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Cillos
Santa Bárbara do Oeste
Caiubi
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ramal de Piracicaba-1935
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2010
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Cia. Paulista de
Estradas de Ferro (1917-1971)
FEPASA (1971-1998) |
SANTA
BARBARA DO OESTE
Município de Santa Bárbara do
Oeste, SP |
Ramal de Piracicaba - km 91,088 |
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SP-2865 |
Altitude: 529 m |
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Inauguração: 14.07.1917 |
Uso atual: Fundação Romi (2019) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1917 |
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HISTORICO DA LINHA: Embora
idealizado desde o fim do século XIX para ligar Limeira a Piracicaba,
somente em 1916 o ramal de Piracicaba começou a ser construído pela
Cia. Paulista, mas saindo de Recanto, estaçãozinha logo após Nova
Odessa. Em 1917 chegou a Santa Barbara para aí estacionar até 1922,
quando se o prolongou até a estação terminal de Piracicaba Paulista.
O ramal tinha bitola larga e não se ligava com o ramal do mesmo nome,
da Sorocabana, cruzando-se na entrada da cidade em desnível. Em 1922,
tencionava-se o prolongamento até Bauru, idéia abandonada em 1925
por causa das dificuldades das serras no caminho. Apesar disso, em
1969 voltou a se falar na ligação Piracicaba-Torrinha, que também
não saiu. Em 20 de fevereiro de 1977, o tráfego de passageiros foi
suprimido e em 1995, depois da passagem dos últimos trens carregados
de açúcar, o ramal foi abandonado. Os trilhos estão
lá até hoje e a concessionária Ferroban estuda uma possível reativação
dos cargueiros pela linha, hoje coberta pelo mato. |
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A ESTAÇÃO: Em fevereiro
de 1916, a Cia. Paulista ainda discutia onde seria construída
a estação da cidade de Santa Barbara. No dia 11, o engenheiro Pedro
Soares de Camargo visitou a cidade, partindo da estação
de Nova Odessa e chegando até o que era a ponta dos
trilhos (o ramal já estava sendo construído) no km 8
(dois quilômetros além de onde futuramente seria construído
a estação de Cillos). Desse ponto vieram de trólei
até a cidade.
Almoçaram então com o engenheiro-chefe da obra, Alvimar
de Magalhães Castro e em seguida visitaram a Usina Santa
Barbara e a fazenda Jamaica. A ideia era construir a estação
na frente do cemitério, aquém (em relação
à cidade da época) do ribeirão Toledo, que, então,
era um dos limites da zona urbana.
Porém, depois da visita, pensou-se em mudar esse local para
além do ribeirão, em frente ao final da rua Prudente
de Moraes em terreno bastante acidentado na chácara de posse
então do sr. Joaquim Pedroso; a Paulista construiria então
uma avenida e uma ponte sobre o córrego para facilitar o acesso
da população. O motivo alegado era economia (terreno
mais barato) e a decisão de não mais se prolongar o
ramal até Piracicaba, que tinha sido recentemente decidido.
Esta decisão sobre a não continuação do
ramal, como sabemos, acabou sendo revogada mais tarde. Doze dias depois,
a Câmara Municipal e a Usina Santa Barbara enviaram uma representação
à Companhia Paulista para recuar da decisão de afastar
a estação da cidade. Com a pressão, a Paulista voltou atrás e resolveu construir a estação onde
ela está até os dias de hoje.
E esta foi finalmente aberta com festas, como ponta do ramal em 1917,
tendo sido a segunda estação da Paulista a se chamar Santa Bárbara;
há de se lembrar que o nome original da estação de Americana
foi também Santa Bárbara, pelo fato de ficar nesse município,
na época (1875).
De Santa Bárbara, saía um ramal particular com vários desvios,
totalizando 50 km de extensão e com bitola métrica; em outubro de
1917, ainda antes da data da abertura definitiva da estação de Santa
Bárbara, a usina anunciou que iria unir as linhas à estação.
Porém, isto só foi concretizado algum tempo depois.
A ferrovia pertencia à Cia. E. F. Agrícola de Santa Bárbara,
que fazia o .transporte de cana e derivados,
e também de passageiros, estes gratuitamente. Os trilhos chegavam
a adentrar o município de Capivari, por dentro da Usina
Santa Bárbara, hoje fechada.
Segundo Nicholas Burmann, a usina tinha 8 locos, das quais
se conhecem duas, uma Baldwin e uma Henschel, e mais três que foram
adquiridas da Sorocabana por volta de 1953. As locos 1, 2, 4 e 5 eram
as menores; as locos 3, 6, 7 e 8 eram as maiores.
Em 1922, o ramal da Paulista foi finalmente prolongado até
o seu ponto final projetado, a estação de Piracicaba
Paulista.
À frente da estação, fica até hoje a maior indústria do município,
a Romi; era ela a fabricante da Romi-Isetta, famoso
carrinho compacto, fabricado no Brasil de 1956 a 1960.
Em fevereiro de 1977, o trem de passageiros do ramal foi desativado.
Trens de carga ainda seguiram pelo ramal até essa estação até meados
dos anos 1990; o ramal hoje está abandonado.
A estação, depois de servir como estação
rodoviária por alguns anos, em 2003 abrigava a Casa da Cultura do município. Em 14 de dezembro de 2007, o Projeto de Revitalização da antiga estação ferroviária foi concluído: "a partir de
agora a população de Santa Bárbara d´Oeste, interior de São Paulo,
conta com um espaço único de cultura e convivência. A Estação Cultural
é inaugurada com o Armazém e a antiga Estação Ferroviária revitalizados
e um novo prédio, construído do outro lado da linha férrea, todos
interligados por uma ampla Cobertura Central. Um empreendimento entregue
à cidade, com o apoio das Indústrias Romi S. A. e Prefeitura Municipal,
em comemoração aos 50 anos de atuação da Fundação Romi, completados
em junho deste ano. Na estação, ambientes para exposições e
o memorial da estação ferroviária, além de midiateca e biblioteca
temática sobre a ferrovia. No Armazém, um espaço para 200 pessoas,
com palco, mezanino e elevador para deficientes. Do outro lado da
linha férrea, interligado por uma extensa cobertura de policarbonato
e uma ponte metálica para passagem, um prédio anexo foi construído,
para abrigar o "Café Estação" com "cyber café", revistaria e projetos
culturais. Tudo preservando a linguagem arquitetônica da antiga Estação
Ferroviária de Santa Bárbara d´Oeste, com procedimentos ecologicamente
corretos em respeito à estrutura original, de grande valor histórico"
(Carolina Rocha Mendes Duarte Fortunato, 12/2007).
Em 2017, a Fundação Romi continuava cuidando muito bem
do imóvel. Quanto ao ramal, apesar dos trilhos continuarem
no pátio, ele ia desaparecendo aos poucos: no sentido Caiubi,
o asfalto já passou sobre eles logo na saída do pátio;
do outro lado, sentido Cillos, eles prosseguiam em péssimo
estado até cerca de 1 km, onde uma avenida construída
em 2009 rasgou o aterro e retirou os trilhos. Ou seja: na prática,
o ramal não tem mais a menor condição de operar.

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TRENS
- Os trens de passageiros pararam nesta estação
de 1917 a 1977. Na foto à esquerda, o trem do ramal está
ainda no pátio de Nova Odessa, de onde todos partiam,
puxados geralmente por uma U-9B. Clique sobre a foto para ver
mais detalhes sobre esses trens. Veja aqui horários
em 1964 (Guias Levi). |
1917
AO LADO: A estação já estava em construção para a chegada do ramal a Santa Barbara (O
Estado de S. Paulo, 15/1/1917). |
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1923
AO LADO: Novo armazem para a estação (O
Estado de S. Paulo, 10/6/1923).
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1923
AO LADO: Trens especiais no Tramway da Usina (O Estado
de S. Paulo, 19/6/1923).
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1924
AO LADO: Em 7 de setembro, trens especiais partiam da
estação de Santa Barbara para uma festa religiosa
na Usina do mesmo nome e que correria pelo ramal particular
da empresa (O Estado de S. Paulo, 5/9/1924).
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1930
AO LADO: O movimento da estação em 1930 (O Estado de S. Paulo, 22/12/1931). |
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1940
AO LADO: Melhorias na estação (O Estado de S. Paulo, 10/7/1940). |
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ACIMA: A estação de Santa Bárabara
em 1940 (Acervo Fundação Romi).
ACIMA:
Locomotiva a vapor em frente á estação partindo
para Nova Odessa. Provavelmente anos 1950 (Autor desconhecido).
1953
AO LADO: Reforma no largo da Estação (O Estado de S. Paulo, 10/10/1953). |
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ACIMA: A estação
em data desconhecida (1970?) (Autor desconhecido).

ACIMA: Em um ramal abandonado havia dez anos,
o pátio com trilhos cercado e pelas árvores e banhado
pelas suas sombras dava, em 2007, um aspecto lindo e com o romantismo
a um ponto de se acreditar que o trem está para chegar (Foto
André Benetti, 22/04/2007).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; André
Benetti; J. Carlos Bratfich; José Pinto Siqueira Jr.; Rodrigo
Cabredo; Carolina Rocha Mendes Duarte Fortunato; Fundação
Romi; O Estado de S. Paulo, 14, 23 e 25/2/1916, 1923 e 1924; Cia.
Paulista: Relatórios anuais, 1900-69; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
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Atualização:
04.07.2023
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