A B C D E
F G H I JK
L M N O P
Q R S T U
VXY Mogiana em MG
Indice de estações
...
Retiro
Juiz de Fora
Mariano Procópio
...
Saída para o ramal de Juiz de Fora, da Leopoldina:
Juiz de Fora-EFL
...
Saída para o ramal de São Vicente, particular (anos 1880):
São Vicente
...

Linha do Centro - 1931
...
ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: S/D
...
 
E. F. Dom Pedro II (1875-1889)
E. F. Central do Brasil (1889-1975)
RFFSA (1975-1996)
JUIZ DE FORA
Município de Juiz de Fora, MG
Linha do Centro - km 275,112 (1928)   MG-0435
Altitude: 678 m   Inauguração: 30.12.1875
Uso atual: desconhecido (2017)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
 
HISTORICO DA LINHA: Primeira linha a ser construída pela E. F. Dom Pedro II, que a partir de 1889 passou a se chamar E. F. Central do Brasil, era a espinha dorsal de todo o seu sistema. O primeiro trecho foi entregue em 1858, da estação Dom Pedro II até Belém (Japeri) e daí subiu a serra das Araras, alcançando Barra do Piraí em 1864. Daqui a linha seguiria para Minas Gerais, atingindo Juiz de Fora em 1875. A intenção era atingir o rio São Francisco e dali partir para Belém do Pará. Depois de passar a leste da futura Belo Horizonte, atingindo Pedro Leopoldo em 1895, os trilhos atingiram Pirapora, às margens do São Francisco, em 1910. A ponte ali constrruída foi pouco usada: a estação de Independência, aberta em 1922 do outro lado do rio, foi utilizada por pouco tempo. A própria linha do Centro acabou mudando de direção: entre 1914 e 1926, da estação de Corinto foi construído um ramal para Montes Claros que acabou se tornando o final da linha principal, fazendo com que o antigo trecho final se tornasse o ramal de Pirapora. Em 1948, a linha foi prolongada até Monte Azul, final da linha onde havia a ligação com a V. F. Leste Brasileiro que levava o trem até Salvador. Pela linha do Centro passavam os trens para São Paulo (até 1998) até Barra do Piraí, e para Belo Horizonte (até 1980) até Joaquim Murtinho, estações onde tomavam os respectivos ramais para essas cidades. Antes desta última, porém, havia mudança de bitola, de 1m60 para métrica, na estação de Conselheiro Lafayete. Na baixada fluminense andam até hoje os trens de subúrbio. Entre Japeri e Barra Mansa havia o "Barrinha", até 1996, e finalmente, entre Montes Claros e Monte Azul esses trens sobreviveram até 1996, restos do antigo trem que ia para a Bahia. Em resumo, a linha inteira ainda existe... para trens cargueiros.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Juiz de Fora foi inaugurada em 1875.

"O primeiro edifício construído para abrigar a estação, em 1875, era uma construção de madeira bastante precária que logo foi substituída. A estação de médio porte ganhou importância no final do século XIX, quando passou a ser de 1.º classe, sendo substituída no início do século XX. Apresentava um torreão central, que contrastava com a aparência rústica do corpo da edificação (MORAES, 2002, p. 121).

As fachadas tinham tratamento simples em argamassa, sem muitos detalhes estilísticos, apenas a marcação de um barrado e das colunas e uma cimalha circundando o edifício na altura da estrutura de madeira do telhado. Este possuía duas águas com a cumeeira paralela à linha – solução comum adotada nas estações de médio porte inglesas. Os beirais eram largos e cobriam a plataforma da estação.

Em 1902, foi construída a atual estação. A estrutura física se diferenciava pela presença de um corpo proeminente da fachada, onde se marcava a entrada através de três pórticos principais, coberto com uma cúpula de metal. Apresentava uma torre com relógio, elemento simbólico muito utilizado nas estações e que conferia ao edifício uma referência a mais na paisagem. Bem mais rebuscada que o primeiro edifício, apresentava platibanda trabalhada cobrindo os beirais
" (Milena Andreola de Souza: PAISAGEM E FERROVIA - O Caso da Praça da Estação de Juiz de Fora – MG - Curso de Arquitetura e Urbanismo – UFJF, s/data).

A cidade já existia desde o século XVIII; a estrada de rodagem União e Indústria, aberta seis anos antes e ligando-a à Capital Federal (Rio de Janeiro) e agora a ferrovia, fazendo a mesma ligação de forma mais rápida, trouxeram um grande crescimento à cidade a partir de então.

Juiz de Fora
ficou mais ligada ao Rio que a Belo Horizonte até meados do século XX exatamente por isso. A cidade, já uma das mais importantes da Província e do Brasil naquela época, certamente agora teria mais riquezas a receber.

Ali chegaram trens de passageiros da Central e depois da RFFSA até 1996, quando o último deles, o chamado Xangai, foi extinto.

Em frente à estação, do outro lado das linhas, existia a estação de Juiz de Fora da E. F. Leopoldina, de onde saíam, de 1884 até 1974, os trens para o ramal de Juiz de Fora, seguindo até São Geraldo, na linha de Caratinga dessa ferrovia.


(Veja também JUIZ DE FORA-LEOPOLDINA)

1888
AO LADO:
O largo da Estação passou a ter o nome homenageando o dia da promulgação da lei de libertação dos escravos (O Estado de S. Paulo, 20/6/1888).

1892
AO LADO:
Posição geográfica de três estações deve ser alterada - Barbacena, João Gomes e Juiz de Fora (O Estado de S. Paulo, 3/6/1892).

1894
AO LADO:
Quase um acidente na estação (O Estado de S. Paulo, 9/6/1894).



1913
AO LADO: atraso em trem da Central (O Estado de S. Paulo, 25/6/1913).


ACIMA: Inundação em 1940 pegou a estação da Central e da Leopoldina (Autor desconhecido; acervo Jorge Alves Ferreira).

1941
AO LADO: Aberta a primeira linha de automotrizes entre Juiz de Fora e o Rio (O Estado de S. Paulo, 26/6/1941).

1942
AO LADO: Acidente em Juiz de Fora obrigado trens a fazerem baldeação próximo à estação (O Estado de S. Paulo, 7/3/1942).


ACIMA: Acidente em 1942 em Juiz de Fora atrasa o trem noturno BH-Rio de Janeiro (O Estado de S. Paulo, 4/1/1942).

ACIMA: As duas estações de Juiz de Fora (da Central à esquerda da linha, da Leopoldina à direita, vendo-se junto a ela o ramal de Juiz de Fora saindo para a direita) (Autor desconhecido, provavelmente anos 1940).

ACIMA: Mapa de Juiz de Fora em 1955, mostrando as linhas da Central e da Leopoldina e o rio Paraibuna (Ney Strauch: Zona Metalúrgica de Minas Gerais e Vale do Rio Doce, CNG, 1958).


ACIMA: Vista aérea das duas estações de Juiz de Fora em 1969. A da Central está no centro-direita. A da Leopoldina, à esquerda, somente parcialmente visível, do outro lado da linha (Foto Roberto Dornelas).
ACIMA: Locomotivas passam pela passagem de nível na rua Halfeld nos anos 1970 (Autor desconhecido).

ACIMA: Pede-se mais trens de suburbio em Juiz de Fora utilizando a linha do ramal da Leopoldina (Jornal não identificado, 03/03/1961) (CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VÊ-LA MAIOR).
ACIMA: Passarela para travessia da linha em frente à estação em 2023. De aacordo com dístico na lateral da escadaria, a passarela é de 1928. Quase cem anos e muito bem conservada (Foto Silvio Rizzo em 4/2/2023).

ACIMA: Area de espera do trem na plataforma da estação em 2023. Belo lugar, pena que hoje em dia só sirva para ver o cargueiro da MRS passar sem parar (Foto Silvio Rizzo em 4/2/2023).

TRENS - De acordo com os guias de horários, os trens de passageiros pararam nesta estação de 1875 a 1996. Alguns horários registrados: (1948) 12:46 (R-1), 1:18 (N-1) e 13:55 (S-1) do Rio; 16:31 (M-1) de Barra do Piraí e 9:25 (M-31) de Três Rios; 15:02 (R-1) e 3:38 (N-1) de Belo Horizonte; 6:45 (M-2), de Santos Dumont; 12:34 (S-2), de Lafaiette. (Guia Levi). Trem Xangai (subúrbios), até 1996, com diversos horários, que fazia o percurso Matias Barbosa-Benfica, ida e volta diariamente (fontes diversas).
(Fontes: Jorge A. Ferreira; Wilson de Santis Jr.; Gutierrez L. Coelho; Roberto Dornelas; O Estado de S. Paulo, 1913; Colecção de 44 vistas photographicas da Estrada de Ferro Pedro 2º, 1881; Max Vasconcellos: Vias Brasileiras de Communicação, 1928; Milena Andreola de Souza: PAISAGEM E FERROVIA - O Caso da Praça da Estação de Juiz de Fora – MG - Curso de Arquitetura e Urbanismo – UFJF, s/data; Guias Levi, 1908-80; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

A estação em 1881. Colecção de 44 vistas photográphicas da Estrada de Ferro Pedro 2º, 1881

A estação, em foto anterior a 1906: nesse ano, colocou-se a atual torre no prédio. Autor desconhecido

A estação, sem data. Foto Max Vasconcellos

A estação nos anos 1950. Autor desconhecido

A estação em 03/2001. Foto Jorge Alves Ferreira

A estação em 03/2001. Foto Jorge Alves Ferreira

A estação em 2001. Foto Wilson de Santis Jr.

A estação em 03/2001. Foto Jorge Alves Ferreira

Interior da estação em 27/12/2013. Foto Gutierrez L. Coelho

A estação em maio de 2018. Foto Ludmila Albuquerque

A estação em 2023. Foto Silvio Rizzo
 
     
Atualização: 13.02.2023
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.