht

Fachada da estação, em 20/05/1999. Foto Ralph M. Giesbrecht

A estação em 2000. Autor desconhecido

Entrada da estação, 2000. Foto Autor desconhecido

A estação em 10/2002. Foto Adriano Martins

A estação em 10/2002. Foto Adriano Martins

A plataforma da estação em 12/2003. Foto Adriana Estevão

A fachada da estação em 12/2003. Foto Adriana Estevão

O belo dístico na plataforma da estação em 12/2003. Foto Adriana Estevão

O piso da entrada do antigo bar da estação, em 12/2003. o "Bar Paulista". Infelizmente o mármore foi reitrado e perdido durante a reforma de 2008. Foto Adriano Martins

Balcão do antigo bar da estação, o "Bar Paulista", em 2003. Foto Adriano Martins

Fachada da estação abandonada, em 2003. Foto Adriano Martins

A estação em reforma, em 11/01/2008. Foto André Luiz Ramos

A estação no dia da reinauguração, em 30/6/2008. Autor desconhecido

Em vista panorâmica, a estação em 27/12/2009. Foto Adriano Martins

A estação em maio de 2017. Foto Silvio Rizzo
   

 

   
     
Atualização: 28.04.2023
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.