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Q R S T U
VXY Mogiana em MG
Indice de estações
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Quinta
Maracanã
Mangueira
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Linha Auxiliar:
Triagem
Derby Club (Maracanã)
Heredia de Sá
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CLIQUE SOBRE O MAPA ACIMA PARA VER AS LINHAS NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO POR VOLTA DE 1955
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: 2008
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E. F. Dom Pedro II - Linha do Centro (1885-1889)
E. F. Central do Brasil - Linha do Centro (1889-1975)
E. F. Central do Brasil - Linha Auxiliar (1895)
RFFSA (1975-1982)
CBTU (1983-1997)
Supervia (1997-)
MARACANÃ (DERBY CLUB)
Município de Rio de Janeiro, RJ
Linha do Centro - km 4,238 (1928)   RJ-1231
Altitude: 8 m   Inauguração: 1885
Uso atual: estação ferroviária   com trilhos
Data de construção do prédio atual: 2014
 
 
HISTORICO DA LINHA: Primeira linha a ser construída pela E. F. Dom Pedro II, que a partir de 1889 passou a se chamar E. F. Central do Brasil, era a espinha dorsal de todo o seu sistema. O primeiro trecho foi entregue em 1858, da estação Dom Pedro II até Belém (Japeri) e daí subiu a serra das Araras, alcançando Barra do Piraí em 1864. Daqui a linha seguiria para Minas Gerais, atingindo Juiz de Fora em 1875. A intenção era atingir o rio São Francisco e dali partir para Belém do Pará. Depois de passar a leste da futura Belo Horizonte, atingindo Pedro Leopoldo em 1895, os trilhos atingiram Pirapora, às margens do São Francisco, em 1910. A ponte ali constrruída foi pouco usada: a estação de Independência, aberta em 1922 do outro lado do rio, foi utilizada por pouco tempo. A própria linha do Centro acabou mudando de direção: entre 1914 e 1926, da estação de Corinto foi construído um ramal para Montes Claros que acabou se tornando o final da linha principal, fazendo com que o antigo trecho final se tornasse o ramal de Pirapora. Em 1948, a linha foi prolongada até Monte Azul, final da linha onde havia a ligação com a V. F. Leste Brasileiro que levava o trem até Salvador. Pela linha do Centro passavam os trens para São Paulo (até 1998) até Barra do Piraí, e para Belo Horizonte (até 1980) até Joaquim Murtinho, estações onde tomavam os respectivos ramais para essas cidades. Antes desta última, porém, havia mudança de bitola, de 1m60 para métrica, na estação de Conselheiro Lafayete. Na baixada fluminense andam até hoje os trens de subúrbio. Entre Japeri e Barra do Piraí havia o "Barrinha", até 1996, e finalmente, entre Montes Claros e Monte Azul os trens de passageiros sobreviveram até 1996, restos do antigo trem que ia para a Bahia. Em resumo, a linha inteira ainda existe... para trens cargueiros.
 
HISTORICO DA LINHA AUXILIAR: A chamada E. F. Melhoramentos foi construída a partir de 1892. Em 1895 foi aberta a linha entre a estação de Mangueira e a da atual Honorio Gurgel. Em março de 1898 foi entregue o trecho até Paraíba do Sul. Até Três Rios foi logo em seguida e em 1911 alcançou Porto Novo do Cunha, anexando o ramal deste nome, que teve a bitola reduzida para métrica, a mesma da Auxiliar. O traçado da serra, construído em livre aderência e com poucos túneis, foi projetado por Paulo de Frontin, um dos incorporadores da estrada. Em 1903, a E. F. Melhoramentos já havia sido incorporada à E. F. Central do Brasil e passou a se chamar Linha Auxiliar. No final dos anos 1950, este antigo ramal foi incorporado à E. F. Leopoldina. A linha, entre o início e a estação de Japeri, onde se encontra com a Linha do Centro pela primeira vez, transformou-se em linha de trens de subúrbios, que operam até hoje; da mesma forma, a linha se confunde com a Linha do Centro entre as estações de Paraíba do Sul e Três Rios, onde, devido à diferença de bitolas entre as duas redes, existe bitola mista. A linha da Auxiliar teve o traçado alterado nos anos 1970 quando boa parte dela foi usada para a linha cargueira Japeri-Arará, entre Costa Barros e Japeri, ativa até hoje, bem como para trens metropolitanos entre o Centro e Costa Barros. Entre Japeri e Três Rios, entretanto, a linha está abandonada já desde 1996.
 
A ESTAÇÃO: A estação do Derby Club foi inaugurada em 1885. De acordo com o relatório E. F. Central do Brasil, 2o. volume, de
1902
, tratava-se então de uma plataforma, utilizada em dias de corrida no Derby Club, ali ao lado da estação.

A partir de 1895, passou a atender também à E. F. Melhoramentos (linha Auxiliar). Não se sabe até quando. Nos horários dos trens desta ferrovia encontrados, a estação não aparecia em nenhum, mais precisamente em 1898, 1904 e 1908 e também daí para a frente. Nos horários, a estação da Auxiliar aparecia com o nome de Jockey Club.

O nome foi alterado mais tarde para Maracanã provavelmente quando da construção do estádio no final dos anos 1940.

Segundo o Sr. Aldivan, que trabalhou por muitos anos na Rede Ferroviária e teve envolvimento direto com essa estação em dias de jogos, a estação, nunca se chamou oficialmente Maracanã. Já o estádio, que tinha este nome e depois passou a se chamar Mario Filho, foi construído no local do antigo Derby Club, para sediar a Copa do Mundo de 1950, realizada no Brasil).

Quem alterou realmente o nome foi o povo, frequentador da estação e do estádio, assim como a estação Lauro Muller, que, o povo também começou a chamá-la de Praça da Bandeira (e, neste caso, teve o nome alterado pela empresa ferroviária).

A atual estação de Maracanã, que não está no mesmo local da antiga estação Derby Club, foi aberta para a Copa do Mundo de 2014.

Em reportagem da CBN em 4/4/2023, havia relamações quanto ao abandono de trens fora de operação, que já estariam há anos na estação. Passageiros da Supervia pediam que as composições voltassem a operar, já que sofriam com atrasos e problemas no transporte todos os dias. A reportagem da CBN esteve nessa espécie de "cemitério de trens’ e confirmou a situação precária das composições desativadas. Algumas estão sem janelas, desde portas quebradas e bancos retirados, até a fiação exposta e entulho.

“E hoje eles estão totalmente depredados, desde faróis, bancos, os acrílicos dos vidros, peças elétricas, tudo. Um desperdício de dinheiro público. Tem cinco ou seis composições abandonadas que poderiam estar em uso. E hoje, a Supervia nos trata como transporte de carga, porque passando das três da tarde, você não consegue vir mais tranquilamente no trem", diziam passageiros.


ACIMA: Descarrilamento na estação de Derby Club em 1936 (Correio de S. Paulo, 18/3/1936).

ACIMA: Choque de trens em Derby Club em 1937 na estação de Derby Club - CLIQUE SOBRE A MANCHETE PARA VER TODA A REPORTAGEM (Correio de S. Paulo, 25/6/1937).

1939
AO LADO:
Acidente na chave da estação (O Estado de S. Paulo, 4/3/1939).


ACIMA: Em 1959, a propaganda ainda cita os dois nomes da estação - antigo e atual (Jornal dos Sports, 22/10/1959).

ACIMA: Próximo à estação e ao estádio que lhe deu o nome, o Santa Cruz (Rio-São Paulo) passa em grande estilo. Segue o depoimento do fotógrafo, em maio de 2008: "O autor da foto fui eu, Leonardo Hanriot Bloomfield, que nessa época (1962) trabalhava na RFFSA. Fui mais cedo para o trabalho, saltei na estação de São Cristóvão, e esperei o DP-4 - o famoso "Santa Cruz" que, felizmente, chegou dentro do horário previsto".

ACIMA: Em 1966, a propaganda cita apenas o nome da estação como Maracanã (Jornal dos Sports, 25/10/1966).

ACIMA
: Anos 1970: a antiga cabine de controle, que aparece ao pé da página em foto de 1941, aparece aqui ao alto, no canto esquerdo, pequena em relação ao resto (CLIQUE SOBRE A FOTO PARA VER EM TAMANHO MAIOR) (Cartão postal).


ACIMA: Em 1990, a propaganda volta a citar somente o nome Derby Club (Jornal dos Sports, 18/2/1990).
ACIMA: Estação do Maracanã em dia de Flamengo e Vasco em 1992 (O Globo, 29/6/1992).

ACIMA: Bilheteria da estação Derby Club (Autor e data desconhecidas).

ACIMA
: Antiga cabine da estação de Derby Club (Foto Luiz Felipe Lopes Dias, supostamente
em 2018).

ACIMA: A estação do Derby Club nos anos 1930 (junto à raia de corrida de cavalos) e em 2021 (ao lado do novo estádio do Maracanã, em 2021 (Página Madureira, Ontem e Hoje).

(Fontes: Caroline Gonçalves; Eduardo Moreira; Carlos Latuff; Anderson Souza; Jorge A. Ferreira; Max Vasconcellos: Vias Brasileiras de Communicação, 1928; Mapas - acervo R. M. Giesbrecht)
     

Cabine de controle da estação Derby Club em 1941. Autor desconhecido

Desembarque na estação em 1964. Detalhe de filme

Estação de Maracanã, 12/2002. Foto Carlos Latuff

Estação de Maracanã, 12/2002. Foto Carlos Latuff

A estação em 2007. Foto Anderson

A estação em 2010. Foto Eduardo Moreira

A nova estação de Maracanã em julho de 2014. Foto Caroline Gonçalves
   
     
Atualização: 09.04.2023
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.